Vou seguindo as coordenadas que o porteiro me deu, até chegar a um galpão enorme. Quando abro a porta do galpão, vejo uma mesa grande rodeada de cadeiras e com pessoas já sentadas nelas. Uma cafeteira no canto, alguns quadros enfeitando a parede, e mais para trás uma parede com uma porta grande, que eu suspeito que para lá seja aonde iremos filmar.

Quando entro, todos olham para mim, até que James se levanta e fala:

- Aqui está nossa protagonista! - E então se virou para as pessoas: - Pessoal, essa é a Natalie. Ela vai interpretar a Julie, nossa mocinha.

Algumas pessoas murmuram um oi, outras só acenam com a cabeça e dão um leve sorriso.

James começa a me "empurrar" para andar, chegando perto da mesa reparo que Leonardo já esta ali, perto da ponta da mesa, aonde James estava.

Do seu lado, uma cadeira vazia, James me guia para baixo, ao lado de Leo.

Então, vai até sua cadeira, se senta e começamos a conversar sobre o filme, passamos algumas cenas, e falamos sobre o inicio das filmagens, que como eu suspeitava, só começarão daqui três semanas.

* * *

Voltei para casa no finalzinho da tarde, totalmente cansada, apesar de nem ter feito muita coisa.

Não conheci muitas pessoas, até porque quando se trata de conhecer pessoas sou meio tímida, só depois de ganhar um pouco a confiança da pessoa, que viro a louca que sou. Amanhã tenho que ir ao estúdio de novo para começarmos a passar as cenas...

Vou para o meu quarto, coloco Banana Pancakes do Jack Johnson, e deito. Fico olhando para o teto por um tempo pensando sobre tudo. Sobre o filme. Sobre a minha irmã. sobre Miguel. E no meio da minha "reflexão", alguém bate na porta.

- Posso entrar? - Pergunta Soph, enfiando só a cabeça no quarto.

- Claro, Soph. Entra.

Ela entra e deita ao meu lado na cama de casal.

- No que está pensando? Qual a reflexão do momento na vida de Natalie Parker?

- Porque acha que eu estou refletindo sobre algo?

- Porque você só fica deitada assim ouvindo músicas do estilo do Jack Johnson quando tem algo que não se encaixa na sua cabeça. - Minha irmã me conhece até demais.-

- Bom, eu estava aqui pensando sobre o filme, sobre você e sobre o Miguel.

- Olha, sobre o filme, eu não tenho dúvidas que vai dar certo. Sobre mim, você tem direito de pensar o que quiser, nem quero me meter nisso. E sobre o Miguel, pelo o que eu vi ontem, tá na cara que ele te ama de verdade, mas eu não acho que você o ame.

- Eu o amo, mas não sei se é amor suficiente para atingir o que ele sente por mim! - Falo enquanto enfio a cara em meio aos travesseiros

- Eu sei, mas Nat, eu prefiro não me meter nesse assunto. A única coisa que vou te dizer é que você precisa ouvir o seu coração. Eu sei que ele deve estar bem confuso, porque segundo o que você me contou ontem, foi tudo muito rápido, mas tudo vai dar certo.Mas bom, eu não vim aqui para ficarmos conversando sobre o Miguel e o relacionamento de vocês dois.

- Então por que você veio aqui?

- Porque hoje eu me lembrei de quando nós eramos pequenas, e a mamãe nos levava para o shopping para acompanhar ela e a gente sempre acabava com um saco de doces na mão. Então eu pensei da gente ir no shopping e comprar um pacotão de doces, ver roupas, livros e tudo mais. Topa?

- Só se for agora.

Me arrumei, e fomos com o meu carro, já que o carro da Soph estava em casa. Chegando ao shopping, fomos direto a uma barraquinha de doces, pegamos nossos saquinhos e enchemos com dentaduras, balas fini, confete, jujuba, tudo o que tínhamos direito.

Começamos a andar pelo shopping, sempre trocando os pacotinhos de doces, no ultimo andar tinha um "parquinho" para os adultos, então entramos no parquinho e fomos direto para o carrinho de bate-bate, que é o nosso brinquedo favorito desde pequenas.

* * *

Quando saímos do shopping fomos em um bar e bebemos um pouco. Claro que no meio da conversa e das risadas fomos bebendo e bebendo, e quando vimos já estávamos um pouco bêbadas.

Levei Soph para minha casa mesmo, só paramos na casa dela para pegarmos roupas para hoje a noite e para amanhã.

Chegando em casa, me embolei com a chave, Soph e eu não parávamos de rir de tudo. Assim que entrei, vi uma coisa que me fez pensar que ficar na casa de Soph teria sido bem melhor.