E Se O Amor Acontece... escrita por Bruna Moraes


Capítulo 3
Capítulo 3 - Não éramos amigos?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo! ;D



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Pov Annabeth

Minha madrasta apareceu no topo da escada de braços cruzados:

— Acho que fiz uma pergunta, o que está acontecendo aqui?

— Bom... é que eu... casa... aqui... - Perseu tentou explicar, mas sua tentativa foi fracassada, da sua boca só saiam coisas sem nexo.

— Bom Ana é que eu precisei tomar um pouco de ar e esfriar a cabeça, então fui para o terraço, lá encontrei ele. Só que a porta da casa dele bateu e ele esqueceu a chave e ficou do lado de fora da casa dele e não tem aonde dormir e eu o convidei pra dormir aqui em casa, a senhora se importa? - falei em um fôlego só.

— Tudo bem, mas será que dá pra sair de cima dela Percy, por favor? - só agora percebi que eu ainda estava no chão com Perseu em cima de mim.

— Desculpe-me - ele se levantou totalmente corado e ofereceu a mão para me ajudar. Novamente, quando minha mão entrou em contato com a sua, um choque percorreu meu corpo eu acho que no dele também, pois no mesmo instante ele me soltou e eu caí - Meus deuses, desculpe-me Annabeth, não foi a minha intenção.

— Ta bom, chega de desculpa. Você - disse minha madrasta apontando para Perseu - terá que dormir no sofá, pois pelo o que eu sei não pode subir escada. Boa noite e vão dormir, não quero vocês muito juntos. Juízo - e assim ela subiu.

Ficamos um tempo em silêncio até que resolvo quebrar:

— Lembrei que tem um colchão lá no quarto de hóspedes, eu posso trazer ele pra cá. Ele é bem melhor que o sofá. - e assim segui à procura do colchão. O joguei no chão da sala, trouxe dois travesseiros e uns cobertores - aqui, se não se importar, eu ainda não estou com sono e gostaria de ver televisão.

— Tudo bem, também não estou com sono, posso escolher o filme? - apenas assenti, ela passava pelos canais até que parou em um que passava Aranhas Malditas (n/A: Acho que o nome do filme é assim, não me lembro).

—Tira isso, não suporto ver esses bichos. Tira logo! - falei implorando, não sei se iria aguentar assistir aquilo. Ele não tirou e nessa hora eu vi uma aranha gigante, eu estava delirando.

Na hora, no momento eu me joguei nos braços de Perseu que por incrível que pareça também me abraçou.

— Ta bom, ta bom, tirei pronto. Mas porque isso? Você tem tanto medo de aranha por quê? - ele perguntou realmente parecendo preocupado.

— Você já viu esses bichos peludos, com essas teias e tudo? O jeito como elas comem, como elas vivem e tudo mais? Elas são horríveis. Aterrorizam-me muito.

— Tudo bem, eu estou aqui, se acalma - isso me pegou de surpresa, mas no momento eu não estava me importando muito.

— Não quero dormir só, me deixa ficar aqui com você? Por favor, Perseu, eu não incomodo, prometo, você pode até dormir aqui no colchão eu durmo no sofá, só não me deixe... – não acredito que eu estava praticamente implorando para ele, eu ia continuar no calor do momento, mas ele me interrompeu.

— Tudo bem, pequena, não me importo e pode me chamar de Percy, prefiro assim. - ele poderia falar o que fosse, mas eu não o chamaria de Percy.

Com tudo isso eu acabei adormecendo ali mesmo, no colchão na sala, nos braços de Perseu Jackson. Sabia que eu iria me arrepender no outro dia, mas no momento não me importava muito. Fiquei assustada e quem podia servir de consolo? Exatamente, ele.

***

Acordei com o meu despertador tocando (lê-se berrando) um rock muito pesado. Abri meus olhos lentamente, tentando me acostumar com os raios de sol que entravam pela janela. Fiquei mais um pouco deitada, até que senti uma respiração no meu pescoço, tentei levantar, mas senti braços fortes me envolverem.

Olhei para o lado e deparei-me com um Perseu me abraçando em forma de conchinha e ele babava. Se a situação fosse outra, eu estaria morrendo de rir. Dei um grito que deve ter acordado toda a vizinhança. Na mesma hora ele acordou:

— Você está doida ou o quê?

— Eu que te digo, o que você está fazendo no meu quarto? – nesse momento lembrei de ontem à noite, de tudo o que aconteceu menos de como eu vim parar no meu quarto, pois pelo o que eu sei eu tinha dormido na sala.

— Você não lembra que nós estávamos... – sua frase morreu, pois nessa hora meu pai entrou no quarto. Senti minhas bochechas esquentarem.

— O que você está fazendo aqui no quarto da minha filha? E estavam fazendo o que mesmo? Continue – disse meu pai vermelho de raiva, Perseu também estava vermelho, mas era de vergonha.

— Pai, não é o que você está pensando e... o que você está fazendo no meu quarto ? – disse tentando mudar de assunto.

— Não venha tentar mudar de assunto e eu vim porque ouvi seus gritos e vim ver se você estava bem, mas pelo visto está tudo ótimo, né? Agora me responda, o que você está fazendo aqui? – meu pai disse virando-se para Perseu, que até o momento mantinha-se calado.

—Bom... é... que... a Annabeth me deixou dormir aqui porque ontem à noite eu fiquei do lado de fora da minha casa e... – meu pai o interrompeu.

— COMO ASSIM VOCÊ DORMIU AQUI? NO QUARTO DA MINHA FILHA? EU VOU... – a frase de meu pai foi interrompida pela campainha que tocava descontroladamente. Nessa hora todos silenciaram. Pudemos ouvir minha madrasta abrindo a porta. Ouvimos a voz de Sally chorando.

Descemos rapidamente as escadas e encontramos minha mãe contando o que houve para Sally, que quando nos viu só faltou matar o filho:

— Como é que você some desse jeito menino, sem me avisar e nem nada? Ainda bem que você está aqui meu filho! Que susto que você me deu! Obrigada por cuidarem dele, vamos – e assim Sally foi embora com Perseu.

— Agora mocinha, explique-me o que foi aquilo que eu vi lá no seu quarto, não me diga que vocês t...

— Não pai, não foi nada disso, é que – droga nem eu sabia como isso tinha acontecido, pra mim eu tinha dormido na sala. Pensa Annabeth, pensa - ele dormiu aqui na sala e hoje de manhã ele já estava indo embora, mas a porta da sala estava trancada e ele queria que eu fosse abrir, mas apareceu uma aranha no meu quarto e foi ai que eu gritei e você chegou, foi isso – disse me virando para ir embora antes que ele perguntasse mais alguma coisa.

***

Fui a pé para escola e nada de interessante aconteceu no caminho. Chegando lá, encontrei Thalia apoiada em sua moto e com o celular na mão. Aproximei-me sorrateiramente e gritei em seu ouvido:

— Bom dia punk!!!!

— Ai sua doida! Quase que você me mata de susto – ela disse me dando um soco no braço.

— Mas eai, alguma novidade?

— Nenhuma, só sei que o meu primo vai vir estudar aqui na nossa escola, e ele vai morar perto da sua casa. E você? Alguma novidade?

— Sim e você nem sabe o que aconteceu ontem, não tem aquele menino que esbarrou em mim na rua? Pois então, eu descobri que ele mora no apartamento ao lado do meu e... - fui contando toda a história, Thalia ofereceu um ombro amigo em relação ao Luke e ia falar alguma coisa, mas o sinal tocou e tivemos que ir para as nossas salas.

Minha primeira aula era de química, sentei na bancada e esperei os outros chegarem. Como sempre ninguém sentou ao meu lado. Os últimos a entrarem foram o professor e uma menina de cabelos pretos, pele bem branquinha e olhos negros.

Ela sentou-se ao meu lado e logo tentou puxar conversa comigo, ela parecia ser bem simpática:

— Oi, meu nome é Bianca.

— Olá, me chamo Annabeth, você é aluna nova né? – ela assentiu – Bom você ainda não tem mesa, o que acha de sentar comigo e com a minha amiga?

— Tudo bem!

— Mas você tem que saber de uma coisa, somos consideradas as esquisitas da escola, ainda vai querer andar com a gente?

— Não me importo com o que os outros dizem, e você parece ser legal – gostei dela, não se importa com a opinião dos outros, é uma das minhas.

Passamos a aula todinha conversando e nos conhecendo melhor. Descobri que ela veio da Califórnia e que tem um irmão, Nico Di Ângelo. O sinal bateu indicando o intervalo e assim seguimos. Peguei meu lanche e fui para a mesa que sempre sento. Lá já se encontrava Thalia e um menino que parecia o clone de Bianca, só que na versão masculina.

— Oi, Thalia, essa é a Bianca a mais nova integrante da resistência*.

— Oi, Annabeth. Esse é o Nico e você já deve saber que ele é o irmão da Bianca – disse Thalia.

— Sei sim.

Continuamos a conversa, falando dos novos professores, o que eles estão achando da escola e essas coisas. O papo até que estava interessante quando:

— Oi, cara de pinheiro! – falou Perseu dando um beijo estalado da bochecha da Thalia.

— Seu idiota, nunca mais faça isso – ela respondeu dando um belo soco no braço dele.

— Calma aí, parei.

— Thalia, de onde você conhece esse embuste? – eu me pronunciei apontando para aquilo que chamam de gente.

— Ah desculpa, esqueci de apresentar ele. Gente esse é o meu primo Percy. Percy essa é a Bianca, Nico e a melhor amiga Annabeth.

— Não acredito, foi esse imbecil que é o seu primo que fez tudo aquilo comigo.

A reação de Thalia foi muito engraçada, no primeiro momento ela surtou e encheu o braço de Perseu de tapas e depois começou a rir igual a uma doida. Vai entender.

Depois de tudo, cumprimentos e essas formalidades, ele veio e me deu um beijo na bochecha, senti meu rosto esquentar na mesma hora:

— O que você pensa que está fazendo? 

— A gente não é amigo? - me olhou confuso e as sobrancelhas juntas.

— Não, a gente não é amigo. Ontem foi só um momento de fraqueza, Isso não irá se repetir novamente – ele apenas assentiu e ficou... triste?

O dia seguiu normalmente, estava no meu último horário que era de história. Infelizmente nenhum de meus amigos fazia essa aula comigo. Sentei-me na cadeira e coloquei meus fones de ouvido, já que o professor ainda ia demorar para chegar. Mal se passou 5 minutos e sinto alguém me cutucar.

— Annie, por que a gente não pode ser amigo? Eu te fiz alguma coisa? – me assustei ao encontrar um par de olhos verdes me fitando.

— Não é só q-que - droga, comecei a gaguejar. Nem eu mesma sabia o que responder. Ainda me sentia com aquela sensação estranha de descontrole, naquele momento queria chorar por não saber o que falar e que fizesse sentido. Estava caótica demais e não queria jogar aquilo para outra pessoa.

Eu não sabia o que responder então, sorte que o professor chegou nesse exato momento e mandou todos sentarem. Para a minha infelicidade, Perseu sentou na cadeira ao meu lado.

— Bom, queridos alunos, para um bom começo de ano irei passar um trabalho. Quem aqui gosta de mitologia grega? Pois então façam duplas com quem está sentado ao seu lado e escrevam um trabalho narrando uma vida de um semideus. Depois quero que tragam alguns artefatos para ilustrar as histórias e é isto.

Droga, quem justamente tinha de estar do meu lado? Podia ser o Charles que às vezes me pedia anotações da aula, ou o Will que me emprestava caneta quando eu esquecia, mas não, tinha de ser ele, Perseu Jackson, que virou para mim todo empolgado:

— Hey, na minha casa ou na sua?


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pela demora, se vocês quiserem me xingar e tudo mais, eu entendo. Mas eu tive uns probleminhas e não deu para postar antes. Prometo tentar postar mais rápido, mas essa semana não porque eu estou em provas.