“Laura abandonou o grupo. Bruno e Shiro esta com os Silva. Por onde andará Mayra, Erick e Danka? Enquanto isso uma luta sangrenta se desencadeia entre os Salvatore e as do 3. Quem sairá vencedor?”

Ana foi acordada pelos gemidos de Bruno, a dor constante o trouxe de volta a realidade, ainda era madrugada, provavelmente entre as 5 ou 6 horas da manhã e eles não estavam com nenhum vigia, Ana levantou-se em um pulo e percebeu que Willian e Laura haviam sumido, rapidamente ela pegou o celular ao seu lado e constatou que eles não haviam morrido. O que haveria acontecido então?

Bruno passou a gritar de dor e Ana direcionou seu foco nele, ela trocou os seus curativos pelos últimos que tinha. Bruno passou a perguntou sobre seus irmãos e Ana respondeu que Danka havia saído à procura de Erick e que até agora não tinha noticias dos dois, Bruno ficou quieto e agradeceu pela hospitalidade de Ana, em seguida passou a tentar dormir para ver se esquecia um pouco a dor. Ana depois acordou os outros, Ryan acordou Shiro e os dois passaram a jogar um pouco de conversa fora. Juliana ao ser acordada logo percebeu o sumiço de Willian.

_Mãe você sabe o que aconteceu com Will? – Perguntou Juliana. – Ele e Laura sumiram!

_Querida fique tranquila, eles estão vivos. – Disse Ana enquanto pegava Lilian no colo quem acabava de acordar. – Eu olhei no celular, nenhuma morte.

_Tá mãe, eu também olhei, mas não é só isso o problema, afinal: Porque eles sumiram? Será que foram sequestrados? – Juliana começava a ficar preocupada.

_Minha querida, sente aqui. – Disse Ana apontando para um tronco de árvore no chão que podia ser usado como banco. – Eu tenho uma leve ideia do que pode ter acontecido, mas você deve manter o controle se quiser que eu diga.

_Claro mãe, me conte logo o que você acha. – Disse Juliana enquanto sentava. – Só espero que eles estejam bem.

_Juliana as coisas estão ficam cada vez piores, e tendem a ficarem mais tensas. – Disse Ana com calma. – Você lembra como Laura estava estranha ontem né?

_Eu não entendo aonde você quer chegar com isso mãe.

_Ju esse jogo realmente esta acontecendo, agora nós e a família de Laura somos rivais. Laura estava assustada ontem, provavelmente ele vê a todo mundo como uma ameaça para ele, por isso é possível que ela rompeu o grupo e fugiu ontem a noite!

_Não pode ser mãe, o Will jamais permitiria isso!

_Ju eu imagino como isso deve ser difícil pra você. – Disse Ana se aproximando de sua filha. – Mas agora é perigoso demais você e Willian se encontrarem, lembre-se das palavras de Owler: Não pode haver boas relações entre as famílias!

_Mas e Bruno e Shiro, por que eles podem ficar entre nós? – Juliana começava a ficar nervosa.

_Bruno precisa de ajuda e Shiro também, Ju nós não tocamos Laura e Willian daqui, eles saíram por vontade própria.

_Mas mãe, eu amo Will. – As lágrimas começavam a cair dos olhos de Juliana enquanto ela dizia as palavras gaguejando. – Nós não podemos ser rivais, não podemos nos matar!

_Eu já havia percebido que vocês estavam se gostando minha querida, e isso era o que eu mais temia. – Ana passou a abraçar Juliana. – Eu não suporto a dor de te ver sofrer Ju.

_Mãe eu já estou cansada de tudo isso, eu quero sair daqui logo, e quero levar Will desse lugar. – Disse Juliana aos prantos.

_Minha Ju, á quanto tempo nós não temos uma conversa decente desde que essa loucura começou! – Começou a lamentar Ana, se sentindo culpada por tudo aquilo. Pelo sofrimento de sua filha e por não poder fazer nada para ajudar.

Juliana deitou no colo de sua mãe e terminou de derramar suas lágrimas enquanto tinham uma conversa maternal e refirmavam seus laços familiares. De longe Ryan acompanhava tudo mas nada disse ou fez, não queria atrapalhar aquele belo momento entre as duas.

Longe dali estava John e David vagando pela floresta da ilha, os dois estavam muito fracos e cansados, não comeram nada desde a explosão do grande salão, já era quase meio dia e o sol estava os matando, principalmente por que a sede os consumia, e não havia água potável em lugar nenhum. Para piorar os dois não conseguiram dormir a noite, primeiramente por causa do medo de serem atacados, e segundo por causa dos mosquitos e pernilongos que os picaram constantemente.

_David nós vamos morrer! – Falava John enquanto andava quase se curvando. – Eu não aguento mais!

_Calma John, nós já andamos demais, logo encontraremos algo para comer e água, vamos procurar só mais um pouco e depois paramos para descansar.

Andaram por mais meia hora, subiram um monte que havia ali e por fim chegaram a um desfiladeiro na colina, o barranco tinha entre 15 a 20 metros de altura, perto do barranco eles encontraram finalmente uma árvore frutífera, era uma bananeira. Com o machado de John eles derrubaram a árvore e passaram a comer as bananas do único cacho que a árvore tinha. As bananas não os saciaram completamente, afinal quando se esta com muita fome frutas não são o suficiente, mas foi realmente satisfatório colocarem algo no estomago depois de tanto tempo. Enquanto comiam David começou a falar:

_Lembra de quando a gente se conheceu? – John acenou que sim com a cabeça enquanto comiam. – Foi em uma balada que tinha tudo para ser qualquer, se não fosse por um cara que eu nem conhecia que não parava de me encarar. – Terminou John em risos.

_É, mas esse cara era muito levado e gostou de ser encarado. – Continuou John. – Gostou tanto que sem nem saber minha orientação sexual me roubou um beijo no meio de todo mundo.

_E em seguido fomos postos para fora da balada por causa daquele povo preconceituoso. Tivemos sorte de não apanharmos.

_Bom, pelo menos nós nos conhecemos melhor depois de sermos despejados. E eu tive uma das melhores noites da minha vida.

_Verdade. – Continuou David. – Apesar das dificuldades que passamos desde que nos conhecemos, e na maioria das vezes por causa de preconceito de gente tapada, eu agradeço por ter te conhecido.

_Eu também. – Respondeu John, e em seguida dando um beijo em David.

_John, eu prometo que vou te proteger. – Disse David dando um forte abraço em John. – Eu não deixarei você morrer aqui!

John e David continuaram sentados pertos da colina olhando para o horizonte após comerem pensando no que fariam para encontrar água, eles tinham visto nos primeiros dias na ilha que havia um riacho com água límpida e doce na ilha, mas perderam a localização, e não faziam ideia de onde estavam apenas sabiam que se encontravam no ponto mais alto da ilha, eles andaram tão aleatoriamente que acabaram se perdendo. Foi quando eles ouviram alguns barulhos.

David se levantou rapidamente com a metralhadora na mão e seguiu para onde o barulho vinha, mas ele só se deu conta de que era uma distração quando viu que as pequenas pedras caindo ao chão estavam sendo atirados do outro lado. Aquilo era uma armadilha para mudar o foco sobre de onde realmente viria o ataque, David tentou se virar rapidamente e avisar John sobre o perigo mas não teve tempo, logo sentiu uma flecha transpassando sua mão fazendo assim sua metralhadora cair no chão, deixando-o desarmado.

Sucessivamente Saw e Nataly apareceram do meio do matagal atrás deles, Saw correu para cima de David, com sua besta ela deu mais algumas flechadas, mas David desviou de todas as flechas, Saw logo ficou sem munição, ela jogou a besta no chão, então deu um pulo e mandou-lhe um chute na cara, fazendo-o cuspir sangue, David caiu no chão e levou outros chutes e pontapés de Saw que queria distanciá-lo da metralhadora, para que ela pudesse toma-la para si. David rapidamente se apercebeu disso e no próximo chute de Saw ele agarrou a perna dela e a puxou, derrubando-a, os dois ficaram cara-a-cara e se rolaram no chão acertando socos um no outro.

Enquanto isso Nataly partiu para cima de John, ela queria tentar pegar o machado dele, John ergueu seu machado e tentou deferir um golpe em Nataly, mas sua prática ainda era muito ruim e ele mal teve forças para erguer o machado, fazendo assim apenas um pequeno corte no ombro de Nataly desnudando o ombro e o seio esquerdo dela. Nataly desarmada deu um chute na mão de John fazendo-o soltar o machado, John com o pouco de força que tinha jogou o machado para longe, Nataly correu para pegá-lo mas John a segurou pelo cabelo, ela se virou e deu-lhe vários socos, mas mesmo assim ele não a soltava, John sabia que sua vida dependeria de não deixa-la chegar no machado.

David que ainda rolava no chão com Saw deu um chute na barriga dela, tirando-a de cima de si, em seguida ele se levantou e enquanto ela ainda estava no chão ele deu um chute bem forte na cara dela, fazendo Saw cuspir sangue com alguns dentes, David a deixou atirada no chão ainda tentando se recuperar e foi pegar sua metralhadora, mas Saw segurou seu pé, David com o outro pé dava chutes no rosto de Saw, mas mesmo assim ela não o soltava, os dois já estavam muito fracos.

Nataly rastejava pelo chão chegando cada vez mais perto do machado, enquanto perdia punhados de cabelos na mão de John que os segurava fortemente, o couro cabeludo de Nataly já começava a sangrar e para piorar sua visão de apenas um olho não a ajudava, ela olhava para trás e tentava chutar John, mas errava a maioria das vezes por que sua visão a prejudicava. Finalmente Nataly agarrou o machado, ela se virou rapidamente e o usou para cortar o pouco de cabelo que John ainda segurava após fazer isso Nataly já estava quase careca.

Nataly e John se levantaram sucessivamente, John tentou dar um soco na cara de Nataly, mas esta facilmente desviou, segurou o braço de John e o girou fazendo John ficar de costas para ela, Nataly ergueu o machado e o colocou no pescoço de John, ela apenas não decapitou John na mesma hora porque na frente dela David acabava de dar um forte chute na cabeça de Saw que a deixou inconsciente, David pegou sua metralhadora e apontou para a cabeça de Saw:

_Se você fizer qualquer coisa com ele se prepare para ver o cérebro da sua amiga se espatifar. – Gritou David nervoso para Nataly com o nariz sangrando, alguns cortes no rosto e cuspindo sangue. – Porque vocês estão fazendo isso?

_Nós precisamos das dádivas! – Gritou Nataly que segurava o machado tão forte contra John que o no pescoço dele já começava a sangrar.

David parou para analisar e percebeu que a carne no olho de Nataly já estava putrificada, se ela ainda não tinha pegado nenhuma doença logo pegaria, e as duas também estariam passando pelos mesmos problemas de comida e água que os dois. Para piorar após esta briga os dois lados agora necessitariam de muitos remédios e curativos para sobreviverem, todos tinham machucados e cortes por todos os lados.

_Nós também estamos sofrendo assim como vocês! – Respondeu David com a metralhadora apontada para Saw.

_Vocês não estão sofrendo nada, vocês nem sabem o que é sofrer. – Respondeu Nataly com o olhar invicto em Saw que não se mexia, Nataly passava a duvidar se Saw ainda estivesse viva, mas os celulares ainda não haviam tocado. – Eu e Saw já estamos acostumadas com o sofrimento muito antes de virmos para essa ilha.

_Por favor né, não seja hipócrita nós também somos um casal homo assim como vocês, sabemos muito bem o que é sofrer preconceito e outras coisas aí fora!

_Não me importa! – Gritou Nataly em um ato de fúria já perdendo o controle, John olhou desesperado para David. – Nós queremos a dádiva! Nós queremos sair daqui! Nós queremos o dinheiro! Só assim seremos felizes.

_Então vocês querem ser as vencedoras, acham que assim serão felizes, acham que dinheiro resolverá seus problemas? Como você se sentirá carregando o sangue de todas as pessoas em suas mãos?

_Eu não me importo, esse dinheiro resolverá todos os nossos problemas e eu não me refiro só ao preconceito não, vocês realmente nunca passaram por nenhuma dificuldade, não sabiam o que era passar fome até chegarem aqui, deixa eu te contar uma coisa seu viado: Não existe diferença entre isso aqui e o mundo aí fora!

_Escuta aqui sua vadia, estou perdendo a paciência, é bom você soltar logo o John . –Respondeu David que passou a se aproximar de Saw, ela estava acordando, David passou a dar chutes em Saw que rolava para a beira do barranco e não conseguia se defender. – E então?

Saw olhou para a Nataly com a cara toda machucada e subitamente levantou-se e agarrou a metralhadora nas mãos de David, os dois passaram a brigar pela posse da arma, David deu alguns tiros com a metralhadora e estes acertavam o pé direito de Saw que passou a gritar de dor mas mesmo assim não soltou a arma, Saw então deu uma cabeçada em David que caiu e soltou a arma, Saw então caiu barranco a baixo rolando com a arma de David.

Sucessivamente Nataly soltou o machado e John que caiu de joelhos no chão, Nataly correu para Saw que rolava o barranco e soltava gritos de dor. Nataly não pensou duas vezes em descer aquele barranco, e assim as duas sumiram desfiladeiro abaixo.

John ficou imóvel por um tempo, mas logo voltou a realidade e se aproximou rapidamente de David que estava jogado no chão.

_David, David, você está bem? – Perguntou John colocando a cabeça de David em seu colo.

_Ai, John. – Começou David tossindo sangue. – Que bom que você está bem.

_Isso não é importante, você esta todo machucado David! – John começou a se desesperar. – Precisamos de ajuda, urgente!

_Calma John, ninguém vai nos ajudar, nós precisamos sair logo daqui antes que aquelas lesbicas voltem.

_Você acha que elas ainda vão voltar? – Perguntou John.

_Mas é claro né, elas querem matar, para obterem as dadivas, e com a metralhadora ficará mais fácil ainda.

_Eu achei que Saw morreria ao cair do barranco.

_Eu também, mas os celulares não tocaram, então elas estão vivas! É só questão de tempo até se recuperarem e voltarem para nos matar.

_E para onde nós iremos?

_Precisamos nos afastar o máximo possível daqui, acho que quanto mais ao centro da ilha melhor.

John e David rapidamente se levantaram, John pegou o machado, David se apoio em John pois era claramente o que mais estava machucado, com dificuldade os dois saíram de lá mancando e seguiram para dentro da floresta. Era quase umas 4 horas da tarde quando David começou a perder a consciência, os chutes de Saw em sua cabeça o afetaram. John ficou acordando David quando ele começava a fechar os olhos.

No centro da ilha John e David finalmente encontraram o pequeno riacho com água doce que tanto procuraram, John deitou David no chão e usou suas mãos em forma de conchas para pegar água e dar para David beber. Depois de matar a sede dos dois, John passou a limpar os machucados de David com sua própria camisa. John queria ajudar mais, mas não fazia ideia do que fazer, apesar de John também estar machucado David estava claramente pior, ele já havia limpado todo o sangue que podia, John não tinha remédios ou curativos para ajudar David, muito menos comida, John em seu desespero começou a chorar no tórax de David enquanto esse fechava os olhos.

John ficou chorando sobre David por alguns minutos enquanto analisava sua situação, a única maneira de salvar David da morte certa seria obter uma dádiva, foi isso o que John pensou.

_David, eu já sei como te salvar.

_O que você vai fazer John? – Perguntou o outro Salvatore abrindo os olhos.

_Eu vou matar aquelas lésbicas desgraçadas! – Respondeu John determinado.

_Não! – Gritou David com todas as forças que ainda tinha. – Eu não quero ver você em perigo, eu jurei te proteger!

_Mas se eu não fizer nada você irá morrer. – Disse John aos prantos. – Eu não posso viver sem você David! – Respondeu John voltando a chorar.

A conversa entre os dois prosseguiu. Voltemos agora o foco ao que aconteceu com Saw e Nataly.

Após Saw cair do barranco segurando a metralhadora Nataly a seguiu, quando Nataly finalmente chegou a Saw esta estava totalmente machucada e desacordada.

_Saw!Saw! – Gritou Nataly enquanto a balançava.

_Nataly! – Disse Saw ao abrir os olhos. – Aquele desgraçado, ai, estou toda machucada na certa quebrei algumas costelas. Não pensei que seria tão difícil cuidar daqueles viadinhos. – Saw se levantava enquanto falava.

_O que vamos fazer agora Saw? – Questionou Nataly.

_Você não matou o outro? – Perguntou Saw.

_Não! Eu vim correndo atrás de você quando você caiu.

_Pois devia ter aproveitado a oportunidade, assim já teríamos obtido uma dádiva e ajudaria agora que estamos todas machucadas. – Repreendeu Saw, ficando nervosa com Nataly. – Mas já foi, o jeito é irmos atrás deles agora, não podemos perder tempo.

_Mas Saw você esta toda machucada! – Disse Nataly. – E como vai andar com esse pé desse jeito?

_Isso é verdade, então o jeito será pensarmos em uma armadilha melhor, você imagina para onde eles poderiam ter ido? Temos que aproveitar enquanto eles ainda estão fracos.

_A única coisa mais próxima daqui é aquele riacho pelo qual passamos quando estávamos procurando alguém pra matar.

_Então vamos para lá, mas com cuidado para não fazermos barulho, vamos pegá-los de surpresa novamente.

Saw se apoiou em Nataly segurando a metralhadora e foram para o riacho, no meio do caminho Saw explicou o plano para Nataly:

_Você novamente irá cuidar de John, enquanto isso eu ficarei escondida com a metralhadora bem próxima de David, você devera levar John para onde ele não possa atrapalhar. David provavelmente não deve estar nem podendo se mexer, sendo assim eu facilmente o matarei primeiro, e depois cuidamos do outro.

Nataly concordou com Saw e as duas seguiram, Saw ainda estava muito machucada mas fazia o máximo para não soltar nenhum grito ou gemido de dor, finalmente elas encontraram os dois no riacho, e como imaginaram David estavam deitado, machucado, pensaram que até mesmo estivesse desacordado porque os dois não conversavam mais, então Saw se escondeu com a metralhadora no matagal, e Nataly apareceu na frente dos dois. Outra luta sangrenta e mortal estava para começar.

“Finalmente as lutas começaram, finalmente a ação! Essa é uma das melhores partes do jogo. Quem irá viver nessa carnificina? Nataly, Saw, David e John: Algum desses morrerá? O Jogo Maldito não tem piedade de ninguém!”