Fallen World escrita por Artur


Capítulo 39
Capítulo 39: Paradoxo de Washington D.C


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, me desculpem pela demora mas aqui está o penúltimo capítulo da fic. Adorei escreve-lo, teve muita coisa acontecendo, foi bem legal! O próximo será o último obviamente, e talvez eu faça uma surpresa postando um depois do último, o capítulo 41 no caso.

Ouçam a música Letters From The Sky lendo o capítulo ou depois, acho que combina com o enredo deste capítulo!



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Fallen World

Capítulo 39: Paradoxo de Washington D.C

O ônibus ultrapassava as imensas árvores que rodeavam a estrada balançando-a com uma pequena brisa. O silêncio era constante, e o único barulho que ecoava-se era o do contato dos pneus do veículo com o asfalto desgastado da estrada, além do cantarolar baixinho de Abraham, que assumia o volante.

— Acho que podemos desviar por aqui, assim chegaríamos de madrugada, ou antes, pelas redondezas de D.C, o que acha? – Propôs Nick, com um mapa em mãos, riscando as localidades do destino do grupo.

— Não podemos fazer um desvio, é arriscado demais. – Rebateu Tyresse no banco logo atrás, Abraham rapidamente assente com a cabeça sem desviar sua atenção na pista. Nick suspira virando-se para os demais que permaneciam sentados e dispersos em várias partes do ônibus.

— Nós vamos superar isso, todos nós. – Sussurrou Julie à Mari que sinaliza um sim enquanto encostava sua cabeça no vidro da janela do veículo. Cody logo surge sentando-se ao lado da jovem, que esboça apenas um simplório sorriso.

— Você está bem? – Cochichou o loiro no ouvido da garota que apenas responde sinalizando um sim com a cabeça.

Julie aninhava Bernardo quando ouviu a voz de Tylor chamando-a, Julie então caminha com dificuldades pelo espaço interno do ônibus, chegando na parte traseira onde Tylor e Eugene separavam as sacolas de mantimentos.

— As comidas serão o suficiente, Eugene acha que daqui a mais ou menos quatro horas, já estaremos na capital. – Explicou Tylor assim que notou a presença da jovem.

— Para quem viajou quase dois anos com inúmeros contratempos, isso será fácil. – Brincou Julie querendo manter-se forte apesar da morte de Francis. Julie então se senta em um dos bancos do veiculo, enquanto acenava para Eugene com um sorriso em face, enquanto observava Tylor remexer em uma sacola volumosa.

— Em um dos carros lá do ferro velho a Jenne encontrou isso. – Afirmou a loira retirando uma cadeira infantil que protege as crianças em acidentes na estrada. — Se preferir, pode deixa-lo aqui enquanto estiver dormindo, é até melhor para você descansar um pouco.

Julie sorri e agradece a preocupação de Tylor colocando o seu filho, já adormecido, na cadeira infantil. Enquanto isso, Daryl fazia a contagem das suas flechas com uma expressão nada receptiva.

— Estão se esgotando, nada dura para sempre. – Proferiu Jenne, aproximando-se do rapaz que apenas a encara sem mais delongas. A morena remexe no próprio cabelo deixando-o preso em um rabo de cavalo mediano.

— Chuva? – Questionou Jenne ao ouvir o barulho das gotículas de água se chocarem com o teto e as janelas do ônibus. Daryl balança a cabeça em justo de positivo quando Abraham profere algo em voz alta.

— Dessa vez vocês não podem nos alcançar certo? Seus cuzões! – Menosprezou o ruivo, sorrindo histericamente de uma pequena horda de errantes que cambaleavam na encosta da estrada.

Abraham gira o volante para o lado, fazendo o ônibus desviar dos errantes que ao total eram quinze e, antes de voltar para o centro da estrada, algo de errado aconteceu com a parte interna do veículo.

Um barulho estranho ecoou-se fazendo todos ficarem em alerta, Abraham perde o controle deixando o ônibus em ziguezague, uma fumaça escura podia ser vista na frente do veículo quando por fim, o ônibus colide com um carro que estava parado no canto dianteiro da estrada.

— Segurem-se! – Berrou Nick quando viu o ônibus colidindo com o carro e ficando horizontalmente à pista, arrastando-se na mesma por alguns metros. Após o acidente, os errantes de outrora continuam com sua trajetória, dessa vez, rumo aos sobreviventes.

A fumaça era constante no lado do motorista, Abraham tentava se reerguer enquanto gritava por Eugene, queria ter certeza que o cientista não se feriu gravemente com a colisão. Todos se erguem rapidamente, muitos estavam no chão e entraram em contato com a outra fileira de cadeiras do ônibus.

—Todos estão bem? – Gritou Tyresse, levando as mãos à cabeça e obtendo um sim generalizado.

— O motor pegou fogo, temos que sair daqui! – Avisou Tylor com um tom de voz urgente enquanto ajudava Eugene a ergue-se de pé. Julie surge logo atrás com um corte superficial na testa, nada grave.

— Julie!! Você e o Bernardo estão bem? – Indagou Nick, aflito.

— Estamos bem, não se preocupe. A cadeira que encontramos o protegeu! – Respondeu nervosa Julie, abraçando o amado com rapidez. Daryl chama a atenção de Nick e os demais para os zumbis de antes que já se aglomeram nas portas traseiras do ônibus, seus braços esticados se debatem na porta querendo tomar posse da carne fresca.

— Tudo bem, nós vamos primeiro. Afastamos eles e deixamos livre para Jenne e Tylor saírem, depois acabamos com todos tudo bem? – Propôs Nick, todos concordam enquanto Daryl andeja na direção da traseira do ônibus e chuta a porta inúmeras vezes até conseguir abri-la.

Nick parte junto a Abraham e Daryl para o exterior do veículo, afastando os errantes com empurrões e pontapés. Julie entrega Bernardo à Tylor que também dará cobertura a Eugene, e quando a morena preparava-se para partir junto à Jenne, eis que Cody grita por ajuda.

— Ela desmaiou! – Gritou o loiro com Mari deitada no chão, desacordada. — Deve ter batido a cabeça quando o ônibus capotou!

— Não se preocupe Cody, ela ficará bem. Apenas fique com ela ai dentro! – Assegurou Julie, enquanto observava Jenne partir na direção dos demais, seguindo-a rapidamente.

Nick, Abraham e Daryl fazem um trabalho perfeito. Com movimentos precisos e ágeis, o trio vai eliminando um por um sem dificuldades. Julie e Jenne dão suporte logo atrás ajudando a eliminar os errantes que sobraram.

Dentro do ônibus Tyresse fazia a vigília na porta arrombada por Daryl, enquanto Tylor segurava Bernardo e mantinha a segurança de Eugene. Cody estava sentando encostado a estrutura do ônibus, observando o estado de Mari.

— Ok, vou procurar algum medicamento. – Sussurrou o jovem prestes a se levantar, colocando sua mão na parede próxima à janela como apoio. O que Cody não esperava, era que ali, preso em um único caco de vidro da janela, existia um zumbi faminto.

O ser pútrido rapidamente estica seus braços agarrando o membro de Cody, mordendo a região do seu pulso sem delongas. O loiro grita intensamente ao ver sua pele sendo arrancada pelas mandíbulas afiadas do verme até que Tyresse perfura o crânio do mesmo com o seu pequeno martelo.

— Ah meu Deus, Cody! – Berrou Tylor, nervosa ao ver o estado do jovem.

— Não se preocupe, ficará tudo bem. – Tentou acalma-la Tyresse, levando o loiro para o lado de fora que já estava totalmente limpo devido ao trabalho dos demais. Tyresse explica que Cody foi pego de surpresa e mordido na mão, todos ficam aflitos com a situação até que Nick toma uma iniciativa insana.

— Você sabe que temos que fazer isso, certo Cody? - Questionou o rapaz pegando no membro infectado do loiro disferindo em seguida, inúmeras facadas na região da mordida, Cody grita loucamente diante da enorme dor causada pela amputação, tão alto ao ponto de acordar Mari, que desnorteada, procura entender tudo que aconteceu a sua volta.

Após seu pulso esquerdo ser amputado e o sangue jorrado para fora, Nick enfaixa o local com uma faixa improvisada da sua camisa, tentando estancar o sangue.

— Não podemos ficar expostos desse jeito, não temos mais nenhum veículo e estamos exaustos. Cody não pode ficar nessa situação, perto do ferro velho tinha um ponto médico, poderíamos dar uma checada. – Informou Jenne, nervosa.

—Não vamos parar, iremos continuar. Encontraremos outro veículo por aí e seguiremos com a missão! – Berrou Abraham, exaltado e convicto enquanto dava dois passos a frente e segurava o braço de Jenne — Não pararemos de novo, não depois de estarmos tão perto dessa vez! Estamos em guerra e recuar significa perder. Nós não voltaremos!

— Abraham, não podemos ir à Washington nesse estado! – Retrucou Julie, aproximando-se do ruivo que, estando furioso, avança para cima da jovem por estar questionando-o, Nick rapidamente interfere dando um soco no rosto de Abraham, que vai ao chão mas logo se ergue puxando Eugene pelo braço obrigando-o a seguir em frente, com ou sem o restante do grupo.

Os demais tentam impedi-lo mas Abraham fica agressivo, derrubando alguns deles. Uma discussão em massa surgi, todos gritam ao mesmo tempo tentando controlar a fúria do ruivo que dá uma trégua assim que Eugene grita tentando cessar a briga.

— Eu não sou um cientista!! – Gritou Eugene inúmeras vezes, todos imediatamente param e o encaram sem entender a situação, o rapaz evita desvia o olhar como se estivesse prestes a revelar algo a mais. — Eu menti, não sou um cientista e não sei como salvar o mundo. Apenas sei de coisas, sei que poderia conseguir alguém para manter minha segurança e que talvez Washington poderia ser um local ideal para sobreviver.

Todos ficam perplexos com a revelação, Abraham arregala os olhos e continua imóvel, assim como os demais.

— E Washington D.C? – Questionou Julie tentando encontrar alguma explicação para tudo.

— D.C é um paradoxo, não é lá que encontraremos o salvação, nem em outro lugar qualquer.

— Pessoas morreram para te trazer até aqui, Francis morreu achando que tudo voltaria ao normal assim que chegássemos em Washington D.C! E tudo não passou de uma mentira? – Mari foi a primeira a elevar sua voz, indignada.

— Me desesperei à medida que nos aproximávamos, pois sou um covarde. Decidi nos atrasar, coloquei vidro quebrado na mangueira do ônibus lá no ferro velho, ele devia ter falhado antes de sairmos mas tivemos o azar de acontecer esse acidente.

A raiva e indignação parecia finalmente surgir no olhar de todos os sobreviventes, que acabaram de descobrir que foram enganados por todo esse tempo. Abraham finalmente se move, acertando dois socos na face de Eugene que cai no chão frontalmente, desacordando.

— Não pode ser verdade, não pode ser verdade ... – Sussurrou Julie indo à lágrimas enquanto era consolada por Nick, que não escondia sua revolta.

— Esse não é o nosso único problema no momento. – Murmurou Daryl sacando sua besta e mirando mais para frente. O grupo se vira e percebe a presença de uma horda gigantes – e volumosa, de errantes.

Os infectados tomam conta de toda a estrada, era impossível ver o chão. O grupo entra em desespero, com o ônibus capotado, não havia outra alternativa além de que, com a revelação de Eugene, o grupo se distraiu e a horda já estava perto demais.

— Vamos se movam! – Berrou Daryl correndo na direção oposta. O grupo então começa a se movimentar, uns vão para um lado enquanto outros não sabem o que fazer, Abraham é o mais rápido e decide subir em cima do ônibus capotado, mantendo-se distante da horda.

Nick apressado, acaba puxando Julie e Bernardo consigo, a segurança dos dois era a prioridade. Mari ajuda Cody a correr e ambos se escondem atrás do carro em que o ônibus colidiu, enquanto Tylor tentar arrastar Eugene, tentando protege-lo mesmo depois de tudo que ele fez.

—Tyresse, acha que conseguiremos eliminar uma boa parte? – Questionou Nick, em voz baixa com seu facão já em mãos.

— Eu não sei! Talvez, eles são muitos. – Respondeu o negro já estourando os cérebros dos errantes mais próximos, Daryl faz o mesmo atingindo-os com suas flechas, enquanto Abraham atirava ainda em cima do ônibus.

O grupo se dispersou por toda a estrada, não havia escapatória e o único meio de encontrar uma saída, era confrontando-os. Tyresse logo é cercado, mas seus esforços continuam nos movimentos precisos com o seu martelo, que ia reduzindo lentamente a quantidade de errantes.

Jenne se desespera e corre para dentro o interior do ônibus capotado, Abraham tenta impedi-la mas foi inútil uma vez que uma pequena quantidade de errantes da horda também adentrou no interior do veículo.

A morena grita desesperada, mas antes que pudesse ser abocanhada pelos errantes, eis que o motor pega fogo, queimando consigo toda a parte interno do ônibus, incluindo os errantes e Jenne, que gritava intensamente até ser carbonizada por completo.

O fogo se espalha ainda mais e Abraham se vê obrigado a pular do veículo, pondo-se de pé rapidamente e atirando nos zumbis que tentavam abocanha-lo, Nick resolve levar Julie e Bernardo para o interior da floresta e logo voltaria para ajudar seu grupo porém, nada ocorre como o previsto uma vez que já estavam sendo cercado.

Tylor quase é mordida por um zumbi mas acaba sendo salva por Daryl, que apenas fica imóvel vendo Eugene desmaiado no chão e sendo dominado pela horda, que se aglomera a sua volta abocanhando-o sem piedade. Nesse meio tempo, Tylor se desespera e corre para dentro da floresta, Daryl acaba seguindo-a com o proposito de ajuda-la.

— Seu sangue irá atraí-los! Não irá adiantar de nada nos escondermos aqui! – Exclamou Mari vendo a situação alarmante de Cody que não parava de sangrar pela mão amputada.

— Vai ficar tudo bem ... não se preocupe. – Respondeu com dificuldades Cody, sua respiração estava arfante e o suor já escorria pelo seu rosto. Mari não sabe o que fazer, um zumbi alcança os dois por detrás do carro, mas a garota chuta o errante afastando-o um pouco, dando a oportunidade da jovem sacar sua pistola e disparar no crânio do transformado.

Nick tenta de todas as maneira salvar Julie e seu filho da imensa horda que continuava a marchar na direção dos sobreviventes, Bernardo começa a chorar diante da enorme movimentação o que atraia mais errantes na sua direção.

— Nick, temos que ir! A horda vai passar reto pela estrada, não podemos ficar aqui! – Esbravejou Julie já temendo o pior, Nick fecha os olhos por alguns segundos, retorna a abri-los enquanto suspirava intensamente, o jovem segura na mão da amada com firmeza e corria na direção da floresta.

As árvores dão refugio para o casal, Nick corria desesperado com Julie e Bernardo ao seu lado por dentre a floresta mas alguns errantes já os seguiam. Enquanto corriam, Nick acaba tropeçando em uma raiz de uma árvore indo ao chão logo em seguida, Julie para de correr e retrocede os passos para tentar ajudar Nick a se levantar novamente.

— Não! – Gritou apressada o rapaz. — Você tem que correr, não se preocupe comigo você e o nosso filho devem se salvar, não esqueça eu lhe amo! – Berrou Nick já em meio as lágrimas, Julie não concorda com a decisão dele mas os zumbis já estavam próximos o suficiente para morde-lo, eis que um barulho de algo afiado ecoou-se pelo local e rapidamente, as cabeças dos zumbis foram dilaceradas em segundos, Nick e Julie ficam imoveis observando uma mulher surgir na frente de ambos.


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