E Se...? (Cam & Gabbe) escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 17
Battle Plans




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P. O. V. Gabbe

O plano de batalha era simples. Iríamos usar as espadas flamejantes e setas estelares, claro, como de costume. Daniel olhava de relance para mim, os olhos violetas faiscando de indignação quando terminei de contar minha história com Cameron.

-Gabbe, você está ciente de que ele te usou, certo? –Sua voz rouca parecia tremer de ultraje.

-É. –Murmurei.

-Gabbe, Gabbe, Gabbe. –Ariane cantarolou erguendo as sobrancelhas, sentada em uma das poltronas de um tom vermelho saturado enquanto balançava os pés animadamente. – Sempre a inocente Gabbe. –Ela suspirou. –O mundo não é um conto de fadas, minha querida.

A encarei sentindo as bochechas avermelharem de raiva. Seus cabelos recentemente pintados com mechas roxas já havia crescido dois palmos desde que Lucinda os havia cortado e o anjo ergueu a cabeça para me encarar de volta.

-Eu não sou tão inocente assim. Sei que Cam foi um cafajeste comigo, mas eu... Eu... –As palavras entalaram em minha garganta.

-Você? –Daniel perguntou colocando uma mão em meu ombro.

O olhei de esguelha sentindo que iria desabar no colo de Dani chorando. Mas apenas mordi o lábio antes de responder.

-Eu estou apaixonada por Cam. Totalmente. –Murmurei olhando para o chão.

Quase pude ouvir a exclamação muda dos dois anjos. Daniel me envolveu nos braços, colocando o queixo em cima de minha cabeça e as mãos entrelaçadas em cima de meu braço direito em um perfeito abraço de lado.

-Espero o melhor para vocês dois. –Dani murmurou.

Tombei a cabeça até encostar em seu peito.

-Obrigada. Significa muito pra mim. –Choraminguei vendo que Ariane se aproximava de mim.

Ela estava com a face úmida novamente, os olhos mareados enquanto ela abraçava a mim e Daniel.

-Sinto muito por falar... Por... –Ela gaguejou em meio a soluços.

Eu não estava acostumada a ver Ariane chorando. Como eu os amava!

-Eu sei, Ari. Não chora. Por favor, não chora.

-Tá, tá. –Ariane disse limpando o rosto e nos largando. –Enfim, eu consegui umas armas bem legais. –Ela cantarolou a última parte, após o “Enfim”.

Daniel hesitou um pouco antes de me soltar, como se perguntasse se devia. Tirei minha cabeça de seu peito antes de andar até Ariane quando seus braços afrouxaram ao meu redor.

-Setas? –Perguntei o óbvio enquanto ela tirava os objetos pontudos e brilhantemente projetados de uma bolsa verde escura. Ariane franziu os lábios enquanto balançava a seta diante de seus olhos, como se examinasse uma peça de roupa tentando descobrir se era falsificada.

-É. –Ela acenou com a cabeça afirmativamente.

Uni as mãos sentindo um sorriso invadir minha face.

-Estamos em alguma vantagem?

Ariane continuava a examinar a seta quase amargamente.

-Mais ou menos.

Senti um refluxo, colocando as mãos sobre a garganta. Estávamos acostumados a ter certa vantagem pendendo para o nosso lado, na verdade.

-Uau. –Falei apenas olhando ao redor.

-Pois é. Quer dizer que os anjos finalmente vão ter que se esforçar em alguma batalha. –Daniel murmurou dando de ombros.

Mordi as bochechas por dentro da boca, impaciente.

-Acha que corremos algum perigo? –Perguntei, por fim, olhando para os dois anjos.

Eles se entreolharam antes de sorrirem.

-Sinceramente, não. Você sabe que nossas posições na batalha não são lá de muito risco. –Dani disse.

-Eu ficaria preocupada com os “peões” da batalha. –Ariane disse olhando pesarosamente para o chão. –Nós somos como “torres”. –Completou, uma espécie de orgulho a tomando.

Tudo se tratava de um jogo de xadrez para Ariane. Eu estava pensando na posição de Cameron neste jogo. Ele não era um “peão”, certo? Era o chefe de Phoebe. Talvez ele também não corresse riscos reais, pensei tentando me consolar.

-Ele não é fraco, Gabbe. –Daniel disse, como se lendo meus pensamentos. –Vocês vão ficar bem. –Completou sorrindo.

Sorri fracamente de volta para Dani enquanto voltávamos ao mapa de batalha. Tudo ocorreria a alguns metros da... Reli o nome pensando ter errado. Não, tudo ocorreria mesmo a alguns metros da Shoreline. Me encolhi antes de abrir a boca.

P. O. V. Cam

-Este é o plano... –Phoebe começou, seus lábios rosas se movendo rapidamente. –Iremos nos esconder nesta parte inicialmente. –Ela apontou o enorme bastão que jazia até então em suas mãos para uma parte verde do mapa. –São alguns arbustos ao redor do perímetro na escola. Talvez tenhamos alguma vantagem, talvez não. Mas não custa nada tentar, certo? –Ergueu uma sobrancelha antes de limpar a garganta e continuar. –Temos em cerca de cento e cinqüenta mil setas estelares. Fomos informados que existe uma grande chance de que eles estejam em vantagem quanto às setas. Mas também fomos informados de que a força negra estará maior estes dias e mais poderosa. Sam, preste atenção! –Phoebe repreendeu o ruivo que estava examinando alguns globos de natal.

-Foi mal. –Ele murmurou voltando a atenção ao mapa.

-Péssimo. –Phoebe corrigiu revirando os olhos. –Enfim, a previsão é de chuva, como sempre. A leve neblina impedirá que algum forasteiro venha a ver e interrompa a briga. Conseguimos a ajuda de alguns párias, embora não seja bom contar com eles. Cam, você ficará na parte de trás do exército, conforme ordena a sua posição. Continua bom com as setas?

-Sempre. –Anuí com a cabeça sorrindo.

-Ótimo. Sam, você deverá...

A voz de Phoebe sumia rapidamente em ecos para mim. Só conseguia pensar na probabilidade de que Gabbe morresse. Seus olhos azuis densos perdendo o brilho enquanto se reviravam de dor. O sangue escuro escorrendo pelas asas abertas, a seta estelar brilhante cravada em seu peito. O meu reconhecimento de que a havia perdido para sempre e de que o seu último sopro de vida fora...

-Cam? –Phoebe interrompeu minha linha de pensamentos.

-Ah, sim? –A encarei.

-Boa sorte. –Ela suspirou armando uma pequena bolsa azul para mim com umas vinte setas estelares.

-Pra você também.

O momento que se seguiu foi irreal. Phoebe se virando para Sam, quem parecia frustrado ou nervoso, suas mãos tremendo ao lado do corpo. Seus lábios entreabertos e os olhos fixados na garota, quem parecia no mínimo confusa quando Sam segurou sua cintura com uma mão e, com a outra, apertou seus dedos contra sua bochecha...


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Notas finais do capítulo

Amoooo parar a história em momentos assim kkkk' Por isso comentem para saber o que acontece mais cedo, ou não T-T tá, acho que vocês se enjoam dos meus apelos emocionais para conseguir reviews, mas, putz, é importante pra mim >3
Beijinhos, Dê