Everything escrita por Érica


Capítulo 9
Menos você


Notas iniciais do capítulo

XD All you need is love! Sim, então vamos ao amor! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409260/chapter/9

A ameaça de escândalo fez Alice recobrar um pouco os sentidos, e por temer piorar a situação e o humor de Gui, aceitou sair dali. Sem protestar, ela permitiu ser levada para fora do apartamento por ele que, praticamente, a arrastava fazendo com que tropeçasse nos saltos.

– Dá para andar mais devagar?!

Perguntou enquanto tentava se equilibrar e não cair com a cara no chão. Ele continuou calado. Desceram rapidamente o elevador e chegaram à garagem. Ele ainda segurava sua mão com força quando chegaram ao carro, mas devido ao estado emocional dele, ela não reclamou. Guilherme a fez sentar no banco do passageiro, deu a volta e assumiu a direção. Certificando-se de que ambos estavam com o cinto de segurança, ele deu a partida e seguiu pelas ruas da cidade.

Guilherme estava furioso, tomado por um ódio desconhecido. Sem temer um provável acidente, ele corria com o carro que por sorte não foi parado por nenhuma viatura.

‘Lice’ sentia-se horrível, seu estomago revidado, uma náusea a fazendo procurar por apoio. Ela sabia que havia passado dos limites, mas em nenhum momento previu a reação que ele teria. E por quê? Questionou-se, se era Agatha quem lhe interessava. Se era ela e não Alice, por que toda aquela situação patética? Ainda lhe custava acreditar na maneira grossa com a qual ele falou... Não, com a qual ele gritou com ela. E o olhar que hora ou outra ele lhe lançava não a ajudava a se sentir melhor. Sem falar que a velocidade com a qual ele dirigia não dava abertura para uma conversa. Ela deveria agradecer se, pelo menos, chegasse inteira em casa.

– Vai ficar calado durante todo o caminho?! – Exasperou-se.

E novamente, sem receber uma resposta só lhe restou desistir e olhar através da janela. “Deus, eu quero gritar?!” Pensou, mas esbravejar não resolveria nada, pelo contrario, só ia torná-la mais infantil aos olhos dele. Uma criança idiota que fazia coisas idiotas, era o que ela era para Gui.

“DROGA, Alice por que você foi beber?”

Com o rosto voltado para a janela, ela deixou uma lágrima escapar. Esfregou a mão que ele apertou e que estava dolorida, mas a dor não se comparava ao que ela sentia por dentro. “Estúpida! Estúpida, estúpida...”. Repetiu mentalmente, sem forças.

– Chegamos! – Falou ele, pela primeira vez, quando o carro estacionou na garagem do prédio.

– O que estamos fazendo aqui? Pensei que fosse me levar para casa.

– Ah, claro! E eu aproveitaria para ter uma conversa bem longa com seus pais para explicar o porquê da filha adolescente deles estar bêbada ou eu ainda poderia falar do showzinho que ela deu junto com aquele babaca... Apesar de você merecer, não acho que seja o melhor nesse momento.

– EU NÃO TO BÊBADA! E nem dei show nenhum!

– Não, você só não está sóbria. E se aquilo não foi um espetáculo, de muito mal gosto, alias... Não sei como chamar – Gui soltou o seu cinto de segurança – Facilita a minha vida, Alice. Sai desse carro e para de agir como uma menina mimada.

– Não precisa falar assim comigo! – Exclamou a beira das lágrimas, mas nem mesmo a sua voz chorosa abrandou o rapaz.

– Eu não precisava fazer tanta coisa, Alice... Tanta, mas ainda assim to aqui te livrando de uma enrascada. E nem sei por quê!

Ela não tinha argumentos contra ele. Voltar para casa e enfrentar seus pais não eram uma boa ideia nem ficar para sempre no carro dele era uma solução.

– Tá, tudo bem – Rendeu-se.

Guilherme saiu e deu a volta no carro abrindo a porta do lado do passageiro. Com um pouco de dificuldade, ela soltou o próprio cinto e saiu cambaleante para fora. Bem, talvez ela estivesse mesmo bêbada. Gui ajudou Alice a chegar ao apartamento que dividia com Camila.

– Desculpa.

– Deixa a desculpas para depois. Vem, vou te levar pro quarto.

Ele a sentou na cama, Alice mal conseguido ficar em pé. Olhou-a por um momento, dividido entre ficar e brigar ou ajudá-la. A preocupação venceu. Gui foi ate a cozinha e fez um café bem forte, não tinha ideia melhor no momento, mas não podia ficar sentado e vê-la naquele estado. Voltou para o quarto e a encontrou deitada, o braço direito sobre os olhos.

– Eu fiz café... Toma, bebe um pouco. Não é grande coisa, mas vai fazer você se sentir melhor.

– Eu não quero!

– E por acaso perguntei se você queria alguma coisa? Bebe, Alice!

– Por que você é tão mal comigo?

Sofrendo os efeitos do álcool, Alice começou a chorar desconsoladamente. E embora Gui quisesse se manter impassível, o choro dela o desarmou. Sem desejar evitar, ele sentou-se na cama e a trouxe para si. A cabeça dela repousando no seu ombro.

– Não me abraça, você é um imbecil!

– Eu sei, me desculpa. – “Me desculpa por não saber fazer diferente.” – Eu to nervoso, por isso acabo agindo como um insensível.

– Não desculpo, não! Não te perdoo por nada, nada.

Ela ainda lembrava-se dele e da amiga juntos e não o perdoava por isso. Ela queria apagar aquela lembrança, mas não conseguia.

– Eu quis tanto... Tanto, mas você ainda tá aqui! Me atormentando, por que não pode simplesmente sumir? Por quê? Eu só quero que isso passe!

– Eu não pensei que te deixava assim – Falou ele triste entendendo errado as palavras dela. Acreditou que Alice o queria fora da sua vida e ele não sabia como lidar com isso – Eu fiquei com raiva, por isso eu falei e fiz coisas sem pensar. Eu não quis ser mal com você... Sinto muito, Alice.

– Alice, Alice, Alice! Todo mundo me chama de ‘Lice’, menos você.

– Eu te falei uma vez, não sou igual a todo mundo. E se te chamo pelo seu nome é porque ele é lindo... Como você.

Ela ficou em silêncio. Guilherme olhou para o seu rosto, os olhos fechados, a respiração lenta... Ela havia dormido ali, onde ela menos desejava... Entre seus braços. E a sensação de tê-la tão perto era diferente de tudo o que já sentiu. Dizia a si mesmo que ela era nova demais, imatura demais, linda demais, desejável demais... E ele sabia que demais, às vezes, não era uma boa coisa. E que apesar de gostar muito dela, não era certo que ele era o melhor nem o que ela queria. Alice tinha muito que viver e descobrir, Gui não se tornaria um obstáculo na vida dela... Só lhe cabia esperar para saber se ‘eles’ era para acontecer.

– Por que eu não posso deixar você ir? – Gui deitou Alice na cama, tirou seus sapatos e a cobriu com o lençol. Observou ela dormir por um misero instante e antes que perdesse o controle sobre si, ele saiu.

– X –

– Quando eu posso te ver de novo?

– Segunda, quando a gente for para gravação.

– Segunda? É muito tempo! Sem falar que lá a gente não vai poder ficar junto, nem nos beijar... Droga, bem que as autoras poderiam colocar o Vicente para se apaixonar pela Lili, né?

– HUM... Não seria má ideia. Mas vamos com calma que a gente só tá começando.

Camila se afastou de Danilo, embora não quisesse. Nunca percebeu o interesse de Danilo por ela, mas depois dessa noite e de terem ficado, não via a ideia de ‘ser mais que amiga’ dele tão ruim. Mas ela tinha que ter cuidado, eles trabalhavam juntos... E se não desse certo? Camila não queria que isso estragasse a amizade nem interferisse no bom andamento da seriado.

– Você pode estar começando, mas eu já to nessa historia há muito tempo. Desde que te vi de biquíni e senti certa parte da minha anatomia despertar.

– AFF, romantismo passou longe, né? Será que os homens só pensam com a cabeça de baixo? ME POUPE!

A ruiva não gostou nada do que ele disse. Então, era só isso que o interessava? E ela que pensou que Dani fosse diferente, mas como todos os outros, ele era um tremendo de um babaca. Com sangue nos olhos, ela desceu do carro.

– Espera, ‘Mila’! Eu tava brincando.

Ele saiu e correu atrás dela e a segurou pelo braço. Camila evitou olhar para ele temendo se render novamente.

– Será mesmo?

– Lógico que sim! Eu nunca te vi assim...

– Nunca? – Perguntou encostando-se a ele – Em nenhum momento?

– Sim, não! – Era difícil para Danilp pensar – O que eu quero dizer é que não é somente seu corpo que me atrai. É esse seu jeito, seu sorriso... Você como um todo, entende? Eu gosto muito de você e desejo que você goste de mim. Não quero que seja só uma ficada entre nós... Eu quero que você seja minha namorada.

– Namorada?

– Em todos os sentidos. – Para provar que estava decidido, Danilo andou com ela ate uma parede, seus rostos e corpos bem próximos – Quer namorar comigo, Camila?

– Sim! – Foi tudo o que teve chance de dizer antes que ele a beijasse com paixão.

               – X –

               – Belo amigo você, hein? Me deixou na festa e eu quase que volto para casa a pé!

               – Foi mal... Eu não pensei nisso. Como voltou?

               – Peguei carona com o Dani – Cacá sorriu ao lembrar-se de Danilo – Ele foi bem gentil.

               Mais que gentil, ele era... Maravilhoso. E era, a partir de hoje, o seu namorado. Foi com custo que se separaram lá na garagem, mas ela tinha que ir para casa e chegar com Danilo à tira colo no apartamento que dividia com Gui não era uma boa ideia. Não tinha condições para explicar nada e talvez fosse melhor manter por um tempo a relação em segredo.

               – Bem, melhor assim.

               – Tá, beleza... Mas voltando ao que interessa. O que foi aquilo tudo na social, hein? E o mais importante, o que você fez com a ‘Lice’?

               – Como assim o que eu fiz com a ‘Lice’? Eu não a matei se é isso que tá pensando.

               – E o que você queria que eu pensasse? Praticamente, sequestrou a garota da festa e tá aqui sentado no sofá calmamente. Vai ver você é algum tipo de psicótico, maníaco ou sei lá.

               – E eu que pensei que você fosse minha amiga – Queixou-se Gui. Camila riu e sentou-se ao lado dele, aproveitou e tirou os sapatos jogando-os longe.

               – AH, ‘Cê’ sabe que é zoação! Mas sério, levou ela para casa?

               – Não... Ela tá lá no meu quarto.

               – COMO É QUE É?! Gui, sem querer ofender, mas vocês não... Quero dizer, a Alice tava meio loka, vocês não chegaram a tanto, chegaram?

               – Não! Eu não ia me aproveitar dela, ela tá bêbada. Dormiu assim que nós chegamos ao apartamento. Acredita que eu seria capaz de uma baixaria dessas?

               – Não, claro que não... Só que no auge das emoções tudo pode acontecer. Eu quem o diga – Falou por alto ao lembra-se de Danilo e ela que num instante conversavam sobre filmes e no outro estavam atracados um no outro como se não houvesse amanhã.

               – Como assim?

               – Não, esquece... Já que está tudo bem, eu vou dormir. Precisa de alguma coisa?

               – Não, valeu.

               – Sendo assim... Vou para meu quarto. E Gui, não fica mal. A ‘Lice’ não devia estar bem, sabe? Às vezes a gente meio que perde a noção das coisas. Você vai ver que de manhã tudo vai estar melhor...  Nada como um novo dia para a gente recomeçar.

               – O que quer dizer com isso?

               – Que você devia dar mais ouvidos ao seu coração... Mas já é tarde. Boa noite.

               – Boa noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

XD Alice bêbada deve ser o Ò, mas Guizinho tava lá para salvar a loka. Só quem ama atura uma pessoa manguaçada, FIM! Camila e Danilo praticando o que Alice e Guilherme já deveriam tá fazendo há muuuuuito tempo! Amor, amor, amor! Mereço reviews? Ps: Por hoje é só e como eu ando loka escrevendo três Fics ao mesmo tempo, aviso que atualização será uma vez :( por semana. Sexta temos encontro, não faltem! Beijos e até lá!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Everything" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.