Quando Dois Corações Batem Forte escrita por RJ Vitola


Capítulo 27
Como um sonho turvo


Notas iniciais do capítulo

Vocês não fazem ideia do nervoso que eu tive de postar esse capitulo... É o ultimo! Não consigo me imaginar sem a fic, ou sem vocês... Espero realmente que gostem, se eu pudesse enrolaria mais mas não acho que vocês mereçam uma história "enrolada"...
Eu costumo a gostar de um elemento surpresa, um fim surpreendente... Espero que vocês também!!
Peço as reviews como sempre (Adoro os comentários de todos! Vocês nem devem imaginar o quanto eu gosto de ler o que vocês escrevem...)!!
Poderia eu fazer uma pergunta a vocês? Então, como vocês imaginam que eu seja? Venho pensando nisso a um tempinho, bateu uma curiosidade enorme...
Não deixem de ler as notas finais, ok?

Um grande abraço,
Raíssa Vitola ;)



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Naquele momento faltava pouco para chegarem ao lugar indicado pelo rastreador de Victor, uns dez ou quinze minutos talvez, mas todos sabiam o quanto aquele tempo poderia se mostrar valioso em uma situação como aquela.

‘Dez minutos é tempo de explodir o mundo!’, Stone pensou aflito.

Não restava realmente nada a fazer, a não ser torcer para que os dois titãs estivessem bem.

–E o West também inventa de sumir em uma hora dessas... – Cyborg resmunga baixinho, pensando que se ao menos o Flash estivesse com eles ele poderia chegar na frente, como um “pré-reforço” ao algo do gênero.

Todos estavam quietos, ansiosos para saber o que lhes esperaria quando chegassem e ainda mais diante da ociosidade forçada em que se encontravam.

Ao longe uma explosão se fez ouvir e uma cálida luz surgiu no horizonte. Naquele momento o pensamento de todos voltou-se para o desejo de ter uma nave mais potente, e esse desejo veio acompanhado de um pressentimento muito ruim em Victor.

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Tudo na cabeça de West voltara ao lugar, talvez fosse uma estabilidade frágil mas não poderia reclamar nem se esse fosse o caso.

Desde que Donna o deixara sozinho novamente uma chama de esperança ardia dentro de seu peito, talvez um pequeno vislumbre de um futuro de possibilidades.

‘A vida não é uma droga!’ pensou West enquanto atravessava os corredores da Torre. Estava tão sorridente que podia-se esperar que a qualquer momento saísse dançando pelo corredor e pulasse no sofá, em uma imitação fajuta de Cantando na Chuva. Mas não, não faria isso... Tinha alguma noção de que não era nenhum Gene Kelly e que muito provavelmente sua coreografia seria lamentavelmente ruim.

Enquanto andava, a ausência de qualquer figura no recinto causava-lhe uma crescente preocupação.

‘Onde estão todos, afinal?’, pensou.

Chegou finalmente a sala titã. Estava desorganizada e algumas cadeiras se encontravam de frente para o sofá, que por sua vez estava levemente bagunçado.

–Parece até que algum tipo... – ‘de reunião de emergência aconteceu aqui’ terminou a frase mentalmente pois sua boca pendia aberta de espanto.

Com algum esforço tomou uma postura mais séria e correu os olhos pela sala em busca de qualquer pista. Havia a localização de algo na tela da televisão e mais à frente em uma mesinha de centro um papel estava aberto e um pouco amassado.

–Vai servir... – Disse pouco antes de seu vulto pegar o papel e sair pela porta da Torre.

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Ravena continuava sua busca por uma falha na defesa de Sangue porem suas esperanças vinham se esvaindo cada vez mais. Não tinha muitas alternativas, o comunicador estava quebrado, ela e Gar estavam fracos e por conta própria.

Com seu olhar fixo em Sebastian, Ravena pode notar que a expectativa do mesmo parecia aumentar progressivamente. Algo em seu olhar dizia a empata que alguma coisa havia passado desapercebida por ela. Mas o que?

De fato Sangue devia considerar aquela luta ganha, mas havia algo mais naquele olhar de satisfação. O que Sebastian sabia que passava desapercebido a Ravena? A empata procurou em todas as direções a menor pista que houvesse dos planos de seu inimigo mas acabou não percebendo o detalhe que deveria ser o mais visível.

Enquanto a observava ou lutavam, os lábios do Irmão Sangue entoavam um murmúrio inaudível. E em momento nenhum aqueles lábios pararam, em momento nenhum a narrativa silenciosa foi interrompida. Só agora Ravena percebia isso, justo agora que seu corpo formigava e sua consciência parecia afastar-se dela, como se tudo não passasse de um sonho distante.

Nesse momento um som oco lhe pareceu longe e quanto pode retornar a si com completa consciência percebeu estar no chão a cerca de seis metros de Sangue. Seu corpo e sua cabeça doíam mas não era isso o que mais assustava a empata.

Garfield chegou correndo e olhou para Ravena com um expressivo ar de preocupação no rosto.

–Ravena!! Você está bem? Eu ouvi uma explosão... – Mas o metamorfo emudeceu ao seguir o olhar da garota até um pequeno círculo com cerca de 10cm de diâmetro e que se expandia rapidamente.

Sangue tinha conseguido, havia aberto um portal e era só uma questão de tempo até que o seu tamanho pudesse permitir a passagem de Trigon.

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Faltava muito pouco para Wally chegar ao local indicado pelas coordenadas de Victor quando o velocista avistou o que parecia ser uma grande explosão.

–Droga! – Praguejou rapaz enquanto fazia uma brevíssima parada para poder observar mais atentamente a situação.

Retomou logo sua corrida. Em toda a sua vida é difícil imaginar um momento em que Wallace West correu mais rápido que naquele que se encontrava agora. Em um piscar de olhos, ou menos, já podia avistar Ravena, Garfield e uma figura que pareceu distinguir com o Irmão Sangue.

Não tinha a menor ideia do que estava acontecendo mas, se aquele pequeno círculo brilhante era o que ele estava pensando, imaginou que teriam problemas bem grandes pela frente.

Agora estava perto o suficiente para distinguir a expressão tanto no rosto de Gar como no de Ravena, e era a mesma por sinal. A partir daí pode ter certeza do que era aquele buraquinho luminoso, e um desejo súbito de estar enganado percorreu todo o seu corpo.

– Vocês estão bem? – Wally perguntou, mesmo sabendo que aquilo não era o mais importante no presente momento.

–Sim – Foi Ravena quem respondeu – Mas não acredito que isso vá durar por muito tempo – Terminou de dizer sem desviar o olhar do portal em expansão.

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Não havia como impedir, Trigon viria a Terra e eles sabiam que toda a ajuda era pouca para derrotar um inimigo tão poderoso. Talvez Ravena conseguisse faze-lo mas com isso poderia acabar cedendo ao seu lado demoníaco e isso poderia vir a ser um problema igual, se não maior.

Precisavam de um plano, de reforços e principalmente de muita sorte. Os três titãs ali presentes se encontravam com um ar solene, talvez tentando se preparar para o que teriam que enfrentar.

–Onde estão os outros? – Gar perguntou sem desviar o olhar do portal, imaginando que a qualquer momento Trigon poderia atravessa-lo.

–Creio que estejam a caminho – Wally deu de ombros – Saíram antes de mim.

O tom sério que os dois titãs tomaram poderia perturbar a qualquer um, principalmente a aqueles que conviviam com os dois com mais frequência, porem no presente momento não havia tempo para preocupações, brincadeiras nem nada mais. Tinham que ser práticos.

–Trouxe seu comunicador? – Wally assentiu com a cabeça ao ouvir a voz sóbria de Garfield – Então já sabe o que fazer.

Wally digitou algo no comunicador e logo puderam ouvir o som da ligação a ser completada. O portal já se encontrava com cerca de 50 cm de comprimento.

–Liga da Justiça – Wally fez uma pausa para um pequeno suspiro que lhe escapou – Precisaremos de todos os reforços possíveis.

“E sobre o que se trata?” uma voz, que parecia ser Diana Prince, perguntou ao outro lado da linha.

–Parece que... – Começou a falar mais sua voz morreu em sua garganta, paralisada pela surpresa do que o rapaz viu.

O que se seguiu naquele instante mais poderia parecer um borrão, um sonho turvo e distante, mas a verdade é que foi real. Em uma questão de segundos, quando o portal se encontrava entre os 50 e 60 cm, o borrão loiro de Tara Markov moveu-se com tamanha agilidade e precisão que mal foi possível acreditar quando ela, levando Sangue consigo, se atirou no portal. Ocorreu depois um silencio que durou no máximo dois ou três segundos e então o portal começou a se fechar com uma velocidade ainda maior do que a que tinha sido aberto. Por fim um baque surdo pode ser ouvido e nenhum resquício do portal, de Tara ou de Sangue podia ser identificado.

“Alô? Você ainda está ai?” a voz fez-se ouvir ao comunicador.

– Sim, ainda estou aqui... – Wally por pouco conseguiu emergir de seu choque, ainda um pouco abobado com toda aquela situação.

“Então? Qual é o problema??” a voz se confundia em um misto de preocupação e impaciência.

–Ah sim! – Wallace corou um pouco, se afastando com uma postura um pouco mais relaxada – Sabe o que é... – Foi a única coisa que puderam ouvir do rapaz, que agora já estava longe.

Nessa confusão de pensamentos, exaustão e alivio, Ravena e Garfield quase não perceberam quando a nave titã pousou a alguns metros deles.

–Ravena! Logan! Vocês estão bem? – Dick gritou, em um tom nervoso e aflito, porem nunca perdendo o ar pragmático de sua fala.

Os dois viraram-se rapidamente e assentiram com a cabeça.

–Sim, vamos ficar bem! – Rapaz-fera gritou em resposta.

Nesse instante os verdes olhos de Garfield se cruzaram com os lilases da empata. Para ele não havia alivio maior que vê-la bem, exausta mas ainda assim bem. Ele se abaixou ao lado dela e sorriu ao ver o sorriso estampado no rosto da garota.

–Conseguimos... – Ela sussurrou quase que para sim mesma – Conseguimos! – Falou mais auto, abraçando Gar ao faze-lo.

–É conseguimos, Rae... – Sua voz saiu em um tom calmo e suave.

Stone aproximou-se com seu jeito espalhafatoso de ser.

–Maninho, quase que você me mata. Eu achei que... – E então seu olhar se fixou nos braços de Ravena em volta de Gar e acabou fazendo uma breve pausa para assimilar o que sua retina acabara de absorver – Então, ela é ela? Quer dizer ela é a Rae?

–Bom, é sim... – Garfield se soltou dos braços da empata para poder olhar bem nos olhos de Victor. Ravena sabia que se não fosse pela pele verde as bochechas de Gar estariam visivelmente coradas.

–Acho que eu nunca ia imaginar... – Cyborg admitiu – Bom, mas fique sabendo, rapaz, que se você aprontar com a minha maninha vai ter que se ver comigo, viu?

Gar assentiu com a cabeça e logo Stone levantou-os no que ele imaginava se tratar de um abraço e depois se afastou, indo ficar mais perto de Karen.

Ravena andou um pouco, parando em frente ao lugar onde a pouco o portal estivera presente, enquanto Rapaz-fera fazia um breve relato do ocorrido ao Robin. Logo Gar também parou ao seu lado.

–Explicou tudo ao Richard? – Ravena perguntou, ainda olhando o vazio a sua frente.

Gar deu de ombros.

–Acho que expliquei o que podia ser explicado.

E era verdade. Algo naquilo tudo não era possível de ser dito, tudo parecia um sonho disforme que aos poucos sumia da mente. Mas eles sabiam que aquilo não ia sumir, era real demais, forte demais para ser uma mera ilusão. Nunca seriam capazes de fazer alguém compreender plenamente aquele dia, tudo fora tão rápido que muitos detalhes lhes haviam passado desapercebidos, não sendo mais que um mero borrão na memória.

A memória de Tara permaneceria para sempre, e de Sangue também. Todo aquele desespero, loucura e momentos de sanidade que fugiam a total compreensão de quem quer que fosse... Uma memória ruim, da traidora que inegavelmente foi, sempre existiria mas também haveria outra, de sacrifício ou talvez de tentativa de resgate, de uma heroína que por fim veio a tona.

–Bom, acho que tivemos um final feliz – Ravena disse virando para Garfield, com um sorriso meigo no rosto mas o rapaz pode perceber um brilho triste em seu olhar. Gar a encarou por um longo momento até que ela deixou transparecer em palavras o que a afligia – Espero que ela fique bem... – Acrescentou com um longo e profundo suspiro enquanto sua mão pressionava a do rapaz.

– Eu também... – Ele admitiu – Mas não acho que seja um final... – Disse puxando-a para um doce e demorado beijo.

Os dois permaneceram ali por mais um bom tempo, o braço de Gar envolvendo-a, até que por fim se juntaram aos outros titãs.


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Notas finais do capítulo

O fim pode não parecer um "FIM" - talvez porque eu acredite que não hajam finais e que muito tem que ficar nas entrelinhas- mas eu gostaria de ouvir o que vocês acharam, responder qualquer pergunta e tudo mais... Por favor, perguntem o que quiserem mesmo!
Muito obrigada a todos que leram e acompanharam "Quando Dois Corações Batem Forte", vocês foram (e são!) muito especiais para mim!