A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 39
Morada




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Um silêncio perturbador invadiu a sala, não acreditava que Paola pudesse ser tão fria a ponto de abandonar sua filha. Sentia meus olhos arderem pelas lágrimas que queriam sair e eu lutava inutilmente para segurar. Eu sentia raiva... ódio de Paola, por ela havia me afastado de Carlos Daniel e Lizete, logo ela que não merecia nenhum tipo de compaixão, ela que me desprezava enquanto eu renunciava o meu amor para não faze-la sofrer.

Carlos Daniel seguia em silêncio, seus olhos úmidos se focaram nos meus, podia ver tudo em seus olhos, ele era tudo, meu porto seguro, meu amor, minha vida.

— Paulina, eu... - por um momento, seus olhos se desviaram dos meus e ele limpou uma lágrima que lhe escapou e logo voltou a me olhar – Não posso viver sem você, não suporto mais estar distante de você. Me perdoa?

Ele estava me pedindo perdão quando eu sentia que eu que devia lhe pedir. Havia o julgado errado, pensava que não me amava, que estava comigo por lembrar Paola e que ele a via em mim. Apesar de tudo, estava aliviada em saber a verdade, eu sentia sua falta, sentia falta de seus beijos, suas carícias, da segurança de seu abraço, do calor de seu corpo.

Carlos Daniel me olhou em súplica, outra lágrima rolou por sua face. Ele continuava ajoelhado a minha frente e ainda segurava minhas mãos entre as suas, eu o olhava intensamente, seus olhos estavam cheios de dor, arrependimento, mas o que me prendia neles era o amor que exalava de sua mirada, naquele olhar castanho eu encontrava a minha morada, a minha felicidade.

— Eu te amo Paulina, nunca te enganei ou te usei. Você foi o melhor que me aconteceu, não consigo mais pensar em minha vida sem te ter ao meu lado, te amo como nunca imaginei ser possível. Você é minha vida, meu mundo. Me perdoa? - ele pediu sem desviar seu olhar do meu.

As lágrimas se acumularam em meus olhos, e antes de raciocinar qualquer palavra o abracei com força.

— Eu que peço perdão meu amor, - disse afundando o rosto na curva de seu pescoço - me desculpa por ter duvidado de você, por ter duvidado de seu amor, por não ter deixado você explicar... - minha voz se perdeu entre o choro.

Carlos Daniel me abraçou ainda com mais força, seu rosto se escondeu entre meus cabelos e senti suas lágrimas molharem meu pescoço. Podia sentir seu cheiro que era capaz de me embriagar e de me levar a uma dimensão que conhecia apenas com ele. Continuei abraçada a ele sentindo o calor de seu corpo e o bater frenético de seu coração.

— Te amo tanto Paulina. - disse se afastando fazendo nossos olhares se chocarem, ele segurou meu rosto de ambos os lados e beijou toda a minha face indo em direção a minha boca. Meus olhos se fecharam e meu coração explodiu de felicidade quando senti seus lábios roçarem suavemente nos meus antes de o tomarem em um beijo carregado de saudade, levei minha mão ate sua nuca e o puxei para mais perto, sentir outra vez o sabor de seus lábios era inexplicável, sua língua se contorcia com a minha, e não havia nada que invadisse a minha mente além dele.

— Como eu te amo Carlos Daniel. - disse ofegante com os olhos fechados e a testa colada a dele, sentia sua respiração acelerada e quente tocar meu rosto e aquilo era maravilhoso.

— Vida minha. - ele sussurrou e logo colou novamente sua boca na minha, seus lábios se moveram mais calmos, suaves, pude sentir o gosto das lágrimas que escorreram de seu rosto - Senti tanto a sua falta.

— E eu de você meu amor, - disse deslizando as pontas dos dedos por seu rosto, recordando cada traço de sua face - não imagina o quanto.

— Nunca mais deixarei você fugir de mim. - ele sorriu ternamente e seus lábios buscaram os meus, suas mãos subiram por meus braços parando em meus ombros, as minhas rodearam seu pescoço acariciando sua nuca.

Quando outra vez nos separamos em busca de ar, Carlos Daniel se levantou e se sentou ao meu lado, e outra vez me envolveu em um abraço apertado. Nós buscávamos amenizar aquela saudade, nos abraçávamos, beijávamos, olhávamos um ao outro, eu seria capaz de passar a eternidade assim, abraçada a ele.

— Agora já sabe de tudo meu amor, - ele disse se afastando o suficiente para me olhar nos olhos – e peço desculpas por não ter contado desde o começo.

— Tudo bem Carlos Daniel, agora entendo seus motivos, não deve ter sido fácil passar por tudo o que você passou.

— Você é maravilhosa Paulina, - ele sorriu contornando meus rosto com as pontas dos dedos – quero te ter pra sempre ao meu lado.

— Eu te amo Carlos Daniel. - disse inclinando meu rosto para o dele e cobrindo sua boca com a minha.

Entrelacei minhas mãos em sua nuca e aprofundei o beijo, necessitava senti-lo, necessitava estar em seus braços para amenizar aquela saudade.

Carlos Daniel correspondia ao beijo na mesma intensidade, devagar foi me deitando sobre o sofá ficando com seu corpo sobre o meu, minhas mãos se perdiam em seus cabelos, as dele segurava com firmeza minha cintura.

— Carlos Daniel, - disse ofegante quando ele abandonou meus lábios e seguiu distribuindo beijos por meu pescoço – espera... a Filó, ela está aqui.

Um pouco relutante ele se afastou de mim, com seu olhar negro e seus lábios com um sorriso perfeito, o puxei novamente para um beijo e nos levantamos.

— Então vamos contar a ela? - ele perguntou puxando meu corpo para o seu.

— Claro, Filó vai adorar saber que estamos bem. - respondi sorrindo.

Com seus braços em volta de minha cintura fomos ate a cozinha, me surpreendi ao notar a mesa já posta com o jantar, no centro havia duas velas, um aroma delicioso exalava das travessas que estavam sobre a mesa, percorri a cozinha com os olhos procurando por Filó, mas não a encontrei, Carlos Daniel também estava surpreso e me olhou sorrindo.

— Acho que Filó preparou um jantar para nós. - ele disse com a voz terna.

Sorri encantada com o cuidado que ela teve com tudo, em nenhum momento percebi que ela estava preparando algo assim, um pequeno pedaço de papel ao lado dos talheres na mesa chamou minha atenção, o peguei e assim que comecei a ler o que estava escrito outro sorriso surgiu.

Paulina, preparei esse jantar para vocês, ficou simples, mas fiz com muito amor. Espero que vocês tenham feito as pazes, da última vez que fiz um jantar para vocês não deu muito certo, mas tenho certeza que esse será especial. E não se preocupem comigo, sai pela porta dos fundos, assim vocês podem ficar mais à vontade.

Beijos, Filó.”

— Filó não tem jeito. - disse sorrindo voltando minha atenção a Carlos Daniel.

— Vou agradecê-la muito por isso. - Carlos Daniel disse com um olhar malicioso que fez meu corpo estremecer – Bom, vamos comer então? Parece que está delicioso.

— Humm... vamos sim. - sorri enquanto Carlos Daniel puxava a cadeira para eu me sentar e depois se sentou a minha frente na mesa.

Acho que nunca havia tido um jantar tão maravilhoso como aquele, Filó havia preparado pratos saborosos, e estar novamente com Carlos Daniel deixava tudo com mais vida.

Jantamos entre risadas e conversas, estava tão feliz como a muito tempo não estava, quando terminamos o jantar fomos ate a sala de mãos dadas e abrimos uma garrafa de vinho, já se passava das nove da noite.

Carlos Daniel se sentou no tapete e me puxou para sentar entre suas pernas, encostei minhas costas em seu peito e ele envolveu minha cintura com seus braços, como se fosse algo extremamente vital para nossa sobrevivência buscamos ao mesmo tempo os lábios do outro para um beijo demorado e explorativo. Aquela necessidade de tê-lo crescia a cada vez mais forte, era saudade, amor, paixão, desejo, tudo transformado em um só sentimento.

Separamos um do outro completamente ofegantes, Carlos Daniel me olhou nos olhos e devagar me levantou em seus braços, entrelacei minhas mãos em sua nuca e outra vez nos beijamos, afundei meu rosto em seu pescoço e me dediquei a beijar toda aquela parte que estava em meu alcance, quando notei ele estava me deitando sobre a cama se deitando em cima de mim, outra vez nossos olhares se encontraram, parecia que o tempo havia parado, só havia nós dois, apenas nós dois e nada mais.

Não havia necessidade de palavras para demonstrar o que estávamos sentido, conhecíamos perfeitamente bem um ao outro para identificar cada emoção através de um simples olhar.

Carlos Daniel desenhou o contorno de meu rosto com a ponta do dedo, fez o contorno de meus lábios, seus olhos seguiam minuciosamente o caminho que sua mão fazia, minhas mãos estavam apoiadas em seu peito, e eu podia sentir o martelar de seu coração.

Como se eu fosse de porcelana e pudesse quebrar ele me virou delicadamente na cama me deixando sentada sobre ele, suas mãos tocaram com tanta suavidade em minhas pernas, que pensei que desfaleceria ali. Eu o olhava intensamente, a expressão de seu rosto, o brilho em seu olhar, o sorriso quase imperceptível em seus lábios, tudo aquilo eu conhecia perfeitamente bem, mas necessitava admirá-lo, assim, tão meu.

Suas mãos subiram por minhas coxas levando junto com elas minha camisola, ele sempre seguindo o caminho que suas mãos faziam com os olhos, meu coração batia descompassado, acelerado enquanto suas mãos continuavam a deslizar por meu corpo, passando por minha cintura, tocando suavemente a curva de meus seios, levantei meus braços naquele momento, e ele deslizou minha roupa para cima me livrando dela. Seu olhar finalmente se encontrou com o meu e antes de pensar qualquer coisa me deitei sobre seu peito e busquei seus lábios, suas mãos tocaram minhas costas nuas, subiam e desciam pela minha coluna deixando meu corpo todo em alerta.

Outra vez me virou sobre a cama, e dessa vez eu é que me dediquei a despi-lo, e como ele, percorria com meus olhos o caminho de minhas mãos. Quando o livrei de sua camisa pude sentir seu peito melhor, ele estava quente, sua respiração tão acelerada como a minha, deslizei minhas mãos pelo seu abdômen, sentindo seus músculos se contraírem em minhas palmas. Devagar ele se deitou sobre mim, nossos lábios pareciam ter um ímã que puxava o outro, suas mãos começaram a explorar meu corpo, e as minhas o dele, senti seu toque em um dos meus seios, suave e carinhoso, me estremeci completamente e gemi em seus lábios, senti seu sorriso se formar com aquele som que me escapou.

Seus lábios abandonaram os meus e desceram por meu pescoço, dezenas de beijos foram depositados ali, com meus olhos fechados eu sentia cada sensação que surgia, que somente ele sabia despertar. Ele desceu mais com sua boca, indo em direção aos meus seios que se moviam aceleradamente com minha respiração agitada, seus lábios contornaram a curva de meus seios com dezenas de beijos e, logo depois sugou um deles fazendo meu corpo se contorcer, ele explorava cada centímetro de meu corpo com calma, carinho, suavidade, me deixando vulnerável em seus braços.

Minhas mãos tentavam desesperadas senti-lo, ele descia cada vez mais seu corpo sobre o meu, explorando com sua boca cada pedaço que estava ao seu alcance. Estremeci quando beijou meu ponto mais íntimo ainda coberto por minha calcinha, o puxei para cima buscando outra vez seus lábios, minhas mãos desceram ate o cós de sua calça, e com um pouco de pressa desabotoei seu cinto e logo depois sua calça, ele havia acendido o desejo em mim, e eu não aguentava mais esperar, podia sentir seu desejo preso naquela roupa e eu queria libertá-lo.

Carlos Daniel vendo minha dificuldade em despi-lo se levantou rapidamente retirando totalmente sua roupa, arfei ao ver seu estado, seu desejo. Quando voltou a se unir a mim foi logo me livrando daquela última peça que nos atrapalhava, ele repousou totalmente o corpo no meu, senti sua intimidade tocar a minha, e aquele martelar em meu peito ganhou um ritmo tão intenso que meus ouvidos sentiam sua pressão.

— Quanta saudade minha Paulina. - ele sussurrou em meu ouvido, fazendo aquele ar quente de seus pulmões arrepiar totalmente meu corpo.

— Ah Carlos Daniel... - foi tudo o que consegui dizer.

Ele seguiu com os lábios ate encontrar os meus, nossas bocas se moviam sem pressa alguma, desfrutando de cada centímetro, de cada sensação, explorando uma a outra intensamente.

Seu corpo se investiu contra o meu, apertei minhas mãos em suas costas e sem separar a boca da minha ele começou a se unir a mim, a cada centímetro que me invadia fazia meu peito pulsar mais forte e meu corpo se contorcer embaixo do dele.

Assim que nos tornamos apenas um mordi seu lábio inferior, descontando aquele prazer em sua boca, ele sorriu e me beijou febrilmente, nossos corpos começaram aquela dança antiga, movidos pelo amor que sentíamos, ele se movia sobre mim, me amava com carinho, dedicação, meu corpo respondia as suas investidas e buscava dar a ele o mesmo prazer.

Minhas mãos deslizavam por seu corpo, ele estava quente e sussurrava o quanto me amava ao meu ouvido, minhas pernas se entrelaçaram em sua cintura, eu tentava senti-lo mais dentro de mim, sentir seu corpo mais conectado ao meu.

Aos poucos seus movimentos foram se intensificando, fazendo gemidos escapar facilmente de meus lábios. Nossas bocas sempre buscavam a outra, e quando nos separávamos em busca de ar ele seguia beijando meu pescoço.

Meu corpo começou a me mostrar os sinais de meu fim, apertei ainda mais minhas pernas em sua cintura, e Carlos Daniel acelerou seus movimentos sobre mim, meus lábios tremiam com a onda de prazer que meu corpo recebia, nossas respirações ofegantes, nossos corpos suados, nossos corações no mesmo ritmo.

Chegamos ao fim juntos, descarregando todo aquele desejo no outro, sentia seu membro convulsionar dentro de mim, libertando todo seu desejo, cravei minhas unhas em suas costas e ele afundou o rosto entre meus cabelos.

Durante alguns minutos ficamos abraçados ao outro, acalmando nossas respirações, nossos corações.

Devagar Carlos Daniel se moveu sobre mim, abri os olhos e o encontrei me encarando com um sorriso radiante nos lábios, sorri e acariciei seu rosto. Com calma e lentamente ele se desencaixou de mim, estremeci com a sensação, era maravilhoso senti-lo. Ele se deitou ao meu lado e me puxou para seu peito.

— Ainda não acredito que te tenho novamente assim comigo. - ele disse depois de um tempo – Parece que estou sonhando.

— Eu também meu amor. - digo com a cabeça recostada em seu peito, inalando seu cheiro, sentindo seu coração.

— Você é maravilhosa Paulina. - ele diz deslizando a mão pela minha coluna, sinto meu rosto corar.

— Você que é maravilhoso. - digo quase em sussurro – Me sinto realizada em seus braços.

— E eu nos seus, minha vida. - ele fala beijando minha cabeça – Agora descanse.

— Tenho medo de quando acordar tudo não ter passado de um sonho. - disse fechando os olhos e o abraçando mais forte.

— Quando acordares ainda estarei aqui meu amor. - ele disse sorrindo me apertando contra si.

— Senti tanto a sua falta Carlos Daniel. - disse me inclinando para olhá-lo.

— E eu a sua, - ele diz beijando levemente meus lábios – eu não aguentaria muito mais tempo sem você.

— Vamos esquecer isso, - disse voltando a deitar a cabeça em seu peito – vamos pensar que tudo não passou de um sonho ruim do qual finalmente despertamos.

— E que nunca mais vamos vivê-lo. - ele afirmou voltando a percorrer com as pontas dos dedos a minha coluna.

Sorri me aconchegando em seus braços, nossos corpos ainda estavam suados, o frio da madrugada começava a invadir o quarto, mas Carlos Daniel me aquecia. Lutei contra o cansaço enquanto consegui, mas logo fui vencida pelo sono.

Carlos Daniel continuava a deslizar a mão por minhas costas, como se aquilo fosse um ritual, e assim, protegida, amada e completamente feliz, adormeci nos seus braços, a minha morada.


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