“ So no one told you life was gonna be this way

Your job's a joke, you're broke, your love life's D.O.A.

It's like you're always stuck in second gear

When it hasn't been your day, your week, your month, or even your year, but

.

I'll be there for you

When the rain starts to pour

I'll be there for you

Like I've been there before

I'll be there for you

'Cause you're there for me too ”

I'll Be There For You - (The Rembrandts)

Capítulo 1

Onde Tudo Começou

Um jovem oriental caminhava por entre uma pequena rua, estava de noite. O silêncio era predominante, o vento soprava-lhe em seus longos cabelos negros. Ele parou para observar alguns letreiros que ao longe ainda piscavam, defronte ao típico restaurante japonês da cidade de Tókio, o Sushiro. Não entrou, apenas observava as pessoas que comiam ali dentro com uma certa curiosidade. Um rapaz magricela vestido igual aos demais garçons veio falar com ele.

- Gostaria de entrar senhor? – Disse educadamente.

- Não, obrigado. Desculpa atrapalhar, eu já vou, com licença.

Então ele seguiu sua caminhada até chegar a um ponto de ônibus. Ele esperou por uns 10 minutos até pegar a condução desejada. Chegou ao aeroporto de Tókio, um dos mais seguros de todo o Japão. Antes de entrar de fato no aeroporto, ele se virou para a cidade.

- Um ciclo acabou aqui. Outro começará... Como será que eles estão?

O rapaz suspirou e embarcou em direção a novos rumos. Depois de tanto tempo ele estaria vivenciando o mundo real, seria igual ao resto da humanidade. Muitos fariam de tudo para estar em seu lugar, como um cavaleiro, mas ele queria ser apenas mais um entre a multidão. Ele se senta em uma cadeira vermelha, onde esperava o horário de seu vôo.

- Tantas lembranças... – Ele sorriu suavemente. Houve o anúncio de seu vôo, ele teria que partir. – É agora. Adeus amigos...

Dentro do avião ele se recostou e fechou os olhos. Não estava dormindo, apenas relembrando os últimos acontecimentos. Ele fora admitido na Universidade de Nova Iorque para cursar arqueologia. Preferiu não anunciar sua partida, para não machucar a Shunrei e os outros.

- Eu terei que melhorar meu inglês! – Uma voz ainda com um tom adolescente, mas em fase de transição, quase gritara ao lado dele.

Shiryu tomou um susto ao reconhecer que era Seiya ao lado de sua poltrona com um sorriso de todo tamanho. Ele não estava sozinho, Shun e Ikki também estavam lá. Shiryu não sabia dizer se o que mais o surpreendeu foi os três descobrirem que ele viajaria ou se era ver Ikki participando disso tudo.

- Seiya, coloque o cinto. Não vai querer tomar esporro da aeromoça, vai? – Disse Ikki apontando para Seiya que estava de pé na sua poltrona. – Shun, não esqueça o cinto você também.

- Sim! Shiryu, como está se sentindo?

- Confuso... Como souberam que eu viajaria? – Shiryu manteve uma sobrancelha arqueada.

- Eu li sua correspondência. – Respondeu prontamente Seiya, como se não tivesse feito nada de errado.

- E então não poderíamos deixá-lo ir sozinho, sabe. Morar num país desconhecido e sem nenhum apoio dos amigos... Além do mais, não tínhamos nada a perder, né Ikki?

- Não, de fato não tínhamos. Mas eu vim apenas para acompanhar o Shun, eu prometi que moraria junto com ele para nos tornarmos uma família de verdade... Se ele deseja morar nos Estados Unidos, não tenho nada contra.

Shiryu balançou a cabeça num sinal de incredibilidade. O que menos queria era que soubessem onde ele estava... É claro que ele mandaria e-mails avisando que estava bem e que não precisavam se preocupar com ele. Além é claro da carta que deixou avisando a Saori que ele estaria cursando uma faculdade no estrangeiro, fazendo questão de não especificar aonde.

- Gente, vocês não precisam fazer isso. É algo meu, e eu... – Shiryu ainda estava inconformado com o fracasso do seu plano, mas ao mesmo tempo contente por não ter que encarar essa sozinho.

- Deixa de ser bobo e apenas agradece.– Shun sorriu para o amigo.

- Obrigado. – Seus olhos estavam um pouco turvos, mas Shiryu não chorou.

Seguiram viagem com algumas paradas. Foi longa e cansativa e os quatro amigos estavam exaustos quando chegaram no Aeroporto Internacional Kennedy. Ao saírem de lá pegaram o primeiro táxi para chegarem a um apê que Shiryu já havia providenciado. Entre as qualidades de Shiryu, a principal era a organização.

- West Village, por favor. – Orientou Shiryu.

- Estrangeiros? – Perguntou o taxista, intrigado pelo sotaque.

- Sim, viemos do Japão. Embora eu mesmo seja chinês.

- Interessante. Eu também não sou natural americano, na verdade eu sou brasileiro.

- Hei, o Brasil fica na América né? – Interrompeu Seiya.

- Sim Seiya, fica quieto que é o melhor que você faz. – Ordenou o Dragão.

- “Fica quieto que é o melhor que você faz” – Remedou

- Eu mereço... – Shiryu levou a mão à testa.

Chegando ao número indicado eles estavam no apê de Shiryu. Era bem aconchegante, já era mobiliado, com dois quartos, sala, banheiro e cozinha. Seiya logo se lançou para o sofá, espreguiçando-se. Shiryu foi logo para o quarto com algumas malas. Ikki carregava o resto, enquanto Shun ligava a TV.

- Bom gente, eu vou dormir. Eu tenho que acordar cedo para a confirmar a inscrição na faculdade. Então, até mais e... mais uma vez obrigado. Vocês são loucos...

- Não mais que você. – Brincou Ikki. – O que foi?

- Senhor Ikki fazendo brincadeiras? Não é sempre que o vemos de bom-humor! – Caçoou Seiya, ainda esparramado no sofá.

- Bom do jeito que você está me irritando, posso voltar ao velho estado num instante, quer ver? – Ameaçou.

- Parei! Parei! - Riram um pouco e Shiryu foi se deitar.

Shun olhava distraidamente para a TV e seu celular vibrou. Era uma mensagem, mas ele não a leu de imediato. Saiu correndo e foi para o lado de fora da grande janela que tinha uma sacada. Ikki estranhou o comportamento do irmão, mas deu de ombros e foi dar um tapa em Seiya.

- Dá espaço aí! Você é um grande abusado, sabia?

- Pô Ikki, eu to cansado. – Cedeu um espaço para o Fênix.

- Já sabe o que vai fazer enquanto estiver por aqui, Seiya?

- Hã?

- Falo de trabalho, entende?

- Quê?

- Você é burro ou só faz o tipo?

- Isso é realmente importante?

- Não? O Aluguel será de graça e comeremos vento ao molho de brisa! É claro que é importante!

- Amanhã Ikki, amanhã... me deixa dormir. – Seiya colocou as pernas em cima das de Ikki.

De repente o Pégaso deu um salto, Ikki havia esquentado seus punhos de irritação e queimado as pernas de Seiya. “Não faça isso de novo” foi a única coisa que ele disse e se levantou para ver Shun. Seiya ficou pulando feito louco pela casa, abanando a perna. Mas logo ele se jogou no sofá de novo, estava com muito sono pela viagem e estava tarde. Tudo, concluiu Seiya, poderia ficar pro dia seguinte, E assim voltou a dormir.