Gintama! escrita por Kasu251


Capítulo 1
Personagens antigas têm tendência a voltar


Notas iniciais do capítulo

Eis o primeiro capítulo da minha primeira fanfiction.
Espero ter captado a personalidade das personagens e a comédia de Gintama.
Desfrutem.



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Era um dia normal no Yorozuya, com o Shinpachi fazendo as tarefas domésticas e dando um sermão em Kagura, que tinha acabado de chegar das compras apenas com um rolo de papel higiênico em vez de um pacote deles e com a Kagura ignorando-o, dizendo que a vida era demasiado curta para sermões e papel higiênico, quando Gintoki abriu a porta do seu quarto, ainda com os efeitos da ressaca.

“Hei, Calados! Não sabem que está aqui uma pobre pessoa sofrendo.” Gritou o samurai de cabelo prateado irritado, com umas olheiras enormes.

“Gin-san, você é que devia parar de beber tanto, com isso e as diabetes você não vai durar muito.” Repreendeu Shinpachi enquanto limpava o chão.

“Cala-te de uma vez, megane maldito! Os personagens principais de animes são imortais!” Dizendo isso, pegou na sua bokuto que estava apoiada em sua mesa e dirigiu-se à porta. “Vou dar uma volta, se a velha vier cobrar o aluguer, diga-lhe que morri.”

Quando o samurai de permanente natural acabou de descer as escadas do Yorozuya sentiu algo lhe puxando a parte de baixo do seu kimono, abaixou a cabeça e disse com cara de espanto: “Tu outra vez?!”

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No Yorozuya, Kagura estava calmamente sentada no sofá comendo sukonbu enquanto o Sadaharu estava sentado encima de Shinpachi quase quebrando as suas costelas.

“Kagura-chan! Ajuda-me, por favor.” Pediu o pobre rapaz queixando-se pelas dores.

“É fácil Shinpachi. Só tens de te libertar do teu suporte de óculos.” Disse a pequena Yato enquanto mastigava o seu adorado sukonbu.

Shinpachi, que já estava quase chorando de dor física e emocional, disse. “Por que vocês continuam com essa velha piada?!”

A dupla de comediantes viu-se interrompida por um riso infantil. Viraram-se para a porta e viram o seu líder com um rapazinho que devia ter por volta de 3 anos, com uma permanente natural prateada e com olhos de peixe morto.

“Vocês são mais idiotas do que eu me lembrava.” – disse o garoto.

“Silver J. Fox! Há quanto tempo!” Disse a pequena garota levantando-se animadamente do sofá. “E ainda por cima já sabes andar e falar!”

“Que raio de nome é esse?! Não vês que é o bebê que pensávamos que era o filho bastardo do Gin-san, mas que na verdade era o neto de um dos maiores empresários de Edo, o pequeno Kanshichirou-kun?” Reprimiu o jovem de óculos enquanto se levantava do chão

“Ninguém te pediu para fazer uma recapitulação, Shinpachi!” Gritou Gintoki enquanto tirava um papel dobrado de seu kimono. “O miúdo deu-me isto.”

“Parece ser uma carta” Shinpachi pegou na carta e começou a citá-la. “Caro Gin-san, já que o Kanshichirou não esqueceu-se de ti e da aventura que tiveram, decidi pedir-vos que tomem conta dele, volto para buscá-lo no fim do dia, assinado Ofusa.”

“Nossa, eu sei que eu disse que se ele ainda se lembrasse de mim, podia visitar-me, mas não esperava que fosse apenas três anos depois” Disse Gintoki com um ar cansado enquanto esfregava a cabeça.

De repente o Shinpachi e a Kagura já estavam rodeando o pobre menino.

“Oh! O Kanshichirou-kun cresceu bastante nestes anos!”

“Toma, experimenta um pouco de sukonbu.”

“Hei! Não me chateie, eu vim aqui apenas para estar o tio Gintoki!” O pequenote irritado pisou nos pés de Kagura e de Shinpachi que rapidamente se afastaram com uma expressão dor. “Tio Gintoki, vamos dar um passeio.”

“Oi! Quem pensas que és para me chamar de tio? Para ti é Gin-san! E mais importante, por que achas que podes passar tempo comigo?” Respondeu o samurai de cabelo prateado.

“Se temos isto podemos visitar as pessoas importantes, não é? “O rapaz retirou da mochila que trouxe consigo, uma maçã e mostrou-a ao Gintoki. “Appo!”

“Olha Shinpachi, ele se tornou num mini Gin-chan.”

“Suponho que não tenho escolha, vamos pirralho.” E os dois saíram com o garoto às cavalitas do samurai.

“O Gin-san devia ser mais sincero, é óbvio que ele também quer passar tempo com o Kanshichirou-kun.” Reflectiu Shinpachi enquanto retornava às tarefas domésticas.

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A dupla de cabelo prateado estava sentada calmamente no parque de Edo, com cada um bebendo um pacote de leite de morango.

“Gin-san, podias-me ensinar a usar a espada?” Pergunto o jovem enquanto pegava na bokuto de Gintoki.

“Pirralho, tu és um herói novato, que acaba de começar o jogo e já quer estar a nível 100 para derrotar o ReiDemônio.” Respondeu Gintoki soltando mais um dos seus discursos sem sentido. “Ainda te faltam muitos anos para eu poder te ensinar. Hei estás a ouvir-me?” Quando o samurai girou a cabeça, o miúdo e a sua bokuto tinham desaparecido. “Estou mesmo ferrado.”

“Ah!! O que faço! Perdi a minha Toyako! Espera, isso não é tão importante. Mas perdi o miúdo! Calma Gin-san. Só tenho d-de encontrar uma má-máquina d-do t-tempo.” Gaguejou o samurai enquanto se colocava debaixo de um banco do parque.

Durante este “pequeno” ataque de pânico, Hijikata e Sougo aproximaram-se devido ao excesso de barulho.

“Danna. O que está fazendo?”

“Não vês Sougo?! Este idiota está simplesmente à procura de uma máquina do tempo.”

“Para que quer uma máquina do tempo, Danna? Engravidou alguém que não devia?”

Ao ouvir as suas vozes, Gintoki levantou-se de uma vez, atirando o banco pelo ar, aterrando por acaso no príncipe idiota que ali passava e gritou agarrando-se ao casaco do vice-comandante. “Por favor, senhor policial, eu perdi uma criança e eu não a encontrar minha reputação como Yorozuya vai ficar ainda mais baixa do que já está e eu preciso do dinheiro, por causa do meu vício com o açúcar! Ah, também me preocupa a segurança dele.”

“Acalme-se um pouco Danna. O que aconteceu?” Perguntou Sougo enquanto separava o seu superior e o samurai.

E então Gintoki explicou a situação até ao momento.

“Sinceramente, e eu que pensava que não podias ser mais idiota” Disse Hijikata enquanto acendia um cigarro com o seu isqueiro especial.

“Vocês são policiais, não são?” Disse Gintoki encarando os dois membros do Shinsengumi. “Então procurem a criança desaparecida.”

“O Shinsengumi é uma força policial especial que serve para perseguir e eliminar os terroristas e os rebeldes que são contra o Xogunato.” Respondeu o Vice-Comandante Demoníaco.

“Sim, pois uma força especial que faz excursões com crianças prende bêbados e o que controla o tráfico.” Disse o samurai de permanente com um tom irônico.

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Enquanto a discussão decorria no parque, uma criança de cabelos prateados passeava pelas entranhas do Distrito Kabuki com uma bokuto por cima do ombro. Mas como aquilo era o Distrito Kabuki, ninguém se importo por ver uma criança sozinha com uma arma. Depois de andar um bom bocado, Kanshichirou sentiu-se cansado e decidiu sentar-se, mas o que ele não reparou foi que se sentou em cima de um vira-lata raivoso que o empurrou em seguida para o chão.

“Oi! Sabes por acaso com quem diabos te estás a meter?” Gritou o pequeno se levantando e empunhando a bokuto com dificuldade, devido ao peso. “Eu sou o grande samurai, Kanshichirou-sama!”

O rafeiro limitou-se a rosnar.

“Estou a falar a serio, eu dou cabo de ti!” Disse ele já suando e tremendo de medo.

Mais uma vez o cão rosnou.

“T-tu não me metes medo.”

Dessa vez ladrou, fazendo Kanshichirou fugir a sete pés com o cão perseguindo-o. Durante a perseguição eles atropelaram Hasegawa que acabava de sair do pachinko, com os bolsos completamente vazios.

“Eu já não vi aquele miúdo antes?” Reflectiu o madao, ainda no chão, com marcas nas costas de patas e sandálias de madeira.

Quando o jovem finalmente se livrou o seu perseguidor, viu-se num sitio diferente de donde estava.

“Mas onde raios estou?” Questionou-se Kanshichirou enquanto coçava a cabeça.

Um bêbado que estava ali perto ouviu a pergunta, respondeu. “Pirralho, este sítio não é para alguém da tua idade, isto é Yoshiwara.”

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O trio problemático do parque decidiu procurar a criança, juntamente com Kagura e Shinpachi e três horas depois todos se reuniram na estátua do parque de Edo.

“Gin-chan, isto é capaz de enganar a mãe!” Kagura trazia nos braços um boneco com uma peruca despenteada e prateada.

“Kagura-chan, não acho que isso engane a Ofusa-san.” Disse Shinpachi, fazendo o seu trabalho de tipo sério.

“Realmente pirralha, só alguém retardado pensaria nesse plano.” Disse Sougo trazendo cinco jovens mulheres pela trela, que não estavam nem um pouco incomodadas. “Só temos que fazer um novo bebê com os genes dos olhos de peixe morto e permanente natural prateada do Danna.” Escorreu uma gota de sangue do nariz de Gintoki.

“Tu não passas de um sádico pervertido!” Disse Kagura encarando o capitão da 1ª divisão do Shinsengumi.

“Queres brigar?” Quando os dois estavam quase começando a briga, Kagura lançou um olhar mortal para as seguidoras de Sougo, que logo fugiram de medo. “O que foi? A pirralha está com ciúmes?” Cinco segundos depois o sádico já estava no chão, depois de levar um poderoso soco de Kagura que estava de cabeça baixa, para não se notar que tinha ficado corada.

“Hei! Parem de fazer idiotices!” Gintoki separou os dois, antes que se matassem. “Ainda temos muito que procurar.”

“Afinal, por que temos que te ajudar?” Disse Hijikata com um boneco parecido ao da Kagura nas suas costas, ao que parece ele tinha tido a mesma idéia. Atirou-o para trás, acertando no príncipe Hata que se tinha acabado de recuperar do banco voador. “Não temos nada a ver com isto.”

“Não diga isso Hijikata-san, já pensou quantas vezes o Danna nos ajudou em momentos difíceis?” Disse Sougo ainda com um inchaço vermelho na face, devido ao golpe de Kagura.

De repente uma opening de anime Shoujo começou a soar e todos olharam para o Hijikata que atendeu o seu celular. “Aqui Hijikata. Ok, agora volta para o trabalho.” Quando Hijikata desligou, todos ainda o encaravam. “Bem o Yamazaki disse que viu um miúdo que corresponde à descrição, a correr em direcção a Yoshiwara.” E o trio Yorozuya correu nessa mesma direcção.

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O rapaz estava percorrendo a cidade, que parecia estar dentro de um buraco, quando a alguém lhe tocou no ombro.

“Estás perdido pequeno?” Disse Seita, que ficou completamente chocado quando Kanshichirou se virou, revelando um rosto idêntico ao de um certo samurai conhecido. O mais novo estranhou um pouco a reacção do garoto que acabara de conhecer.

Depois de Seita se acalmar, acompanhou a criança até ao café onde estavam Tsukuyo e Hinowa tomando chá, que logo foi expelido pelas suas bocas quando viram o Kanshichirou entrar.

“Seita-kun. Quem é o teu amigo?” Perguntou Hinowa depois de se ter engasgado com o chá.

“Ele disse que se chama Kanshichirou.” Explicou Seita carregando a bokuto. “Encontrei-o vagueando perdido pela cidade com a espada do Gin-san.”

“Oh, que estranho. Não achas Tsuky-chan?” Tsukuyo estava em silêncio encarando o recém-chegado, já com uma veia a latejar na testa e com o seu copo a rachar, o que assusto um pouco Hinowa. “B-bem, deves estar cansado, queres beber algo?”

“Leite de morango, por favor.” E com esta resposta Tsukuyo quebro o copo por completo.

“Desculpa, mas por acaso conheces um samurai chamado Sakata Gintoki?” Perguntou Tsukuyo, enquanto secava as mãos e se tentava acalmar.

“Claro, ele ensinou-me grandes lições de vida e também vai ensinar-me a usar a espada.” Respondeu o pequeno garoto, o que chocou Seita e Hinowa.

Uma aura negra formou-se envolta de Tsukuyo. E no pior momento de todos, um certo samurai de cabelo prateado entrou no lugar a correr e disse com um ar abafado. “Vocês viram por acaso um… Ha! Estás aqui, seu pirralho maldito. Sabes o que a tua mãe me faria se descobrisse que eu te perdi?”

“Gin-to-ki!” A cortesã da morte, com um grande pontapé, atirou o dito samurai contra a parede do café, fazendo-o ficar preso. “Ele é teu filho, não é?”

Nesse momento Kagura e Shinpachi entraram no café a correr.

“Gin-san, tiveste alguma sorte?”

“Hei, onde está o Gin-chan?

Então todos os que estavam no café, incluindo o Kanshichirou, apontaram para a parede onde estava Gintoki. Depois de Kagura rir do estado do seu líder, ajudou a tirá-lo da parede enquanto Shinpachi explicava a situação.

“Peço imensa desculpa pelo meu erro.” Disse Tsukuyo com total sinceridade.

“Não, não há problema.” Disse Gintoki, que estava com imensas dores, nódoas negras, um olho extremamente inchado, com uma ou duas costelas partidas e a tossir sangue. “Eu estou bem.”

“Não Gin-san, você não está bem, é óbvio que precisa ser hospitalizado.”

“Não digasestupidecesShinpachi, eu sou como um homem de borracha, um golpe normal não me magoaria.” Respondeu Gintoki enquanto se forçava para não se notar muito.

“Gin-san. De qualquer forma, aquilo não foi um golpe normal, sem dúvida foi um golpe carregado de haki.” Disse Shinpachi levantando-se. “Agora eu tenho de voltar para casa, se eu não começar a fazer o jantar cedo, a minha irmã terá que o fazer.”

“Bem, então vamos.” Gintoki já estava saindo com o Kanshichirou num braço e com o outro puxando Kagura, que já estava na décima tigela de arroz, quando foi interrompido.

“Acho que o Gin-san não pode cuidar de tudo sozinho. Tsuky-chan, por que não os acompanhas?” Perguntou Hinowa, mas quando viu que ela ia recusar, disse. “É uma ordem.” E com isto ela não podia recusar.

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Mais tarde no parque de Edo, Gintoki sentou-se no banco onde estava Tsukuyo, pois estava estafado de ter sido obrigado a brincar com o Kanshichirou, a Kagura e o Sadaharu.

“Não aguento mais. Deus, se me livras desta maldição, eu prometo que me livro do meu vício de ler Jump.

“Não acho que cuidar de crianças seja algo assim tão mau. Afinal, é um bom treino para os filhos futuros.” Disse Tsukuyo ficando um pouco corada.

“Ter filhos só é bom quando eles já são crescidos e cuidam de nós.” Disse Gintoki enquanto observava as crianças brincando no parque.

“Suponho.” Respondeu Tsukuyo.

Depois disso, houve um incômodo momento de silêncio, que felizmente, foi interrompida pela chegada de Ofusa.

“Gin-san, o Shinpachi-kun disse-me que vocês estavam aqui. Eu vim buscá-lo para irmos para casa.”

“Não! Eu quero ficar mais tempo com o Gin-san!” Gritou o pequeno Kanshichirou.

Então o samurai aproximou-se do garoto e abaixou-se. “Pirralho, está na hora de dizer adeus.” Quando viu que ele estava quase a chorar, disse. “Um verdadeiro samurai não deve chorar. E aqui tens a prova de que és um verdadeiro samurai.” E Gintoki entregou a sua bokuto ao pequenote.

“Gintoki, tens a certeza disso?” Perguntou Tsukuyo.

“Não há problema, afinal eu posso comprar outra.” Disse Gintoki enquanto esfregava a cabeça do rapaz.

“Kanshichirou. O que se diz?” Perguntou Ofusa, pegando na mão de seu filho.

“Obrigado Gin-san e adeus a todos.” Despediu-se o rapaz, sem uma única lágrima e com um grande sorriso, como se tivesse o pressentimento de que se voltaria a vê-los.

De repente como um relâmpago, algo percorreu o cérebro de Gintoki. “Oh não!”

“O que foi?” Pergunto Tsukuyo preocupada.

“A minha novela começa dentro de três minutos!” Gritou o samurai. “Kagura, Sadaharu vamos!” E com isto eles foram embora a correr.

“Sinceramente, há pessoas que nunca mudam.” Disse Tsukuyo indo à direcção de Yoshiwara.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram?
Espero as vossas reviews.