Meu Amado Jake escrita por AAJ, Curin


Capítulo 5
Desilusão




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Como se já não bastasse eu pensar nele na escola, agora eu penso nele em casa, na rua, e em todo lugar! Ele não sai da minha cabeça! Depois do encontro inesperado com ele no bebedouro do colégio eu voltei para o patio e fiquei lá até dar meio-dia. Quando deu o horário fiz exatamente isso: Peguei minha mochila e me encaminhei ao portão principal. Não machuquei, não furtei, e não cometi nenhum crime para merecer o que me aconteceu, só se eu não lembro. Estava quase fora do colégio quando escuto alguém me chamando, olho para trás e vejo Mirmi correndo em minha direção. Ela estava mais animada do que o normal (dela). Quando estava mais perto de mim maneirou a velocidade dos passos e eu fui em sua direção. Estávamos quase grudadas quando ela - ainda eufórica- me passou um papel e na hora pude perceber a perfeita caligrafia de Caroline. O que ela queria agora? Ainda com a carta na mão, me despedi de Mirmi e fui embora.

Chegando em casa simplesmente joguei minhas coisas no canto da sala e fui para o quarto ler a tal carta da Caroline. Bati a porta do quarto e sentei na minha cama para começar a ler.

"Cara Anônima! Sinto um GRANDE PRAZER em lhe dizer isso. Jake Calingan, aquele que você tem mandado cartas, sabe? Então ele está NAMORANDO, isso mesmo, namorando, com a linda da Alana, conhece? A morena dos olhos castanhos esverdeados, magra, alta, dançarina de jazz. Acho, realmente que ela não vai gostar nada de outra garota mandando cartinhas para o namorado dela, eu não gostaria!! Bem era só isso mesmo, beijinhos, seja feliz!! Caroline".

Fiquei parada observando o horizonte enquanto digeria o assunto, mas rapidamente voltei a ler. Li mais de uma vez e, mesmo já tendo decorado todas as letras e as palavras que elas formava na carta, eu insistia em ler de novo e de novo. Era mentira aquilo, só pode. Por favor, que isso seja mentira! Coloquei na minha cabeça que era mentira, ou pelo menos tentei, e que Caroline queria apenas me deixar mal. Consegui me convencer, mas não totalmente, havia ainda um resquício em mim que acreditava nela. Eu não daria esse gostinho a ela. Não mesmo!

Passei quase o dia inteiro no quarto, tirando o horário do almoço e da janta, fiz minha lição e às oito horas em ponto e fui me deitar. Estava sem sono, meus pensamentos estavam embaralhados, indo desde Jake até a carta e, por mais que eu pensasse que era mentira, eu não podia deixar de concordar que Alana é extremamente bonita! Há sim chance disso acontecer, nada é totalmente impossível. Depois de quase uma hora, me arrumei na cama e peguei no sono.

Acordei no dia seguinte com a minha mãe gritando ao mesmo tempo que um grande clarão invadia meu quarto.

- Acorda, vai se atrasar para a aula e você tem prova de matemática. Não vai faltar hoje.

- Bom dia para você também - falei seca ao mesmo tempo que esfregava meus olhos - Quanto tempo tenho para me arrumar?

- 20 minutos - Minha mãe disse calma e lentamente, como se estivesse falado o nome de um deus sagrado da Índia.

- COMO? AI DEUS ! - Gritei ao mesmo tempo que pulava da cama e corria me arrumar.

Terminei de me arrumar, nada muito produzido como é normalmente, apenas uma blusa branca até a cintura, uma calça jeans escura, um sneaker preto, uma jaqueta de couro preta, cabelo solto - já disse que meu cabelo solto é ondulado e vai até o meio da costa? Acho que não - gloss rosado, lápis e rímel. ambos fracos. Observei minha aparência no espelho e não vi nenhum exorcista, peguei minha mochila e corri para o carro onde minha mãe me esperava. Cheguei no colégio exatamente no horário que soou o sinal e gostei de me sentir... Pontual.

Quando entrei na sala Mirmi soltou um gritinho sufocado, pelo visto estava alegre, o porquê eu não sabia e tinha medo de saber. Algumas horas de aula e soou o sinal do intervalo, peguei meu livro e sai da sala apressada. Dias de quarta-feira eram, na minha opinião, os piores pois todas as salas tinham intervalos juntos. Isso inclui a sala dele.

- Vou sair com o Lago da Rússia! - Mirmi girava enquanto cantarolava, porque aquilo era, com certeza, uma música que ela havia viciado e estava cantando toda hora.

- Que bom que alguém está feliz...

- Uou... Aconteceu algo Flor do jarro de água da mesa de jantar da casa da minha tia que fica na Flórida? - Comecei a rir do extenso apelido dela, mas parei quando lembrei da resposta.

- A Caroline, era a carta dela - Respondi azeda, e somente deixei um sorrisinho no meu rosto, mas ele não era feliz. 

- Nossa, eu sou ruim pra reconhecer letras...

- Caligrafia - Corrigi ela, enquanto olhava ao redor.

- É, caligrafia! Exatamente isso! Não é uma palavra linda? Mas eu vou sair com o Lago da Rússia! - Mirmi começou a dar uns pulinhos pequenos.

- Já ouvi! - Comecei a rir enquanto ela fazia uma música com essa frase.

Vaguei com meus olhos até achar ele, de frente para a parede, com os braços estendidos em uma altura incomum. Mas claro Rose! Você é muito burra para perceber que ele estava aos amassos com a Alana! Logo depois de eles se soltarem eu, sem nada de forças para correr, vejo ele me olhando e me viro de costas para o mesmo tentando não liberar minhas lágrimas. Sabia que não poderia ir embora por causa da prova, mas não estava bem. De repente minha visão começou a se embaralhar e comecei a ficar tonta. Zonza... Sei lá. Só sei que apaguei, mas não antes de sentir meu corpo entrando em contato com o chão frio e duro.


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