Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 39
Cap. 37: Blackout


Notas iniciais do capítulo

"Se eu morrer jovem, me cubra com cetim
Deite-me em uma cama de rosas
Afunde-me no rio ao amanhecer
Mande-me embora com as palavras de uma canção de amor

A faca afiada de uma vida curta, bem
Eu tive apenas o tempo suficiente"

Música: If I Die Young - The Band Perry



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Annie estava entre as vigas, vários metros de distância, com uma arma de mira precisa e óculos infravermelhos. Lissana se encontrava num duto de ar um pouco ao lado de onde o gás começou a ser liberado graças a um aparelho. Sayu articulou para que o cianeto fosse liberado primeiramente pelos dutos, vigas e túneis dos trilhos.

Com a explosão das bombas o aparelho que liberava o gás foi destruído, mas agora elas tinham que lidar com outro problema. Como se salvar dos escombros?

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Scott conseguiu se abrigar no que deveria ter sido uma antiga loja de conveniência. Reparou que apenas o local em que a negociação acontecia e ao redor vieram a baixo o que fez com que a porta da entrada da loja ficasse bloqueada.

— Droga! O plano falhou. – ele pensou alto depois de tossir um pouco por causa da poeira e pegando o comunicador que não parecia funcionar.

—Ei! Não me subestime. – ele ouviu a inconfundível voz.

Do outro lado do vidro da vitrine estava a garota com suas típicas roupas. Saia escura e meia calça, botas marrons, blusa larga com apenas uma manga comprida, a esquerda, e os cabelos presos em um rabo de cavalo.

— Sophie. – ele correu na direção oposta a porta, até a vitrine. – Sayu pegou a Maisy e disse que atacou a van. Annie e Lissana estavam bem no meio da explosão e ela ainda falou algo sobre cianeto.

Por um breve instante uma expressão de pavor e raiva passou pelos olhos gelados dela para logo em seguida serem controladas.

— Hum... Isso é preocupante. – ela retrucou.

— Argh! Tenho que sair daqui. – Scott tateou no sobretudo em busca da arma.

— O vidro é blindado. Pode tentar os dutos, mas não sei se resolveriam devido ao desabamento.

— O que? Eu não posso ficar parado aqui.

— Mas também não consegue sair. – ela respondeu com uma falsa calma e quando ele tentou protestar, continuou. – Maisy está bem. N não tenho certeza, mas ele já escapou de situações piores. Vou procurar pela Annie e a Lissana. E apenas meu plano principal falhou, ainda sim tenho outra ideia, então não se preocupe.

— Certo. Vou tentar achar um jeito de sair daqui. – ele assentiu e a morena se apressou. – Sophi. – ele gritou de repente e ela se virou. Eles se olharam por um estante, a boca de Scott se abria, mas ele parecia hesitar em dizer. – Er... Tome cuidado. – disse por fim.

— Claro. – ela confirmou, destravou a arma e seguiu em frente.

Como? Como pode garantir com tanta segurança e convicção que Maisy está bem? Que plano você está seguindo afinal?

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— Ei dá uma olhada nisso. – Max estava dentro do carro no banco do passageiro com um notebook conectado a diversos dispositivos e cabos que por sua vez usavam a bateria do veiculo.

— O que foi? – Inori se aproximou uma vez que o automóvel não tinha porta daquele lado.

— Acabei de receber uns arquivos. – ele abriu as pastas.

— Isso é... – Inori não sabia o que pensar sobre aquilo.

— Sim. Os arquivos da Seita, todos os membros, nomes, rostos, localizações. Tudo! Tem da conta bancária até o número do sapato.

— Quem te enviou isso?

— Não sei. Não consigo captar o sinal de origem.

— E o que espera que a gente faça com isso? A Nevidim já era, dá uma olhada. Estamos roubando baterias de carro de num ferro velho. – ela tentava juntar as peças quando o telefone de Maxiez tocou.

Eles se entreolharam assustados e desconfiados. O homem atendeu colocado no viva voz.

— Alô?

— Max Wiering e Inore Sato. – eles imediatamente reconheceram a voz feminina. – Eu sou o Kira. Se não quiserem morrer devem me escutar.

Maisy? Mas o que?— Inori pensava enquanto o silêncio pairava. Ela olhou para o amigo que de repente tinha voltado toda sua atenção para a tela do notebook e agora parecia surpreso. Ele virou o aparelho para ela. Havia uma mensagem.

Dancem conforme a música.

— Annie Tabolt.

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Maisy enviou a mensagem para os dois agentes que Sophie mencionara, fingido ser quem todos suponham substituir o L, ou seja, Annie Tabolt, depois de transferir todos os arquivos sobre a Seita dos Adoradores. Enquanto esteve no complexo de prédios teve tempo suficiente para implantar um vírus e conseguir uma cópia de tudo. Depois de transmitidas as informações ela começou a apagar todos os dados do sistema deles.

— Eu acabo de enviar para vocês tudo o que a Seita dos Adoradores de Kira tem sobre seus membros. – ela continuou o telefonema. – Eu destruí o sistema de informações e comunicações deles, provavelmente seguirão o Código e se reunirão nos seus respectivos Salão de Emergência. Nem todos estarão presentes, mas além de ser a grande maioria serão também os mais influentes agora que o Alto Escalão já foi capturado.

Do outro lado da linha Inori e Maxiez estavam incrédulos do que ouviam e não entendiam quais eram as intenções da garota.

— Vocês terão essa e apenas essa chance de capturá-los, enfraquecer a Seita e obter mais informações. Caso deixem isso passar correm o sério risco de serem caçados e mortos. O arquivo agora existe apenas no seu endereço IP e nunca conseguirão chegar até mim como a pessoa que destruiu o sistema então... Vocês têm exatamente 48 horas para chegar aos Salões de Emergência de cada uma das cedes.

— O que? Que papo é esse? – Maxiez falou. – Por que Kira está querendo acabar com seus Adoradores?

— Simples. Eles não adoram mais a mim. E eu não preciso de pedras inúteis no meu caminho. Aí vai uma dica. Existem apenas cinco cedes dos adoradores, cada uma em um país diferente e por sorte todos os membros deve morar perto das cidades caso eventos assim ocorram. Os lugares escolhidos foram Los Angeles nos Estados Unidos. Berlim na Alemanha, Sydney na Austrália, Kyoto no Japão e Londres na Inglaterra.

Maxiez recebeu mais um arquivo com os locais.

— Dizem que para manter o sigilo pistas foram espalhadas por toda a cidade e apenas os membros podem entendê-las e assim seguir para o local. Então... Basta seguir um deles, não é? Boa sorte. – e desligou. Pronto. Menos um problema.

Guardou os equipamentos e arrastou os homens desacordados para dentro dos boxs. Pegou o pequeno revolver que havia levado escondido, o mesmo que usará para escapar do Quartel General do L. Se olhou no espelho, estava suada e ofegante. Refez o rabo de cavalo deixando a franja caída uma de cada lado.

As mentiras estão dissipadas. Estou pronta. Dessa vez Kira tem a vitória... De uma maneira ou de outra.

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— Nossos nomes... – Inori falou. – Nossos nomes estão errados.

— O que diabos está acontecendo afinal? Será uma armadilha? Eu acho melhor...

— O que temos a perder. – a moça pegou seu celular e discou. – Alô, Langdon. Preciso que reúna todos da Wammy’s House. Não apenas os aprendizes de L, todos que achar suficiente para realizar uma importante missão e apoiam L. Chame o Gordon e Carlton também. – ela fez uma pausa para escutar. – Bem... Nós vamos atacar os Adoradores de Kira.

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Annie abriu os olhos e se encontrou no meio da escuridão, tirou os óculos e tentou entender o que acontecia. Conseguiu pegar a lanterna na sua cintura e foi quando a dor tomou conta de seu corpo. Merda. Pensou ao notar que sua perna estava presa sob uma viga que caíra. Mas o que diabos...

Ouviu o barulho de passos se aproximando algum tempo depois luzes fracas se acenderam alguns metros de distância e ela viu a sombra caminhando em sua direção com uma lanterna. Tentou puxar a perna, mas não conseguia se soltar. Procurou então pela arma sem sucesso. Pegou uma extra que prendia à coxa e se preparou.

— Parece que está perdendo o jeito. – Sophie comentou e a ruiva suspirou aliviada.

— Ai. Caramba é você. O que aconteceu?

— Uma completa reversão no plano. Você está bem?

— Mais ou menos. Minha perna está presa. – a morena iluminou.

— Alguma ideia de como sair daí? Pode acontecer outro desmoronamento a qualquer instante.

— Quebrar. – Sophie se virou de repente para ela. – A viga está sob a tíbia e a fíbula. Posso quebrar a fíbula de modo que ela desloque e puxar minha perna.

— Entendo. Mas ainda sim precisaremos mover a viga. – Sophie colocou a lanterna na boca e caminhou até a lateral onde pegou um pedaço menor e começou a encaixar junto aos escombros da parede.

Annie por sua vez ligou sua lanterna e observava a cena.

— Ah! Vai criar uma alavanca. Daquelas que não se trata de força, mas sim jeito.

— É. Parece que ainda se lembra das aulas de física. Pronta?

— Vamos nessa. – Annie colocou a lanterna na boca, mas para conter o grito. Com a ajuda de um tijolo fez então o movimento e começou a se contorcer de dor.

Sophie empurrou um pedaço de concreto que se chocou contra a alavanca liberando a viga. Annie girou o quadril terminando o processo já com os olhos lacrimejando e puxou o corpo para fora. Ficou deitada por um momento no chão frio e empoeirado tentando ignorar a dor e acertar a respiração quando a estrutura voltou a tremer.

— Vamos. – Sophie a ajudou a levantar e se apoiar. – Temos que sair logo daqui.

— E vamos para onde? O que acontece agora?

A morena não respondeu a ruiva não insistiu já sem forças pra discutir.

Agora? É o que venho me perguntando desde que Maisy matou aqueles que deviam ser seus sequestradores e me ofereceu ajuda para capturar Sayu. E agora? O que ela está tramando? Será que vai mesmo se entregar? Maisy... Droga. Não consigo mais prever seus movimentos.

Lissana se levantou espantada e atordoada, mas para sua surpresa não estava mais dentro do duto de ar. Se encontrava deitada numa mesa de uma sala que parecia com um escritório, provavelmente onde funcionava o posto policial. As luzes estavam acessas e uma figura encostava-se à parede perto da porta.

— Eu não contava que você fosse acabar naquele duto de ar. – disse o vulto. – Mas também não poderia mudar as bombas de lugares. Então apenas esperei para tirá-la de lá. Quando desmaiou por conta do cianeto eu a trouxe para cá.

Essa voz... E esse cabelo!

— Não pude ajudar a outra porque tinha que pegar aquele shinigami, mas acredito que esteja bem. – ele caminhou para perto dela. – Parece que Near conseguiu sair da van antes de ser atacado, mas agora está completamente de mãos atadas.

— Você... – ela falou quase num sussurro. – É você!

— Hã? – ele não entendeu.

— O garoto brigão do internato. – ela se lembrou de um dos inúmeros colégios internos onde estudou antes de ir para um inteiramente de meninas e um sorriso se abriu radiante em seu rosto empoeirado. – Mihael? – Ela falou com uma expressão tão alegre se esquecendo do que acontecia ao seu redor.

— É. Sou eu. – Mello estranhou a surpresa dela.

— Mas... Eu pensei que... Nunca mais o veria... ou o Mail... E... – os pensamentos e recordações de anos atrás a atingiam tão rápido que não conseguia colocar as palavras no lugar.

— O que faz aqui? Por que essas roupas? E... Parece tão jovem? – ela se mexeu na mesa e sentiu algo lhe esperar a mão. Foi aí que percebeu uma pequena lasca de pedra com algum tipo de escritura. Um pedaço da lápide.

— Lisa... – o loiro chamou. – Não te contaram?

Os fatos estavam bem na sua frente, mas ainda sim ela se recusava a acreditar balançando a cabeça negativamente com a expressão assustada.

— Err...Con.. – ela gaguejou. – Contar? Contar o que? – ele se aproximou e suspirou fundo. Ela com certeza já havia entendido.

— Eu sou o Mello.

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Sayu se virou no chão com os ouvindo doloridos, um sangrava devido ao barulho da explosão. Tateou ao redor tentando encontrar qualquer coisa naquela escuridão, mas nada. Chamou por seus guarda-costas sem respostas.

Viu então uma luz. Uma lanterna com toda certeza. E se aproximava. Mas conforme se aproximava era possível notar que não se tratava de uma lanterna qualquer. Está estava presa ao cano de uma pistola.

Sayu percebeu tarde de mais do que se tratava e mal teve tempo de se levantar quando foi empurrada contra o chão pelo pé da figura que se erguia a sua frente e a pisava com força no abdômen. Reconheceu as botas instantaneamente e se assustou.

— M-Misa? – algumas luzes voltaram a acender e outras tantas a piscar. Ela encarou a mulher que deveria estar morta. – Mas...

— Sayuri Kimochi Yagami. – Misa iluminou seu rosto e viu seu verdadeiro nome. A outra mulher se sobressaltou, os olhos da loira pareciam faiscar.

— Eu entendi. – ela continuou e destravou a arma. – Como faz isso, como muda de nome. – Sayu trincou os dentes. – Sua mãe. Os sobrenomes não podem ser alterados exceto com o casamento, mas uma mãe pode mudar o primeiro nome. Por isso a deixou viva. Bem mal, mas viva. Controlou a mente dela assim como fez com a Maisy e fazendo-a acreditar que seu nome era outro isso se tornava uma verdade e não funcionaria no Death Note. Bem esperto, só que agora não importa mais. É o fim da linha para todos nós.

— Como tem coragem? Você dizia que amava o meu irmão, dizia que amava Kira e está traindo ele dessa maneira!

Misa suspirou.

— Eu demorei muito tempo para me dar conta, mas finalmente recuperei um pouco de sanidade para entender.

— Entender o que?

— Eu amo o Light, amo Kira, amo tudo o que ele era e acreditava. – ela encarou a morena com um sorriso, um sorriso a muito tempo não visto em seu rosto, um sorriso verdadeiro e mais resplandecente do que na época de Light. – Realmente, mesmo agora o amo do fundo do meu coração. Mas... – ela encostou a arma na testa de Sayu. – Eu amo mais os meus filhos.

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— Mas o que? – Scott ainda tentando sair de sua prisão pensou ter escutado alguma coisa. Seria outro desmoronamento?

Ele tateava o sobretudo em busca da arma para tentar sair pelo que parecia ser uma porta dos fundos quando se deu conta. Essa não. Droga. – ele pegou o comunicador.

— Sophie? Annie? Alguém está na escuta? É uma emergência, eu perdi um Death Note. Deve ter sido na explosão. Está faltando um caderno. Repito, está faltando um caderno!

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— O que foi isso? – Annie se virou para todos os lados tentando identificar de onde vinha o som. – Parece... Não. Tenho certeza. Isso foi um tiro.

— Amane. – Sophie falou em tom de desaprovação. Mas que idiotice ela foi fazer.


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Notas finais do capítulo

"Ryuk: Eu fiquei observando os acontecimentos enquanto sentia meu sangue escorrer pelo chão do lugar. É engraçado. Até um tempo atrás eu nem sabia que podia sangrar.

Eu nunca temi a morte uma vez que sou seu Deus, mas agora entendo um pouco como os humanos devem se sentir e acabo de concluir que embora muito interessantes são extremamente mesquinhos e fracos.

Mesmo após morrerem por conta de sua alma existe algo para eles, seja bom o ruim, seja o que eles julgam paraíso ou abismo. Mas para mim não resta mais nada além do vazio. Para aqueles que se juntam a luz ou se mesclam a sombra também não há uma segunda salvação. Realmente, só se pode morrer uma vez. Ninguém apenas havia pesando no que isso significa de fato. Uma vez que um Shinigami, Kage ou Hiraki é destruído ele se torna apenas energia cósmica, sem consciência, sem propósito.

É. Eu descobri da maneira mais dura que quando alcançamos a verdade estamos fadados a encarar nossos piores pesadelos.

Mas que maldição! Logo agora. Logo agora que estava ficando divertido. Ah! Tudo bem. Valeu a pena. Valeu o tempo, ter observado todas essas pessoas. Embora todo o meu plano tenha falhado eu me sinto um tanto orgulhoso de minha ambição. Me sinto superior pelo simples fato de ter consegui me soltar das correntes que me prendiam aquele conformismo dos Deuses da Morte. Só lamento não poder ver essa última história até o final, lamento não poder ter encontrado Light e Ryuuzaki mais uma vez.

Então venha... Morte, escuridão, vazio, fim, o que quer que seja ou como se chame. Eu não o temo. Tudo tem que ter seu encerramento. Está é minha hora. Estou pronto! Venha e me carregue como um velho amigo."

"Matt:

Arquivo dos Shinigamis

Nome: Ryuk
Sexo: Masculino
Classificação: 6
Inteligência: 6
Curiosidade: 10
Atitude: 9
Bondade: 5
Situação: Eliminado por Mihael Keehl

É Mello. Parece que nossa trabalho terminou então."

*Nota: Os dados acima sobre o Ryuk (com exceção da Situação) são reais de acordo com os criadores e apresentados no volume 13 do mangá intitulado How To Read.



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