Tsuki acordou num quarto branco com uma janela à direita. Estava deitada numa maca com a roupa suja e uns curativos no estomago. Ela está estranhamente calma depois do ocorrido. Porque se estava no hospital, é porque tinha deixado a ilha.
— Tsuki, você acordou! – disse Saeko sorrindo – Se sente melhor?
— Nós saímos da ilha? Estamos fora daquele inferno?
— Infelizmente não. Esse é um antigo centro Pokémon que está abandonado. Trouxemos todos vocês para cá – respondeu Saeko.
— Espera um instante? Mais pessoas se feriram?
— Apenas Lillith, Lívia e eu saímos sem nenhum aranhão – A frase de Saeko fez Tsuki arregalar os olhos
— Como assim? Ele estão bem? Eu vou acabar com aqueles desgraçados se um deles morreu.
— Na verdade todos morremos – Nero surgiu na porta com o braço enfaixado.
— Nero? O que faz fora da cama?
— Resolvi andar.
— Como assim todos nós morremos? Como isso é possível? Estamos vivos.
— Saeko diga para ela o que me disse. Ela terá a mesma conclusão que eu.
— Sim – Saeko respirou fundo – Quando encontrei vocês, estavam cercados por uma possa de sangue. Seus corpos já estavam frios, pensei que estivessem mortos. Ainda mais Chino que encontrei com um tiro na cabeça. Mas o coração de vocês estava batendo e todos vocês estavam respirando.
— Nós não morremos. Apenas aconteceu um milagre – presumiu Tsuki.
— Milagre? Jake e Frendys respiraram um veneno mortal e estão vivos. Aoi, Tenma e Frame tiveram seus corpos perfurados por dezenas de facas e seus corações ainda batem. Mateeus, Luccas e Malu estavam horas debaixo da água e continuam respirando – Os fatos estranhos estavam convencendo Tsuki que aquilo não era normal – Misaki, Mitsary e eu fomos literalmente explodidos. Partes de nossos corpos se espalharam pela floresta. E estamos aqui.
— Aquela foi a cena mais traumatizante que já vi em toda minha vida – disse Saeko enxugando as lágrimas.
— Sem contar que tudo isso aconteceu a três dias atrás e olhe meu corpo. Está quase todo regenerado.
— O que? – Tsuki tira o curativo e percebe que o buraco da bala tinha sumido – Já estou curada.
— Isso prova uma coisa – concluiu Nero.
— Não é possível alguém morrer nessa ilha? – perguntou Tsuki.
— É o que nós desconfiamos – respondeu Saeko.
— Mas porque isso? – perguntou Tsuki confusa – Se isso é um jogo de sobrevivência, porque não podemos ser mortos?
— Talvez para evitar que os jogadores se matem sei lá. Mas está provado que não podemos ser mortos – disse Nero atravessando o quarto e olhando na janela – Essa ilha é cercada de mistérios. Mas tenho certeza que conseguiremos sair daqui.

Tenma acordou em um dos quartos. Estava meio sonolento e com muita preguiça. Estava prestes a adormecer novamente quando viu Aoi de pé na janela. Ela estava olhando para o céu, mas parecia que podia pular a qualquer momento.
— O que está fazendo? – Tenma olhou nos olhos da irmã e percebeu aquele olhar vazio que às vezes encontrava na irmã. Era nessas horas que ela agia estranhamente – Aoi desce já daí!
— Ok! – Ela de repente se jogou da janela.
— Não! – o garoto gritou . Logo depois percebeu chicotes de vinha atravessando o quarto e se enrolando na cintura da treinadora impedindo que caísse. Foi nesse momento que ela voltou ao normal.
— O que? O que estou fazendo aqui! Me puxem de volta! Por favor! Please! – Ela estava desesperada.
— Bulbasaur puxe-a rápido – ordenou Riley ao seu Pokémon. Logo Aoi estava de volta.
— Obrigada por me salvarem. Como eu fui cair da janela? – perguntou como se não soubesse de nada.
— Você é doida? Foi você que pulou! – disse o irmão.
— Eu? Tenho medo de altura! Nunca faria uma coisa dessas – disse Aoi negando o que fez.
— Parece que ela é bipolar. Já li sobre isso – disse Riley sério – Temos que trata-la o quanto antes.

— Você está melhor agora? – perguntou Jake ao amigo sentado na janela.
— Sim. Aquele veneno me fez sentir dores em todo meu corpo – ele olhou para as nuvens – Pela primeira vez vi a morte de perto. Fiquei desesperado depois inalar aquela fumaça.
— É horrível. Passei o mesmo que você lembra?
— Nunca senti nada parecido. Nunca senti tanto medo. Nunca tive medo da morte, agora que a vi de perto, aprendi a temê-la.
— Todos ser humano tem medo de morrer. Você não pode pensar que é mais fraco por ter medo da morte porque isso é normal.
— Você tem razão. Obrigado.
— Você pode contar comigo para qualquer coisa – Jake apertou a mão do amigo.
— Não acredito. Chegou minha vez – O corpo de Frendys começou a brilhar e letras começaram a rodar em volta de seu corpo.
Chave: “Confiar em alguém”
— Estou feliz que tenha confiado em mim – disse Jake sorrindo.
— Boa sorte na corrida atrás de sua chave – Frendys então sumiu deixando o companheiro só.

— Você está melhor? – perguntou Luccas olhando para a amiga que o salvara de morrer afogado.
— Sim. Não consegui derrotar meu pai – disse Malu segurando-se para não chorar.
— Calma. Tudo vai dar certo – Luccas se levantou e sentou-se ao lado da garota segurando suas mãos.
— O que está fazendo?
— O que eu deveria ter feito a um tempo – Luccas começou a se aproximar da garota. Ela corou, porem, mesmo querendo muito, algo atrapalhou.
— Maninho! – uma voz ecoou pelo quarto fazendo o garoto cair no chão. Mitsary entrou – Porque está no chão?
— Nada demais. Acabei caindo.
— Posso te chamar de maninho não é?
— Claro – Luccas estava adorando essa ideia de ter uma nova irmã.
— Você está melhor?
— Eu deveria estar perguntando. Você estava naquela explosão!
— Eu estou bem! Sou forte e saudável! – disse mostrando seu corpo enfaixado – Vamos comer? Eu tive o prazer de fazer o almoço.
— Vamos Malu?
— Vamos.