Fazendo Meu Filme 5 - O Casamento Da Fani escrita por Gabriela


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Voltei com mais um capítulo pra vocês! Amei ver a ansiedade ao ler os (poucos, mas especias) reviews do capítulo passado.
Quem será a próxima noiva? Vamos ler para descobrir?
—x-
Capítulo reescrito



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Priscila

“Como nos filmes que terminam em casamento, o buquê girou no ar duas vezes, as meninas se acotovelaram, [...] e ele veio parar em cima de mim.” – Fazendo Meu Filme 4

– Você parece um pouco pálida – ele disse – Está tudo bem?

– Ahn? – a música estava alta e não consegui ouvi-lo.

– Eu perguntei se você estava bem – ele falou, perto demais para o meu completo desespero.

– Ah, estou bem. – respondi, lembrando-me dos últimos minutos.

Sabe aquelas cenas de filmes de romance onde a noiva joga o buquê e ele gira, gira e gira, até cair nas mãos de quem menos queria tê-lo? Adivinha: foi exatamente isso que aconteceu.

Estava próxima do palco, apenas para não ficar de fora e ser tachada de ‘sem graça’ pelas meninas, mas nem em sonho queria pegar aquele buquê, não queria ser o centro das atenções. Mas, como já havia imaginado, o universo estava contra mim. E adivinha quem acabou com o buquê nas mãos? Sim, você acertou. Fui eu.

Na hora que aquilo parou em minhas mãos, eu só pensava “Ai meu Deus, o que eu faço com isso?”. Tudo foi passando meio rápido, as garotas que não pegaram o buquê voltaram a seus lugares, algumas indo direto para a pista de dança. Tirei uma foto com a Fani, comigo segurando as flores e, apesar de tudo, ficou uma foto bem bonita.

Fui em direção à mesa, precisava sentar um pouco. Peguei uma taça de champanhe na bandeja de um garçom que passava, enquanto encarava as rosas como se a qualquer momento uma delas fosse me engolir.

– Quer dançar um pouco? – ele continuou, tirando-me dos meus devaneios.

A música que estava tocando no momento, I Love It!, da banda Icona Pop era bem agitada, e uma das minhas preferidas da banda. Aceitei na hora, e seguimos para a pista de dança. Não antes, é claro, de eu virar a taça de champanhe, bebendo todo o líquido que estava dentro.

–X-

Rodrigo

Eu devo admitir que fiquei surpreso com o fato de a Pri ter pego o buquê, eu não esperava aquilo. E, pela expressão em sua face, ela também não.

Percebi que ela ficou um pouco perdida, sem saber o que fazer. Mas, o que mais me chamou atenção, foi um homem que foi conversar com ela. Sem entender o porquê, fiquei cego de ciúmes. Ele cochichava no ouvido dela, que respondia à mesma maneira. Reparei então que ele estendia a mão para ela, e compreendi que estavam indo para a pista de dança.

Só de imaginar as mãos desse cara na minha princesa, vi tudo vermelho. Que droga! Eu não deveria me comportar desse jeito, nós terminamos faz anos! Tentei me acalmar, passando as mãos repetidas vezes no meu cabelo. Pesquei uma taça de champanhe na bandeja de um garçom, bebendo de vez todo o líquido.

Eu não me entendi na hora, mas quando percebi, já estava ao lado deles, que dançavam. Sem me controlar ao ver aquelas mãos na cintura da Pri, interrompi.

– Será que posso roubar ela um minutinho?

– Claro - o cara disse, e eu tomei a Priscila em meus braços.

Ao senti-la tão perto de mim, depois de tanto tempo, senti uma alegria tomar conta de mim e percebi meu coração bater acelerado. Seu perfume era inebriante, não era o mesmo de anos atrás, mas ainda assim era maravilhoso, tudo nela era maravilhoso.

Temerosa, levantou seu olhar, seus lindos olhos expressando milhares de coisas ao mesmo tempo. Perdi o ar. Como essa garota ainda mexia comigo, mesmo após tantos anos?

Determinado a pelo menos tentar explicar aquela tarde, mantive o meu olhar preso ao dela, esperando por qualquer reação que fosse.

–X-

Priscila

Nós estávamos dançando e conversando. Descobri que ele cursava Engenharia Civil na UFRJ e se chamava Rafael, e estava aqui visitando a avó. Ele também me contou que é amigo do Alan e que o mesmo praticamente o intimou a sair de dentro da casa da avó e “fazer algo divertido e consistente com a sua idade”, já que, segundo o Alan, cuidar da avó e passar as noites vendo Game of Thrones ou adiantando trabalhos da faculdade não eram coisas com que se deveria perder tempo quando se está em BH.

– E você, - perguntou – o que faz?

– Ah, eu curso Direito na UNICAMP.

– Direito, sério? – perguntou, surpreso.

– Sim, por quê?

– Sei lá, achei que você cursava Nutrição, Administração, algo assim.... – ele explicou-se.

– Por quê?

– Você parece ser bem delicada, mulheres advogadas são duronas.

– Eu posso ser durona se eu quiser, ok? – eu disse, me segurando para não rir.

– Tudo bem – ele replicou, rindo também.

Fomo interrompido por uma voz que eu conhecia muito bem:

– Posso roubar ela um minutinho? – o Rodrigo perguntou, e eu torci para que o Rafa dissesse não, mas, como ele não sabia de nada sobre nosso envolvimento, concordou.

Então, suavemente, o Rodrigo me tomou em seus braços, e eu observei, por cima de seus ombros, o Rafa ir se afastando as poucos, conversando com alguém fora do meu campo de visão.

Quando voltei minha atenção para o Rô, vi que ele me encarava, sorrindo. Aquele sorriso. Senti seus braços rodearem minha cintura, e uma música que eu conhecia muito bem invadiu meus ouvidos. Far Away, do Nickelback, que eu ouvi trilhões de vezes após o nosso término estava tocando, para meu completo desespero.

Pensei um pouco, refletindo rapidamente sobre tudo e decidi que estava cansada de fingir. Fingir que não me importava, fingir que não o amava mais, porque, droga, eu o amava, com cada partícula do meu ser. Eu amava seu sorriso, seu cheiro, o jeito como seu cabelo era bagunçado, mas charmoso, amava tudo sobre ele.

– Senti sua falta - ele disse.

– Eu também – respondi.

– Então, como está a vida em SP?

– Bem, eu acho. E você, como vai? – perguntei, ansiando por saber mais sobre sua vida atualmente.

– Estou bem.

Depois disso, um silêncio constrangedor nos dominou, mas eu o quebrei:

– Como está sua mãe, ainda dá aulas?

– Ela está bem. Continua a dar aulas, mas sempre diz que você foi a aluna mais talentosa que ela já teve, e eu tenho que concordar, ela está completamente certa. – corei - Você ainda canta?

– Não, parei desde de que a gente... – balancei a cabeça, tentando evitar as dolorosas lembranças que insistiam em invadir meus pensamentos em momentos inoportunos - Desde aquele dia.

– Ah... Que pena, você tem uma bela voz. – ele falou, me fazendo corar novamente. O que estava acontecendo comigo?

– Muito obrigada. – respondo, consciente de que estou completamente vermelha.

Depois de um tempo, resolvemos ir para o jardim, que ficava na parte externa, pois a música estava muito alta e precisávamos conversar.

– Sabe... – ele começou, depois que sentamos num banco de madeira, perto da forte de água – eu nunca consegui te esquecer. Você está na minha mente o tempo todo. Se eu escrevo, é pra você, se componho, é pra você. É tudo pra você, sempre. Eu ainda te amo, Pri, eu sempre te amei.

– Rodrigo, você era tudo pra mim. Eu... eu tenho medo de me decepcionar de novo. Eu tenho medo de me magoar outra vez. Você era tudo pra mim, o único que eu acreditava que nunca iria me decepcionar. E você me decepcionou, me magoou de verdade, e eu não sei se posso voltar a confiar em você, ainda mais assim, da noite pro dia. – lágrimas escorreram por minha face.

– Pri, tudo que eu te peço é uma chance, eu prometo não te magoar. Por tanto tempo eu quis te explicar o que aconteceu naquele dia...

– Então explica, Rodrigo, por favor. Porque não tem um dia nesses últimos anos em que eu não tenha repassado a nossa discussão, me perguntando onde foi que eu errei, o que foi que eu não fiz. Qualquer coisa que explique o porquê do nosso término – supliquei.

Então ele começou a falar, explicando tudo aos mínimos detalhes. Comecei a chorar, enquanto absorvia as palavras que ele dizia. Eu sabia que era verdade, sabia que desistiria de tudo se fosse para ficar com ele. Mas, ainda assim, estava muito machucada com tudo que ele me disse naquela fatídica tarde e tinha medo de que pudesse me machucar ainda mais, mesmo sabendo que ele não o faria de propósito.

Antes que eu pudesse responder, ele continuou:

– Pri... – eu o encarei – Por favor, acredita em mim.

– Eu acredito Rô, você estava certo ao pensar que eu desistiria de tudo porque eu já tinha desistido, mas eu estou com medo. Nos machucamos muito ao dizermos aquelas palavras terríveis um para o outro. Tenho medo de que no final nós dois acabaremos destruídos, caso não dê certo. – eu falei, mais lágrimas escorrendo.

– Quer saber de uma coisa? – ele perguntou, e eu assenti – Eu também estou com medo. Mas podemos enfrenta-lo juntos, quem sabe. E aí, o que me diz?

Sem conseguir me segurar, em vez de responder, me aproximei mantendo contato visual até o último segundo, e lhe deu um beijo breve, um selinho.

– Eu acho que deveríamos tentar, um passo de cada vez. – falei, sorrindo

Ele sorriu de volta e disse:

– Poderíamos começar por aqui - ele disse, me dando um beijo de cinema.

Ouvimos, ao longe, alguns aplausos e vozes gritando coisas do tipo ‘Até que enfim’ e ‘Já estava na hora’. Nos separamos, rindo, enquanto eu escondia meu rosto na curva de seu pescoço.

De canto de olho, vi nossos amigos, parcialmente escondidos, na maior algazarra. Pude ver as meninas, todas com lágrimas nos olhos e sorrisos no rosto.

Tudo estava voltando a seu lugar.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Esse é um dos meus favoritos! Me digam o que acharam! Beijos!



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