Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael
Notas iniciais do capítulo
"Vá em frente
Faça nossos sonhos se realizarem
Não desista da luta
Você ficará bem [...]
E essa noite nós poderemos verdadeiramente dizer
Que juntos, somos invencíveis"
Música: Invincible - Muse
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Sayu estava escondida em uma antiga casa em Shibuya com seu shinigami Fang e um homem chamado Vincent Deville que era junto a Katsu e Connor o terceiro membro de alto escalão na Seita.
— Não sabemos como, mas tenho quase absoluta certeza de que L roubou caderno. – disse Sayu em meio as inúmeras telas de computador.
— Então aquela garota não morreu? – perguntou Vincent.
— Não. Misa Amane não escreveu seu verdadeiro nome. Ela e Scott estavam tramando por minhas costas. Me drogaram com antecedência para que eu não interferisse.
— Quer dizer que estão jogando do lado do L? – ele perguntou enquanto montava seu revolver.
— Creio que sim, mas se o caso fosse este... – ela ficou pensativa. – Por que Maisy ainda não foi pega?
— Porque talvez no final das contas eles queiram você que é a verdadeira sucessora do Light.
— Pode ser. – ela fitou o vazio mergulhada em pensamentos. A única maneira da morte de Safira ser convincente era se alguém informasse o exato momento em que o nome foi escrito e assim se cronometrasse os 40 segundos. Scott pode ter feito isso, mas se ele está junto com a L por que deixaram Misa continuar a anotar nomes? A não ser que Scott não esteja do lado dela só que isso me leva a questionar então qual a real intenção dele.
Ela tentava juntar as peças quando subitamente as telas começaram a piscar e uma chamada foi requisitada. Sayu resolveu atender.
— Há quanto tempo tia. – ela reconheceu a voz.
— Scott. – ela praticamente cuspiu o nome. – Ao que devo a honra?
— Eu quero te propor um acordo. – ele estava sério. – Os dois cadernos e o corpo de Misa Amane.
— Como é?
— Nesse exato momento estou te enviando as fotos do corpo da Misa. – os arquivos chegaram e ela abriu vendo as marcas de tiros precisas na cabeça e coração. – Ela era a única que sabia sobre você já que tinha olhos de shinigam tambémi, já se perguntou por que ela não contou nada?
Sayu ficou supresa com a indagação que tantas vezes tentou responder.
— Eu a convenci a ficar calada. – Scott continuou. – Mas de qualquer forma agora que Maisy já sabe não importa.
— Então por que a matou se ela tinha os olhos?
— Primeiro porque ela foi a pior mãe da história, segundo porque ela era um inconveniente e terceiro para provar a você que estou disposto a fazer qualquer coisa.
— E para que? Me propôs um acordo. O que leva em troca?
— Maisy. – ele respondeu prontamente. – Eu e Maisy vamos cair fora de tudo isso. Eu te dou o caderno dela e assim que ela perder a propriedade vai perder também a memória. Não será uma ameaça.
— Haha. – ela começou a rir baixo. – Acontece que minha história com Maisy é de antes do caderno, ela ainda vai se lembrar disso.
— Tem razão. Ela pode se lembrar que você a manipulou e até continuar achando que deve seguir o legado do Light, mas não se lembrará de ter sido Kira e muito menos que você a traiu. No final talvez até te de razão. – ele continuou. – De qualquer forma você vai realizar seu grande desejo de suceder o seu irmão.
— Scott... Meu querido sobrinho. Você não entendeu nada? Eu nunca quis me declarar Kira. O que eu queria era um fantoche para expor caso algo desse errado. Era esse o papel da Maisy. – ela pode ouvir ele trincar os dentes. – E você matou Misa por segurança, não foi? Ela era a única que poderia dar nomes a vocês.
— Tsc! Que seja. Quer fazer o acordo ou não?
— Eu posso até aceitar isso, mas antes quero que me responda uma pergunta.
— O que é?
— De que lado você está afinal? Convenceu a Misa a fazer aquele teatro no dia da morte da L para que ela sobrevivesse, me drogou para me mandar pro hospital e fingirem colocarem um marca-passo no meu coração para monitorar meus passos e os da Maisy... Esse tempo todo esteve do lado dela não foi?
— Não. Esse tempo todo eu estava mantendo um acordo também. Eu não quero que Kira ou L ganhe essa guerra, eu não quero saber de nenhuma justiça. Tudo o que eu quero é minha irmã sã e salva, bem longe de você. – ele pareceu ameaçador.
— E para isso vai condenar a Safira? Porque eu ainda me lembro muito bem do nome dela. Assim que tiver um caderno será a primeira que vou matar.
— Eu sei. Como disse eu estava mantendo um acordo. Ele acabou. E então como vai ser?
— Eu aceito. Como faremos isso? Suponho que tenha pensando em alguma coisa.
— Na verdade pensei, mas como sei que achará que é uma armadilha vou apenas dizer o seguinte, Maisy não me deixará chegar perto do caderno, aliás, foi escondê-lo então seja lá no que pensar tem que fazer com que ela também esteja presente levando o caderno para poder tomar dela.
— Certo. Então eu vou te mandar o endereço de uma antiga estação de metrô que está com a linha fechada. Faremos a troca ali no subterrâneo.
— Entendido.
— Ah! Scott mais uma coisa... Por que ela ainda não me matou?
O rapaz sorriu do outro lado da linha.
— Por que você se casou e ela não sabe seu novo sobrenome. – foi a vez de Sayu sorrir.
— Você puxou mesmo o seu pai, sabia. – ela provocou. – Se bem que é meia verdade. – Scott não soube dizer o que aquilo significava. – Não tente nenhuma gracinha.
— O mesmo para você.
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— M-Mas... O que? – Maisy, Ryuk e Mello não podiam acreditar em seus olhos.
— O caderno virou cinzas. – Mello se aproximou do lugar onde Maisy o queimará. – Sua lapide está só pela metade não tem como estar vivo... – ele se voltou para o shinigami. – Só se o caderno for...
— Falso? – Maisy gritou. – O caderno é falso? Não, não, não. – ela passava a mão pelos cabelos e andava em círculos. – Ele não... Não pode ser!
— Quem te entregou o caderno foi o Scott, não foi? No dia em que a encontrou, certo? – Ryuk continuava sério. – Ou ele sempre foi falso ou em algum momento ele os trocou. – a garota se sentou no chão profundamente irritada e desesperada.
Mello se aproximou e bateu com a lápide em seu ombro fazendo-a cambalear para o lado.
— Ai... – ela se voltou para o vulto que se formou na sua frente. – Mas o que...
— Escuta pirralha, você tem duas opções. – ele se agachou perante a expressão de pânico dela. – Pode se vingar ou pode se render. O que prefere?
— Quem é você!?
— O maldito segundo candidato a suceder o L. Pode me chamar de Mello.
— Mello? – ela arregalou os olhos. – Mas então... Você está morto.
— Estou. – eles se encararam e Maisy retomou seu controle.
— O que está sugerindo? – ela olhou para lápide em seu braço.
— Ryuk já está fora do jogo, mas antes de levá-lo eu quero terminar uma coisa que comecei.
— O que seria?
— Me vingar do L. Pode não ser o Near, mas é alguém treinado por ele. O que vale pra mim é terminar de uma vez por todas com esse detetive. – ele riu. – Então Maisy, que tal fazermos um acordo? – ele se levantou estendendo a mão para a garota que parecia confusa. – O que você tem a perder? – e com isso Maisy voltou a sua expressão séria e furiosa segurando a mão dele se levantou.
— Eu já vou pra um lugar pior que o inferno mesmo. – ela sorriu e Mello não pode deixar de pensar: É. Eu também gostei desse Novo Kira.
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— Então ela acreditou? – perguntou Misa se levantando do chão.
— Parece que sim. – respondeu Scott. – Acho que ficou bem convincente.
— Mas é claro. Sou uma mestre em disfarces. – Annie disse sem nenhum humor no fundo do quarto de hotel. – Mas e aí? E a troca? – ela se voltou para um notebook sob a mesa.
— Vamos fazê-la. – Sophie respondeu do outro lado da tela do notebook enquanto resolvia uma revista de Sudoku.
— Pirou? É óbvio que ela é quem vai montar uma armadilha. Não podemos simplesmente levar os cadernos até lá. – a ruiva parecia irritada. – É melhor pensar em outra coisa ou todos vocês vão morrer mesmo.
— Todos nós? – perguntou Scott. – Por acaso está pulando fora Annie?
— Pelo contrário. – ela descruzou os braços e se aproximou ameaçadora. – Eu nunca fui incluída no planinho de vocês então não pensem que morreria por isso.
— Francamente. Primeiro você diz que quer uma vida tranquila e quando não te metemos na confusão para proteger, não só você, mas seus irmãos também você fica zangada? – Scott se alterou. – Qual seu problema?
— Meu problema é achar que as duas únicas que pessoas além dos meus irmãos que eu considerava uma família haviam me traído ou estava morta. – ela gritou. – Quer saber, pra mim chega. – ela se virou rumo a porta. – Vocês gênios decidam o que vão fazer e caso achem que eu seja útil me contatem. Depois do acidente da ponte e a ameaça de um criminoso estar a caminho não é como se eu fosse sair de Tóquio tão cedo. – e bateu a porta.
— Ela está bem irritada. – Misa comentou.
— Mas ainda sim não nos abandonou. – Sophie falou. – E a ajuda dela vai ser crucial.
— Qual o próximo passo então? Com certeza Sayu irá se preparar para nos pegar. – Scott falou o que todos já previam.
— Eu sei. – ela terminou mais um jogo e encarou a câmera. – Agora vamos esperar que Maisy faça seu movimento. Volto a entrar em contato depois. – e desligou a chamada de vídeo.
— Você tem certeza? – a garota se virou para o lado onde Near e Lissana observavam as câmeras de segurança da cidade.
— Tenho. Reconheceria aquele cabelo e aquela risada em qualquer lugar. E o comportamento do shinigami – eles haviam conseguido descobri onde Ryuk se escondia e Lissana até mesmo o seguiu algumas vezes. – não há duvidas de que Mello está metido nisso. – Near começou a mexer no cabelo.
— Mas então, por que só você consegue vê-lo?
— É uma boa pergunta... – ele fitou o vazio. – No final eu acho que assim como grandes amigos, inimigos também estão conectados de alguma forma.
Sophie que o encarava com atenção se voltou para a revista de sudoku completamente preenchida.
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— Certo escutem. – dois dias depois os acessos de Tóquio continuavam fechados, as pessoas um tanto ansiosas e Sophie expunha seu plano a todos através da tela de notebook. – Pesquisamos sobre o local onde Sayu marcou a troca. Lissana inclusive foi até lá e não encontramos nada de suspeito.
— Ainda faltam três dias para a troca. Ela pode pensar que faríamos isso. – Annie comentou sentada à mesa com Scott e Misa.
— Eu sei. Isso é o que me preocupa. Lá embaixo nenhum meio de comunicação vai funcionar então para que minha ideia funcione só existe uma maneira. – Sophie continuou. – Todos teremos que estar presente. E além disso teremos que fazer tudo sozinhos, sem apoio de qualquer agencia policial.
— E como faremos isso? – Misa perguntou.
— Sayu não deve ter muita gente a disposição e se tiver não arriscará levá-los. É uma boa vantagem. Mas também não podemos encher o lugar com pessoal nosso.
— Ah! Entendi. Mas como vai vencê-la?
— Quanto a isso... Temos todos os cadernos e não podemos de maneira alguma entregar a ela. Como ela tem os olhos seria suicido. – Annie falou. – Mas também não podemos entregar cadernos falsos. Ela irá testá-los um por um.
— É por isso que temos que dar um jeito de colocá-la contra a parede sem fazer a troca.
— Pelo contrário. Nós faremos a troca. – Sophie se manifestou. – Todo o prometido, os cadernos e Misa Amane.
— O que? – Scott se espantou. – Espera que Misa a mate?
— Não. Sayu deve ser capturada viva e então levada a julgamento. Sem mencionar que apenas ela pode desfazer a seita. – Sophie começou a estalar os dedos. – Nos faremos algo bem simples...
Eles escutaram o plano em silêncio se entreolhando algumas vezes incrédulos. Depois que Sophie terminou Scott voltou para o hotel junto a Maisy e Annie foi checar seus irmãos. Misa aproveitou a oportunidade para falar novamente com a garota.
— Há uma coisa que podemos fazer para garantir ainda mais a efetividade desse plano, L.
— Sim. Mas se eu concordar com isso Steve nunca... – ela suspirou. – Não sei se eu mesma seria capaz de me perdoar.
— Entendo. – Misa colocou a mão no mouse. – Neste caso peço só que trabalhe também com essa possibilidade.
— Misa não. Não faça isso. – ela ficou séria. – Vou aí pessoalmente ficar de olho em você se for preciso.
A loira sorriu.
— Não é necessário. Você já esta atrasada detetive. – Sophie se sobressaltou. – Me deseje sorte. – e desligou antes que Sophie pudesse argumentar.
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Scort estava no hotel com Maisy que decidira encontrar a tia para matá-la definitivamente. Ou pelo menos foi essa a história que ela contou. Seus planos com os de Mello eram outros.
— Certo. Então como faremos isso nesse lugar? – Scott perguntou. Conseguiu manipular tudo de modo que fez Maisy acreditar que Sayu estava escondida no local do encontro para troca.
— Não posso levar o caderno. – ela se fez pensativa.
— É. Se algo der errado ela ganha o jogo. – ele concordou.
— Neste caso... – ela o encarou ameaçadora. – Nós vamos soterrá-los. – Scott se sobressaltou. – Explodir tudo. E de preferência quando todos os envolvidos estiverem lá.
— Deve haver algum tipo de segurança. Como pretende instalar explosivos lá? Aliás como vai arrumar isso?
— Dá pra fabricar uma bomba caseira e Ryuk me ajudará.
— O que te faz pensar que ele vai cooperar?
— Simples. – ela foi até o banheiro e puxou a pia de mármore para frente. No vão entre ela e a parede ela puxou um objeto envolto num papel pardo. Levou até a mesa na frente do irmão. – Vou dar a ele um grande incentivo. – e revelou a lápide.
O que? Mas... Mas quando Maisy pegou isso? É impossível. Estava muito bem escondida. Ninguém conseguiria pegá-la, nenhuma pessoa passaria pela segurança de Near.
No telhado do prédio Mello observava a expressão de todos ao serem informado sobre a lápide. Aquilo poderia complicar tudo e ninguém imaginava como alguém invadiu um cofre subterrâneo na Inglaterra debaixo da Wammy’s House e levou isso para o Japão. Ninguém exceto três pessoas...
Vamos lá Near, entenda logo e se prepare para brincar. — Mello mordeu sua barra de chocolate satisfeito.
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"Matt: Lawliet encarava o medalhão em suas mãos pálidas. O medalhão que outrora fora do Rei dos Shinigamis que agora estava tão fraco que nem se levantava do chão da cela subterrânea onde foi trancado.
— Você vai se tornar o novo Rei eu suponho.
— Não. – ele disse para minha surpresa de uma forma calma e natural. – Poder, fama, controle... Não quero nada disso, não mais. E além do mais eu não sou um shinigami. – ele fechou o punho fazendo irradiar uma luz que transformou o medalhão em pó. Mais tarde eu descobriria o que isso causou ao ex-Rei.
— Mas então... Quem vai comandar as coisas por aqui?
— Bem, eu estive pensando... – ele olhou a paisagem a sua frente. Algumas horas antes todo o Mundo dos Shinigamis havia se tornado um campo de batalha para depor o Rei. Eu tenho que admitir, Lawliet tem muita lábia. Porque tirar os Deuses da Morte de seu estado inerte e entediado não é nada fácil. – Talvez haja um pouco de razão em todos eles. Light, Misa, Maisy e esse desejo de mudar o mundo.
— Hã? - quilo estava mesmo acontecendo. – Você, logo você está dando razão pra Kira?
— Não. Estou pensando em tudo o que conseguimos aqui. Fizemos um povo despreocupado começar e vencer uma guerra civil. Eu concordo que os humanos devem estar sempre tentando mudar o mundo ou fazer sua existência valer a pena, mas não acredito que o Death Note seja uma forma para isso.
— Onde quer chegar?
— Que está na hora dos shinigamis terem sua revolução. Esse mundo não precisa mais apodrecer. E assim nós não precisamos mais viver todos em guerra.
E foi aí que eu percebi. O que os guerreiros, lutadores e revolucionários realmente desejam mesmo criando suas guerras, o que todos nós realmente ansiamos é paz."