- E aí, como ela tá?

A voz de Percy foi a primeira coisa de que tive consciência. 

- Bem, mas ainda não acordou... – Leo respondeu.

Abri os olhos ao ouvir a voz dele, ansiosa para ver seu rosto novamente. 

- Até agora. – falei, me referindo à resposta de Leo.

Eles me olharam e correram para se aproximar de minha cama, enquanto eu olhava em volta e percebia que estava em um hospital. Voltei a minha memória e a última coisa de que eu lembrava era de ter caído do telhado e depois de ser colocada em uma ambulância. Os meninos se posicionaram um de cada lado da cama e eu pude olhar nos olhos verdes de Percy e nos olhos castanhos de Leo.

- Miss Chérie! – Leo disse, segurando a minha mão – Você está bem?

Assenti, sorrindo. Percy beijou minha testa e sorriu para mim.

- Uau! Você assustou todo mundo! – ele disse.

- Ok, desculpe. Prometo não me jogar do telhado de novo. – eu disse.

Nós rimos, o que me fez sentir bem. Leo sentou na beira da minha cama hospitalar, encostando-se a minha perna direita. O quê? Que estranho. Eu sabia que Leo estava encostado em minha perna, mas somente quando o vi fazendo isso. Porque não estava sentindo sua pele quente contra a minha? Ele ainda segurava minha mão e isso eu conseguia sentir. Tentei mover meus braços, soltando a mão e segurando o braço de Percy. Isso eu consegui. Mas quando tentei mover minhas pernas, eu nem as sentia.

- Percy? – falei, em pânico – Porque não consigo mover minhas pernas?

Eu não tinha percebido que um médico tinha entrado no quarto durante a minha pergunta.

- Infelizmente, porque você fraturou a medula espinhal. – ele disse, antes de sentar-se na cadeira ao lado de minha cama – Isso quer dizer que você ficou paraplégica.

O quê? Não, isso não pode ser verdade! Meu desespero tomou conta de minha mente, sem encontrar saída.

- Doutor? – uma enfermeira chamou da porta do quarto.

Ele me olhou, pediu licença e disse que sentia muito, antes de sair do quarto silenciosamente, assim como entrou. Percy saiu do quarto, dizendo que avisaria minha mãe e minhas amigas que eu tinha acordado. Leo aproximou-se de mim e me beijou, antes que eu desabasse em lágrimas.

- Shiiiii, calma – ele me abraçou – Vai ficar tudo bem.

- Tudo bem?! Leo, as coisas que eu não vou mais poder fazer... – falei.

- Eu farei por você.

- Vai ficar comigo? – perguntei.

- Para sempre. Eu já me comprometi com sua mãe, já disse que vou cuidar de você como ninguém nunca cuidou. Ela me mandou cuidar da minha vida. E é isso o que eu vou fazer. Você é a minha vida.

Lágrimas voltaram a encher meus olhos, dessa vez por puro amor.

- Você também é a minha vida.

POV: Autora.

Leo cuidou de Jennifer como se o destino do mundo dependesse daquilo. Jennifer se sentia grata e imensamente apaixonada. Perguntava-se como amor tão grande podia caber dentro de si. Ele não deixou que ela ficasse triste ou que se sentisse inválida. Ele a fez seguir em frente. Ele lhe deu um motivo para viver. Ele era a vida para ela. Ele era o mundo dela, e vice e versa. Ele a amou até a morte. E vice e versa.

Fim.