Lucky Ones escrita por Matteith


Capítulo 1
One Shot.


Notas iniciais do capítulo

Yay.



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Poucas às vezes em que a vida é satisfatória. Você olha em volta e todos parecem felizes e te lançam inveja com seus sorrisos verdadeiros. Tudo que você quer é sentir um pouco dessa alegria, mas o mundo a sua volta faz de tudo para que esse sentimento não exista. Talvez tudo que você precise é de algo inesperado que mude tudo.

Robert Bruce Banner é um adolescente de dezesseis anos, não muito alto, com olhos e cabelos castanhos. Com certeza nenhum atrativo, quando se vê pelos olhos dos colegiais que parecem julgar qualquer coisa que se mova.

Essa é uma história sobre surpresas, e eu, Anthony Edward Stark, vou contar sobre a maior e melhor surpresa que presenciei na vida.

Tudo começou nos corredores do colégio antes mesmo das férias de verão começaram, enquanto me olhava no espelho pendurado na porta de meu armário notei pelo reflexo que a alguns armários cinza e sem graça estava outro garoto um tanto parecido comigo. Seus olhos combinavam com a cor do cabelo, e sua altura não era uma das mais apreciadas. A única diferença era que ele precisava de um corte de cabelo, e eu precisava fazer a barba (mesmo que na minha idade eu chame de barba e só tenha um cavanhaque).

Eu não sei se foi por isso que ele me chamou atenção, ou pelo que aconteceu a seguir. Ele segurava firme seus livros com um braço só — o que era surpreendente, pois eram muitos —, e com o outro braço tentava abrir o armário e parecia ter problemas. A verdade é que nessa escola pública os armários eram todos uma merda e todos tinham problemas em abri-los.

Enquanto Bruce fazia suas proezas em frente o armário, alguns garotos (mais conhecidos como os jogadores de futebol, os populares, ou até mesmo: meus amigos) vinham em minha direção e no caminho aproveitaram para fazer bullying com o pobre garoto a meu lado, batendo com o braço em seus livros que logo estavam todos jogados no chão. Eles riram histericamente, eu fiquei na minha e foi a melhor coisa que fiz, porque o que aconteceu a seguir foi realmente uma surpresa. E essa é a primeira surpresa que essa história vai contar.

Aquele pequeno nerd baixou a cabeça de uma forma que sua franja picotada cobrisse seus olhos. Ele não recolheu os livros, e antes que meus dois amigos chegassem até mim ele os puxou pela mochila tão forte que eles foram ao chão. Meus olhos mal podiam acreditar que aquele garoto outrora inocente estava dando a maior surra em meus amigos. Eu não os ajudei — bonito demais pra andar por aí com um olho roxo —, apenas observei assustado esperando que a surra nunca chegassem em mim.

Quando Bruce teve certeza que eles não se levantariam por alguns minutos, ele parou de socá-los. Ajeitou seus livros. Abriu seu armário. Guardou seus pertences. Saiu sem ao menos olhar pra mim.

•••

Após o ocorrido daquele dia, eu me peguei numa obsessão por Bruce Banner (e foi assim que descobri seu nome). Acontece que partilhamos da aula de inglês e eu nunca o havia notado antes. Ele fica em uma das primeiras carteiras e eu na ultima, o que é ótimo, pois posso observar cada movimento. Não, eu não sou um stalker. Só um curioso, porque se você vê algo daquele tipo você passa a se perguntar um monte de coisas. Já passara pela minha cabeça que foi adrenalina que o fez dar aquele ataque, ou talvez ele fazia o tipo inocente, mas fora da escola praticava todos os tipos de artes marciais possíveis. Muitas ideias, muito pouco tempo para observá-lo. Na maior parte dos cinquenta minutos de aula de inglês, ele se mostrava o nerd que era: não conversava com ninguém, parecia não ter amigos, e ficava rabiscando em seu caderno assim que terminava suas tarefas.

Eu me perguntava onde essa obsessão ia parar.

Já havia semanas, e eu continuava a seguir Bruce — e foi aí que me assumi um stalker. Naquele dia em especial eu não conseguia o encontrar, cheguei à conclusão que ele tinha faltado. Então me dirigi até a classe quando sinal bateu, mas alguém me puxou para dentro da sala do zelador e antes que eu pudesse ao menos piscar, fui jogado contra a parede do pequeno quarto. Era Bruce, e ele me segurava pela gola da camisa, sua expressão era de pura raiva.

— Quem diabos é você?! — ele perguntou com tamanho ódio que cuspiu um pouco.

— Eu acho que você sabe bem que eu sou, aliás, todos na escola sabem. E enquanto você para pra chegar a uma conclusão de que o que está fazendo é totalmente sem noção, pode largar da minha camisa? Pois ela é de marca, diferente desse seu pano de chão — retruquei. E aí estava outra surpresa: meu mecanismo de defesa.

Convenhamos que uma língua afiada forjada em ego não é um bom mecanismo de defesa quando o assunto é um aluno que não tomou vacina antirrábica querendo te meter a porrada dentro de um lugar escuro onde ninguém ia te ouvir por pelo menos mais cinquenta minutos.

Banner me jogou ainda mais forte na parede, e seu rosto estava a centímetros do meu.

— Escuta aqui, Verme-Stark — ele retrucou. — Eu sei que você é o filhinho de papai mais conhecido desse lugar, o que eu perguntei é: que diabos é você de verdade, porque fazem dias que você vem me seguindo!

Me perguntei rapidamente se ele acha que sou algum tipo de espião e por isso sou tão rico. Mas esse devaneio sumiu rapidamente. Eu me acalmei e consegui sorrir. Obriguei-me a desligar o mecanismo de defesa (o que era difícil por causa de meu ego bem elevado).

— Entendo onde quer chegar — falei calmamente —, eu não estou te seguindo... na verdade estou e não estou, a verdade é que eu...

Tentei de toda forma explicar, mas parecia que nem eu mesmo sabia. Ele me interrompeu de uma forma que eu mesmo imaginava. E aí estava a terceira surpresa dessa história: ele me beijou.

Eu era certamente o gay assumido mais popular da escola, mas isso não dava direito a qualquer cara chegar, me jogar de uma forma bem sensual dentro de um quartinho escuro e me beijar ardentemente. Isso tudo, por algum motivo que eu não havia descoberto, me soava muito, mas MUITO sexy!

Quando ele parou de me beijar nos olhamos por alguns segundos e ele percebeu que eu não tinha entendido o porquê daquilo.

— Você... — ele começou a tentar se explicar — me seguia porque gostava de mim... Certo?

E então estava tudo explicado. Ele não me bateu aquele dia porque tinha uma queda em mim. Era de se imaginar.

— Na verdade não... — respondi, e com isso desencadeei uma série de sentimentos nele que pude presenciar de perto.

Seu rosto passou de raiva para surpresa e de surpresa para constrangimento. Seu rosto ficou todo corado e eu pude ver que lá no fundo ele era apenas um adolescente como qualquer outro com sentimentos e, de vez enquanto um ataque de raiva.

Eu não sabia o que fazer naquela situação complicada, então fiz o que talvez fosse a melhor opção — ou talvez eu só quisesse repetir a maravilhosa sensação que tive há pouco. Isso mesmo, dessa vez fui eu quem o beijei. Segurei seu rosto e o trouxe para mais perto de uma forma que nenhum centímetro nos impedisse. Ele retribuiu, e dessa vez estava mais calmo e apaixonante. Eu preferi o beijo anterior onde ele me pegou de surpresa e estava todo ardente, mas fazer o que, talvez algum outro dia eu consiga outro beijo daquele. Suas mãos foram para meus ombros e deslizaram até que seus braços ficassem em volta de meu pescoço. Eu desci minhas mãos de seu rosto até seu peitoral e fui desabotoando sua camisa (que agora pouco havia chamado de pano de chão); depois de desabotoada passei minha mão pelo peitoral despido dele e fiz questão de gravar na mente muito bem aquela sensação.

Ele então tomou iniciativa novamente e retirou minha camisa, depois distribuiu vários beijos começando em minha boca e depois indo até o fim de minha barriga onde meus pelos púbicos se iniciavam. Eu senti um arrepio que nunca havia sentido antes. Ele realmente sabia o que estava fazendo, ou tinha imaginado isso muitas e muitas vezes.

Minha vez de proporcioná-lo prazer, eu troquei de lugar bruscamente com ele e dessa vez ele que estava encostado na parede. O beijei vorazmente assim como ele tinha feito comigo agora pouco e ele pareceu gostar, mas teve um pouco de dificuldade em acompanhar. Minhas mãos rapidamente foram de encontro com o cinto de sua calça e o abri com facilidade (eu tinha certa prática naquilo, eu não era popular a toa). Abri sua calça também, coloquei a mão dentro e agarrei. A expressão de Bruce foi um colírio para meus olhos, e sua tentativa de conter um gemido foi angelical.

E foi aí que a maior surpresa aconteceu. Não, não foi eu e meu mais novo colega de pegação na sala do zelador, mas sim o PRÓPRIO ZELADOR aparecer e nos pegar no flagra. Não foi algo agradável e não iria tão cedo deixar de ser o assunto na escola que Stark foi pego trepando com um nerd na sala do Sr. Coulson, o zelador.

O bom de tudo é que, como todos já sabiam do nosso “caso”, não precisávamos esconder. Então ainda naquela semana estávamos andando juntos pelos corredores onde tudo isso começou. E é como eu disse: poucas as vezes em que a vida é satisfatória, mas às vezes algumas surpresas acontecem e é isso que faz com que a vida seja praticamente boa.

•••




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Notas finais do capítulo

Deixem review por favor, e obrigado por ler! Dependendo dos comentários nessa penso em outra longfic stanner pra vocês. :)



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