Mind's Control escrita por Liesel Odair


Capítulo 2
PASSADO


Notas iniciais do capítulo

Desculpem estar postando tão tarde, mas é que agora acabei o capítulo e estou ansiosa para que vocês leiam.
Nesse estou mostrando como ela conheceu a lenda dos Controladores de Mente.



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– Dois anos antes –


– Grace, hora de acordar. – A mãe de Grace, Morgan, abriu as cortinas do quarto da filha. A luz do sol atravessou o cômodo e chegou ao rosto da menina, queimando-lhe os olhos.


– Mãe. – A menina falou sonolenta – Hoje é sábado.

– Sim, mas você tem muita coisa para fazer. Hoje o dia está lindo levante-se e venha tomar café.

Grace morava com a mãe, Morgan e o irmão, Liam. Morgan era confeiteira de uma padaria na rua onde eles moravam e Liam fazia faculdade de medicina em Londres

Ao sair do quarto, Grace desceu as escada para encontrar a família na sala de jantar, para o café da manhã.

– Bom dia, irmãzinha. – Cumprimentou Liam, nada amigável. Grace e Liam tinham uma relação nada afetiva como irmãos. A mãe preparou a refeição e colocou panquecas no prato da filha. Depois de comer, Grace pegou o celular do bolso da calça e tirou os embolados fones de ouvido.

– Nada de aparelhos eletrônicos na mesa, mocinha. – Advertiu Morgan. Grace revirou os olhos e guardou. – Você sabe que eu não gosto disso. Vai ficar o fim de semana sem ele. Dê-me esse celular.

Grace já estava estremecendo. O celular era o único modo da menina se livrar dos problemas e ter pelo menos uma companhia – afinal, nem amigos ela tinha. Mas ela não desrespeitava a mãe, apesar de estar cansada de abdicar de tudo para deixá-la satisfeita.

– Não. – As palavras jorraram da boca da menina, e ela automaticamente abaixou a cabeça. Liam olhou-a como se ela viesse de outro mundo e Morgan arregalou os olhos.

– O que disse?

– Não. – Ela repetiu mais uma vez, criando coragem e encarando a mãe. – Não vou entregar meu celular. – Grace levantou-se e saiu correndo da cozinha em direção à porta, parando segundos depois no asfalto da rua deserta em frente à sua casa, com o sol brilhando acima de si.

• • •

Sentada no banco, Grace percebeu o quanto solitária era. Na praça da sua pequena cidade, a garota observava as folhas verdes das árvores balançando com a brisa fresca. Ao ventar um pouco mais forte, ela fechou os olhos e deixou a sensação passar pelo seu rosto.

Distraidamente, Grace colocou a mão no assento do banco ao seu lado. Espantada, ela recolheu. Havia tocado em algo macio. Abriu devagar os olhos e observou a forma humana que se encontrava ao seu lado.

Ela tentou sorrir para não parecer nervosa e não demonstrar medo, ele devia ser apenas um novo morador conhecendo o lugar.

O homem tinha cabelos grisalhos, apesar da aparência não estar totalmente envelhecida. Grace engoliu em seco. De onde ele saiu? Pensava ela.

O homem olhava para frente, desviando o olhar de Grace. Ela mirou em seu terno cromado e viu um crachá de uma empresa escrito “Adam, 0034”. Adam. Com medo de ficar sozinha ao lado do senhor, decidiu procurar outro canto da praça para ficar. Ao se levantar, ela escutou um barulho atrás de si. Adam havia dado um pulo.

Ela voltou a olhar para frente e apressou-se a andar, quando escutou o barulho dessa vez mais forte. Outro pulo. Ela tentava se concentrar em olhar para frente, mas os sons ficavam cada vez mais altos. Até que finalmente parou. Ela se sentiu aliviada, e olhou para trás. O homem estava no chão.

Grace arregalou os olhos. Adam se contorcia no chão, como aconteceria se jogassem sal em uma minhoca. Mas ao ver uma forma humana, era completamente diferente. Ao mesmo tempo em que ele pulava na grama, seus olhos se reviram e ficaram completamente brancos.

A garota pensou que ele era epilético, então saiu correndo para chamar socorro. Não havia ninguém na rua, em um sábado de manhã. Ela achou isso completamente estranho. Correu para casa, e entrou elétrica.

– Hm... Pensei que tinha ido embora para sempre. – Liam estava deitado no sofá, brincando com os dedos.

– O que seria do meu querido irmão sem sarcasmo? – Grace bateu os pés impacientemente – Preciso de ajuda. Urgente.

– Precisa de barro para construir sua casa? Infelizmente, não tenho.

– Poupe-me de seu deboche, Liam. Um homem está tendo um ataque epilético na praça.

Liam levantou-se, como se a irmã não tivesse dito nada, e subiu a escada para o quarto.

– Se ele tirasse aquele inútil traseiro do sofá para fazer alguma coisa, obviamente já teria arrumado um trabalho. – Disse ela, para ninguém em especial.

A relação dos irmãos não era muito boa desde a morte do pai. A mãe dizia que ele havia falecido um acidente de carro, e Liam defendia Morgan com unhas e dentes. Grace desconfiava e não acredita nisso, os irmãos viviam em conflito por causa dessa discordância.

Ela tinha apenas nove anos quando Henry, o pai, os deixou, e depois desse episódio os irmãos passaram a frequentar um psicólogo para amenizar o trauma que passaram.

• • •

– O que?! – Grace chegou ao lugar onde o homem havia tido um ataque, agora a praça estava cheia de pessoas e não tinha nenhum sinal de Adam. No banco agora se encontrava uma idosa, com uma bengala repousada na árvore ao lado.

– Minha jovem, o que aconteceu? – Perguntou a senhora gentilmente.

Grace sentou-se ao seu lado.

– Agora há pouco eu vim aqui, havia apenas um homem, ele estava se contorcendo no chão, acho que estava tendo um ataque...

– Hm. – A idosa interrompeu. – Acho que sei o que aconteceu aqui. E você foi a única presente?

– Só eu, mas...

– Estanho, muito estranho. Geralmente ninguém presencia esses momentos.

– Senhora, me desculpe, mas que momentos? – Grace perguntou não esperando uma resposta. A velha olhou profundamente nos olhos da garota.

– O Controle. Não sei se você conhece, mas vou contar uma lenda. Há alguns anos atrás, jovens cientistas descobriram uma fórmula para controlar a mente das pessoas. Eles pegavam mulheres grávidas e injetavam essa fórmula, destinados a testar se passava geneticamente. O resultado deu certo. Os filhos, netos, bisnetos e todos os outros descendentes nasciam com esse poder...

– Não sei do que está falando...

–... Apenas algumas famílias tiveram a sorte, ou maldição, de ter todas as gerações com esse poder. Como se controla mentes? É tipo uma hipnose, você olha bem dentro dos olhos das pessoas. – Grace desviou o olhar automaticamente para o chão. – Oh não, criança. Não tema. Eles olham muito fundo, qualquer pessoa normal não conseguiria. Eles enxergam através da sua mente, e navegam por lá. Quando querem seu corpo, ficam presos e não saem nunca mais.

– Então essas pessoas com poderes especiais...

– Controladores de Mentes. – Corrigiu a senhora.

– Podem tomar, por exemplo, cinco corpos ao mesmo tempo?

– Sim, criança. Controlar os cinco corpos ao mesmo tempo é possível. Mas há os que caçam esses Controladores, os aniquilam. Quem são eles? Os Hillander. Eles são pessoas que se oferecem para isso, porque alguém da família – ou até mesmo a própria pessoa – foi controlado, e eles querem justiça, impedindo mais corpos de serem tomados.

– Mas por que eles tomam as mentes?

– Irá descobrir sozinha, Grace. Sua família tem muito mais segredos do que imagina. – Com isso, a velha levantou-se apoiada na bengala e saiu andando rapidamente, ou o que seria rápido para uma pessoa idosa.

– Mas... – Grace suspirou. – Como ela sabia o meu nome? O que é isso tudo que ela disse? Mantenha a calma, Grace. – Disse ela para si mesma. – Isso é uma lenda, assim como vampiros e outras criaturas, nada disso existe.

Apesar de afirmar que era uma lenda para ela mesma, bem no fundo ela sabia que aquilo tudo era verdade. Depois de alguns meses, ela teve certeza.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, obrigada a todos que comentaram e elogiaram.
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