Pov' Clarisse La Rue

Acho que atordoada, é a melhor palavra para descrever o que sinto. Por mais que eu tenha tentando evitar acabei nos braços do Jackson outra vez. E isso me revolta, é como se eu não tivesse mais controle sobre mim mesma. Corri o mais rápido que pude até a Casa Grande, Quíron precisa mudar isso. Não posso ver Percy tantas vezes na semana, não posso lidar com tantos sentimentos.

Com o máximo de força que consigo esmurro a porta esperando que senhor D. ou Quíron apareçam. Demora um pouco, mas assim que o centauro abre a porta eu começo a falar. Nunca estive tão desesperada para conseguir algo.

— QUÍRON, EU PRECISO TROCAR DE DUPLA! VOCÊ CONHECE A MIM E O JACKSON, NÃO PODEMOS LUTAR JUNTOS. VOCÊ SABE DISSO, VAMOS ACABAR DESTRUINDO O ACAMPAMENTO NO PROCESSO!

— Calma, calma, senhorita La Rue... Pode me explicar devagar o que está acontecendo.

— O estúpido filho de Afrodite que você contratou ...

— Ele é seu professor, Clarisse! Mais respeito!

— Que seja! Esse idio... Ok , meu amado novo professor me colocou para lutar com o Jackson.

— Não posso fazer nada por você, senhorita La Rue. Entendo que você e Percy não são o que posso chamar de amigos, mas professor Attwood me explicou todo o seu método antes das aulas começarem e eu concordei em não me intrometer em seus assuntos. Além do mais isso não é um fardo, é na verdade uma ótima oportunidade para que você e Percy deixem suas diferenças de lado em prol de algo maior.

— EU NÃO POSSO LUTAR COM PERCY JACKSON! NÃO POSSO!- Tento soar grossa, mas no fim há mais desespero na minha voz que raiva.

— Gostaria muito de poder ajudar.- O centauro ignorando todos os meus protestos entra na Casa Grande, me deixando ali ao esmo.

Após isso estou explodindo de raiva, quero gritar, bater em Afrodite, até que ela desista de abençoar o amor. Não consigo enxergar nada além da minha fúria, e como em reflexo começo a lutar. Primeiro com todos os meus irmãos e depois com qualquer um que eu vejo. Não faço a menor ideia de quantos foram, estou cega de raiva, luto com qualquer um que apareça, até não haver mais ninguém.

Já é hora do jantar e consigo notar facilmente quem lutou comigo a minutos atrás. O medo e os hematomas não é algo que eles possam esconder com facilidade. Estou na fila sozinha, pois aparentemente depois do meu ataque de fúria ninguém tem coragem de se aproximar de mim.

— Hey, Clarisse como foi o treino hoje? Se divertiu com o Jackson?-diz Mark, após o fim do jantar quando já estamos voltando para o Chalé.

— Olha bem pra mim, Mark! Nós podemos até ter o mesmo pai, mas isso não quer dizer que nos sejamos irmãos. Então, cala tua boca antes que eu resolva fechá-la por mim mesma. - Se eu for obrigada a escutar mais algum desses comentáriinhos, eu juro que mato essa criatura. Que os Deuses me segurem...

— Ihh... O treino não foi bom, então?- Meu irmão diz e ri. É automático quando vejo minhas mãos já estão em seu pescoço, segurando com tanta força que o moreno não consegue sequer respirar.

— CALA A BOCA, MARK! Como foi ou como deixou de ser o treino não te interessa, ou se esqueceu da conversa que eu tive com você?- Falo grossa e firme, não será um problema cumprir minhas ameaças se for necessário.

— Está me ouvindo, Mark? Não quero mais saber de piadinhas e desse estúpido sarcasmo. Eu estou sendo piedosa com você pela segunda vez, posso não ser na terceira.

Da mesma forma que o segurei, o solto, e sem um rumo certo vou embora. Meu chalé não é um lugar onde eu queira estar agora.