Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 27
Capítulo Extra


Notas iniciais do capítulo

Puts... Nem sei o que dizer pra vocês meninas... Tem sido uma longa jornada. Cada review que me faz abrir o sorriso, mesmo nos piores dias, cada recomendação que me derrubou em lágrimas... Não tenho palavras pra expressar a gratidão em meu peito por vocês...

Maaasss, como muitas me pediram, decidi escrever uma segunda temporada ;) Podem comemorar... Ainda não iniciei a história então deve demorar alguns dias, mas espero postar em breve.

Então... Acho que é isso.



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Meu número foi chamado no painel e eu me levantei com passos vacilantes. Assim que me sentei a recepcionista me estendeu o envelope. Após assinar, tudo o que eu tinha que fazer era abrir e ler. Tão simples... Mas tão definitivo. Cinco anos atrás eu era uma veterana do ensino médio que tinha acabado de conhecer o amor da minha vida. Em cinco anos eu e Dimitri tínhamos passado por tantas experiências... Brigas, crises de ciúme, a morte da avó dele... Mas tínhamos superado tudo juntos e, entretanto, nenhum desses momentos me deixou tão assustada quanto esse.

Com as mãos tremendo eu abri o envelope procurando pela resposta que eu procurava. No final de um texto incompreensivo estava escrita minha sentença. Uma palavra tão pequenininha... Oito letras capaz de mudar todo o meu mundo. Positivo. Ainda tremendo liguei para Dimitri.

– O que aconteceu? – ele perguntou assustado. Mesmo após cinco anos meu amor por ele não tinha diminuído nem um pouco. Estava ainda maior se é que era possível. Nós confiávamos plenamente um ao outro. Ele era meu porto seguro, assim como eu era o dele.

– Eu preciso te contar uma coisa. – mordi meus lábios, tentando controlar o nó na minha garganta.

– Está tudo bem com você?- perguntou. Conforme eu demorava pra responder, Dimitri foi ficando mais e mais preocupado. O desespero lhe abateu quando viu as lágrimas silenciosas escorrerem por meu rosto. - Pelo amor de Deus, Rose. Acaba logo com esse suspense que você ta me matando. – estendi as mãos entregando o envelope para ele que o olhou confuso.

– Positivo? O que isso quer dizer?

– Eu estou grávida, Dimitri. – sussurrei, com medo da reação dele. Em seus olhos a confusão se transformou em espanto e em seguida em maravilha.

– Isso é sério? – perguntou com lágrimas nos olhos. Eu acenei afirmativamente com a cabeça, esperando pela fúria que não veio. Para meu espanto Dimitri me puxou para seus braços e me abraçou apertado. O tipo de abraço que transmite todo o amor e felicidade da pessoa.

– Você não está chateado? – perguntei surpresa.

– Chateado? Claro que não! Eu não poderia estar mais feliz! Nós vamos ter um filho, Rose! – então ele me levantou em seus braços e me rodopiou no ar. Quando me colocou no chão foi que percebeu as lágrimas nos meus olhos. – Você não está feliz?

– Eu to confusa e com medo... Achei que você não fosse querer esse bebê e não fosse ficar feliz.

– Eu? – perguntou chocado.

– Sempre achei que você gostasse da forma como a nossa vida é. Só nós dois, sem grandes preocupações...

– Eu gosto Rose. Mas eu quero muito mais do que isso com você. Eu quero que nós sejamos uma família. Eu quero acordar de manhã com nossos filhos pulando em cima da cama e tropeçar nos brinquedos espalhadas pela casa. Você não?

– Eu nunca pensei nisso. Quer dizer... Sim, sempre imaginei ter filhos num futuro distante, mas nunca pensei no que sentiria quando esse dia chegasse. Você ta mesmo feliz? – perguntei percebendo que meus sentimentos com relação a situação estavam mudando.

– Sim, eu estou. E você?

– Se você está, então eu também estou. – ele me abraçou novamente, dessa vez com mais carinho. – Você vai continuar a me amar mesmo depois que eu estiver gorda e chata?

– Mesmo assim. – ele respondeu me dando um beijo que me colocou nas nuvens...

– Dimitri! – gritei quando senti a dor me dilacerar em duas. Ele veio correndo assim que gritei. A poça no chão lhe deu uma breve idéia do que estava acontecendo. Ele pareceu assustado. – Não! Não ouse desmaiar, Dimitri Belikov! – o meu grito fez com que ele reagisse. Dimitri me pegou no colo, me colocou no banco do carona e saiu em disparada com o carro.

Quando chegamos ao hospital ele me pegou e logo estávamos na sala de parto. O médico disse que eu já estava com nove centímetros de dilatação e que eu deveria começar a empurrar. A dor era tanta que eu mal podia raciocinar direito, que dirá agüentar o Dimitri no meu ouvido.

– Amor, me desculpa. – implorava ele. – Já vai passar eu prometo.

– Cala a boca! – esbravejei. – Isso é tudo culpa sua.

– Então me diz o que eu posso fazer pra ajudar.

– Você pode calar a boca e parar de me encher o saco! – e foi assim durante três horas, até que por fim ouvi um chorinho e o médico estendeu um embrulho todo sujo pra mim.

– É uma linda menina. – respondeu. Ela tinha o cabelo preto e os olhos escuros que percorriam todo o cômodo, curiosos.

– Ela é tão linda. – disse ninando-a. Dimitri se aproximou meio receoso, mas eu sorri para ele. – Deixa de ser bobo, vem ver sua filha.

Dimitri olhava pra nossa filhinha com a cara mais boba do mundo. Ele se sentou ao meu lado, passou o braço a nossa volta, deu um beijo na minha testa e depois na testa dela.

– Obrigado. – ele disse com os olhos marejados. – Você me fez o homem mais feliz do mundo hoje. Eu te amo.

– Eu também te amo, papai bobão. – a enfermeira pegou ela do meu colo e a levou para dar banho, então a médica me dirigiu para o quarto, onde Lissa, Adrian e Christian nos esperavam acompanhados da família do Dimitri.

– Tia Rose! – Lucas gritou se jogando em cima de mim.

– Lucas! – Lissa exclamou tirando-o de cima de mim. – Assim você machuca a tia Rose. – disse-lhe.

– Ops... Desculpa tia. – ele disse com as bochechas vermelhas.

– Tudo bem meu amor. Você não me machucou. – menti.

– É menino ou menina? – perguntou Lissa.

– É uma menina. Audrey. – a médica então entrou empurrando o bercinho com a bebê. Dimitri a pegou e sentou ao meu lado enquanto Lissa ficava arrulhando palavras desconexas.

– Posso pegar ela, tia Rose? – Lucas perguntou.

– Sente-se aqui do meu lado que eu deixo. – disse dando espaço para ele se sentar ao meu lado. Então Dimitri colou Audrey no colo de Lucas que deu um beijinho na testa dela.

– Hm... Ela tem um cheirinho tão bom. – todo mundo gargalhou quando ele falou isso e ela se mexeu no colo dele. – Ela é tão pequenininha tia Rose.

– Você também era pequenininho quando nasceu. – disse fazendo cafuné nele.

– Pode deixar que eu sempre vou te proteger. – ele fez um carinho na cabeça dela e Lissa olhou orgulhosa.

– Meu filho é um verdadeiro gentleman. – disse. Audrey começou a chorar e Lucas me olhou assustado.

– Por que ela ta chorando, tia?

– Por que ela ta com fome. – Lissa disse e então foi a minha vez de ficar assustada.

– Não se preocupe com isso, Rose. É puro instinto. – peguei Audrey tremendo enquanto Lissa ria ao meu lado, me ajudando. Após os primeiros minutos já me sentia uma expert.

Acordei no meio da noite sentindo o vazio ao meu lado. Quando abri os olhos Dimitri não estava em lugar algum do quarto. Desde o nascimento de Audrey Dimitri tinha desenvolvido um senso de alerta quase sobre humano. O mínimo barulhinho que ela fazia era suficiente para que ele acordasse. Joguei as cobertas para o lado e fui em busca dos meus amores.

Um filete de luz indicava que a luz do quarto de Audrey se encontrava acessa. Ao me aproximar vi Dimitri sentado de costas para a porta, a bebê deitada no berço enquanto ele dedilhava uma música no violão. Alguns instantes depois a voz dele preencheu o ar.

“I know a girl

She puts the color inside of my world

But she’s just like a maze

Where all of the walls all continually change

And I’ve done all I can

To stand on her steps with my heart in my hands

Now I’m starting to see

Maybe it’s got nothing to do with me

Fathers be good to your daughters

Daughters will love like you do

Girls become lovers who turn into mothers

So mothers, be good to your daughters to”

Sem que ele percebesse, eu adentrei o quarto e me encostei na porta admirando meu marido e minha filha em um momento só deles. Audrey encarava Dimitri com os olhinhos atentos, como se estivesse entendendo cada palavra do que ele cantava e o levasse muito a sério.

“Oh, you see that skin?

It’s the same she’s been standing in

Since the day she saw him walking away

Now she’s left

Cleaning up the mess he made”

– Exceto que minha filha vai ser inteligente demais pra cair nessa. – ele disse sério enquanto dedilhava no violão. Tive que morder os lábios para não morrer de tanto rir.

“Fathers be good to your daughters

Daughters will love like you do

Girls become lovers who turn into mothers

So mothers, be good to your daughters to

Boys you can break

You’II find out how much they can take

Boys will be strong

And boys soldier on

But boys would be gone without warmth from

A woman’s good, good heart

On befalf of every man

Looking out for every girl

You are the god and the wheight of her world

So Fathers be good to your daughters

Daughters will love like you do

Girls become lovers who turn into mothers

So mothers, be good to your daughters to…”

Quando Dimitri terminou a música tive que limpar uma lágrima que escorreu silenciosamente. Audrey bateu palminhas, empolgada.

– Papa. – ela disse e tanto eu quanto Dimitri congelamos.

– Ela acabou de dizer “Papa”? – perguntei me aproximando e Dimitri deu um pulo de susto.

– Meu Deus, mulher. Quer me matar do coração? – ele disse. Eu me sentei no braço da poltrona ao lado dele e a peguei no colo, ignorando-o.

– Você acabou de falar “papai”, filha? – ela riu e bateu palmas de novo. – Agora você pode falar “mamãe”? – pedi. Mas toda vez que ela abria a boca era pra falar papai.

– Desista Rose. – ele disse gargalhando. – Ela sabe que o papai é o melhor.

– Desculpa? – falei incrédula. - Foi você que carregou por nove meses e sofreu pra parir essa criança? É você quem a alimenta do próprio peito? Não. Então a melhor aqui sou eu. – talvez eu tivesse pego um pouco pesado demais, mas ele tinha conseguido me deixar verdadeiramente chateada. Audrey colocou a mãozinha no meu rosto chamando minha atenção.

– Mama. – ela disse e lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

– Viu sua boba? Agora pode parar de fazer drama. – provocou. Ele nos abraçou e deu um beijo na minha cabeça. – Minhas meninas. – disse de modo carinhoso. Eu realmente não merecia o marido incrível e paciente que eu tinha. – Amo vocês.

– Nós também te amamos, papai. – com todos os altos e baixos, eu tinha conquistado tudo o que era de mais importante no mundo, e agora, nada mais poderia me quebrar.


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