‘’O amor é igual capim, a gente planta, rega... Tudo para ele poder crescer... ’’

Aquela demora exagerada e desnecessária estava fazendo com que eu acabasse com todas as minhas unhas. Eu não estava com ciúmes... Ou algo do gênero, só não queria que, quando os extraterrestres vierem buscar aquela vaca, não levem o ‘’pato’’ do meu namorado.

– Calma Erza, você vai ter uma parada cardíaca daqui a pouco. – Lucy falou enquanto me observava. - Relaxa, eles devem estar fazendo a prova ainda, ou falando com o professor, sei lá.

– E Precisa essa demora toda? - Fiz um biquinho. - Por que essa demora cara? Todo mundo já desceu. - Respondi balançando as pernas, e tomando mais um gole do seu suco de maracujá, sim, de maracujá, e eu não estava ficando nem um pouco calma, isso é tudo marketing.

E foi então que eu me decidi. Já que ele não vem, eu vou atrás dele. Isso mesmo, eu vou lá cuidar do que é meu.

Levantei-me, e fui dando passos largos, sem dar explicação nenhuma para Lucy, sem ao mesmo inventar que iria ao banheiro, ou algo do tipo. Fui até a nossa sala, e discretamente, dei uma pequena abertura na porta, e olhei para dentro do cômodo, e não havia ninguém... Então, cadê eles?

Dei alguns passos pelo corredor, e fui até o finalzinho. Bufei me dando por vencida, eles haviam sumido. Olhei para a enorme janela, que estava posicionada na minha frente, olhei para as árvores do pátio, e para os alunos andando e conversando, sem me preocupar, até que os vi. Jellal e aquela talzinha, conversando, rindo, e dividindo o refrigerante! Mas que merda é essa?

– Jellal, eu vou te matar! – Sussurrei para mim mesma, e vi minha voz distorce para um tom de raiva, enquanto eu descia as escadas para ir em direção a aquele local.

(...)

– Haha, é mesmo, eu lembro. – Jellal falava rindo com aquela, amiguinha dele.

Apareci na frente deles, bufando e um pouco suada pela corrida que eu fiz pra chegar até aqui antes que o sinal bata.

– Nossa que cheiro de gambá. – Comentou a vaca, já percebendo minha presença.

‘’Me segura que eu vou matar ela!”(Pensamento involuntário).

– Caramba,Erzinha, correu uma maratona amiguinha? – Comentou assim que viu que Jellal reparou minha presença.

– Nossa, o que houve amor? – Perguntou ele.

– Por que você não me procurou no recreio? – Fui direta.

– É... Eu tava apresentando a escola pra July, não achei que se importaria. – Ele comentou sem graça.

– E por que estava dividindo refrigerante com ela? – Continuei.

– Erza... Que isso, para de bobeira ruivinha... – Comentou rindo, a vaca.

– Cala boca garota, não estou falando com você, estou falando com o meu namorado, Jellal! – A cortei.

– Que isso Erza! Fala direito com a July, ela não te fez nada. Você que está paranoica ai. – Jellal a defendeu.

– Está defendendo ela? – Perguntei desgostada.

– Na boa Erza, para. – Ele franziu atesta, e passou a mão pelos cabelos. Sinal que estava ficando irritado. – Você está agindo como criança.

– Ok! Tudo bem. – Falei, dando passos para trás, e levantando as mãos como se eu estivesse sendo rendida. – Eu não falo mais nada. – Me virei e fui andando em direção oposta a deles, com raiva e decepcionada.

(...)

Contei para Lucy o que aconteceu, e passei o dia todo ao lado dela, sem tocar uma palavra com o Jellal, ou sequer um olhar, eu estava muito decepcionada com ele, por ter defendido ela, por ter me tratado na assim na frente dela...

E para completar a minha raiva, ainda tive que ouvir comentários idiotas como:

O Jellal já se cansou dela.

Se ele não quiser mais a ruivinha, eu pego.

Eu sabia que isso não iria durar, ele é lindo demais pra ela.

É sem sal mesmo, nem devia saber beijar.

Já foi trocada, tadinha.

Eu nem ligaria para esses comentários se o Jellal pelo menos, tivesse tido o trabalho de desmentir, de defender-me e defender nosso namoro, mas não... Ele apenas ficou quieto, e aquilo, foi pior que queimarem toda minha coleção de HQ da marvel.

– Não liga pra eles Erza. – Lucy sussurrou no meu ouvido.

– Não me importo Lucy, afinal, eu não sei de mais nada. O Jellal ficou muito estranho, nem me procurou depois da briga... Só ficou com ela... – Falei desgostada. – Acho que... Talvez esses comentários, esses boatos... Não sejam tão mentirosos assim.

– Para de falar isso! Cadê a minha guerreira que tem ‘’100k’’ de Hp no jogo?

Lucy conseguiu me arranca um sorriso, minha maluquinha, sempre me ajudando quando eu mais preciso.

– Está aqui. – Sussurrei sorrindo.

O sinal tocou, e já era hora de arrumar as coisas para ir embora. Juntei meus livros, e prendi meus cabelos, o calor estava demais.

– Erza... – Escutei a voz do Jellal, e senti meu braço ser tocado.

Virei-me, e o vi, mexendo nos cabelos, e sem graça, mas... Por falar comigo? Aff Jellal.

– Bem... Eu, eu queria que... Que você sei lá, se desculpe com a July. Ela ficou muito triste depois do que você falou, se sentiu culpada.

O quê? Era isso mesmo que eu estava ouvindo?

Se desculpe com a July...

Depois de um dia todo sem falar com ele, sem olha-lo, esse... Ele, ele chega aqui e me pede para pedir desculpas, para ela? Caramba Jellal! Se meu porco chumbo tivesse aqui, eu juro que eu acertaria ele na sua linda cabeça, só para os seus neurônios voltarem aos seus devidos lugares... Caramba! Eu que sou sua namorada! Quando ela falou que eu fedia como um gambá, eu não ouvi você me defender, quando os idiotas da turma comentaram, você não foi lá pedir para eles se desculparem, e agora vem aqui... Por ela?

– Na boa Jellal... – Falei colocando minha mochila nas costas. – Vai à merda. – Falei saindo apressada da sala, mais ainda sim, pude ver sua cara de espanto, e a Lucy, vindo atrás de mim.

– Na boa, às vezes você é meio lento. – Falou a loirinha se apressando, para vim até a mim.

‘’...Dai vem uma vaca, e acaba com tudo.’’