P.V Beck

Se naquela momento aquelas palavras mau mau se encaixavam em minha cabeça eu não podia sequer imaginar o que se passava pela de Jade agora.

Assassinato,eu nunca havia pensado nisso,embora eu pudesse imaginar alguns bons motivos que levassem alguém a querer o mal do Super Caio,no entanto nada tão grave a ponto de morte.

–O-o Caio...-Jade tentou encontrar sua voz,mas tudo o que ela conseguiu foram palavras soltas,a revolta eminente em seu rosto,seu cenho franzido,a dor pairando em seus lindos olhos.

–Olha Jade,eu sei que pode ser um momento bem delicado agora mas precisamos que nos diga se sabia se Caio tinha algum envolvimento em coisas pesadas...-murmura o policial,obviamente retirando Jade de seu transe,eu acredito que se ele não fosse um policial armado ela teria lhe dado uns belos tapas,aqui e agora.

–Como a máfia e trafico internacional de drogas?-perguntou ela,para minha surpresa com a voz calma,talvez porque ela ainda não tivesse assimilado as coisas.

–Sim,ou talvez alguém-pude jurar que vi seus olhos se cruzarem para mim e novamente para Jade-Que pudesse ter algo contra Caio.

–Bom...eu acho que não embora ele tenha uma legião de garotos babacas que morriam de inveja dele,porém,acredito que nenhum a ponto de querer mata-lo.- ela diz pacificamente,mas mesmo assim consigo ouvir sua voz falhar no final da frase como se nem ela tivesse certeza de suas palavras.

–Olha,talvez seja melhor voltar para casa,isso pode te dar um tempo para pensar- ele revira os olhos e se levanta-Qualquer pista,qualquer suspeito...-ele fez uma longa pausa,seus olhos vazios me fitando de rabo de olho-Me ligue.

E então o policial se foi e Jade que havia se levantado para apertar a mão do mesmo caiu notavelmente sem forças novamente na cadeira,sua pele ainda mais branca e pálida do que o habitual,suas mãos tremulas,seus olhos vagos,como se ela estivesse a ponto de explodir.

Eu sabia que seria apenas uma questão de tempo para ela se afogar em lágrimas e consequentemente em seguida um disparo longo de palavrões e insultos a todos que passassem por sua frente;

Ainda sabendo que Jade estava desligada de tudo a sua volta a peguei pelo ombro e a direcionei para fora do estabelecimento,estávamos a pouco tempo de sua casa,e andar um pouco poderia fazer bem a ela.

Quando chegamos é exatamente como eu havia previsto ou até pior já que ela se lança várias vezes conta meu corpo como se tentasse um grande impacto que a desmaiasse,ou que ao menos a deixasse fora de si por algum tempo.

–Jade calma-disse por fim quando ela se sentou no sofá,a cabeça entre os joelhos,as mãos vermelhas,ainda tremendo...depois de um longo silêncio eu só podia esperar os palavrões,pratos quebrados assim como tudo que ela visse pela frente, no entanto hoje Jade havia tirado o dia para me surpreender,ela simplesmente ergueu a cabeça,os olhos vermelhos,a respiração alterada e ainda sem dizer nada ela me abraçou,me apertando tão forte quanto já pensei ser possível,e ficamos ali por um tempo indefinido,apenas o calor de nossos corpos e o som das lágrimas que cortavam a garganta de Jade.

Ouvimos a chave girar na porta e a mãe de Jade apareceu cheia de sacolas, enquanto Jade me soltava e subia apressadamente para o quarto.

–Tudo bem,eu me viro com as sacolas,vá vê-la.-ela murmura em um meio sorriso e subu atrás de Jade.

Assim como já esperava a porta do quarto entre aberta

–Posso entrar?-pergunto me colocando de pé na porta

–E desde quando você precisa de convite Oliver?-ela respondeu rápida e sarcástica, ela estava de volta,mas não bem.

Entro e me sento na cama a seu lado,suas mãos ainda vermelhas e um pouco frias,tudo o que eu queria agora era segurar suas mãos pequenas e esquenta-las nas minhas.

–Você esta bem?-pergunto,e me arrependo assim que as palavras saem da minha boca,Jade da um sorriso de lado e joga a cabeça para trás como se fosse a melhor piada que ela ouvirá durante todo o dia,enfim,eu ficava feliz em ao menos diverti-la.

–Na verdade,eu só me sinto confusa.Sabe,não existe mais a culpa a que me agarrar,eu não posso mais simplesmente me culpar por ter "matado" o Caio,e eu sinto como se não me sentir culpada fosse errado,como se a culpa fosse uma velha amiga que simplesmente se vai deixando um...vazio.-ela se silencia novamente e tento absorver suas palavras.

–Talvez seja apenas o mundo querendo colocar as coisas no seu devido lugar-digo e Jade da de ombros,ela nunca havia dado a mínima para o que o destino queria,ela sempre pareceu segura em manipula-lo e faze-lo de acordo com suas regras,mas agora,diante de tudo,ela mesma parecia não ter confiança em dar o passo seguinte

Após rolar os olhos Jade se deita e coloca a coberta por sobre o rosto,como se não quisesse falar mais nada,dando a entender que queria ficar sozinha.

Me levantei e segui para a porta,eu não me sentia bem a deixando,no entanto se ela queria isso,quem seria eu para dizer o contrário.

P.V Jade

Coloquei a coberta por sobre o rosto,eu não estava preparada para encarar Beck ainda,sem toda a culpa me consumindo,era como se o desejo que eu sentia por ele aumentasse,era como se me corpo ardesse em brasa,eu só conseguia pensar em seu sorriso,seus músculos perfeitamente moldados por debaixo de suas roupas,seu cheiro que agora empesteava todo o quarto.

O senti se levantar,respirei fundo,esperando ouvi o barulho da porta se fechando para voltar a realidade do meu quarto bagunçado.

Minha cabeça girava,eu não sabia que direção seguir,mas eu podia ouvir Caio murmurar em meu ouvido,rindo da minha fragilidade "Não seja boba Jay,não existem motivos para chorar" Consigo reformular em minha mente,as suas últimas palavras,eu quase podia sentir o gosto das palavras saindo de sua boca "Seja feliz" E depois mais nada,nem mais um conselho,uma carta,um adeus decente.

Olhei para o teto,eu sabia que poderia me arrepender amargamente do que eu faria,mas eu precisava tentar "Não fuja como uma covarde West",bufei e sai da cama em passadas longas,eu sabia que Beck estava sem carro então ele voltaria para a HA para busca-lo.

Eu só precisaria ser breve,sai do meu quarto,sem nem ao menos olhar para o lado,procurando desesperadamente por meus chinelos.Passo por minha mãe no corredor,ela me diz alguma coisa que eu nem sequer escuto e só respondo com um grunhido.

Abro a porta,o vento frio cortando meus cabelos,reviro os olhos,eu não poderia sair assim,de chinelos e roupa fina durante o que poderia ser uma das piores frentes frias de toda Los Angeles.

Bufo alto,eu odeio quando meus planos não dão certo,no entanto agora tudo o que eu não quero é voltar para meu quarto.

Ouço um pigarreio baixo vindo da cozinha e olho sem animo para o lado,Beck parado junto a porta,com um xícara que saia fumaça nas mãos me encarava como se eu fosse uma de suas melhores distrações.

–Indo a algum lugar?-ele pergunta se aproximando,o calor que saia de seu copo tomando meu corpo que havia se esfriado com a rajada de vento.

–Na verdade eu acho que não.-ele sorri de lado,o aroma incrível de chocolate quente,canela e gengibre me faz derreter e Beck me arrasta para a cozinha enquanto ele prepara o meu.

Vê-lo ali,a tão pouca distância de mim me enlouquece de maneira surreal,porque eu simplesmente não arranco suas roupas e transo com ele ali mesmo?Porque eu não consigo parar de olhar para sua perfeição.

Quando ele finalmente termina meu chocolate, nos sentamos na mesa e compartilhamos do mesmo silêncio,tento me concentrar no meu chocolate mas percebo o olhar quente de Beck em mim,quando olho para cima ele não tenta desviar o olhar,apenas respira fundo,se levanta,deixa sua xícara em cima da pia,contorna a mesa, me da um longo beijo na testa e caminha em direção a porta.

–Beck?-ele me olha confuso-Fica...-faço uma grande pausa-Ta frio la fora,parece que uma tempestade está prestes a chegar e você esta sem carro.

–Daqui a HA é perto,eu estaria em casa antes da tempestade apontar no céu.

–Beck,você não ouviu o que eu acabei de dizer?-perguntei emburrada,se ele estava prestes a me fazer implorar para ele ficar,bom,ele estava redondamente enganado.

–Ouvi,eu só queria te ver repetindo.-ele confessa sorrindo,reviro os olhos-Porquê você não arruma o sofá para mim...talvez realmente não seja uma boa sair em meio a uma tempestade.-mordi o lábio

–Sabe o sofá é meio desconfortável...-Beck sorri se aproximando.

–E?-ele joga verde,dou de ombros

–Quem sabe,sei la...tem o meu quarto..-e ele me silencia com um beijo,um longo e perfeito beijo,nos chocamos contra a parede,ele agora beija me beija com fúria,desejo, suas mãos que estavam segurando fortemente minha cintura,passam por minhas pernas me permitindo um gemido rouco o que o faz sorrir.

A noite de hoje,prometia ser quente.

(continua...)

Katniss e Peeta (porque eles são muito mais amor ♥ )