— Meu nome é Nero e estou aqui para ajuda-los! – ele era um adolescente de pele clara e cabelos brancos. Era mais alto que todos e tinha os olhos azuis. Ele vestia um sobretudo vermelho e luvas da mesma cor - Acendam uma fogueira. Precisarão de luz durante a nossa conversa.

A lua já estava no céu e a praia só era iluminada pela fogueia que acenderam. Nero era quem tinha a palavra:

— Quero que desabafem agora. A única maneira de sair daqui é falando seus podres e assim poderemos ajudar uns aos outros – explicou Nero sentando-se de forma mais confortável – Essas pessoas que os perseguem não estão aqui a toa.

— Eu não sei o que eu fiz! Eu nunca fiz nada de ruim no passado – disse Zayn – E mesmo assim me colocaram essas próteses e me enfiaram nesse jogo.

— Se não for seu passado, são as atitudes que o predem aqui.

— Eu sei o motivo de estar aqui – disse Malu abraçando os joelhos. Lilith logo se preocupou:

— Tem certeza que vai contar para eles? – Ela sabia de tudo.

— Sim, quando eu era pequena, minha mãe morreu. Meu pai, aquele desgraçado, passou a abusar de mim – todos olharam perplexos para a garota – Um dia não consegui aguentar mais. Peguei uma faca e o matei.

— Espera um pouco, mas seu pai está na ilha – disse Tenma assustado.

— Sim, não sei como ele veio parar aqui. Mas tenho certeza que o matei.

— Lívia, posso falar com você em particular?

— Sim – os dois saíram do meio do grupo.

— Quando eu era pequena. Meu pai me abandonou com minha mãe doente. Por causa dele ela não pode se tratar e acabou morrendo! – disse Mitsary quase chorando.

— Eu também fui abandonado pelo meu pai. Tive que cuidar das minhas irmãs sozinho – disse Luccas – A única coisa que ele deixou para nós foi esse anel que sempre uso.

— Esse anel era do seu pai? – perguntou Mitsary assustada – Meu pai usava o mesmo anel.

— Sério? Isso quer dizer que… - Todos se silenciaram diante do óbvio.

— Não poderiam ter dois desses anéis? – perguntou Saeko.

— Nunca! Meu pai o fez com suas próprias mãos! – disse Luccas alisando o objeto.

— Era o que ele dizia! – disse Mitsary – Ele sempre falava:

— Não sei fazer nada nessa vida, mas pelo menos sei criar acessórios – disse os dois ao mesmo tempo.

— Vocês são irmãos! – disse Chino feliz – Que legal!

— Eu adoraria ter um pai, mesmo que tivesse me abandonado – disse Misaki apertando a areia com as mãos – Meus pais foram assassinados numa explosão e agora aquele assassino agora me persegue nesta ilha. Eu vou mata-lo!

— Acredite, matar não leva a nada. Sei muito bem disso – comentou Mateeus olhando para a garota – Eu mandei matar meus pais. O assassino que contratei agora quer me matar como se fosse um criminoso – Ninguém esperava algo vindo de Mateeus. Nenhum deles tinha uma história agradável?

— Eu não tenho a mínima ideia do motivo de estar aqui – disse Tsuki passando as mãos no cabelo – Eu tive uma vida normal e chata até virar treinadora.

— Eu não vou contar meu segredo até a achar que é a hora está boa – disse Ryley olhando para o grupo.

— Eu sempre corri atrás da minha irmã e finalmente a encontrei – disse Tenma abraçando-a – Não sei o que me prende nesta ilha.

— Eu sei muito bem o que me prende nessa ilha. Mas não é tão fácil sair dela – disse Frendys surgindo do nada com Jake ao seu lado – Eu não confio em ninguém e nunca confiei. Desde a época que descobri que minha mãe era uma assassina e Pokémons. Com certeza minha chave é confiar em alguém, mas se o que você sentir não for verdadeiro. Nada acontece.

— Como sabe disso? – perguntou Malu olhando para o garoto.

— Ele apenas analisou os fatos e juntou as peças – respondeu Jake – Todos nós estamos aqui por um motivo. Acho que isso já foi repetido várias vezes para vocês.

— Mas eu preciso ressaltar uma coisa – disse Nero se levantando – Esse jogo não foi feito apenas para a diversão de alguém. O líder desse jogo tem motivos para tudo isso. Além de analisar o comportamento humano fazendo experiências bizarras. Ele quer capturar e prender Frame e eu. Não por causa dos nossos segredos, mas sim pelo que possuímos – Ninguém entendeu as palavras do adolescente e ele resolveu não entrar muito no assunto. Frame já entendera tudo.

— O que precisamos fazer é ligar essas pessoas que nos perseguem a nós – disse Abel tentando focar no assunto – O assassino que nos atacou na prisão é o mesmo que Mateeus contratou para matar seus pais, certo?

— Sim- respondeu Mateeus.

— Aquele homem com uma cicatriz no olho é meu pai que matei a alguns anos – disse Malu olhando para a areia.

— O homem das bombas é o assassino da minha família – disse Misaki irritada – Ele era o melhor amigo da minha mãe!

— Aquele garotinho – disse Chino corada – É meu irmão.

— Mas ele nos atacou! – disse Saeko confusa – Por quê?

— Nunca o tratei como merecia e nunca recebeu amor de nossos pais. Agora ele se tornou um doido psicopata e me odeia – Chino segurava-se para não chorar.

— Aquele coelho rosa, no qual viram. Ele é parte do meu passado – disse Jake.

— Ele só falava coisas estranhas – disse Aoi lembrando-se dele.

— Não liguem ele é doido – Depois das palavras de Jake, Lívia surge na escuridão e pula em cima de Lilith abraçando-a e chorando.

— O que houve?

— Eu te perdoo. Eu já sei toda a verdade – Lilith entendeu tudo e quase chorou junto com a garota.

— Cadê o Tenner? – perguntou Ariel.

— Ele foi para o céu! Finalmente se libertou – disse Lívia beijando Lilith no rosto – Você está perdoada.

De repente uma granada surgiu do nada e caiu em cima da fogueira, o centro da roda. A explosão foi grande lançando e ferindo todos que estavam em volta. O sangue se espalhou pela areia enquanto o terrorista segurava outra bomba:

— Misaki, quando você vai entender? – perguntou o homem – Agora que está morta, nunca poderá entender porque sua vida foi assim.

— Bom lançamento – disse Luo – Eu queria tanto ter o corpo da minha pequena Malu. Mas não posso fazer o que eu quero com pedaços espalhados.

— Você é apenas um velho que merece morrer. Nunca vou te escutar.

— Um assassino querendo me dar lição de moral. Tem que rir.

— Eu não sei como aquele garoto sobreviveu após cortar sua garganta – disse o homem de preto e chapéu que portava duas espadas – Vamos sair daqui. Tenho outros objetivos nessa ilha – O trio voltou à floresta satisfeito pela noite.