Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 41
Cap. 39: Pós Guerra


Notas iniciais do capítulo

"Tentei carregar o peso do mundo
Mas só tenho duas mãos [...]
Gostaria de poder permanecer jovem assim para sempre
Sem medo de fechar os meus olhos
A vida é um jogo feito para todos
E o amor é um prêmio

Então, acorde-me quando tudo estiver acabado
Quando eu for mais sábio e mais velho
Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo
E não sabia que eu estava perdido"

Música: Wake Me Up - Avicci feat. Aloe Blacc



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Último Trailer

"Quando eu entender o meu inimigo bem o suficiente para derrotá-lo, então, nesse momento, eu também o amarei."

— Ender Wiggin

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Sophie entrou na sala onde Maisy também algemada esperava sentada.

— Ei. - a morena se sentou. – Devido as circunstâncias eu liberei Misa Amane. Não posso fazer o mesmo com você, mas posso te tirar daqui por algumas horas.

— Não tenho nenhum interesse em gastar tempo com ela. – Maisy disse em tom sombrio. – Não entenda errado, eu já derrotei Sayu por tudo o que aconteceu, queria que ela perdesse porque afinal eu sou infantil, mas isso não significa que sou sua amiga ou que vou me tornar a mocinha arrependida dessa história.

Sophie a encarou um momento assustada e então sorriu suspirando.

— Que alivio, já estava ficando preocupada. Não esperava menos de você. – ela colocou várias pastas sobre a mesa. – Bem, então vai gostar de saber que foram reunidas provas suficientes para acusá-la de estelionatário, sequestros, assassinatos, tortura, invasão de dados, formação de quadrilha dentre outros.

— Hum... Porém... – Maisy suspirou. – Eu ainda continuo sendo Kira, afinal eu usava o caderno.

— Exato. Contudo não tem com o que se preocupar, pode pegar uma pena alta, mas não de morte.

— Foi esse o acordo que fez com Scott? – ela deduziu

— Sim. Você ira como cúmplice da Sayu e portanto como ajudou na prisão dela terá a pena reduzida.

— E como os cadernos destruídos, os shinigamis mortos e o portal trancado eu não sou mai uma grande ameaça, não é?

— Maisy, pessoas como nós só não representam ameaça se estiverem em coma. – ela falou apoiando os cotovelos na mesa. – A arma mais perigosa sempre foi nossa mente.

— Ainda acha que tenho intenção de eliminar todo o mal do mundo?

— Acredito nisso fielmente.

Maisy riu.

— Quanta devoção, uma vez que eu mesma não consiga imaginar como tal coisa seria possível.

— Você daria um jeito.

Maisy sorriu, mas de uma maneira diferente do que Sophie conhecia. Parecia feliz ou agradecida. Ela não soube explicar. A garota abaixou a cabeça encarando as mãos algemadas.

— Você parece esperar muito de mim, lamento, mas então acho que não sou o inimigo que você procura. Acontece que... – ela fez uma pausa erguendo o olhar. – Agora por mais estranho que seja você é a única pessoa com quem posso contar.

— Isso não é verdade. – disse Sophie. – Eu consigo ler a mentira no rosto das pessoas. Você sabe, por isso sempre mentiu bem. De qualquer forma por conta disso posso afirmar com 85% de certeza que Misa está arrependida e com 100% de que Scott realmente quer o seu bem.

— Mas ainda sim eles mentiram. Quando eu paro para analisar você é a única honesta. A única que o tempo todo jogou de cara limpa, não no sentido de mostrar o seu rosto, mas de você eu sempre pude esperar o pior. Então por eu nunca poder confiar em você essa é a razão pela qual confio.

— Não estou entendendo. Aonde quer chegar?

— Você me colocando como sua inimiga perfeita. Não sou. Não quero mais isso, aliás não sei mais o que quero. A vida inteira eu fui uma marionete, tudo que eu conhecia era só um jogo bobo e então eu fico pensando sobre tudo isso, todos esses conceitos.

— E o que concluiu?

— Nada. Às vezes penso: e se L tiver razão? Mas então penso que posso estar sendo influenciada de novo e tento analisar o lado do Light. Aí acabo voltando para toda essa confusão e troca de lados e... – Maisy suspirou fundo. – Sabe qual a única coisa que lamento?

— O que?

— Não pude me despedi do Ryuk. – Sophie ficou surpresa. – Ele vivia nos observando, mas eu também. Ele era um shinigami interessante mesmo que ingênuo, foi o fato de eu consegui controlá-lo que me fez começar a questionar tudo o que eu pensava. Acho que foi graças a ele que enxerguei a verdade. É estranho né, como as coisas que julgamos mais inúteis podem ser as que tem mais valor e como aqueles que chamamos de inimigos acabam sendo os únicos que sempre estão ao nosso lado, mesmo que seja para fazer o pior.

Sophie a encarou em silêncio por um momento e então falou.

— É um grande problema ter verdadeiros inimigos, daqueles que você sabe que não pode vencer facilmente. Porque mesmo que você não aceite ou acredite no que ele é e pensa... – ela fixou seu olhar. – Quando você entender seu inimigo bem o suficiente pra derrotá-lo, nesse momento você também o amará.

— Ender Wiggin. – Maisy respondeu. – É a frase do meu filme preferido.*

— Se você também assistiu então você deve se lembrar de que como se vence uma guerra também é importante. – Sophie continuou. – Não há glória na minha, na nossa vitória. Apenas o fim.

— Eu sei. Mas eu não busco glória, não busco mais nada. Estou oficialmente desistindo.

— É uma pena. – Sophie disse e Maisy se sobressaltou na cadeira. – Sabe, Maisy depois que você descobriu a verdade e mesmo influenciada por Scott deixou de ser controlada, foi o momento em que eu comecei a te entender. É uma pena eu nunca poder jogar a sério com você.

— Você é louca. Uma louca entediada e sem escrúpulos. Quem é quem para tentar se impor como justiça nesse mundo? Somos todos monstros piores que shinigamis dentro de nós.

— Então você já me entendeu, me decifrou completamente?

— Estou nesse caminho.

— Se L e Kira pudessem nos ver agora certamente estariam desapontados.

— Se Light pudesse me ver eu perguntaria: E agora papai? Será que está orgulhoso de mim? Será que se sente ao menos aliviado por ter acabado? Por quanto tempo mais uma guerra assim poderia e deveria acontecer? – ela encarou os olhos gelados de Sophie. – Ao final de tudo só o que me restou foram perguntas com respostas vazias.

— Sou a última pessoa que provavelmente você queira ouvir, mas estar em débito com você me faz passar mal. Então eu vou te dar um conselho: vá até sua mãe e fale com ela. Mesmo que não a perdoe ao menos seja convincente o bastante. Quem usa o Death Note não pode ir para o céu ou inferno, mas enquanto estiver aqui pode fazer com que ela morra feliz.

— E o que eu ganharia com isso?

Sophie arrumou as pastas e se levantou.

— Vai descobrir que este mundo é bem mais do que o mal que você tentou erradicar. Porque no final das contas somos só garotas órfãs e mimadas tentando chamar a atenção de alguém. – abriu a porta e saiu.

Maisy resolveu aceitar as palavras de Sophie e no último dia de Misa ela e Scott foram visitá-la. Os três estavam numa das salas do quartel general completamente cercados por câmeras e escutas. Misa se explicou para Maisy que aceitou suas desculpas e não quis mais tocar no assunto.

Pelas normas do caderno Misa morreria exatamente 21 dias depois da prisão de Sayu, portanto as 18:45 sofreria um ataque cardíaco. Matsuda parecia inconsolável, mas sabia que não havia nada o que fazer. Ficou contente por pelo menos ter conseguido ver Misa melhor, ter podido dizer a ela tudo o que queria e então as 18:40 ela ficou sozinha com os filhos.

— Tenho uma coisa importante para dizer. – explicou.

— O que é? – Maisy perguntou. Estavam sentados no sofá de frente para a mulher enquanto comiam diversas guloseimas.

— Primeiro saibam que eu mesmo agora a beira da morte eu ainda amo o Light. – Scott fechou a cara. – Segundo, saibam também que eu amo ainda mais vocês. Porque mais do que o mundo ideal vocês dois foram o que nós conseguimos realizar. E terceiro... – ela se esticou apoiando as mãos na mesa de centro e sussurrou algo que passou despercebido pelas câmeras e escutas no ouvido deles.

Os dois ficaram catatônicos um momento, Misa voltou a se sentar e os olhou sorridente.

— Agradeçam ao Matsuda por tudo. – ela se encostou no sofá, os segundos pareciam martelar em sua cabeça. Scott pulou a mesinha e ficou perto dela segurando sua mão.

— Nós também te amamos mãe. – como que para provar ele se virou e olhou Maisy que também foi se sentar perto deles.

— Você não precisa de alguém como o Light, ou Kira se preferir. – Maisy olhou fundo nos olhos dela. – Você é muito forte, talvez nunca tenha se dado conta disso. Então não se curve pra mais ninguém.

— Maisy... – ela sorriu para a garota.

— Eu pensei... Que me odiasse, que era minha inimiga, mas... – ela gaguejava sem saber o porquê. – Mas agora eu... Eu te compreendo perfeitamente. – ela se lembrou das palavras de Sophie. E assim apesar do grande nímero de anos em seu tempo de vida o coração de Misa Amane parou de bater. E para alguém que usou o Death Note, viveu os horrores da batalha entre Light e Ryuuzaki e passou por inúmeros infortúnios na vida, não poderia ter morrido com semblante mais feliz.

— O que.. O que aquilo significava? – Scott perguntou enquanto o corpo da mãe era levado e Maisy esperava para voltar a delegacia.

— Digamos que é uma maneira de expressar sentimentos. – ela respondeu. O celular de Scott tocou e ele atendeu.

— Sim?... Ok! Certo... Sem problemas... Obrigado Watari. – ele se voltou para a irmã. – Boas notícias, você vai poder ficar aqui em uma das suítes até o funeral.

— Não me importo de fato.

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Logo depois do enterro Maisy foi levada de volta a delegacia e naquele mesmo dia seria levada para os Estados Unidos juntamente com Sayu que recebeu sentença de prisão perpétua.

Feito os preparativos um avião cargueiro foi especialmente preparado e equipado para levá-las até o continente. Annie aproveitou para pegar carona e se encontrar com os irmãos que agora estavam em Nova York. Sophie decidiu ir também e de lá pegaria outro voo para a Inglaterra.

O avião era grande e Sophie se encontrava na cabine de comando jogando Reversi sozinha enquanto Watari e outro homem mais jovem pilotavam. Scott analisava alguns papeis da CIA e Annie dormia em outra poltrona. Lissana e Near já estavam no país havia dois dias para adiantar as coisas.

Tudo corria bem, os aprendizes da Wammy’s tinham elaborado e executado com perfeição o plano que deverá ser contado em outra ocasião. A Seita de Kira estava dissolvida e os últimos descendentes de Light estavam naquele avião.

Está tudo correndo bem, aliás perfeitamente.— pensava Sophie. – Então... O que eu não estou vendo? Por que tenho essa estranha sensação de perigo?— ela encarou o tabuleiro.

Houve uma turbulência e algumas peças caíram, mas ninguém pareceu notar. Ela se abaixou para pegar uma branca e foi quando algo passou por sua mente.

Quando eu paro para analisar você é a única honesta. A única que o tempo todo jogou de cara limpa. – ela relembrou seu encontro com Maisy. – Então por eu nunca poder confiar em você essa é a razão pela qual confio.

Sabe qual a única coisa que lamento?— enquanto se recordava das frases da garota ela se levantou e encarou o painel da aeronave. – Não pude me despedi do Ryuk. Acho que foi graças a ele que enxerguei a verdade. É estranho né, como as coisas que julgamos mais inúteis podem ser as que têm mais valor

Não. — ela pensou. – Não pode ser.

— Ei vocês dois. – ela se virou para Scott e Annie. – Coloquem os cintos de segurança.

— Olha só quem fala. – Annie resmungou. – Sabia que você vai acabar... Ei! Aonde você vai?

— Sophie? – Scott não entendeu quando a garota saiu correndo pela porta. – O que diabos deu nela?

— Sei lá. Banheiro? Ela não parou de comer desde que entramos no avião e isso já faz umas 3 horas.

— Três horas... – ele se voltou para o lado onde ela estava sentada vendo as peças bagunçadas e depois para a porta aberta. Se levantou e também saiu correndo.

— Mas o que deu neles?

~~~~~~~~~~

Sophie corria pelo corredor. As alas preparadas para abrigar Maisy e Sayu ficavam no fundo do avião. Uma no andar superior e a outra no inferior. Ela ia até o inferior a toda velocidade.

Mas eu não busco glória, não busco mais nada.

— Sophie!!! Maisy!!! – Scott ia em seu encalço quando ouviu um bipe logo em seguida sentiu o impacto. O chão tremeu, a aeronave balançou e a explosão o arremessou para trás. O avião perdeu instabilidade e caia a toda velocidade, mas ainda sim Scott pode ver a parte traseira que havia se separado do restante da estrutura arder em chamas. Jurou ter ouvido Sayu gritar por um momento e então tudo rodou e rodou.

A parte inferior porém continuou presa ao corpo do avião por pouco e ele tentou se aproximar. Cambaleando e se segurando no que encontrasse conseguiu chegar a tempo de ver Sophie cair e rolar pelo chão ao mesmo instante que Maisy se atirou em sua direção e as duas caíram pela outra borda.

— Nããao! – ele tentou ir em sua direção, mas sentiu as mãos de Annie o segurarem. Ela o forçou a colocar o paraquedas e depois disso foi só a imensidão azul do mar.

Minutos antes

Sophie entrou na sala e logo encontrou Maisy já solta das algemas com um tablet na mão.

— Eu devia saber. Você até poderia aceitar ser derrotada, mas não presa. Essa humilhação você não passaria. – Maisy se virou calmamente, apertou um botão trancando a porta. – Quando Misa estava para matar Sayu fez questão de ver seu verdadeiro nome e falar em voz alta, mas se ela ia atirar não precisaria. Essa nunca foi a intenção dela. Foi assim não foi?

— Eu não planejava que você estivesse nesse voo. – ela armou as bombas que soltaram um sinal de alerta.

— Quando você foi levada pelos seguidores da Sayu, Misa viu seus nomes e os matou com a folha que tirou escondida do caderno antes de entregar pro Scott. Ela o deixou guardado por semanas. Então você conseguiu alertar Near para que ele fugisse e não deixasse Misa atirar na Sayu e assim descobriu o nome dela para que você mesma pudesse matá-la.

— Não era pra você descobrir. – Maisy apertou o botão e o lugar chacoalhou aos poucos até que o andar de cima se separou totalmente e pegou fogo. Elas ouviram os gritos de Scott.

— Mas você não aguentou e me deu dicas quando conversamos, declarou sua gratidão a Misa quando disse que a compreendia e também assumiu que não buscava glória e era infantil. Só imaginei o que eu faria se estivesse no seu lugar e pensasse como você. Só que... – ela encarou a garota de macacão cinza. – É loucura. Estamos no meio do oceano não tem como fugir.

— Não me subestime L. – Sophie correu em sua direção e agarrou o tablet, Maisy se defendeu, mas o aparelho caiu no chão e ativou as outras bombas. – Droga! – Maisy se jogou no chão junto com Sophie quando aconteceu a explosão que arremessou o andar de cima precipício abaixo.

Sophie percebeu que uma pequena parte ainda estava ligada ao avião e tentou voltar através dela, mas nesse momento o metal cedeu fazendo com que a parte em que estava se inclinasse e ela escorregou pelo chão. Maisy que se segurava onde havia sido algemada por puro instinto saltou em sua direção. Com uma mão havia se agarrado a corrente que prendia suas pernas e na outra segurava a de Sophie.

— Como? A minha segurança era perfeita, como conseguiu usar a folha, quando Misa a entregou a você?

— Droga, cale a boca! Se não tivesse se metido não estaríamos nessa situação.

— Isso... Isso é impossível! Se eu morrer então pelo menos me diga como conseguiu.

— Não seja ridícula. Só eu posso te matar. – ela tentou erguer Sophie sem sucesso. – Maldição, você é uma idiota.

— Me diga como.

— Vá descobrir por si mesma! Se tornar a perguntar eu juro que te solto.

— Não solta não. Está deixando sua tia e seu irmão para morrer e arriscando sua vida por mim. Podia me soltar e fugir, mas aí não adiantaria não é?

— Não. Porque aí não teria ninguém para correr atrás de mim.

— Quem é a louca agora?

O bloco de metal rangeu e começou a se soltar.

— L... – Maisy gritou já com a mão e o punho direito sangrando por conta da corrente que ela se prendeu. – Parece que você pode me ler completamente. – Sophie pode ver um sorriso em seu rosto. – Pois saiba que... Eu também te entendo muito bem.

Nããoo!!!

Foram as últimas palavras que elas ouviram antes da corrente se arrebentar, a estrutura se separar de vez do avião e elas mergulharem nas águas.

Tudo bem irmão. Acabou. Kira tem a vitória. Talvez não a que Light desejasse, mas a que eu aceitei. Vamos terminar isso como deve ser Sophie, juntas.

Na parte separada do avião Sayu ficou presa pelas algemas enquanto o fogo avançava.

~~~~~~~~~~

— Então faltava mesmo um fragmento. – Lawliet pensou alto pegando o último pedaço do Death Note no mundo dos humanos que voou para cima. – Sayuri Kimochi Yagami morre queimada no dia 28 de março de 2033.

Ele encarou do alto o avião caindo em chamas e continuou olhando agora o verso do papel.

— Misa trabalhou bem. – rle viu os nomes das pessoas que morreram para tornar a fuga de Maisy possível. – Mas não adianta fazer isso para pedir desculpas se Maisy acabar morrendo junto. O que será que eu devo fazer?

Ele olhou para baixo concentrado. Nada nunca é como nós desejamos. No final nós nunca temos o que queremos.

— Foi o que Mello disse, mas não sei se por ciúmes da Lissana ou por realmente acreditar nisso. De qualquer forma hoje darei razão a ele então. – e mergulhou no céu rumo ao avião.

Espero que aonde quer que esteja possa ver isso. Então observe bem Light, eu vou por fim a esta guerra de uma vez por todas


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Notas finais do capítulo

*O filme ao qual Maisy se refere é Ender's Game: O Jogo do Exterminador

"Lawliet: Estava subindo as escadas quando o encontrei. Ele tinha uma expressão calma no rosto mesmo segurando uma espada.

— Eu não entendo. – disse Mello. – Por que fez isso?

— Não foi você mesmo que disse que não se pode conseguir aquilo que se quer?

— Eu não estava sendo tão literal. – ele se levantou do degrau da escada e encarou o portal abaixo que levava ao mundo dos humanos. – De qualquer forma é bem irônico. Não sabia que você tinha tanto senso de humor.

— Eu também não esperava que você desse um golpe de estado.

— É provisório. Mesmo que eu me torne um shingiami sei que não duraria. Até porque os problemas já começaram. Principalmente aquele ali. – ele apontou para cima onde eu reconheci aqueles cabelos loiros.

— Pensei que não quisesse a alma dela.

— Agora não faz mais diferença, os cadernos estão destruídos... Ou quase. – ele olhou o papel em minha mão. – Vamos fazer assim, me entregue esse papel e eu deixo você subir. Se bem que será difícil convencê-la a ir com você.

Entreguei o papel a ele.

— Por que acha isso?

— Você tem concorrência. – ele abriu as assas e flutuo e eu pude ver do que se tratava. – a propósito você tem que responder minha última pergunta, L.

— E o que é? – retruquei sem tirar meus olhos de Light.

— Quem você escolheu? – me virei rapidamente para. – Ou se tivesse que escolher, quem seria? Eu ou Near? – sorri para ele. Tudo se resumia a isso, tudo o que Mello sempre quis era ser aceito, ouvir eu dizer que ele era o sucessor perfeito. No fim crianças são só crianças.

— Nunca me decidi. Você parece apressado e eu também, quando voltar conversaremos sobre isso. – subi as escadas e Mello desceu novamente a Terra. Suas barras deviam ter acabado.

— Então você veio. – disse Light, sua forma ainda não era das mais agradáveis, ainda estava preso no purgatório. – Perdeu seu tempo.

— Bom, eu tenho que tentar, não é?

— Misa virá comigo, como sempre, certo? – ele esticou a mão para ela. Sua alma era forte, emitia uma grande energia.

— Misa Amane, é uma alma especial. – Matt se manifestou em meio a fumaça do cigarro. – Tanto é que conseguiu esse direito de poder escolher para onde ir. – inúmeras sombras e seres passavam por ali, o ponto de convergência de todos os mundos. Os portais estavam abertos, mas só para ela. – Você tem que se decidir logo ou então será apenas poeira.

Ela olhou primeiro para mim, depois para o seu antigo mundo e por fim sorriu para Light. Eu não tentaria mesmo convencê-la, pelo que sabia da Misa ela seguiria Kira fielmente. Não havia esperança de salvação para ela.

— Me perdoe Light. – ela deu um passo para trás e eu me espantei. – Mas dessa vez eu farei minhas próprias escolhas. – ela caminhou, abriu os braços e se jogou da outra extremidade do portal que levava ao mundo dos Kages.


— Misa! Sua idiota. – Light gritou e Matt começou a rir.

— É. Parece que é ponto meu. – todos os portais se fecharam em sincronia.

— Mas quem é que está contando, afinal? – perguntei enquanto Light cerrava o punho e desaparecia. Eu também comecei a me dissipar já que não era mais tão fácil permanecer naquele mundo. – Por essa eu não esperava.

— É mesmo estranho. – Matt se aproximou do portal olhando para a Terra. – Começo a me perguntar o que aconteceu lá para que Misa recusasse o Light.

— De fato é uma excelente pergunta. – comentei. – Talvez devesse descobrir. Afinal as coisas andam muito bem aqui, não é? Soube que Mello colocou um shinigami de confiança e prestígio no poder. Embora ele ainda tenha todo o controle sobre o portal.

— As notícias correm rápido, hein.

— Mais do que você imagina. – abri as assas. – Me chame quando as coisas voltarem a ficar interessantes. – bati as assas apenas o suficiente para flutuar e criar certa energia para voltar ao meu mundo.

Se passaria muito tempo até que todos nós fôssemos obrigados a nos reunir novamente. E eu não dei minha resposta ao Mello que pareceu se esquecer do assunto, mas depois de investigar sobre os sucessores de L e Kira, Matt deve ter descoberto a resposta, talvez até mesmo Mello tenha se dado conta.

Ele nunca foi uma boa opção, mas Near também não. Cedo ou tarde eles iam acabar caindo se não trabalhassem juntos coisa que não aconteceria. E esse era o meu plano, meu grande segredo. L podia ser só um símbolo, uma letra e ninguém saber qual era o verdadeiro. Mas mesmo que alguém assumisse esse nome não poderia ser ele, não confiaria isso a ninguém, esse era o meu trunfo, o meu legado ao mundo. Ser o primeiro e único L. Afinal, além de infantil eu também sou extremamente vaidoso e egoísta."



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