Pov' Percy Jackson

Eu e Clarisse começamos a reclamar a respeito do Olimpo, mas para minha infelicidade aparentemente minha mãe estava a favor da minha punição, alegando que eu tinha que arcar com as consequências dos meus atos.

Entramos em uma espécie de discussão que logo se resolveu, da forma mais amigável que vocês podem imaginar…. Isso mesmo uma ameaça. Sally Jackson pode até ser boazinha, porém a mesma sabe muito bem como conseguir algo de seu filho. Bastou que ela ameaçasse esses últimos dias de paz para que eu me calasse. Antes das seis horas minha mãe vai embora resolver alguns problemas e restamos apenas eu e Clarisse no apartamento.

Não sei bem o que devo dizer a ela depois de tudo, estou muito feliz por tudo que compartilhamos, estou mesmo. Clarisse contou a mim coisas que nunca tinha dito a ninguém antes na vida, porém saber de tudo isso torna complicado. Não sei se a morena está bem o suficiente para conversar agora ou mesmo se quer conversar comigo….

— Posso saber o que se passa na sua cabeça?

— Clarisse! Você me assustou.

— Você que me assustou, disse que ia pegar um copo d’água e nunca mais voltou. O que faz parado no meio do corredor?

— Nada.- Digo nervoso, não quero que a morena perceba.

— Nada? É assim que me responde agora? Eu te conto tudo a respeito da minha vida... Peraí, é isso, né? É por isso que você está estranho?

— Eu não estou estranho.- Falo ainda mais nervoso.

— Jackson, me faça um favor! Aprenda a mentir. O Jackson que eu conheço não consegue fechar a matraca mesmo que tente.

—E quem disse que eu fechei a matraca? Eu posso conversar sobre o que você quiser!

—Pare de agir como um idiota!

—É você que está agindo como uma idiota. Fazendo tempestade num copo d'água, eu só estava distraído. Vamos ver a Annabeth segunda, e sabe de uma coisa acho que ainda gosto dela.

—O quê?- Grita, Clarisse num misto de surpresa e raiva.

—Viu, te peguei. É só uma brincadeira, Annabeth passado. Você, querida, é meu futuro.

—Não me chama de querida. É brega!

—Desde que eu não te chame de querida, você vai ser meu futuro, então?

—Não foi isso que eu disse.

—Mas foi isso que eu ouvi.

—Pois, saiba que você sonha de mais, Jackson!

—Só eu que estou sonhando, então? Tudo bem, posso deixar esse beijo para outra então…

—Você é muito tolo por pensar que eu iria…- Antes que Clarisse tivesse a chance de terminar de falar a beijo, a filha de Ares reluta um pouco, mas logo se entrega. E quando vemos já estamos no sofá. O beijo é cheio de uma paixão e um desejo latente, como se só agora tivéssemos realmente nos entregado a esse sentimento louco. Clarisse segura meu cabelo com uma firmeza e sensualidade, que Annabeth simplesmente nunca conseguiu alcançar, minha mão está em seu rosto, ainda sem acreditar muito no que estou fazendo.

Quando paramos eu sorrio pra ela e por mais incrível que possa parecer a morena retribui meu gesto, como se finalmente tivesse aceitado o que o destino está nos fazendo fazer.

— Fico feliz de estar aqui com você, Clarisse!

— Eu também, Percy. E não digo isso, só porque estaria sem casa se não estivesse aqui.- Clarisse fala com um ar risonho no rosto.

— Fico realmente feliz por isso. Você é especial pra mim, Clarisse. Não sei porque, mas você é.

—Percy, desculpa cortar sua onda e tal, mas sabe eu posso até estar gostando de você, mas eu ainda sou uma filha de Ares. Então, tanta fofura num dia pode não ser uma boa.

—Você está gostando de mim, então?

—Quem sabe? Me beije e descubra!- Diz Clarisse com um riso por trás da seriedade.

—Ousada você. Se Ares te ouvisse assim.- Falo após beijá-la.

—Ele estaria orgulhoso.

—Como sabe?

—Só um palpite.- Depois disso voltamos a nos beijar, e continuamos a fazer isso por mais um longo tempo. Quando minha mãe chega, eu e Clarisse já nos encontramos nos nossos respectivos lugares, ela no meu quarto e eu na sala, sonhando em como seriam os últimos dias.

Acordo, meio desesperado, apesar de não ter dito nada a minha mãe tenho planos, pretendo levar Clarisse para conhecer a Nova York, que a morena ainda não teve o prazer de conhecer.

— Posso saber o que pretende com isso? Não passa das nove e você já quer me tirar da cama?- Diz Clarisse, logo depois de eu acordá-la.

— Vamos vai ser legal, quero que você conheça Nova York.

— Eu já conheço Nova York. Vi filmes o bastante sobre ela.

— Levanta, Clarisse. Eu não vou repetir.

— Ok, ok. Já estou indo.- Depois de meia hora de luta, a morena se levanta, e nos partimos para o passeio que não nos esqueceremos nunca mais, pelo menos é isso que eu espero.

— E aí, guia de turismo, para aonde pretende me levar?

— Em primeiro lugar vamos tomar café. Bem, ontem você compartilhou sua vida comigo e eu achei que seria legal se eu fizesse o mesmo com você. Nessa lanchonete eu passei grande parte da minha infância, minha mãe trabalhou aqui por anos...

— Oi, Percy. Já está de volta?- Diz Paula, uma garçonete muito amiga da minha mãe, que é como uma tia para mim.

— Já. Essa é Clarisse, uma amiga. Clarisse, essa é minha tia Paula, uma das melhores amigas da minha mãe.

— É um prazer.

— O prazer é meu. O que posso trazer a vocês?

— O de sempre.

— Bem, panquecas e wafles azuis. Vocês são realmente fascinados com isso. É a segunda vez da semana.

— Bem, eu comia assim praticamente todo dia. Era uma coisa minha e da minha mãe. Como posso te explicar, era o modo que ela tinha de me mostrar que tudo era possível, até mesmo panquecas azuis.

— Sua mãe é uma pessoa muito legal.

— Eu sei, e sofreu muitos anos por minha causa. Meu antigo padrasto a tratava como um verdadeiro o lixo, o único motivo dela permanecer com ele por tanto tempo foi me proteger.

— Sabe, Percy não foi por que eu te contei todas aquelas coisa, que você precisa me contar tudo isso.

— Eu quero. De verdade.- Após o café da manhã, seguimos caminho até Madison Square Park.

— Eu jurava que você me levaria até o famoso Central Park.

— Por que? Quer ir lá? Nós podemos ir se quiser.

— Talvez outro dia. Agora quero saber o porque desse parque ser especial pra você.

— Está me deixando diabético desse jeito, Clarisse.

— Podemos acabar logo com isso?

— Ok, bem eu costumava vir muito a esse parque quando eu era pequeno. Sei lá sempre tive a impressão que se corresse veloz o bastante poderia alcançar meu pai... Não sei explicar eu só tinha essa ilusão que de alguma forma, meu pai estava perdido e eu precisava encontrá-lo. É bobo!

— Não é não, não é exatamente a mesma coisa, porém quando eu era mais nova eu acreditava que o meu viria me buscar. Cheguei a imaginar até o carro que ele estaria dirigindo e até mesmo o que falaria.

— Tenho pena de nós, semideuses! Somos eternos órfãos e quando descobrimos não somos, somos obrigados a lutar com monstros. É uma vida cruel.

— Somos criados para o abate. Deuses deveriam parar de ter filhos com mortais, seria melhor.

— Mas aí não existiríamos. Vem, vou te mostrar cada canto do parque que eu costumava frequentar.- Eu mostro a ela os lugares onde costumava me esconder e recheio a vida dela com histórias da minha infância: coisas boas e ruins. Todo o tipo de lembrança que o lugar me recorde.

— Mais algum lugar pra me levar, guia?

— Bem, existem muitos, mas hoje acho que podemos parar numa sorveteria e só aproveitar o momento. Não vamos ter tempo de fazer isso semana que vem.

— Incrivelmente eu estou de acordo.- Passamos o resto do dia curtindo um ao outro, de uma maneira que eu nunca imaginei que pudéssemos. Estranhamente estou amando cada segundo que essa nova paixão está me trazendo, é como se Annabeth nunca tivesse existido.