Segunda feira, um dia que Rachel já havia começado a gostar perdeu a graça. Por mais que amasse atuar e cantar, acordar as seis da manhã em uma segunda pra ir pra faculdade era de mais. Rachel levantou da cama e tirou a roupa (Finn não dormia na mesma cama que ela, nem no mesmo quarto) indo para o banho.

Não se demorou muito no banho e colocou uma roupa, camisete branco, short jeans e sapatilha. Foi até a cozinha onde Finn já tomava café, e a empregada que havia começado no mesmo dia estava de pé como em filmes antigos. Sentou-se e pegou uma panqueca

- Ta esperando o que? - perguntou para a mulher que aparentava quarenta anos - Pode ir pra cozinha - ela apontou para o comodo e logo a mulher foi.

- Simpática logo cedo? - Finn tirou os olhos do jornal e olhou pra ela.

- Quer morrer logo cedo? - Rachel devolveu com outra pergunta. - Convidei a Brittany e o Sam para um jantar - contou pegando a geleia do outro lado da mesa.

- Você o que? - Finn perguntou olhando a esposa confuso.

- Sam Evans, Brittany Pierce - Rachel falou e ele revirou os olhos. - Jantar que eu vou fazer pra Quinn, sabe pelo bebe e tudo mais... Eles pareciam surpresos quando eu liguei. - ela pegou um copo e colocou suco de laranja.

- Eu nunca convidei-os - Finn deu de ombros. - Talvez Sam uma ou duas vezes, mas nunca Brittany.

- Você deveria - Rachel o olhou com um olhar repreensivo - Finn, eles são pessoas maravilhosas. E quando digo isso me refiro a terem ficado lá por Santana, mesmo mal a conhecendo. Mas você nunca poderia enxergar isso...

- Está dizendo que eu não trato bem os meus amigos? - Finn perguntou ofendido.

Claro que ele nunca convidaria Sam e Brittany para uma festa, afinal Brittany ainda era uma prostituta e Sam era barman de uma boate de stripp tease. Ele amava os amigos, mas ele tinha uma imagem e enquanto corresse o risco de que algum empresário tenha ido nessa boate e reconheça Brittany ou Sam ele não poderia convida-los.

- Estou dizendo que Brittany é a garota mais doce que eu conheço e Sam está dando apoio a você e a Santana. E você não valoriza eles - ela respondeu e Finn bufou. - Não bufe, sabe que estou certa como na maioria do tempo Hudson.

- Rachel Barbra Berry Hudson - Finn falou e ela o olhou como se fosse louco. - Nunca testamos o nome, Rachel Barbra Berry Hudson - ele repetiu e ela revirou os olhos.

- Nunca, nunca mais, repita isso - falou enquanto ele gargalhava - e nem mude de assunto! - ela guinchou com o marido - sério, que tipo de amigo você é? Não responda. E o jantar é amanhã.

- Você só convidou eles certo? - Finn parecia apreensivo - Nenhum empresário ou...

- Você é louco? - ela o cortou. - Tem vergonha dos seus amigos? - franziu a testa enquanto jogava o guardanapo na mesa. - Quer saber eu vou ir pra faculdade...

- Eu te busco no final da tarde - ele falou enquanto seguia ela, Rachel ficou surpresa pelo gesto do marido, mas fingiu descaso. - Que horas você sai?

- As quatro. - ela deu de ombros não entendendo o porque dele querer fazer aquilo.

- Eu estarei lá. - ele deu um sorriso de canto, e naquele momento Rachel podia jurar ter visto algo além de deboche nos olhos dele.

[...]

Rachel havia tido as primeiras aulas de dança - as quais a professora parecia ter a odiado - e logo com algumas outras de canto. Na hora do almoço Santana ligou pra ela dizendo que estava a esperando no restaurante italiano Via Della Pace, que Quinn disse que era ótimo (vindo da amiga grávida tudo poderia ser maravilhoso, já que ela comia até pedra se fosse bem temperada).

Chegou lá com cinco minutos de atraso e Santana já estava chamando o garçom.

- Bom dia - falou sentando na mesa e colocando a bolsa na cadeira ao lado.

- Buenos dias - Santana cumprimentou a amiga enquanto o garçom se aproximava - Um espaguete a Carbonara, porção grande por favor, dois pratos de filé a parmegiana, conchiglione com recheio de tomate. E é só, a, espera. Tras uma Cassata de sobremesa

- Hm, ok, eu vou querer salada de Penne com pesto de Rúcula - Rachel falou e o garçom foi mandar preparar os pratos - Tá gravida? - perguntou e Santana revirou os olhos.

- Quinn tá chegando, e mandou eu pedir isso. Só vou querer o filé - ela deu de ombros enquanto a loira entrava quase que correndo no restaurante.

- Bom dia Rach, Santie. Pediram minha coisas? - perguntou rapidamente enquanto sentava ao lado de Santana.

- Sim, o garçom ficou assustado - Rachel garantiu e a loira fez sinal de descaso. - Mas me conta, como foi com os seus pais? - a morena fez a pergunta que não queria calar.

- Eles... Bem papai, me expulsou da familia - ela deu de ombros. - eu sabia, no fundo eu sabia.

- Vai ficar tudo bem - Rachel acariciou o braço da amiga. - Mas vamos falar de coisas boas. Como foi as primeiras aulas de Fotografia e direito?

- Bem, fazer direito é um saco. - Santana bufou - E você Q?

- Foram aulas ótimas. - ela deu de ombros.

- Mas Quinn... Agora que você não tem mais seus pais te bancando como você vai manter uma criança e faculdade? - Rachel perguntou e Quinn começou a explicara conversa que tivera com o namorado enquanto voltava de Lima...

Flashback

- Noah... Como que vamos fazer? - a loira perguntou. Estava deitada na curva do ombro dele enquanto ele apoiava uma mão na sua coxa pra reconforta-la. - Sabe, sem meus pais, e sua mãe não pode nos ajudar...

- Mas eu vou dar um jeito - ele garantiu beijando o topo da cabeça de Quinn. - Eu tenho, quer dizer minha mãe tem um apartamento, que ela mantem por segurança. Dois quartos, sala, cozinha, banheiro...

- É perfeito - a loira sorriu. - Mas e quanto as faculdades Noah? - perguntou fazendo um bico extremamente fofo.

- Hey, você é muito inteligente, e aposto que pegar uma bolsa integral não seria dificil - ele suspirou - desculpe.

- Ãhn... Por o que? - perguntou franzindo a testa.

- Por estar passando por isso, eu sei que você é acostumada a ter tudo. E... Eu não posso te dar tudo, não agora. - ele respondeu e Quinn revirou os olhos.

- Não se desculpe por isso. Até porque eu tenho tudo, enquanto você estiver do meu lado, minha filha estiver aqui e eu ter meus amigos eu não posso pedir mais nada - Quinn deu um selinho no namorado.

- Filha? - ele perguntou divertido.

- Instinto materno Puckerman - ela fez bico, enquanto Noah lhe roubava um beijo.

Quando Quinn terminou de contar os pedidos chegaram a mesa, todos os quinhentos pratos que Quinn tinha pedido foram devorados duas vezes mais rapido que os pedidos de Rachel e Santana que eram pratos pequenos.

A loira sempre foi magra de ruim, já que comia feito um boto, como Santana gentilmente falava e com a gravidez ela comia ainda mais com o detalhe de que agora iria engordar. Elas conversaram mais um pouco, principalmente sobre o bebe, já que estavam ansiosas pelo primeiro ultrassom que seria no dia seguinte e foram para suas respectivas universidades.

Quando deu quatro horas Rachel viu na rua da frente da faculdade um sedan preto, com Finn encostado na porta recebendo olhares de calouras. Rachel ignorou a pitada de ciúmes que sentiu naquele momento.

- O que você faz aqui? - perguntou semi cerrando os olhos.

- Vim pegar a minha esposa na faculdade, eu te avisei - Finn respondeu dando de ombros e ela revirou os olhos. - Pode entrar madame - ele abriu a porta do lado direito logo se dirigindo para o outro lado.

- Pensei que você estivesse trabalhando nesse horário - ela fez uma careta engraçada e ele sorriu com aquilo

- Não, eu trabalho a hora que eu quiser - ele deu de ombros enquanto dava partida no carro. - E você como foi o primeiro dia de faculdade?

- Foi mui... Pera ai. O que? - ela se virou pra ele que mantinha um sorriso divertido no rosto. - Sério, Finn, você tá me dando medo. Muito mimimi de mais - ela fez outra careta. Outro sorriso dele.

- Eu não to de mimimi - ele imitou a voz de Rachel - Eu estava fazendo uma pergunta, sendo educado. Sabe, sendo uma pessoa sociavel.

- Whatever, eu quero ir logo pra casa - ela suspirou. - Foi bom. - Finn a olhou sugestivo - Foi um bom dia de aulas. - ela completou - E você como foi no trabalho, querido? - ela gargalhou.

- Na de sempre amor. - ele deu um meio sorriso se aproximando mais do ouvido dela. - Mas agora que meu dia está começando. - ela sentiu o corpo estremecer.

Seguiram o resto do caminho em silencio, chegaram no edificio e colocaram o carro na garagem antes de se apresentarem na portaria e irem para o elevador.

- Então... - Rachel começou se encostando na parede do elevador.

- Então... - Finn se aproximou dela roçando o nariz no pescoço de Rachel, arrancando um gemido extremamente sexy da parte dela. - Você tá me tirando do sério garota! - ele distribuiu beijos no pescoço.dela.

- Então aproveita - ela falou com um sorriso sapeca e colocou suas pernas em volta da cintura dele começando um beijo quente. - Finn... O elevador parou - ela sorriu em meio ao beijo. Saíram do elevador com dificuldade e uma senhora os observava espantada.

Entraram no apartamento com a mesma dificuldade que saíram  do elevador, Finn prensou a esposa na parede sem parar o beijo enquanto procurava a chave do apartamento no bolso, quando finalmente  encontrou abriu a porta quase derrubando a mesma.

Foram até a suíte onde ele colocou Rachel delicadamente deitada na cama.

- Você me deixa louco... - ele falou antes de tomar seus lábios novamente

[...]

Eles estavam deitados na cama, ambos nus e Rachel apoiada no peitoral de Finn com suas mãos entrelaçadas, ele tinha um sorriso no rosto que nenhuma mulher o havia feito dar.

- Foi bom? - ele perguntou depois de minutos em silencio.

- O que? - ela perguntou franzindo a testa.

- Sua primeira vez. - ele falou com um sorriso de canto. Ela pareceu pensar por um momento enquanto fazia circulos na mão de Finn.

- Eu não sei o que dizer... - ela fez um bico - Mas eu acho que sim - ela sorriu de canto. - Eu não posso dizer se isso muda ou não algo entre a gente.

- Como assim não? - ele perguntou se afastando dela. Rachel se sentou na cama e o encarou. Mordeu o lábio e olhou para a janela, porque o sol de fim de tarde batendo no corpo dele o deixava ainda mais sexy. E naquele momento eles não tinham que ficar se agarrando.

Tinham que conversar.

- Finn, eu tenho pouco mais de dezoito anos. Eu não tenho certeza dos meus sentimentos e muito menos sobre isso. Eu sinto algo por você... Mas eu não sei o que é. Eu só peço que você seja compreensivo. - ela fez um bico, estava a ponto de chorar.

- Claro que eu vou esperar - ele sorriu passando a mão pelo rosto delicado dela - É só que...

- Você é homem e tem suas necessidades? - ela perguntou e ele riu negando. - O que é então?

- Girl, you drive me crazy. - ele sussurrou no ouvido dela fazendo ela corar. - Segundo round? - ele perguntou arqueando a sobrancelha.

- Claro - ela sorriu maliciosa.