Rachel estava a mais de três horas no quarto, trancada. Não falava com a mãe, nem com o pai, muito menos com Santana e Quinn, por Deus, o que elas iam dizer? Quer dizer... Ela gostou de beijar ele. E ele é um galinha, só está casando com ela por dinheiro!

E ela só queria um apartamento perto da Brodway, tolinha. Como pode pensar que seus pais iam mesmo fazer isso? Sério... Ela era a filha perfeita, a tal filha A+, porém eles nunca valorizaram isso. Sempre fizeram tudo a seu modo, ao modo Berry. Que era fazer primeiro, perguntar depois, não gostou? Ah, quem se importa.

- Pensando no que Berry? - Santana entrou no quarto da morena que lhe olhou assustada - que foi? Ah, eu tenho uma cópia da chave do seu quarto, assim como do da Quinn - respondeu dando de ombros e se jogando no sofá que tinha perto do closet.

- Qual é Sant, eu tive o pior encontro da minha vida... - se defendeu a morena.

- Contando com o do Rory? - perguntou se referindo ao irlandes que havia cursado parte do terceiro ano com elas.

- Contando com o Rory. - garantiu a morena - Céus, ele praticamente chamou a garçonete pra sair! Na minha frente, claro que eu não fiquei com ciúmes - a morena se corrigiu, rápido de mais, pensou Santana. - mas tecnicamente somos noivos.

- Tudo bem... - a latina suspirou - você ESTÁ com ciúmes do Hudboy - ela falou rindo da expressão de fúria da amiga - qual é Cady Heron*, você está morta de amores. E não consegue esquecer o beijo. 

Como Santana sabia daquilo?

-O...o que? - perguntou gaguejando, era o que Santana precisava de provas. E ela sabia que tinha se entregado, apesar de Santana já ter percebido aquilo no momento que entrou no quarto.

- Qual é você acha que eu não percebo, você está com a mão indo direto até a boca, seus lábios mais inchados que o normal, eu percebo as coisas! - ela gargalhou e a morena revirou os olhos.

- Tudo bem Regina George** - Rachel revidou a provocação "Mean Girl" - mas eu não gostei, eu só sabia que meus pais estariam olhando, e eu bati nele. No rosto. - nessa hora a latina gargalhou mais ainda.

- Sério? - ela perguntou e a morena apenas concordou - o.k. a versão humana da Barbie PRECISA saber disso! - Santana falou pegando o tablet da amiga e abrindo o skype.

Meia hora depois, Quinn ainda gargalhava e dizia que alguém devia ter gravado tudo, enquanto comia um pote de sorvete. A loira tinha ido pra Chicago ainda naquela noite pra visitar uma tia juntamente de Noah, e estava muito mais gulosa que o normal nas últimas semanas.

Rachel e Santana repararam isso. Mas preferiram falar sobre o que pensavam ao vivo e a cores, tudo bem que ali tinha cores. Mas não era algo a se falar por skype.

- Boa noite - Santana se despediu, uma hora depois de terem dado tchau a Quinn, ainda gargalhava sobre o ocorrido com Finn, já passava das quatro da manhã, mas a latina dizia que tinha "compromissos". Rachel imaginava o que fosse.

Mas preferiu não se meter...

Porque ela definitivamente não queria ver.

[....]

- Bom dia - Finn ouviu uma voz e se virou vendo a mãe na porta do quarto, tinha voltado de NY para o encontro, e pra ficar até o casamento.

- Bom dia mamãe - ele se espreguiçou e a mulher sorriu gentilmente - Burt já foi trabalhar? - perguntou indo até o banheiro escovar os dentes. - eu tenho que ir cuidar de algumas coisas - ele falou escovando os dentes.

- Sim... Mas hoje você só tem que se preocupar em descansar - ela falou, mas quando ia saindo do quarto lembrou de algo - Ah! Esteja pronto a uma hora para um almoço com Hiram, Shelby, Rachel, e nós. - ela falou e pode ouvir o filho resmungar um "Não tinha como ficar melhor", apenas sorriu. Sabia que estava fazendo o certo, sabia que aquele papo de "eu não quero me casar" era mentira e que Finn sentia algo por Rachel, afinal era a mãe dele.

Mas ele dizia estar tão a fim daquele casamento quanto de se jogar de uma ponte. E no momento a segunda opção era a mais tentadora. Por mais que Rachel fosse atraente era apenas isso, ele pensava tentando convencer mais a si mesmo,  e ele nunca admitiria que havia sentido coisas que jamais sentirá ao tocar os lábios dela.

Mas talvez Brittany estivesse certa, ela seria a mulher a mudar sua vida.

[......]

- Britt? - a loira ouviu a voz da mãe, terminou rapidamente o café e levou uma bandeja até o quarto da mesma, com biscoitos e tudo o que a mulher gostava. Chegando lá viu o quão mal a mulher estava. - obrigado meu doce - a mulher sorriu gentilmente sentando com a ajuda da filha.

- Mamãe... O que a senhora está sentindo? - a garota perguntou preocupada.

- Unicórnea, eu estou um pouco enjoada só isso. - respondeu acariciando uma mecha do cabelo extremamente loiro de Brittany, logo começou a comer o que a filha havia trazido.

- Vou ligar para o Finn mamãe, a senhora está mal - a loira pegou o telefone do bolso mas a mãe colocou a mão na frente em sinal de que ela parasse.

- Britt, Finn é muito ocupado! Não quero que fique ligando por qualquer besteira. - pediu a mulher e Brittany suspirou.

- Só porque ele me conheceu na minha pior fase não quer dizer que eu tenha que corta-lo da minha vida - ela bufou, porém guardou o celular. A mãe da loira estava muito doente de novo, por mais que agora com mais conforto em um apartamento no Brooklyn, já que a loira mais velha se recusava a morar no Queens como Finn havia sugerido.

Porém ela havia ido ao médico no dia anterior, e ele desconfiava que havia um aneurisma cerebral, porém somente os exames iriam dizer se isso era verdade. E por mais que quem cuidasse disso fosse o médico de Finn, doutor William Shuester, o maior especialista de tumores e cancer de NY, a mulher não estava esperançosa.

- Como se você já tivesse superado esta fase Brittany Susan - ela ralhou com a filha que deixou uma lágrima solitária cair. - você sabe que não.

- E você sabe muito bem que eu tenho motivos pra não sair de lá mamãe! - ela rebateu indo até a porta do quarto e se encostando no batente - Se eu saisse minha vida seria um inferno, nossa vida seria.

- Eu não me importo! - a mulher falou já esquecendo o café preparado pela filha - Brittany, prefiro me esconder a ter que te ver destruindo a própria vida estando lá, Dani pode ser má quando quer, e você sabe muito bem disso!

- Eu não tenho mais solução. Minha vida acabou no momento em que pisei naquele lugar.