A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 19
Capítulo 19 Sempre Ao Meu Lado




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O dia amanheceu cinzento e frio.

Despertei sentindo Carlos Daniel deslizar as pontas dos dedos pelo meu braço que continuava ao redor de seu corpo, abri os olhos e me vi deitada sobre seu peito na mesma posição que havia dormido.

— Bom dia! – exclamou assim que me virei para olhá-lo, ele tinha um sorriso nos lábios e me olhava ternamente.

— Bom dia, - minha voz saiu rouca – dormiu bem?

— Muito bem. – ele sorriu, sua mão acariciou meu rosto e seus lábios roçaram nos meus.

Aprofundei o beijo, ele me puxou para cima de si, suas mãos passeavam pelas minhas costas enquanto as minhas segurava seu rosto.

— Bom, acho melhor nos levantarmos, não quero perder à hora de ir para fabrica. – disse assim que cessamos o beijo.

— Tudo o que eu mais queria era poder perder algumas horas com você. –falou me olhando intensamente, senti meu rosto corar – Meu amor, eu adoro te ver assim, com essas bochechas vermelhas. - ele sorriu acariciando minha face rosada.

 

 

 

— Mas eu não gosto. - disse séria e me levantando.

Carlos Daniel se levantou tão rápido que quando percebi ele já estava me puxando pela cintura e me abraçando.

— Você sempre acorda brava assim? – ele perguntou sorrindo e me olhando profundamente.

— Não, é que não gosto de me sentir assim... assim tão boba. – disse desviando meus olhos dos dele.

— Minha vida, você não é nenhuma boba, - ele acariciou meu rosto e sorriu – eu amo cada detalhe seu, é perfeita exatamente como você é.

Encontrei seu olhar brilhante, nossos rostos se aproximaram quase que instintivamente, meus lábios tocaram nos dele fazendo milhões de borboletas voarem em meu estomago, ele segurou mais firme em minha cintura me colando em seu corpo, minhas mãos rodearam seu pescoço, e sua boca pressionou firme a minha. Sentia meu pulmão comprimir por falta de ar, e quando cessamos o beijo fiquei alguns segundos tentando acalmar minha respiração.

— Eu te amo tanto Carlos Daniel. – disse o olhando profundamente ainda com os braços em volta de seu pescoço.

— Eu também meu amor, - ele sorriu e me beijou mais uma vez – agora vamos tomar banho?

— Juntos? – perguntei com os olhos arregalados.

— Se você quiser. – sorriu maliciosamente me deixando ainda mais constrangida.

— Eu... eu não sei... – gaguejei tentando encontrar uma explicação.

— Pode ir primeiro meu amor, - novamente ele tinha o mesmo sorriso no rosto – enquanto você toma banho eu vou preparar nosso café.

Assenti com a cabeça, ele beijou meus lábios e saiu do quarto.

 

Carlos Daniel havia preparado uma mesa linda para o nosso café da manha, havia frutas, torradas, leite, suco e café. Depois de nos arrumarmos partimos para a fabrica, eu agora no meu carro e ele no dele.

O dia passou rápido, talvez pela quantidade de serviço que tinha, mal vi Carlos Daniel na fabrica, apenas na hora do almoço e umas duas vezes em que fui ate sua sala para que ele assinasse alguns papeis.

— Vamos lá pra casa Paulina? – Carlos Daniel perguntou me encostando em meu carro e envolvendo seus braços em minha cintura – Lizete esta com saudades de você, e a vovó também.

— Eu também estou com saudades, - disse sorrindo e segurando seus ombros – bom, mas primeiro tenho que ir ate a minha casa.

— Hmm, - ele sorriu – então ficaremos te esperando, vou pedir para Cacilda preparar um jantar especial para você.

— Não precisa se incomodar Carlos Daniel, - disse acariciando seu rosto – eu não quero dar trabalho para Cacilda.

— Não é trabalho algum. – ele aproximou o rosto do meu e me beijou.

— Eu vou indo então. – disse sorrindo.

— Não demore. – ele também sorriu e me beijou mais uma vez arrancando o ar de meus pulmões.

 

Cheguei à casa Bracho e fui recebida por Lizete que correu ao meu encontro e pulou em meus braços.

— Mãezinha, eu senti sua falta. – ela disse me abraçando apertado.

— Eu também senti meu amorzinho. – disse retribuindo o abraço.

— O papai dormiu com você ontem e nem me levou. – ela disse emburrada voltando a me olhar.

— É que ele não sabia que teria que dormir na minha casa Lizete, - disse um pouco sem jeito e agradecendo por não ter mais ninguém naquela sala, alem de Lizete – mas o dia que você quiser eu te levo para dormir comigo, o que você acha?

— Eu quero sim mamãe, - ela sorriu contente – quero ir hoje.

— Bom, vamos ter que ver com seu pai se ele deixa tudo bem? – perguntei.

— Ele vai deixar sim. – ela sorriu convencida.

— Mas onde estão vovó Piedade e Carlos Daniel? – perguntei estranhando não terem aparecido ainda.

— A vovó esta na cozinha com a Cacilda e o papai esta no quarto, se quiser pode ir ate lá para ver ele.

— Vamos lá na cozinha primeiro ver vovó Piedade. – segurei sua mão indo ate a cozinha.

Vovó Piedade e Cacilda discutiam sobre o tempero do jantar, mas assim que vovó me viu entrar na cozinha largou o aventou e a colher que usava em cima da mesa e foi ao meu encontro me dando um forte abraço, fomos ate a sala e nos sentamos lado a lado no sofá.

— Estávamos falando hoje mesmo de você Paulina. – ela disse sorrindo segurando minhas mãos.

— De mim? – perguntei confusa.

— Sim, eu e Lizete, - ela sorriu para a bisneta que sentou no chão na nossa frente e brincava com um quebra cabeças - estávamos falando que havia dias que você não vinha nos visitar.

— Desculpe vovó, - sorri pela forma carinhosa que ela sempre me tratava – mas é que comecei a trabalhar na fabrica e...

— Eu sei minha filha, - ela afagou minha mão – e admiro você ter a iniciativa de trabalhar mesmo tendo tanto dinheiro e não ter nenhuma necessidade de fazer isso, mas é que ficamos com saudades de você.

— Eu gosto de trabalhar vovó, - sorri – e prometo que venho visitar vocês mais vezes.

— Bisa, - Lizete disse olhando para nós – hoje eu vou dormir na casa de minha mãe.

— Que bom meu amor, - vovó sorriu amavelmente para a menina – mas esqueceu que amanha você tem aula cedinho e que sua mãe vai trabalhar?

— É mesmo vovó. – Lizete disse triste.

— Mas eu posso levá-la para a escola. - disse fazendo o sorriso voltar ao rosto de Lizete.

— Bom sendo assim não há problema nenhum em você ir Lizete. – vovó Piedade falou.

— Pra onde minha princesinha esta indo? – a voz de Carlos Daniel ecoou pela sala, ele foi ao meu encontro e se sentou ao meu lado o olhei e sorri e ele me beijou ternamente.

— Lizete vai dormir na casa de Paulina hoje. – vovó Piedade disse com naturalidade.

— Mas Lizete você vai dar trabalho para a Paulina. – ele disse sério olhando para a filha que imediatamente fez um pequeno beicinho se formar em sua boca.

— Que bobagem Carlos Daniel, - disse olhando seriamente para ele – Lizete não vai dar trabalho algum, e ela também é minha filha.

Ao dizer que ela era minha filha Carlos Daniel me olhou diferente, mais apaixonado e com um brilho intenso nos olhos, Lizete por sua vez tratou de acha uma maneira de convencer o pai.

— Não é justo você dormir com a mamãe e eu não. – novamente um biquinho se formou em seu rosto.

— Lizete, acho que seu pai e sua mãe nem chegaram a dormir. – vovó Piedade disse calmamente fazendo uma vermelhidão brotar em meu rosto, Carlos Daniel sorriu e beijou meu pescoço me fazendo sentir ainda mais envergonhada.

— Você não dormiu com a mamãe? – Lizete perguntou confusa .

— Claro que dormi Lizete. E você pode dormir com Paulina hoje, mas nada de aprontar na casa dela. – Carlos Daniel falou olhando seriamente para a filha, eu respirei aliviada por ele não querer aprofundar o assunto que vovó Piedade começou.

Logo depois de jantar eu e Lizete fomos para o apartamento, assim que chegamos tratei logo de preparar a cama para dormimos, já estava bastante tarde e já havia passado da hora dela dormir, nos deitamos juntinhas, Lizete se aconchegou em mim me abraçando fortemente, me deu boa noite e um beijo estralado em meu rosto, pouco tempo depois ela já dormia e logo eu também adormeci.

No dia seguinte a arrumei para ir a escola, dei banho, seu café da manhã, preparei sua lancheira e fiz uma trança de cada lado de seu cabelo, ela ficou tão linda e tão fofa que a enchi de beijos, e ela ficou toda contente, e disse que nunca havia ido a escola de trancinhas.

Eu nao sei o porque,  mas Lizete me lembrava muito alguém. 

Assim que a deixei na escola fui para a fábrica, estava adorando trabalhar, me sentia útil, feliz... meu pai quase nunca me deixava o ajudar, sempre dizia que eu devia priorizar meus estudos primeiro. 

No domingo Carlos Daniel,  Lizete e eu fomos a um parque no centro da cidade,  nos divertimos tanto, me sentia uma menina com Lizete, e por muitas vezes Carlos Daniel apenas ficava nos olhando brincar com um sorriso enorme no rosto. 

 

A semana passou tranqüila e em paz, eu trabalhava, visitava Paula, Lizete, e Carlos Daniel me levou para jantar na quarta. Tudo estava bem, mas às 4 horas da manha do sábado despertei assustada, um sonho havia me atormentado e acordei suando frio e com imagens confusas em minha cabeça. No sonho eu estava no camping com meu pai e Paola, parecia uma continuação da lembrança que havia tido outro dia, era tudo muito real e estranhas. Não consegui dormir depois disso, estava angustiada, com medo, e quando os primeiros raios de sol apareceram me levantei, e por horas fiquei processando e investigando aquelas lembranças, eram um pouco confusas, mas eu sabia que havia alguma coisa ali, achava estranho me lembrar apenas desse acampamento.

Me assustei ao ouvir a campainha tocando, olhei no meu relógio já se passava das 9 da manha, abri a porta e me deparei com Carlos Daniel, o abracei sem nem ao menos lhe dar bom dia, e quando percebi algumas lagrimas já caiam pelo meu rosto.

— Paulina? – ele perguntou assustado ainda abraçado a mim – O que aconteceu?

— Só fica comigo Carlos Daniel, - disse entre soluços notando que eu chorava intensamente – não me deixe nunca.

— Paulina, - ele afagou minhas costas – nunca vou te deixar meu amor, porque esta assim?

Não consegui responder, apenas continue abraçada a ele, ele me guiou para dentro e fechou a porta me levando ate o sofá.

— Porque esta assim minha vida? – ele limpou as lagrimas que escorriam pelo meu rosto e beijou suavemente meus lábios.

Eu não entendia o porque de estar assim, mas desde que acordei com aqueles sonhos uma angustia enorme cresceu em meu peito, e ver Carlos Daniel fez com que ela explodisse dentro de mim.

— Eu tive uns sonhos estranhos Carlos Daniel. – disse mais calma, minhas mãos seguravam as deles com tanta força que era possível ver a pressão que fazia entre seus dedos – Lembranças estranhas.

— Se lembrou de alguma coisa? – perguntou me puxando para seu peito e deslizando as mãos pelos meus cabelos.

— Foi muito confuso, eu estava no acampamento com meu pai e Paola, mas depois eu não estava mais lá, eu não sei, era escuro, eu chorava e chamava por meu pai mas ninguém aparecia, eu estava sozinha. – as lagrimas voltaram a cair pelo meu rosto.

— Shhh... – ele me abraçou mais forte e beijou minha cabeça – foi apenas um sonho meu amor, não fique assim.

— Não foi um sonho Carlos Daniel, eram lembranças, só não consigo entender o que aconteceu.

— Mas por favor Paulina, não fique assim, não quero te ver chorando desse jeito. – ele puxou meu queixo para cima fazendo nossos olhos se encontrarem e mostrar a segurança vindo deles.

— Fica aqui comigo? – perguntei em um sussurro.

— Claro que fico vida minha, - ele me beijou mais uma vez – ficarei pra sempre ao seu lado.

Me aconcheguei em seu peito, Carlos Daniel passeava com as pontas dos dedos o contorno de meu rosto, e sempre depositava um beijo em minha bochecha, fechei os olhos e me deixei levar pelas suas caricias, acabei adormecendo em seu colo, e quando despertei ele continuava a afagar meu rosto e meus cabelos.

— Carlos Daniel? – chamei e logo depois me virei para olhá-lo.

— Oi meu amor, - ele sorriu – como se sente?

— Eu estou bem, - disse me levantando de seu colo e ficando ao seu lado – acabei dormindo em seu colo.

— Estava linda dormindo vida minha, - ele voltou a acariciar meu rosto – se pudesse ficaria pra sempre te observando dormir.

— Não seja bobo Carlos Daniel, - sorri e levei minha mão ate seu rosto que afaguei carinhosamente – mas agora vou me arrumar e preparar alguma coisa pra gente comer.

— Eu vim exatamente para te convidar a almoçar comigo, - seu sorriso brilhava – pensei que poderíamos ir a algum restaurante.

— Restaurante? – disse um pouco desanimada – É que... hoje não estou com vontade de sair. Importa-se de almoçarmos aqui mesmo?

— Hmm, claro que não, - ele me beijou ternamente – assim podemos ficar mais tempo juntos.

— Ótimo. – sorri e o beijei uma vez antes de me levantar – Me espere aqui que já volto.

Fui para o quarto e rapidamente me arrumei, um vestido simples e confortável, assim que voltei puxei Carlos Daniel para a cozinha comigo, e assim que chegamos na cozinha Carlos Daniel me fez sentar dizendo que prepararia um prato especial para mim, sua especialidade.

Durante muito tempo apenas o observei enquanto conversávamos sobre tudo, ele sempre me olhava e algumas vezes se dirigia ate mim para depositar um beijo em meus lábios, o aroma da comida rapidamente invadiu a cozinha, e meu estomago começou a “implorar” por aquele cheiro maravilhoso, quando finalmente ele disse que havia terminado e me serviu com um belo e decorado prato eu rapidamente comecei a devorá-lo e o gosto era simplesmente divino, Carlos Daniel sabia muito bem fazer um belo e saboroso prato.

— Carlos Daniel esta incrível, - disse maravilhada – você é um gênio na cozinha.

— Bom não posso negar que sei preparar esse prato muito bem, - ele sorriu convencido – mas é o único que sei fazer, não sei cozinhar mais nada alem dessa Paella.

— Mas vale por todos os outros. – sorri e continuamos a nos deliciar com aquela saborosa Paella.

Depois de almoçar e passar a tarde inteira juntos Carlos Daniel voltou para casa, exatamente uma hora depois ele voltou com Lizete, que segundo ele, exigiu que a levasse para dormir em meu apartamento. E Lizete insistiu que queria dormir comigo e Carlos Daniel, querer dormir com seu pai e sua mãe, coisa que ela nunca havia feito, atendemos a seu pedido e novamente Carlos Daniel dividiu a cama comigo, mas agora estávamos separados por Lizete, aquela menina tão pequena, mas que fazia sentimentos enormes nascer em meu peito, Lizete a minha tão amada filhinha.


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