In Case - Brittana(oneshoot) escrita por eternalnaya


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

A Oneshoot é baseada na música In Case da Demi. Já tava tendo essa ideia desde que a notícia da Hemo grávida apareceu... Eu pensei em escrever ela como sendo Heya, mas daí o site ia excluir e tals, então adaptei pra Brittana porque a fandom inteira tá carente delas.... Escutem a música enquanto estão lendo porque ela é muito linda.

Ah e aqui a gente finge que quem escreveu a música foi a San tá?

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410435/chapter/1

Seis horas da tarde, eu teria que subir no palco em menos de três horas e eu ainda estava embaixo das cobertas. Eu não estava com a mínima vontade de sair de casa. Não que eu fosse daquelas divas que não tem amor nenhum pelos fãs ou coisa parecida. Eu não era assim, era extremamente agradecida pelas pessoas que me ajudaram a chegar onde eu estou e eu até me divertia fazendo os shows. Mas hoje eu não estava em um dia muito bom. Hoje era um dia em que eu ficava o dia todo lembrando de uma certa loira.

Eu e Brittany crescemos juntas e acabamos nos apaixonando. Namoramos por um bom tempo, mas a faculdade chegou e nossos caminhos tomaram direções opostas. Eu fui aceita em uma faculdade na Califórnia e ela foi para Virgínia. Ambas sabíamos que os estados eram muito longe um do outro, era caro para irmos nos visitar. Só que eu a amava mais do que tudo e faria de tudo para dar certo. O problema era que ela não pensava da mesma forma. No dia da formatura, ela terminou comigo dizendo que não iria dar certo e que ela queria ter novas experiências.

Doeu. Doeu muito, mas eu aceitei sem implorar ou chorar, pelo menos não na frente dela. O negócio era, se ela estivesse feliz, por mim estava tudo bem, por que o que eu mais queria era vê-la feliz.

4 anos. Hoje faziam quatro anos desde que eu a vi pela última vez, desde o dia em que nós duas terminamos. E ainda doía quando eu pensava naquele par de olhos azuis que foram meus durante tanto tempo.

Mas como o mundo não para só por causa disso, meu celular começou a tocar e eu apenas revirei os olhos ao ver o nome ‘Shay’, minha empresária, brilhando na tela. Como previsto, ela começou a gritar que nem uma louca pelo fato de eu ainda estar na cama e não indo para o local do show. Desliguei o telefone e fui sair da cama, assim que o fiz, uma jaqueta que estava embolada entre o cobertor caiu no chão, me fazendo suspirar profundamente antes de pegá-la e a colocar mais perto de meu corpo. Brittany havia deixado aquela peça de roupa na última vez que foi à minha casa em Lima.

No começo, eu havia ficado com a jaqueta por causa do cheiro doce de Brittany que ela exalava, mas aos poucos o cheiro foi sumindo. Mesmo assim eu não consegui me livrar da jaqueta, a trouxe comigo para Los Angeles e quase todos os dias dormia com ela.

Parei um pouco de pensar no passado e resolvi ir tomar banho para não deixar a senhorita Shay ainda mais irritada.

Mas eu acho que hoje alguma força maior resolveu que eu iria ficar lembrando daqueles olhos azuis o dia inteiro porque quando eu saí do chuveiro e fui procurar uma calça, eu peguei a única porcaria de calça que tinha uma foto dela no bolso. Estava toda desbotada e era meio difícil de ver todos os detalhes, mas eu sabia exatamente em que momento aquela foto havia sido tirada.

Eu sabia que alguma hora eu ia ter que me livrar de tudo isso, me livrar dela. Mas como dizem, a esperança, também conhecida como ilusão, é a última que morre. E eu ainda me iludia pensando que um dia Brittany iria perceber que nós duas éramos feitas uma pra outra. Iludia-me pensando que alguma hora ela iria sentir minha falta e voltar pros meus braços.

Respirei fundo tentando conter as lágrimas e quando consegui, voltei a me arrumar, colocando a foto em cima de minha cama. Não demorei muito e logo liguei para Shay dizendo que ela já podia vir me pegar.

Eu não gostava de andar com motorista, mas Shay dizia que era pra ficar ‘mais chique’. Aquela mulher era uma ótima empresária, mas também a pessoa mais idiota que eu já conheci, era divertido trabalhar com ela.

Também não demorou muito para ela chegar na minha casa com o motorista. Desci as escadas rapidamente e peguei minha jaqueta de couro no sofá antes de sair pela porta e entrar no carro sentando ao lado de Shay.

– Tá gata pra quem se arrumou em menos de meia hora... – Ela falou sorrindo.

– Cala a boca... – Revirei os olhos mas logo sorri.

– Tá nervosa? – Perguntou. Essa pergunta já era normal, em todo show ela me perguntava a mesma coisa.

–Eu já passei da fase de ficar nervosa Shay... – Falei antes de retirar um papel de minha jaqueta e entregar a ela. – O que você acha?

Shay demorou seu tempo para ler e depois virou para me encarar.

– Quatro anos hoje não é? – Ela me perguntou. Shay era minha melhor amiga e a única que sabia sobre Brittany. Assenti. – Faz muito tempo você sabe né? – Novamente eu apenas assenti. – Essa música é linda. – Respondeu por fim com um sorriso carinhoso.

Abri um sorriso fraco em sua direção e nós ficamos em silêncio até chegar no local.

Seria um evento aberto a todos então estava completamente lotado e eu juro que devo ter dado uns cem autógrafos antes de entrar, só não dei mais porque Shay me arrastou pra dentro.

– Você veio se apresentar e não ficar escrevendo seu nome! – Ela reclamou enquanto me arrastavam para o camarim.

– E você é muito chata... – Resmunguei.

– Mas você me ama... – Shay me mandou beijinhos e eu revirei os olhos antes de começar a me arrumar para entrar no palco.

Toquei de roupas rapidamente. Calça preta extremamente colada, uma camiseta mais solta de banda, saltos, e os cabelos presos em um rabo de cavalo alto. Me olhei no espelho e minha roupa estava ótima, só que eu tinha olheiras enormes abaixo dos olhos, que foram causadas pela noite mal dormida. Algumas vezes eu tinha essas noites meio solitárias onde eu ficava pensando em Brittany o tempo todo, me fazendo chorar e não conseguir dormir.

Mas existia uma coisa linda chamada maquiagem e depois de vinte minutos, eu estava com uma aparência, modéstia parte, perfeita.

No mesmo momento, Shay abriu a porta.

– Tá pronta? – Perguntou.

– Aham... – Respondi saindo, mas ela segurou meu braço, fazendo-me virar para encará-la. Shay me entregou o papel que eu lhe mostrei mais cedo e abriu um pequeno sorriso.

– Canta... Você sempre diz que faz você se sentir melhor. E eu tenho certeza que todo mundo vai adorar...

Encarei o papel por alguns segundos, antes de puxá-lo da mão de Shay e voltar a fazer meu caminho até o palco.

Seria bom pra mim, expressar um pouco da minha dor sem que ninguém soubesse que ela existia. A música sempre foi o melhor jeito que eu tinha de me expressar e não seria diferente agora.

* * *

Perfeito. Era a palavra que descrevia como havia sido o show. Eu amava a sensação de amor que aquelas pessoas me passavam. E agora era a hora em que eu iria cantar a última música. A que me define durante quatro anos.

Sentei no piano e esperei que a plateia se acalmasse. Eu quase nunca tocava piano nos shows e os deixou animados ver que eu faria isso hoje. Peguei o microfone e me virei para encarar o lugar lotado.

– Eu escrevi essa música há quase dois anos... Só que ela acabou ficando guardada porque eu não tinha coragem de cantá-la, mas eu resolvi que hoje eu iria fazer isso... – Muitos gritos foram ouvidos e eu apenas sorri e esperei que eles se acalmassem. – Há exatamente quatro anos, eu perdi a pessoa que eu mais amava no mundo. Na verdade, eu a deixei ir sem implorar pra ela ficar por que eu a amava demais pra pedir que ela ficasse por minha causa. Eu fui burra de deixar ela ir e ainda mais idiota de passar quatro anos só me lamentando por isso... Eu resolvi que eu iria cantar essa música hoje porque cantar sempre me fez sentir melhor...

Pictures in my pocket
Are faded from the washer
I can barely just make out your face
Food you saved for later
In my refrigerator
It's been too long since later never came

I know
One day eventually
Yeah, I know
One day I’ll have to let it all go
But I keep it just in case
Yeah, I keep it just in case

In case you don’t find what you’re looking for
In case you’re missing what you had before
In case you change your mind, I’ll be waiting in here
In case you just want to come home

Nesse momento meus olhos já estavam ardendo e eu sabia que não adiantaria contar as lágrimas. Pensar nela me deixava desse jeito.

Strong enough to leave you
But weak enough to need you
Cared enough to let you walk away
I took that dirty jacket
From the trash right where you left it
Cause I couldn't stand to see it go to waste

I know
One day eventually
Yeah, I know
One day I’ll have to let it all go
But I keep it just in case
Yeah, I keep it just in case

As lágrimas rolavam livremente por meu rosto, mas minha voz continuava firme. O lugar todo estava em silêncio, apenas ouvindo meu pequeno desabafo em forma de música.

In case you don’t find what you’re looking for
In case you’re missing what you had before
In case you change your mind, I’ll be waiting in here
In case you just want to come home
In case you’re looking in that mirror one day
And miss my arms, how they wrapped around your waste
I say that you can love me again
Even if it isn’t the case

Comecei a me lembrar daqueles olhos azuis sorrindo para mim e um soluço abafado escapou de meus lábios, mas eu não parei de cantar.

Oh, you don’t find what you’re looking for
Oh, you’re missing my love
You dont find what you’re looking for
In case you’re missing what you had before
In case you change your mind, I’ll be waiting
In case you just want to come home
In case, yeah
Oh

Fechei os olhos com força e respirei fundo tentando parar de chorar. Enxuguei as lágrimas que continuavam a rolar por minha face e me virei com um sorriso fraco para encarar a plateia que assoviava e gritava.

– Muito obrigada – Disse meio rouca antes de me levantar e seguir meu caminho para fora do palco.

Shay me esperava na porta.

– O que você acha de sair daqui e ir beber? – Me perguntou tentando me animar.

Sorri com sua tentativa, mas neguei com a cabeça.

– Eu só quero ir pra casa. – Falei.

– Tem certeza?

– Tenho Shay, a única coisa que eu quero é dormir.

Ela apenas assentiu e segurou em meu braço me puxando para fora daquela loucura.

Depois de ter que ficar repetindo o caminho inteiro que Shay não precisava ficar comigo e que eu estava bem, finalmente o motorista parou o carro em frente a minha casa.

– Tem certeza mesmo Santana? Eu não me importo de ficar com você...

– Shay, eu estou bem. A única coisa que eu vou fazer é dormir, não precisa ficar comigo. Agora tchau. – Lhe mandei um sorriso e fechei a porta antes que ela pudesse retrucar pela milésima vez.

Entrei em casa, joguei os saltos e a bolsa para longe e me joguei no sofá. Pensei que iria ficar pensando em Brittany, mas rapidamente peguei no sono. Shows me deixavam exausta.

Brittany’s POV

Havia me mudado para Los Angeles há um mês por conta de uma ótima oferta de emprego que me ofereceram aqui. Eu era advogada. Sim, a ingênua Brittany havia se tornado uma das melhores advogadas do país.

Vim pra cá porque ganharia muito bem e trabalharia bem menos já que seria advogada de uma empresa e só precisaria trabalhar quando alguém lá de dentro precisasse de mim. Era um ótimo emprego.

Hoje, tinha acabado de sair de um processo estressante, o qual eu ganhei, e minha amiga Katie queria me arrastar para um show aberto que teria.

Eu não queria sair de casa hoje. Não era um dia bom. Por que faziam quatro anos que eu havia feito a maior burrada da minha vida deixando a mulher mais perfeita do mundo pra trás. Toda vez que eu pensava em Santana, eu me sentia a pessoa mais idiota da face da terra. Mas naquela época parecia o certo a se fazer. Eu queria ter novas experiências, conhecer outras pessoas além dela. Só que eu descobri que ninguém conseguia me fazer sentir como ela fazia. Confesso que parte de mim aceitou esse emprego por saber que ela ainda mora em LA. Teria mais chances de vê-la morando aqui do que em Virgínia.

E foi assim que Katie conseguiu me convencer a sair de casa, me falando que o show seria de Santana Lopez. Eu precisava vê-la. Escutar sua voz.

Assim que aquela morena entrou no palco, minhas pernas ficaram bambas. Ela estava tão linda, a roupa quase toda preta, a maquiagem escura. Fiquei o show inteiro apreciando aquela voz que eu tanto sentia falta, vendo-a interagir com o público e sorrir o tempo todo.

Quando ela sentou no piano, franzi o cenho, não sabia que ela tocava, mas claro né, fazia quatro anos que eu não a via. Quando ela começou a falar, meu coração quase saiu pra fora do peito. Eu sabia que era de mim que ela falava. Santana chorava enquanto cantava e eu chorava enquanto assistia. Apenas quando ela saiu do palco foi que eu saí de meu transe. Comecei a correr para a saída, eu precisava falar com ela. Uma mistura de felicidade e culpa me invadiam rapidamente enquanto eu dava um jeito de entrar nos bastidores do show.

Felicidade por saber que ela ainda me amava depois de tanto tempo, que ainda esperava por mim e culpa por tê-la feito sofrer por tanto tempo, por não ter ido atrás do amor da minha vida antes.

Só que eu havia esquecido que ela era famosa e quando achei uma porta para entrar, um cara alto me barrou.

– Eu preciso vê-la. – Falei.

– É, você e mais todos que estavam no show... – Ele me respondeu sem se mover um centímetro.

– Não, você não tá entendendo. Eu preciso muito vê-la. – Tentei novamente.

– Você e o resto dos fãs... – Ele me respondeu.

Revirei os olhos e bufei sabendo que seria impossível entrar ali.

– E outra coisa, Santana já foi embora. – Ele falou antes de fechar a porta na minha cara.

Ótimo, não seria tão difícil assim saber onde Santana Lopez mora.

Já eram quase onze e meia da noite quando eu cheguei no grande apartamento dela. Toquei a campainha repetidas vezes e nada. Continuei tocando até ouviu alguém resmungar do lado de dentro.

– Por Dios! Eu só quero dormir! – Aquela voz rouca e conhecida gritou mal-humorada do lado de dentro. Ouvi o barulho da porta. – Não Shay, eu não quero... – Sua voz morreu quando me viu parada do lado de fora. Seus olhos estavam pequenos, indicando que ela estava dormindo, mas ela os arregalou ao me ver. Ela paralisou literalmente e eu aproveitei esse tempo para observá-la. Continuava perfeita. Os cabelos mais compridos do que há quatro anos, os olhos um pouco mais frios do que eu me lembrava, mas ainda era a minha Santana. – Brittany... O que você está fazendo aqui? – Perguntou com certa dificuldade.

– Eu fui no seu show e... Você não precisa deixar tudo ir embora, porque eu não achei o que eu estava procurando, porque eu sinto muita falta do que eu tinha antes... Eu sinto falta do seu abraço, eu mudei de ideia... Eu nunca deixei de te amar... Por favor, me diz que você continua me esperando por que a única coisa que eu quero é voltar pra casa, voltar pra você... – Nesse momento eu e ela já tínhamos lágrimas nos olhos.

Santana abriu seu sorriso mais lindo em meio às lágrimas e assentiu, ela se jogou nos meus braços e começou a chorar ainda mais.

– Me desculpa San... Desculpa fazer você sofrer por quatro anos, eu fui tão burra meu amor, desculpa.

– Só não me deixa de novo... – Ela falou ainda abraçada em mim.

– Eu não vou. Nunca mais. – Falei firme. Não seria possível me afastar dela de novo.

– Eu te amo tanto Brittany... – Santana se afastou ainda com lágrimas.

– Eu também te amo San... – Respondi secando suas lágrimas com meu polegar.

– Você não vai me deixar de novo não é? – Perguntou baixinho.

– Nunca mais, eu prometo.

Antes que eu pudesse fazer qualquer outra coisa, San me puxou para um beijo repleto de saudade. Deus, como eu senti falta daqueles lábios sobre os meus. O beijo foi calmo e ali eu sabia que nem que eu quisesse eu conseguiria sair de perto dela novamente. Porque ao lado dela era o único lugar que eu me sentia plenamente feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam!!!