A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 10
Capítulo 10 Declaração




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Foi um beijo longo, com cuidado, Carlos Daniel soltou um de meus braços e deslizou a mão pelo meu rosto parando em meu queixo, o qual ele segurou delicadamente. Quando nossos lábios se separaram ainda continuei com os olhos fechados e senti ele colar sua testa na minha e segurar novamente meus braços.

— Paulina, - ele disse fazendo com que eu abrisse os olhos e encontrasse os deles – eu acho que estou gostando de você.

Novamente prendi minha respiração, meu coração batia com tanta força que cheguei a pensar que fosse explodir dentro de mim.

— Eu realmente estou gostando de você. - ele afirmou afastando a testa da minha e deslizando as mãos pelos meus braços indo de encontro as minhas mãos deixando um rastro arrepiado e quente, eu permaneci em silencio por um longo tempo apenas o olhando profundamente.

— Não sei o que dizer, - consegui falar depois de um bom tempo e desviei meu olhar – eu estou muito confusa.

— Tudo bem Paulina, - ele disse passando levemente os dedos pelo meu rosto me fazendo fechar olhos – me desculpe por ter te beijado.

— Não precisa se desculpar, - disse voltando a olhá-lo – eu também quis.

Ao dizer isso um sorriso brotou em seus lábios, como se eu houvesse dado a ele todas as esperanças possíveis.

— Bom, vamos entrar? – perguntou ainda segurando minha mão – Esta bastante frio aqui.

Assenti com a cabeça e voltamos de mãos dadas e em silêncio, antes de entrarmos ele beijou minha testa e soltou minha mão, sorri e ele retribuiu, entrei com ele logo atrás.

— Filha, - Paula disse assim que entramos na sala onde todos estavam – eu já estava indo te chamar, já esta ficando tarde e é melhor irmos.

— Claro. – sorri.

— Nós também já vamos vovó. – Rodrigo disse.

Assim nos despedimos de todos, quando fui me despedir de Carlos Daniel ele aproveitou que ninguém nos olhava e me deu um leve selinho fazendo meu rosto corar.

— Vou te esperar Paulina, - ele sorria e seus olhos brilhavam – o tempo que for necessário.

Não consegui dizer nada, apenas sorri um pouco tímida e fui embora para meu apartamento com Paula.

Assim que finalmente me vi sozinha na minha casa, sentei em minha cama e passei levemente os dedos pelos meus lábios, ainda sentia perfeitamente bem o toque e o sabor de seu beijo.

Havia uma confusão enorme em minha cabeça, eu não podia negar que sentia algo muito forte por Carlos Daniel, era algo inexplicável que eu nunca havia sentindo antes, eu sentia que também começava a gostar dele, na verdade, desde a primeira vez que o vi, esse sentimento começou a nascer em mim, sentia que não era apenas atração, era maior, era amor. Mas também havia um medo de me entregar a esse sentimento, como se houvesse algum impedimento para viver esse amor que começava a dominar meu coração, talvez fosse por ter sofrido muito com a morte de meus pais e Luciano.

Tomei um longo banho, e me vesti para dormir, assim que me deitei e fechei os olhos só conseguia ver ele, cada segundo daquele momento no jardim passava em minha mente, não sei por quanto tempo fiquei ali sonhando acordada com aquele beijo, despertei com o som insistente de meu celular.

— Alô. – disse com a voz rouca e sonolenta.

— Paulina? Sou eu Patrícia, me desculpe por ter te acordado.

— Ah, oi Patrícia, tudo bem, aconteceu alguma coisa? – perguntei e olhei no relógio ao lado da cama, já se passava das 10 da manha.

— Não, é que Lizete e Carlos Daniel me contaram que você vai acompanhá-los na festa da escola, e não sei se te disseram, mas a festa é no próximo final de semana.

— É eu me lembro de Lizete falar alguma coisa sobre isso. – disse sentando na cama e esfregando os olhos.

— Bem eu queria te convidar a ir comigo para comprar as fantasias, o Carlinhos também estuda na mesma escola de Lizete, e pensei que talvez você quisesse ir com a gente. – ela disse com a voz animada.

— Eu quero sim. – disse sorrindo imaginando todos fantasiados nessa festa – Você vai que horas?

— Bom, como agora as crianças estão no colégio e Rodrigo e Carlos Daniel na fabrica, pensei em ir à noite, por volta das 19 horas.

— O Carlos Daniel vai também? – perguntei assustada.

— Claro Paulina, ele também precisa comprar uma fantasia pra ele.

— Claro, - disse tentando manter a voz calma – então nos encontramos as 19.

— Então está combinado Paulina, às 19 horas Carlos Daniel passa no seu apartamento pra te pegar. Tchau. – ela disse.

— Tchau. – falei paralisada.

Fiquei alguns minutos com o celular não mão, pensava se havia feito bem ao dizer para Lizete que iria nessa festa com ela, ainda mais depois daquele beijo, mas ao me lembrar da alegria em que Lizete ficou, deixei todos esses temores de lado.

Passei o resto da manha e boa parte da tarde sozinha, como ainda não havia comprado nada para casa, almocei em um restaurante próximo ao meu apartamento, Paula me ligou algumas vezes durante o dia, sempre perguntando se eu estava bem, se já havia almoçado, parecia que ela ainda enxergava em mim aquela garotinha de cinco anos. As horas passaram mais rápido do que eu queria, a cada minuto que se aproximava das 19 horas meu coração acelerava, só o fato de saber que Carlos Daniel me buscaria fazia meu estomago ficar cheio de borboletas.

Já se passava das 18:30 e eu já estava pronta para ir as compras, andava de um lado pro outro e de 5 em 5 minutos olhava o relógio.

Carlos Daniel me ligou as 18:52 dizendo que já me esperava, quando desci e o avistei senti meu coração pular em meu peito como se quisesse ir de encontro a ele, ele me esperava com um sorriso encantador e segurava a mão de Lizete que também sorria.

— Boa noite. – disse assim que fiquei frente a frente com eles.

— Boa noite Paulina. – ele respondeu com os olhos brilhando.

— Tia Paulina, sabia que o papai disse que eu posso escolher as fantasias. – Lizete disse com um sorriso radiante.

— Claro que pode Lizete, - disse sorrindo e me abaixando para ficar na altura dela – e cadê meu beijo?

Ela abriu os braços e me abraçou apertado dando um beijo estralado em minha bochecha, Carlos Daniel olhava tudo sorrindo.

— Podemos ir? – perguntou - Rodrigo e Patrícia devem estar nos esperando.

— Claro. – sorri evitando olhar em seus olhos, eu estava totalmente envergonhada, aquele beijo rondava em minha mente a todo instante, e como se não bastasse ele não parava de sorrir e me olhar.

Partimos para o shopping, Lizete estava eufórica e me contava como seria a festa, Carlos Daniel vez e outra me olhava com aquele sorriso encantador.

Assim que chegamos e subimos para o segundo andar do shopping onde havia diversas lojas avistamos Patrícia, Rodrigo e Carlinhos.

— Oi Paulina. – Carlinhos disse correndo ate mim e me abraçando.

— Como vai Carlinhos? – perguntei passando a mão pelos seus cabelos.

— Muito bem. - ele respondeu sorrindo.

Cumprimentamos Rodrigo e Patrícia e partimos em busca das fantasias.

Rodrigo e Patrícia andavam a frente de mãos dadas e sorrindo muito, as crianças estavam um pouco atrás deles, mas também em nossa frente, elas olhavam todas as vitrines, Carlos Daniel e eu andávamos lado a lado e em silêncio.

— Paulina eu notei que ficou em clima meio tenso entre nós. – ele disse sem me olhar, pude ver em seu rosto uma certa decepção, eu estava evitando dirigir a palavra a ele desde que entrei naquele carro.

— Carlos Daniel eu... – tentei encontrar alguma forma de explicar a ele o que sentia, não queria de maneira nenhuma magoá-lo – eu peço um tempo para pensar, não posso negar que também sinto algo muito forte por você, mas não sei se estou preparada, tenho medo de me decepcionar e principalmente te decepcionar.

Ele parou e eu parei em sua frente, olhando em seus olhos pude ver um certo alivio e ao mesmo tempo uma surpresa, fiquei o observando ele parecia estar sem palavras, apenas me olhava.

— Carlos Daniel, desculpe eu não queria te magoar. – disse imaginando que ele estivesse chateado comigo.

— Não Paulina, não precisa se desculpar, eu fiquei surpreso com o que você disse, você esta sendo honesta com seus sentimentos, eu é que estou muito ansioso, disse que te esperaria o tempo que fosse necessário, mas quando estou ao seu lado tenho que me segurar para não te abraçar e te beijar, eu que peço desculpas por estar sendo tão impaciente.

Fiquei sem reação.

— Papai, - gritou Lizete correndo em nossa direção – vamos logo, a tia Patrícia já esta na loja.

Nos olhamos profundamente, e voltamos a caminhar em silêncio.

Quando entramos na loja pude ver as diversas fantasias que existiam, Patrícia e Rodrigo tinham algumas em mãos e sorriam conversando em como ficariam estranhos vestidos daquela maneira.

— E então Lizete qual fantasia você vai escolher para nós? – perguntou Carlos Daniel para Lizete que nos olhava com o rosto sapeca.

— Vem cá comigo, os dois, eu já tenho a fantasia perfeita. –ela disse segurando nossas mãos e nos puxando.

Senti um certo de medo com o que ela iria aprontar, ela nos guiava sorrindo alto pelos corredores da loja, paramos na seção que com certeza era a preferida dela.

Olhamos para ela esperando que dissesse alguma coisa, ela nos olhava com um ar de quem estava aprontando.

— Qual vai ser a fantasia Lizete? – perguntou Carlos Daniel sorrindo para a menina.


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