Era de madrugada, eu estava abraçada ao meu ursinho Teddy quando ouvi alguns gritos no quarto da mamãe. Mesmo com medo, fui pra lá ver o que era, quando abri a porta, vi papai enfiando uma faca na barriga da mamãe. Quando eu gritei seu nome, papai virou-se para mim e enfiou a faca no pescoço no lado direito e só parou tirou ela do seu corpo, quando ela estava do lado esquerdo. Seus olhos estavam brancos quando ele caiu no chão, sobre muito sangue. Assustada, eu só gritei, até que o meu vizinho, o Sr. Ben me pegou no colo e ligou para a polícia. Depois de umas duas semanas, eu fui para um orfanato. Fiquei lá por três anos, sempre vendo meus amiguinhos serem adotados, e eu ficava sempre para trás. Um dia chegou um homem diferente. Ele era alto, moreno, parecia aquele moço do comercial de cereal que passava de manhã. Ficou conversando comigo o dia inteiro, mas não perguntou meu nome. Achei estranho. No outro dia, acordei com aquela velha senhora dona do orfanato dizendo "o Sr. Montes adotou você. Arrume suas malas.". Aquilo foi a coisa mais feliz que ouvia em mais de quatro anos. Passaram-se dez, vinte, trinta minutos e o moço alto não chegava. Uma hora depois ele aparece na porta do orfanato e me busca, disse tchau aos meus amiguinhos, peguei o Teddy e fomos para o carro. Quando eu cheguei na casa dele, fiquei muito assustada! Era enorme, como as casas que eu via nos desenhos animados. Chegando lá, ele me disse que poderia tomar um banho e ir para meu quarto. Fiz o que ele pediu, e na hora do jantar, foi incrível! Era um McLanche Feliz. Há tempos eu não comia um como aquele. Depois que terminei o lanche, deu um sono muito forte, nunca senti algo como antes. Meus olhos ficaram muito pesados e dormi ali mesmo, na cozinha. Quando acordei, estava amarrada em uma cama de cirurgia, dentro de uma sala escura, iluminada apenas por algumas lâmpadas amarelas, como as que papai usava na garagem de casa. O moço disse que iria cortar meus braços e minhas pernas, me deixar surda, muda e cega, e depois me vender para alguém. Gritei muito, mas não adiantou nada. O moço virou-se para uma mesa enorme, cheia de objetos para me cortar e quando ele colocou a faca para perto do meu braço esquerdo, algo muito estranho aconteceu. O pouco que tinha de luz na sala se foi, e escutei o moço gritar. Depois de 5 minutos dele gritando, os berros pararam. A iluminação voltou, e eu estava desamarrada. Saí da cama e pisei em algo estranho, olhei para baixo e era a cabeça do moço estranho! Corria para todos os lados para achar a saída, até que vi uma porta estreita. Quando abri-a, estava na sala de estar da casa do moço. Senti um vulto passar por trás de mim, e quando me virei, vi apenas a sombra de alguma coisa, parecia um homem. O mais estranho disso tudo, é que ele não me fazia sentir medo, então perguntei quem ele era. "Pazuzu", ele me disse. Pensei que era algum código ou palavra em língua diferente, então perguntei o que ele queria comigo. Como uma fumaça, ele sumiu da minha frente, e quando tornou-se a aparecer, me deu um ursinho marrom. Lembrei que era o Teddy. Pazuzu então, me disse que tinha ótimos planos para mim, que era meu anjinho da guarda. Não duvido mesmo. Ele foi muito legal comigo, só espero que ele nunca pare de me proteger.