A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 3
Capítulo 3 Paola




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“Paola” aquele nome penetrou em meus ouvidos e senti uma forte dor de cabeça, passei a mão pela minha testa e respirei fundo.

— Meu bem, - disse olhando aquela menininha – olha pra mim, eu não sou sua tia Paola. – estremeci ao dizer o nome.

Ela levantou o rostinho e me olhou por alguns segundos como se estivesse me analisando, e se afastou um pouco.

— É... Você não é minha tia Paola. – levantou a pequena mãozinha e passou pelos cabelos – Seu cabelo é maior.

— E você esta aqui com sua tia? – perguntei olhando em volta procurando alguém.

— Não. – ela disse e começou a chorar novamente.

— Não chore meu anjo, - passei a mão pelo seu rosto limpando aquelas lagrimas – agora me diga, você sabe onde estão seus pais?

— Não.

Suspirei e olhei novamente em volta pelo parque que ficava cada vez mais vazio.

— Com quem você veio ao parque?

— Eu saí da minha escola escondido. – ela disse envergonhada e só então notei o uniforme escolar que ela usava.

— Mas você não pode sair assim sozinha, - disse seriamente enquanto ela me olhava – olha como você é pequenina.

— Eu sei tia, e prometo que não saio mais escondida. – ela disse querendo chorar outra vez.

— Tudo bem meu amor, - a abracei passando segurança – eu vou te levar para seus pais, você sabe chegar ate sua casa?

— Não sei não tia. – ela disse grudada em mim.

Olhei novamente em volta, notei uma mochila próxima ao balanço.

— Aquela mochila é sua?

— É sim.

— Então vamos ver se tem algum endereço ou telefone nela, ao menos da sua escola deve ter. – disse me levantando e sorrindo para ela, ela sorriu também.

Caminhamos poucos passos ate a mochila, ela abriu e pegou uma agenda me entregando em seguida, olhei para ela sorrindo enquanto abria a agenda, já na primeira pagina tinha as informações que eu procurava, o nome dela, nome do pai da avó, telefone e endereço.

— Então seu nome é Lizete!? – disse sorrindo – Aqui tem o endereço de sua casa, vamos, eu vou te levar.

Ela me olhou e um lindo sorriso iluminou sua face, peguei ela nos braços enquanto esperávamos um taxi.

No caminho ate a sua casa ela me olhava desconfiada.

— O que foi Lizete? – perguntei sorrindo - Por que me olha tanto?

— Como você se chama? – perguntou séria.

— Nossa que falta de educação a minha, me chamo Paulina. – respondi séria também.

— Paulina, - ela repetiu e me olhava – você é muito parecida com minha tia Paola, vai ver só quando o papai ver você.

Ela sorriu sem desviar os olhos de mim, será que eu era mesmo tão parecida com essa Paola? Depois de alguns minutos o carro parou em frente a uma enorme mansão.

— É aqui minha casa tia Paulina. – ela disse alegre e descendo do carro correndo.

— Espera Lizete, - disse pagando o taxi e descendo apressada atrás dela, poderia ser atropelada – não corre assim.

Fui puxada para dentro, assim que passamos pelo portão notei o tamanho da casa e o imenso jardim.

— Vamos, eu quero te mostrar uma foto da Paola que tem no quarto do meu pai.

“Paola, Paola, Paola” a cada vez que ouvia aquele nome minha cabeça latejava.

Entrei sendo puxada para dentro da casa, não havia ninguém na imensa sala, me preocupei dos donos acharem que eu estava invadindo aquela casa.

— Vamos ate o quarto do meu pai. – ela disse parando no terceiro degrau da escada e me olhando seriamente – Ele tem a foto da tia Paola.

Olhei para ela com ternura, aquela menina tão pequena havia me feito me sentir viva em tão pouco tempo.

Fui traga de volta por uma enorme movimentação descendo as escadas.

— Lizete!!! – disseram todos ao mesmo tempo, me afastei um pouco e observei de longe, eles estavam tão eufóricos com o aparecimento da menina que sequer perceberam minha presença.

— Onde você estava? Porque fugiu da escola? Quem te trouxe pra casa? – perguntavam todos ao mesmo tempo.

— Eu vim com ela. – ela respondeu nos braços de quem eu julguei ser o pai dela, enquanto apontava pra mim, e de repente todos me olharam fuzilando com os olhos.

— O que faz aqui Paola? – perguntou o homem colocando a menina no chão e indo ate minha direção, senti um frio na espinha.

Pareceu levar horas aqueles poucos passos ate mim, pude perceber cada detalhe de seu rosto, a expressão de raiva em seus olhos, senti meu coração aquecer quando ele se aproximava e eu deveria sentir era medo.

— Eu te fiz uma pergunta Paola. – ele disse com um tom de raiva enquanto segurava firme o meu braço.

Aquela mão segurando meu braço de uma forma quase agressiva fez meu corpo arrepiar, não sei o que acontecia comigo.

— Eu não sou essa Paola. – disse quase com um sussurro de voz enquanto sentia minha face queimar.

Ele me observou parado, olhava profundamente nos meus olhos, e eu me perdi nos dele. Devagar ele soltou meu braço e continuou me fitando, fomos puxados para a realidade por uma voz falando ao nosso lado.

— Essa não é a Paola Carlos Daniel, - olhei em direção a voz e vi uma senhora baixinha, tinha algo de especial nela, gostei dela naquele momento – não vê a diferença? O cabelo dela é comprido, o de Paola é curto, e olhe para essa menina tem um olhar de anjo.

Sorri para aquela senhora, não sei o porque fiz isso, mas naquele momento era tudo o que consegui fazer.

— Me desculpa, - disse Carlos Daniel com a voz suave, olhei novamente para ele, ele era lindo – mas é que você é idêntica a Paola.

Notei o olhar que ele a senhora trocaram, observei em volta, já não havia mais ninguém naquela sala, somente eu, Carlos Daniel e aquela senhora.

— Como se chama minha filha? – perguntou a pequena senhora, novamente senti um carinho por ela pela forma que me tratava.

— Me chamo Paulina, Paulina Martins.

Novamente eles se olharam entre si.

— Eu me chamo Piedade, e esse é meu neto Carlos Daniel, o pai da Lizete, - ela disse, pois Carlos Daniel continuava a me olhar incessantemente.

Fiquei um pouco desconfortável pela maneira que ele me olhava, passei a mão pelo pescoço, já estava ficando nervosa com tudo aquilo.

— Carlos Daniel, pare de olhar assim pra moça, o que ela vai pensar?

— Me desculpe, mas vocês são muito parecidas. – ele disse me olhando intensamente.

— Vocês? – perguntei confusa, já havia me esquecido de Paola.

— Paola, você e Paola são idênticas. – ele disse seriamente.

Novamente senti minha cabeça latejar com aquele nome.

— Onde você encontrou a Lizete? – Piedade perguntou, parecia querer mudar o rumo da conversa, já que notou que eu estava desconfortável com tudo aquilo.

— No parquinho, ela estava chorando muito. – disse olhando para Piedade, ela me passava segurança.

— Lizete é uma menina muito levada. – ela disse sorrindo.

— Bom, - eu disse querendo encerrar aquela conversa – ela já esta entregue e em segurança, eu já vou indo.

— NÃO. – Carlos Daniel falou abruptamente.

— Como? – perguntei confusa e assustada, já estava ficando com medo.

— Não leve a mal o meu neto senhorita Paulina, ele esta é encantado com sua beleza. – Piedade disse sorrindo e me deixando com o rosto novamente em chamas.

— Vovó, não fale assim, que impressão vai passar a moça, ela traz Lizete pra casa e nós a assustamos assim, vai pensar que somos loucos. – ele disse e sorriu, e foi um sorriso lindo.

Lizete desceu as escadas correndo com um porta retrato em mãos.

— Aqui tia Paulina, - ela me esticou a fotografia – a foto da tia Paola.

Peguei a foto com cuidado e notei Carlos Daniel olhar assustado para a avó, assim que olhei aquela imagem no porta retrato senti uma forte pontada na cabeça, como se quisesse destruir alguma barreira na minha mente, senti a cor deixar minha face e tudo começou a rodar a minha volta.


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