The Last Hope escrita por Aninha
Acordo e vejo que Tobias está sentado do meu lado, me sento.
– Você está bem? - ele pergunta
– Estou.
Nos levantamos e ele pega minha mão, vamos para o nosso esconderijo.
– Não acha que estamos indo rápido de mais? - digo
– Não. Por que?
– Acho que a gente devia se conhecer um pouco mais.
Ele da um sorriso.
– Meu nome é Tobias Wayland. Tenho 18 anos, meu aniversário é dia dezessete de agosto. - ele sorri - Sua vez.
Sorrio pra ele.
– Meu nome é Isabelle Fray. Tenho 16 anos, meu aniversário é dia quatro de julho.
– Está satisfeita? - ele pergunta
– Sim.
Ele me puxa pra perto e me beija, nunca achei que se apaixonar fosse assim, uma sensação boa. Sempre achei que era ruim.
– Acho que vamos poder ficar aqui por bastante tempo. Já tinha ido dormir antes então não estou com sono, deve ser 4 da manhã - diz Tobias.
– Que bom. Fiquei desmaiada por tanto tempo assim?
– Sim, fiquei preocupado.
– Isso sempre acontece no meu aniversário.
– Sério? Estranho...
– Muito.
Ficamos abraçados vendo o sol se por.
– Tive sonhos estranhos esses dias. Neles sempre tinha Mary, ela dizia que ainda estava aqui, que era pra mim encontrá-la.
– E se ela estiver viva?
– Isso é impossível!
– Nada é impossível, Izzy.
Isso me da uma pontinha de esperança. Sinto que Mary está viva, mas eu a vi morta.
– precisamos ir. Eles podem acordar - diz Tobias.
– Tudo bem.
Ele me beija e depois voltamos. Ficamos esperando Alec e Anne acordarem e vamos para a cidade.
– Vou na casa de Jocelyn, vocês podem comprar as coisas - fala Tobias ao chegarmos.
– Certo - diz Alec.
– Andamos pela praça e sinto algo bater contra mim. Me viro e vejo um garoto caído no chão. Várias maçãs saem de sua sacola.
– Opa. Deixa que eu te ajudo.
Pego as maçãs no chão e coloco na bolsa dele. Ele não deve ter mais que 12 anos.
– Obrigado - ele diz
Vários guardas vem vindo na minha direção, ele pegam o pulso do menino.
– Você estava ajudando ele a roubar. - um guarda me acusa.
– O que? Ele estava roubando?
– Não se faça de boba. Você incentivou o menino a roubar essas coisas.
– Eu não fiz nada! Eu estava com...
Me viro, Alec e Anne já foram, eles não perceberam que fiquei.
– Tentando se fingir de inocente é?
Olho para o garoto. A boca dele está coberta com um pano.
– Teremos que resolver isso no chicote. Roubo é um dos piores crimes.
Chicote?! Eu não acredito nisso, choraria agora mas não quero parecer fraca.
– Você está cometendo um grande engano! Pelo que sei chicote é só para assassinato!
– As regras mudaram. Se você não for o garoto vai.
O garoto. Os olhos dele me dizem para que eu o deixe. Não posso. Estendo as mãos e o homem as prende.
– Vinte nas mãos - ele diz.
Olho para minhas mãos, daqui a alguns minutos elas estarão em carne viva.
– Acabe com isso de uma vez - digo.
– Pode deixar.
O menino é deixado com outro guarda, ele esperneia, mas o guarda é muito mais forte.
Sou amarrada e minhas mãos passam por dentro de um buraco. A praça cheia. Meu coração está batendo rápido de mais, como se fosse sair pela boca. O guada começa um discurso, não ouço nada. Ele termina e estende o chicote. É agora. Tenho que me manter firme.
O chicote bate nas minhas mãos, mordo o lábio para não gritar, sinto gosto de sangue, não consigo parar de olhar para minhas mãos. A Segunda vem, dessa vez eu grito, na terceira grito muito mais alto. Vai acabar logo. A quarta pega nas minhas mãos, mas não sinto dor. Estranho. Vem a quinta e também não sinto nada, continuo com uma expressão de dor, levo um susto. Meu sangue. Meu sangue está saindo num tom dourado.
– Pare! - alguém grita. Tobias.
Ele da um soco no homem, os guardas vem e o prendem, o guarda com um chicote vai na frente dele e estende o chicote.
– Vai se arrepender! - o guarda grita.
Ele levanta ainda mais. Não posso deixar. Faço força e a corda se rompe. Não foi eu que consegui. O sangue dourando que saia de mim rompeu a corda. Paço as mãos pelo buraco e corro, pulo em cima do guarda e o chicote atinge o braço de outro guarda que segura Tobias. Estou em cima do guarda e me levanto, ele olha para o braço dele que está manchado com o sangue, ele arregala os olhos e começa a gritar.
– Não! Não! Eu toquei! Eu não podia tocar!
O braço dele meio que começa a queimar, está mudando de forma. Ele sai correndo e gritando em direção a um beco, corro atrás dele sem perceber, entramos em um lugar escuro com uma pequena abertura.
– Sangue de... - ele grita novamente - de...
Ele some. Olho para minhas mãos. Elas estão cicatrizando rapidamente. O que está acontecendo?
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