Extraterrestres -interativa escrita por Lucy


Capítulo 22
Lápis Qubrados




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Jackelyne Jones

Quando decidimos nos colocarmos ali naquela casa, estávamos contando com Kayla para que ela desenhasse comida, roupas, armas e essas coisas para nós. Bem, isso foi um grande erro. Vou contar exatamente como aconteceu:

Eu estava desembaraçando meu cabelo cor de rosa com os dedos ao lado de May. Fazia dois dias em que havíamos chegado lá, e, ainda estávamos nos acostumando, limpando a casa, jogando fora alimentos estragados.

A grama ainda estava enorme, porém, estavam menores do que quando chegamos ali. Não poderíamos cortar ela por inteiro, pois conforme Yuri fez questão de nos lembrar vinte vezes, tínha que aparentar para qualquer um que olhasse de fora que o lugar continuava abandonado, mesmo o muro feito de tijolos ter três metros de altura, e só termos conseguido ultrapassar ele por causa dos nossos poderes. Enfim, depois de quatro horas de discussão, o argumento do telepacta venceu, o que resultou em uma Karina se transformando em coelho e indo falar com os outros coelhinhos. Não sei bem dizer o que isso significa.

Valentina e Hana conversavam á alguns metros de nós, encostadas no muro cheio de musgo. Emily fazia carinho na Kim, em cima em um dos galhos mais baixos da única árvore dali, o que me deixava nervosa, pois a garota poderia cair em cima de mim a qualquer momento, já que eu estava debaixo daquela árvore.

Yuri, Andrew e Nate discutiam veementemente, gesticulando a toda hora, no centro do jardim, suas testas franzidas de concentração. Henri falava alguma coisa, enquanto Louis ria tanto que seu rosto se encontrava vermelho, provavelmente alguma piada. Zac passava um pano em sua moto, um dos únicos veículos que estavam na propriedade, sendo observado por May, que corava sempre que o garoto reparava em seu olhar para o abdmên dele. Chegava a ser engraçado, eu faria ela me contar tudo mais tarde. A garota querendo ou não.

Quanto á Karina, continuava na forma de coelho, e ficava pulando de um lado para o outro, seu pelo tão branco quanto a neve deslocado entre tanto verde. Todos estavam á vista, tranquilos. Menos o motivo disso tudo, a Kayla.

A procurei com os olhos, e a vi caminhando distraídamente, carregando um caderno fechado e outro aberto, do qual ela passava as páginas, observando os desenhos por poucos segundos antes de passar para o próximo. Em sua outra mão, estava todos os seus lápis de cor, presos somente por um elástico de cabelo cor de rosa claro, que estava quase rasgando. O primeiro problema foi que aquela doida não estava olhando por onde andava. O segundo é que ela andava em direção á caixa d' água, que estava com a tampa aberta, cuja os motivos são desconhecidos.

Kayla tropeçou em uma pedra solta, e caiu de frente, deixando tanto os lápis tanto os dois cadernos voarem livremente pelo ar. Os cadernos se encontraram diretamente com a água, fazendo várias gotas pularem para fora, os desenhos se estragando imediatamente. O elástico arrebentou bem naquela hora, o que fz com que os lápis se chocassem contra uma das pedras maiores, se quebrando.

Resultado: Eu, Roxanne, e Andrew estamos indo comprar lápis e cadernos novos para Kayla, pois, segundo o resto do grupo, nós tínhamos muitas chances de fugir com os nossos poderes, principalmente o Andrew. Só tinha um pequeno detalhe: Não tínhamos nem um centavo. Ou seja, iríamos roubar.

Tínhamos colocado outras roupas, para nos disfarçarmos. Eu estava com um short jeans de cintura alta, uma bota marrom que pertence á May, uma camiseta com estampa de zebra. Meus cabelos estavam presos em um coque desleixado, pintados de vermelho sangue, a única tinta de cabelos que havíamos achado naquela casa.

Andrew usava um jeans, uma camiseta de praia amarela e um boné de um time de beisebol qualquer, que tampava seus cabelos. Roxanne vestia um vestido lilás com uma sapatilha minha, que não valorizavam nenhuma de suas curvas. A garota parecia estremamente desconfortável, mexendo na saia á toda hora. Seus cabelos, presos em uma trança embutida, caiam pelas costas.

-Vocês ouviram falar que Dumbledore é gay? -Andrew começou a conversa, ajeitando o boné.

-O quê? -Perguntei, franzindo a testa.

-Sério? Tem certeza? -Roxanne arregalou os olhos, e me deu uma leve cotovelada. Era para disfarçarmos, parecermos três adolecentes comuns passeando nas férias.

-É verdade. Soube que ele até teve um caso com Grindelwald. -Respondi. Eu nunca tinha lido Harry Potter, mas já tinha assistido os filmes, além de ter visto a entrevista onde a autora da saga tinha admitido os sentimentos do diretor de Hogwarts pelo bruxo das trevas pela breve amizade entre os dois.

-Não, não, pelo que sei Grindelwald não correspondia os sentimentos. Oh, chegamos. -Andrew olhou por um momento para a fachada da pequena loja antes de entrar, seguido por mim e Roxanne.

A loja estava quase vazia, tendo somente três adolecente que deveriam ter quinze anos, olhando para um bloco de folhas A3 como se fosse a coisa mais importante do mundo, e a mulher atrás do balcão.

-Gente, eu acho que não vou conseguir controlar quatro mentes para fazerem coisas diferentes ao mesmo tempo não. -Me virei para Andrew e Valentina.

-Relaxa, deixe que eu distraio os garotos. Vai ser... Divertido. -Roxanne sorriu, seus olhos azuis claros brilhando, como uma criança ao ganhar um doce. Ela sorriu, expondo seus dentes perfeitos, e foi, rebolando em direção ao grupo de adolecentes.

-Com licença, vocês podem me informar onde é que fica algum restaurante? Eu sou nova na cidade. -Ela corou falsamente, uma atuação de dar inveja em qualquer um.

Eu e Andrew fomos para o balcão, onde uma mulher que devia ter vinte anos lia uma revista. Seus cabelos eram loiros escorridos, um pircyn se encontrava em seu nariz, lembrando um touro. Assim que chegamos, ela levantou seus olhos castanho claros para nós, claramente entediada.

"Desligue todas as câmeras da loja, e delete as filmagens da última hora. Depois, nos dê quatro cadernos, vinte canetas esferográficas, trinta lápis pretos, dois apontadores, nove borrachas, uma caixa com a maior variedade de lápis de cores que você tiver. Pegue o seu dinheiro, coloque a quantia necessária na caixa registradora da loja. Ligue novamente as câmeras, e se esqueça que passamos aqui. " Ordenei mentalmente, torcendo para dar certo.

E deu. Meia hora depois, nós três saíamos da loja, com sacolas nas mãos. No entanto, nada, nada é perfeito nesse maldito mundo, certo?

-Parados aí, alienígenas. -Ouvi uma voz atrás de nós, e percebi que não havia ninguém naquela rua para presenciar um possível sequestro.

Nos viramos lentamente, e vimos o trio de adolecentes que Roxanne distraíra na loja apontando armas para nossa cabeça.


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