Inferno Na Terra escrita por Melanie


Capítulo 7
Capítulo 7




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Eu fiquei sem palavras, completamente sem palavras.

Estava parada e não conseguia me mexer, sentia minhas pernas tremerem e meus olhos se arregalarem lentamente à medida que meu cérebro processava o que eu tinha acabado de ouvir. Eu só podia estar louca, ouvindo coisas! Porque não era possível que eu realmente tivesse acabado de ouvir o que ouvi. Pensei em alguma coisa, qualquer coisa que pudesse falar, mas nada vinha à minha mente porque tudo em que eu conseguia pensar era em me afastar dele, daquela proximidade tão repentina e que parecia estar mexendo mais comigo do que eu gostaria.

Caramba, o que estava acontecendo?

Ãn... Eu... Eu vou... Vou considerar a proposta, senhor.— Consegui murmurar depois de algum tempo.

Olhava para a pasta em minha mão esperando que ele não percebesse o meu desconforto ou percebesse, sei lá, o que fosse mais fácil para eu sair daquela situação.

Eu preciso... Preciso...

 Agora eu já estava ficando irritada comigo mesma. Será que eu não conseguiria pronunciar mais nenhuma frase sem parar a cada duas palavras? O sr. Uchiha pareceu perceber o meu desconforto e se afastou, lentamente. Eu levantei a cabeça quando percebi seu braço se movendo bem a tempo de vê-lo dar um pequeno sorriso, quase imperceptível, e aquilo me fez corar.

O que, por Deus, estava acontecendo comigo?

Você precisa entrar.— Ele completou a minha frase parecendo satisfeito. Com o quê, eu não faço a menor ideia, mas nada naquele dia estava fazendo sentido mesmo.

Nesse momento percebi que precisava recobrar o controle sobre mim mesma.

Sim.— Concordei um pouco feliz demais para o meu próprio gosto e então me recompus. - Tirar essa roupa.— Completei e me arrependi na mesma hora, isso era informação desnecessária para ele.

Um estranho brilho apareceu nos olhos do sr. Uchiha me fazendo corar outra vez, ainda mais forte, e me bater mentalmente. O que eu tinha na cabeça para não conseguir pensar antes de falar?

Claro.— Ele concordou balançando a cabeça afirmativamente e dando meia volta para entrar em seu carro.

Hm... Obrigada novamente, por tudo.— Agradeci de novo, segurando fortemente a pasta contra meu peito.

Não tem de quê, Haruno.— Ele falou após abrir a porta, me fitando novamente com aqueles olhos indecifráveis e me deixando novamente incomodada com tamanha atenção repentina. - Vou precisar de uma resposta até amanhã.— Avisou e entrou fechando a porta sem nem mesmo me dar chance de responder.

É, acho que nem tudo está tão esquisito assim.

Fiquei parada, olhando enquanto o carro se afastava e depois me recriminei pela minha ação. Por que eu ainda não tinha entrado mesmo? Dei meia volta e me dirigi para a porta do prédio, procurei pelas minhas chaves e entrei, soltando um longo suspiro ao subir e fechar as portas do apartamento. Andei em direção ao meu quarto e tomei um banho bem demorado. Minha cabeça estava tão cheia pensando sobre todas as coisas que tinham acontecido hoje que eu nem cheguei a me incomodar com a ardência dos machucados. Desliguei o chuveiro, me enrolei em uma toalha e saí, vendo a pasta em cima na minha cama.

Eu deveria aceitar essa proposta?

Uma viajem de negócios com certeza é sempre uma oportunidade incrível, mas eu não tinha tanta certeza assim se era uma boa ideia ir e tentava me convencer de que o quê o sr. Uchiha tinha falado não tinha nada a ver com a minha dúvida. Quer dizer, eu não podia estar com... com medo de ficar um final de semana com ele, não é? Além do mais, Temari iria junto então eu não ficaria exatamente sozinha com ele.

Balancei a cabeça irritada.

Eu não estava com medo de aceitar, claro que não. Eu só não tinha certeza se... Se... Se poderia deixar Ino e Hinata sozinhas aqui, é isso. Ino não é tão responsável assim e Hina pode ficar muito ocupada às vezes. Fora que não seria justo com ela, que já tem que cuidar de tantas crianças na escola, ter que se preocupar com mais uma em casa.

Tirei a toalha e a joguei em cima da cama, cobrindo a pasta na tentativa de que, se não a visse, poderia adiar minha decisão e me vesti. Parei em frente ao espelho observando mais atentamente os estragos e percebi, felizmente, que os machucados não estavam tão feios assim e que poderiam ser escondidos facilmente se eu usasse calças ao invés de saias e blusas por um tempo. Além de que era só deixar a minha franja solta e que o corte em minha testa não seria visto também.

Ótimo, nem tudo estava perdido.

Fui para a cozinha e preparei a coisa mais fácil que podia pensar naquele momento. Comi e, em seguida, fui para a sala e deitei no sofá. Fiquei olhando para o teto e pensando, o que nesse dia eu parecia estar fazendo muito, e cheguei a conclusão de que deveria conversar com as meninas para me decidir. Embora eu tenha certeza de que elas irão querer que eu vá, eu preciso ouvir que estou sendo idiota por estar tão temerosa em aceitar.

...

Ei, Saky acorda.— Alguém me sacudia de leve.

Ino... — Falei quando abri os olhos e vi a minha amiga loira parada na minha frente com um olhar preocupado. - Peguei no sono e... Que horas são?— Pedi ao me levantar bocejando.

Estava me sentindo meio descoordenada.

Quase 18hrs.— Ela falou e se sentou na poltrona que havia na sala. — O que está fazendo aqui a essa hora?— Perguntou e me lembrei de tudo o que tinha acontecido com uma pequena pontada na cabeça que serviu de ajuda.

Essa é uma longa história. A Hina não ia vir com você?— Perguntei desembaraçando meu cabelo com as mãos e o prendendo em um coque.

Ela tinha aquela reunião com o avô do Konohamaru, lembra? Já deve estar chegando.— Ino falou tirando os sapatos de salto alto e no mesmo instante Hinata abriu a porta com um sorriso nos lábios.

Estávamos nos perguntando sobre você, Hina.— Falei a estranhando.

Por que ela parecia feliz?

Desculpem meninas, mas vocês não vão acreditar no que aconteceu. - Ela falou ainda sorrindo.

— Pela sua cara só pode ter homem no meio.— Ino falou, sutil como sempre e Hina corou, comprovando a suspeita.

Bem... Na verdade, sim.— Ela falou tímida. — Mas, espera, por que está aqui a essa hora, Saky? Não me diga que foi despedida.— Ela perguntou se aproximando e se sentando no meu lado.

Eu quase tinha esquecido.

Não, claro que não, se bem que eu achei que foi por muito pouco, mas isso não vem ao caso agora. Não aconteceu nada de mais, só que é uma longa história e a sua parece ser mais interessante.— Falei e me virei para ficar frente a frente com ela, sentando de pernas cruzadas e Hina corou mais uma vez.

Vamos ouvir primeiro a história da Hina e depois a sua, já que parece que fui a única cujo dia foi um tédio. O que está esperando, Hinata? Desembucha logo.— Ino falou e Hina parecia um tomate à medida que se lembrava.

Vocês lembram que eu falei que ia marcar uma reunião com o avô do Konohamaru, não lembram?— Concordamos com a cabeça. — Bom, ele não pôde ir, mas no lugar dele foi o padrinho do Konohamaru.— Ela falou mexendo as mãos nervosamente e eu sorri já imaginando o resto.

— E você gostou dele, não foi?— Perguntei.

— Sim.— Hinata falou tão baixo que quase não a ouvi.

Olhei para Ino e ela estava sorrindo também já que Hinata sempre foi tão tímida quando se tratava dessas coisas, estávamos ambas surpresas com essa situação.

E como ele é? Ele é gato?— Ino perguntou não conseguindo mais se segurar e Hinata corou ainda mais, como se fosse possível.

Si... Sim.— Ela gaguejou. — Naruto é muito bonito e muito simpático e também é bem atencioso.— Conseguiu falar.

O nome dele é Naruto então... Mas vamos Hina, conte do início.— Pedi.

Bem... Eu estava esperando na sala de aula quando ele chegou e claro que fiquei surpresa, afinal eu estava esperando o avô do Konohamaru. Ele então se apresentou como Naruto Uzumaki e disse que era o padrinho dele e pediu desculpas pelo atraso e pelo avô do Konohamaru não poder ter ido, mas que ele transmitiria tudo o que eu falasse.— Disse sorrindo e com os olhos brilhando. - Eu assenti e comecei a falar sobre as minhas preocupações...

— E como ele é, Hina?— Ino a interrompeu e eu estava até achando que já estava demorando para ela fazer isso.

Loiro, alto, olhos azuis, tem 23 anos...

— E como você sabe que ele tem 23 anos?— Dessa vez eu a interrompi e ela corou novamente.

Quando a reunião acabou, ele se ofereceu para me dar uma carona até aqui porque ele achava que foi culpa dele já estar tão tarde, já que se atrasou e... Bem, nós fomos conversando.— Ela falou e Ino gritou.

Hina, isso é incrível! Ele pediu o seu número?— Ela perguntou pulando em cima da Hina que, coitadinha, estava com muita vergonha.

— Pe... Pediu.— Conseguiu murmurar.

Então ele vai ligar, mas pelo amor de Deus, quando ele ligar não atenda depois do primeiro toque, tá bom? Deixe-o esperando um pouquinho.— Ino se pôs a falar, mas eu não estava mais ouvindo.

Minha cabeça começou a latejar ainda mais forte. Acho que preciso pegar um comprimido.

— Saky? Você está bem?— Perguntou quando me viu fazendo uma careta de dor e Hina olhou para mim preocupada.

Sim, eu só preciso tomar um comprimido pra dor de cabeça.— Falei me levantando e indo em direção ao quarto pegar o remédio, as meninas vieram atrás de mim.

Saky, o que aconteceu com você?— Hina perguntou entrando. A preocupação em sua voz era palpável.

Engoli o comprimido.

Nada que vocês precisem se preocupar. Eu meio que fui atropelada em frente a empresa, mas..

Atropelada? Ai meu Deus, Saky, você está mesmo bem? Por que não ligou pra uma de nós?— Ino me interrompeu.

Por que não foi preciso. O sr. Uchiha me levou até um hospital.— Comentei me sentindo sem graça.

Como contar tudo o que aconteceu exatamente? Eu não sabia.

O sr. Uchiha? O mesmo sr. Uchiha do qual ouvimos você reclamar desde que voltou do seu primeiro dia de trabalho? Este sr. Uchiha?— Hina perguntou devagar, talvez achando que tinha ouvido errado.

Sim.— Respondi simplesmente.

E então me pus a contar sobre tudo o que tinha acontecido desde que saí daqui atrasada, mas tive que parar em alguns pontos porque Ino estava rindo. Tão típico... Mas já que ela sabia que eu estava bem era claro que riria, só que na hora não foi nada engraçado. Quando contei sobre a aparente preocupação do meu chefe elas também ficaram surpresas e mais surpresas ainda sobre a reação dele no carro.

Ele fez o quê?— Ino perguntou de boca aberta.

Exatamente. E eu fiquei sem saber o que fazer, eu só queria sair de perto dele o mais rápido possível.

— Mas o que você vai fazer sobre a proposta de viagem?— Hinata perguntou olhando para a pasta e a folheando.

Eu não sei. Eu ainda nem li, então não faço ideia de pra onde eu iria, mas não sei se devo aceitar.— Confessei.

Pelo o que eu estou vendo, caso você aceite, você vai para Paris.— Hinata comentou e eu arregalei os olhos.

Paris? Tipo, Paris na França? A cidade luz?— Ino perguntou tão surpresa quanto eu e Hina concordou com a cabeça.

Nossa, Paris...— Sussurrei. – Vocês acham que eu devo aceitar, não é?

Eu já sabia a resposta.

Sim.— Hina falou.

Claro, óbvio que sim, Saky, é Paris!— Ino exclamou.

Eu suspirei.

O que estava me fazendo hesitar tanto em aceitar? Eu nunca fui à Paris, na verdade, nunca saí do país. É uma oportunidade de ouro para mim e mesmo que eu vá à trabalho e não à passeio ainda seria Paris.

O que foi, Saky? Essa não era a oportunidade que você estava esperando? Ser reconhecida pelo Uchiha e mostrar, quando tivesse a chance, de que você é ótima no que faz e então fazê-lo engolir todas as palavras que ele já te disse duvidando da sua capacidade?— Ino falou e eu me surpreendi com a sua seriedade.

Ela estava certa. Era exatamente essa a chance que eu estava esperando, uma oportunidade de mostrar que eu sou capaz de fazer tudo que ele sempre duvidou.

Você tem razão. Essa é a minha chance e eu vou ser muito idiota se não aceitar.— Falei determinada e Hinata sorriu.

Essa é a nossa garota.— Ino falou sorrindo e eu também sorri.

 

Parece que vou para Paris com Sasuke Uchiha.


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Notas finais do capítulo

Eeei pessoas lindas do meu coração, quanto tempo... Espero que me perdoem pela demora e que tenham curtido o capítulo. Embora ele tenha sido pequeno é só pra dar aquela pequena entrada, já que no próximo vou dar um puladinha no tempo pra irem logo na viajem. Não vejo a hora de escrever sobre ela, são tantas ideia e a nossa Saky vai ficar bem confusa no que depender de mim.
Façam essa autora feliz e deixem um comentário, sim? Até o próximo.
XOXO