Inferno Na Terra escrita por Melanie


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez uma long... Espero que gostem.



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Sabe quando você acorda de bem com a vida? Sorrindo e desejando bom-dia a todos com quem você encontra? Sim? Pois bem, eu não. Eu não faço a menor ideia de como é acordar de bom humor desde que comecei a trabalhar nas empresas Uchiha.

Veja bem, eu tenho 21 anos, terminei de cursar a faculdade de administração ano passado e recebi uma indicação para trabalhar nas empresas Uchiha. Eu tinha acabado de me formar e um emprego numa empresa desse tamanho era o sonho de qualquer estudante. Claro que não podia recusar e maldita seja a hora em que eu realmente não recusei.

Ainda me lembro perfeitamente do dia em que fui para a entrevista.

Eu estava animada, sorria e cumprimentava a todos por quem passava, a última vez em que acordei de bom humor devo ressaltar. Havia pego dois ônibus e um metrô para poder chegar até a empresa e mesmo assim continuava sorrindo.

Quando cheguei fui direto para a recepção e uma morena com o cabelo preso em dois coques me recebeu. Seu nome era Ten Ten. Ela era bem educada e gostei dela logo de cara. Disse a ela que estava ali para a entrevista de emprego e ela, muito gentilmente, me disse para subir até o último andar. Eu agradeci e me dirigi até o elevador.

Quando entrei no elevador havia apenas uma outra pessoa lá dentro, um homem, ele se apresentou como Sasori. Eu sorri e lhe disse que meu nome era Sakura. Teríamos conversando mais, eu acho, mas o elevador se abriu e mais pessoas entraram enquanto ele saía.

Cheguei então no último andar e, nossa, o lugar era incrível. Claro, para mim que havia crescido numa cidadezinha do interior chamada Konoha, qualquer lugar em Tóquio era incrível se eu fosse comparar. Entretanto o que mais me chamou a atenção foi um grupo de mulheres incrivelmente bonitas sentadas do lado de fora da sala que eu imaginei ser a do Sr. Uchiha. Então eu não era a única interessada no emprego, pensei. Elas estavam impecavelmente vestidas e eu agradeci mentalmente por Ino ter emprestado seu vestido preto para que eu o usasse na entrevista.

Ino é uma amiga de infância com quem eu e Hinata, outra amiga de infância, dividíamos um apartamento no subúrbio de Tóquio. Agora dá pra entender por que precisei pegar dois ônibus e um metrô para chegar até ali, certo? Nós três crescemos juntas e tínhamos o sonho de nos mudarmos para uma cidade grande, então, quando fomos aceitas para a mesma faculdade em Tóquio fizemos planos de morarmos juntas.

Eu passei para administração, embora meu sonho sempre tenha sido medicina, mas minha mãe não poderia pagar sozinha o curso e ainda pagar o tratamento de minha irmã. Muitas pessoas que nos conheciam acharam que eu estava sendo egoísta por deixar minha mãe sozinha para cuidar da minha irmã, mas eu não poderia fazer muito para ajudá-la em Konoha, por isso não hesitei em vir para Tóquio. Pelo menos aqui eu poderia ter mais chances de conseguir um bom emprego e então começar a ajudar minha mãe a comprar os remédios que Sayuri precisava, além de ser uma preocupação a menos para ela. Mas, continuando, enquanto eu passei para administração, Ino passou em design e Hinata passou em letras.

Voltando para a história, eu então respirei fundo e fui me sentar em uma cadeira que estava vaga, porém não sem antes trombar com alguém e fazer a pessoa derrubar todos os papéis que estava segurando. Ótimo começo, não? Me abaixei para ajudar e vi que era uma mulher, loira, em quem eu havia trombado. Ela se apresentou como Temari e parecia não ter ficado irritada por eu tê-la feito derrubar tudo que estava segurando, ainda bem. Me desculpei e a ajudei, em seguida fui me sentar.

Fiquei sentada por não sei quanto tempo até que a mesma mulher com quem eu havia trombado anunciou que o sr. Uchiha ia começar as entrevistas. Eu fiquei surpresa. O próprio dono das empresas ia entrevistar todas nós? Sempre achei que isso fosse trabalho do RH, porém não fui a única que ficou surpresa. Outras mulheres também ficaram, mas algumas pareceram ficar animadas, vai entender.

Mais tempo se passou até que finalmente chegou a minha vez. Eu ajeitei meu vestido, peguei minha bolsa e me preparei para entrar na sala dele enquanto Temari anunciava o nome da próxima a ser entrevistada, ou seja, eu.

Passei todo o tempo em que esperei imaginando como o sr. Uchiha seria. Quer dizer, eu sabia que ele era bonito porque todas as mulheres que eu conhecia sabiam disso, mas eu nunca tinha visto nenhuma foto dele. O que é irônico já que todas as pessoas do mundo conheciam o rosto do herdeiro do Império Uchiha, mas eu acho que sou uma pessoa anti-social, uma vez que não me interesso pela ideia de ter qualquer rede social que seja e não acompanho as fofocas do mundo dos ricos e famosos. De qualquer jeito, todo o tempo em que fiquei imaginando como ele seria e não cheguei nem perto de acertar o tamanho da sua beleza.

O desgraçado não era bonito como eu pensava, ele era lindo. Toda aquela postura fria e superior... Ele exalava poder. Entrar na sua sala e ficar frente a frente com ele era muito mais perturbador do que qualquer pessoa poderia imaginar. Seus olhos, escuros como o breu, pareciam que podiam ver minha alma, e apenas olhar para eles me fez ficar nervosa. E quando ele falou, os pelos do meu braço se eriçaram. Ele tinha a voz firme, o tipo de voz que você não quer ouvir de uma pessoa nervosa. Ele, na verdade, é o tipo de pessoa que você não quer irritar.

Ele então pediu para que eu me sentasse e foi o que eu fiz depois de engolir em seco. Eu precisava parecer confiante, precisava do emprego.

Ele começou a fazer as perguntas, sempre olhando diretamente em meus olhos como se esperasse uma resposta errada para me eliminar da lista de candidatas à vaga. Eu precisei de toda minha força de vontade para não gaguejar na frente dele. Aquele homem realmente deixava qualquer um nervoso. Respondi todas as perguntas e, no fim, ele disse que eu apenas precisava esperar pelo retorno. Levantei-me e me despedi. Enquanto me dirigia até a porta, sentia seus olhos em mim, fazendo-me ficar ainda mais nervosa. Veja bem, eu não gostava de sapatos com salto, morria de medo de tropeçar e cair, e meu medo aumentou consideravelmente sabendo que ele me seguia atentamente com o olhar.

Quando me retirei da sala e fechei a porta, soltei o ar. Eu não percebi que estava prendendo a respiração. Temari parou na minha frente e me ofereceu um sorriso de conforto, como se dissesse que eu não era a primeira e nem seria a última a ficar nervosa na presença do sr. Uchiha. Ofereci-lhe o meu melhor sorriso de que poderia passar por isso quantas vezes fosse preciso pelo emprego e então ela me acompanhou até o elevador.

E é exatamente pelo emprego que continuo o aguentando.

Ele me irrita até o último fio do meu cabelo. Tudo que fala, é como se duvidasse de minha capacidade, como se só estivesse brincando com meu psicológico, apenas esperando o momento certo para me mandar embora! Mas, fazer o quê? Não é como se eu não soubesse que a vida é injusta.

Respirei fundo para afastar estas lembranças e sorri ao entrar na recepção.

Por mais que eu odiasse o dono de tudo isso aqui, eu havia me apegado às pessoas que trabalhavam aqui .

— Bom dia, Sakura. Como foi o final de semana?— Ten Ten me recebeu sorrindo assim que parei diante dela para passar meu cartão.

— Bom dia. Foi exaustivo e o seu?— Eu perguntei retribuindo seu sorriso.

— Igualmente. Mal tive tempo de descansar. — Ela respondeu me entregando o meu cartão.

— Descançar, ta aí uma palavra que eu passei a desconhecer.— Respondi guardando meu cartão em minha bolsa.

Ten Ten ia falar algo, mas fomos interrompidas por Lee, um dos responsáveis pela manutenção do prédio.

— Bom dia, meninas. Sakura, está linda hoje. Como sempre.—  Disse assim que parou ao meu lado.

Ten Ten apenas se pôs a rir. Lee tinha uma queda por mim e ela achava engraçado, ainda mais porque sabia que eu não tinha coragem de por em palavras que não queria nada com ele. 

— Hã... Obrigada, Lee.— Respondi sorrindo sem graça.

Lee era uma boa pessoa e um bom amigo.

Ten Ten continuava sorrindo e ia falar algo, mas ficou séria de repente. Eu não entendi por que, até que ouvi uma voz bem conhecida atrás de mim.

— Chega de conversa. Eu não pago nenhum de vocês para ficarem conversando. Volte ao trabalho agora srta. Mitsashi, e você, sr. Rock Lee, não deveria estar consertando o telefone do quinto andar?

TenTen ficou pálida e começou a digitar algo no computador, enquanto Lee abaixou a cabeça e pediu desculpas ao se retirar apressado. Eu, claro, fiquei irritada.

Quem ele pensava que era pra falar assim com os dois? Não estávamos fazendo nada de errado! Ainda faltava 10 minutos para começarmos a realmente trabalhar.

— E você, srta. Haruno.— Eu me virei para olha-lo. Estava irritado também. E numa segunda-feira de manhã. Ah, a semana seria realmente longa. — Se já terminou de passar seu cartão vá para a minha sala. Agora. 

Então ele saiu andando sem me deixar falar nada.

— Nossa, que bicho mordeu ele logo agora de manhã?— Perguntei me virando para falar com Ten Ten de novo.

— Não sei, mas acho melhor você ir. Boa sorte. 

Sorri e fiz meu caminho para o último andar. Eu precisaria de mais do que sorte para aturá-lo hoje.

Respirei fundo ao sair do elevador.

Temari estava em sua mesa. Nós duas éramos assistentes do sr. Uchiha. O homem era tão arrogante que precisava de duas assistentes ao invés de apenas uma como todos os outros CEOs.

— Bom dia, Temari.— Cumprimentei-a indo até minha mesa.

Eu não estava com pressa para entrar na sala dele. Eu sabia que quando entrasse também estaria entrando no inferno.

— Bom dia, Sakura.— Ela respondeu sem ao menos tirar os olhos do computador.

Sentei em minha mesa e retirei meu celular da bolsa. Não tinha nenhuma mensagem, então, antes de guarda-lo novamente, o coloquei no silencioso. Ouvi o interfone da mesa de Temari tocar e já imaginava o que seria.

— Sakura, o sr. Uchiha quer você na sala dele agora.— Ela falou assim que desligou.

— Você faz alguma ideia do que ele quer?— Eu perguntei, mas já imaginava o que seria.

— Não, mas ele parecia irritado. — Ela falou.

Eu me levantei e arrumei minha saia.

— E qual a novidade?— Falei já me aproximando da porta.

Bati na porta e respirei fundo quando ouvi um "entre".


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Notas finais do capítulo

Reviews? Próximo, domingo que vem.