Pov. Sam

Eu ainda não acreditava naquilo, simplesmente não era verdade, não podia, meu melhor amigo não podia ter se tornado aquele homem. Lucas NÃO era assim. Eu pensava que não. 

Só depois que ele foi embora eu me lembrei que tinha mais pessoas na sala. Zac ficava perguntando se estava tudo bem, Demi perguntava se eu estava louca a ponto de falar daquele jeito com Lucas e Leo me pedia pra calar a boca e não falar mais nada com Lucas. Todos tinham medo do que ele podia fazer com a gente, mas eu não. Eu só tinha ódio. Ódio por ter acreditado naquele filho da ****, ódio de mim mesma que não ouvi Zac quando ele falou que Lucas não era uma boa pessoa, ódio do mundo inteiro, era isso o que eu sentia.

Mais ou menos 3 horas depois Lucas voltou a sala onde nós estávamos:

- Se acalmaram? - perguntou ele sorrindo de lado. - Ótimo! Porque todos nós vamos beber o sangue do animal agora.--

- Como você pode? - perguntei me levantando e dando alguns passos em sua direção. Eu ouvia meus amigos e o resto dos semideuses falando pra mim calar minha boca mas eu não conseguia, o ódio era maior.

- Como? - perguntou ele

- Você NÃO é meu melhor amigo - eu disse fungando - meu melhor amigo NUNCA faria isso -

- Sam, você não entende - falou ele - Os deuses estão no poder por muito tempo, agora é nossa hora de governar.--

- EU NÃO QUERO GOVERNAR !! - berrei para ele, que pareceu ficar nervoso.

Ótimo, eu realmente devia ter escutado os meus amigos e ficado de boca calada. Eu estava amarrada, sem armas, gritando com o cara maluco que quer criar um exército de imortais. Legal. Mas de repente eu senti algo no bolso de trás das minhas calças. Uma caneta? O que uma caneta estaria fazendo no meu bolso? Como eu puxei muito pela lerdesa do meu pai eu demorei para lembrar de Contracorrente. A caneta que ele havia me dado antes de eu ir para o acampamento, dizendo para usa-lá quando fosse necessária. Eu nunca havia usado ela, mas sempre a carregava comigo, para dar sorte. Mas como Lucas não percebeu que ela era mágica, tirou ela de meu bolso e jogou-a junto com as outras coisas que os semideuses mas meu pai já havia me explicado que ela sempre volta para o bolso depois de um tempo.   

Então tive uma ideia. Podia ser loucura, mas era melhor que nada.

- Lucas, eu realmente não quero governar NADA! - disse a ele.

O meu plano era ficar falando com ele, para distraílo, e  enquanto falava eu soltava as cordas do meu braço ( ainda bem que mamãe me ensinou como soltar nós! ) e pegava a caneta. 

- Sam, eu sei que você está frustrada mas... - ele ia dizendo. Isso mesmo. Ia.

- Não estou frustrada, apenas não quero governar nada. Eu confiei em você! Contei todos os meus segredos, pedi conselho!   - Disse e finalmente tirei a corda, segurei-a com uma mão e com a outra peguei Contracorrente.

- Sam...-

- Nada de Sam. Você não é meu melhor amigo, você é um monstro, e como todos os semideuses eu sou treinada para matar monstros.-- Dizendo isso atirei a corda no chão, peguei Contracorrente e tirei a tampa. Uma espada de bronze celestial apareceu em seu lugar e eu ataquei Lucas. 

Aquela espada era realmente boa, tipo, a única que me entendeu até agora. Mas eu não tive muito tempo para pensar nisso pois Lucas também pegou uma espada e me atacou.  Ele não tentava realmente me ferir, o que ele queria era me imobilizar, por pouco não conseguiu. Eu não sei o porque mas algo estava me motivando a vencer, acho que era pelo fato de que, se eu não vencesse Lucas iria destruir minha família. Pode até ser que eu só vira Poseidon e Atena e os outros deuses quando tinha 6 anos e nem lembro direito, mas eles ainda eram minha família. 

Não estava mais aguentando aquilo, e parecia que Lucas também não, então eu fiz um golpe, de sorte talvez,  que salvou e destruiu minha vida ao mesmo tempo. Eu, com um movimento de Contracorrente, tirei a espada de Lucas e a peguei, depois a virei seu tornozelo, fiz ele ficar de joelhos e de costas para mim e coloquei sua cabeça entre as espadas. Assim como eu havia feito com Vanessa, mas dessa vez não tinha nenhum Quíron para me tirar dali.

- Sam, por favor, não! Você é minha melhor amiga e eu sou o seu! Por favor! Você não pode fazer isso - disse Lucas.

- Sim eu posso, eu posso porque não sou sua melhor amiga e você não é meu melhor amigo, meu melhor amigo morreu a um tempo atrás. - e dizendo isso fiz um movimento com a minha espada. 

Depois se ouviu apenas 2 barulhos: o do meu choro e o de algo batendo no chão. E esse algo era a cabeça de Lucas.