Catherine e Catrina estavam sentadas o sofá da mansão. Era o aniversário do dono, Dorian Gray.

A reputação de Dorian não era das melhores, por isso estavam um pouco receosas em relação à festa. Ouviram de Lorde Dunchessil que Lady Murriel perdera a virgindade no seu baile de debutante. Poucos sabiam, mas fora culpa de Gray.

Elas não queriam estar ali, mas, como nobres de boa reputação, não poderiam faltar a um evento ao qual foram convidadas. As gêmeas manchariam o nome de sua família e desapontariam seu pai, conde Van Tessel.

Estavam usando máscaras de coringa, praticamente iguais, mas o que as diferenciava eram as cores de seus vestidos. Eles possuíam decote profundo e o torso apertado por um corset, as mangas iam até os cotovelos. Catherine usava um vestido amarelo e Catrina um vestido vermelho. A gêmea de amarelo usava seus loiros cabelos presos em um rabo-de-cavalo alto e a outra deixava seus cachos soltos, na altura dos ombros.

Do outro lado do salão estava Dorian, cortejando um grupo de mulheres e planejando levá-las para a cama mais tarde. Quando ele avistou duas garotas vestidas de forma peculiar, resolveu falar com elas. Como Harry disse na vez em que dormiu com mãe e filha no mesmo baile, uma aposta de "o dobro ou nada".

Catherine ouviu passos e se virou, encontrando o anfitrião da festa parado à sua frente. Ele fez uma pequena reverência e estendeu a mão.

– Alguma das adoráveis moças gostaria de dançar? - ele perguntou com um sorriso gentil.

A garota um pouco mais baixa de rabo-de-cavalo retribui o sorriso.

– Você só quer dançar...

– Ou vai tentar dormir conosco assim que tiver a oportunidade? -Catrina completou a frase da irmã.

Dorian riu baixo e levantou a sobrancelha.

– Bom, a intenção é apenas dançar. A não ser que queiram algo mais... - ele levantou o queixo de Catherine.

A garota deu um tapa na mão dele e sorriu maliciosamente.

– Não estamos interessadas nesse tipo de coisa. Não com você, sr. Gray.

Ele se virou para a de vermelho.

– Vai deixar sua irmã tomar as decisões por você, senhorita?

Ela apenas deu de ombros e franziu a testa, irritada com a pergunta.

– Nós pensamos igual. Não é como se isso fosse mudar alguma coisa.

Dorian já estava um pouco frustrado com a teimosia das donzelas. Que mulher não gostaria de se deitar com a encarnação da beleza? O que passava pela mente daquelas mulheres? Ele se perguntava.

Catherine e Catrina se esforçavam para afastar o homem e mandá-lo de volta para o prostíbulo onde estava há alguns minutos, mas Dorian Gray era teimoso como uma mula.

O aniversariante suspirou.

– Vocês devem ser as irmãs Van Tessel, certo? Filhas do conde? Seu pai veio com vocês?

Catherine negou com a cabeça e Catrina reproduziu o gesto.

– É por isso que estamos aqui... - começou a de vermelho

– Para representar nosso pai.

Ele deixou um sorriso malicioso escapar. Já que o conde não estava, ninguém se importaria se elas desaparecessem por alguns minutos. Talvez um pouco mais, ele pensava.

– Ora, apenas uma dança, sim? Afinal, é meu aniversario.

Catherine e Catrina se encararam por alguns segundos, tentando decidir entre si qual delas iria dançar com o pervertido que estava na frente delas, esperando uma resposta. Catherine suspirou.

– Tudo bem, sr. Gray. Aceito dançar com você.

Ele sorriu e segurou a mão que ela havia estendido e sussurrou no ouvido dela.

– Pode me chamar de Dorian, Catherine.

– Não me lembro de ter te autorizado e me chamar pelo primeiro nome, sr. Gray. Aliás, posso saber como descobriu meu nome?

Ele riu e levou ela para o centro do salão, dançando.

– Dorian. E eu sou amigo de seu pai. Ele já me falou de vocês. E ele estava certo. - ele riu de novo.

Catherine levantou a sobrancelha.

– Em relação a que, sr. Gray?

Ele colocou uma mecha solta atrás da orelha dela e sorriu gentilmente.

– Verdadeiras beldades... - ele aproximou de seu rosto, encostando seu nariz no dela. - E já não lhe disse para me chamar de Dorian?

Dorian pressionou seus lábios nos de Catherine, gentilmente, planejando conquistá-la aos poucos. No fim, ela cederia. Todas cedem.

Catherine bateu na mão dele, que estava um pouco baixa demais a essa altura. Ela o encarou, séria. Como ousava aquele homem tocá-la sem seu consentimento? Não era assim que cavalheiros de verdade se portavam.

Ele arregalou os olhos com o gesto da garota e sorriu.

– Mas que mulher teimosa. Se não ceder logo... -Ele pôs a mão em suas bochechas delicadamente - Terei de levá-la à força...