Extraterrestres -interativa escrita por Lucy


Capítulo 18
Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

PRESTEM ATENÇÃO!!!
Gente, a partir de agora tenho uma meta de 5 comentários por capítulo, só avisando.



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Louis Black

Eu voava á uma distância de dois metros do chão, portanto frequentemente tinha que me desviar de galhos, me agachando. Eu estava nervoso, não somente por estar á aquela altura do chão, mas também por aquele garoto, o Yuri. Era extremamente desconfortável saber que ele poderia estar lendo os meus pensamentos, fulticando na minha mente sempre que quisesse. E o pior de tudo: Ele sabia do meu medo de altura. 

Fiquei agradecido por ele não ter contado para ninguém sobre ele, pois eu tinha a ligeira impressão que o nosso Chamas, o Henri, iria me zoar muito se tivesse conhecimento de que eu tinha medo de altura, mesmo que eu soubesse voar. Tipo, isso era completamente ilógico, até mesmo para mim. Eu não compreendia como eu conseguia ter medo de altura. Olha, nunca tive nenhum acidente traumático envolvido com altura ou nada do gênero. Eu simplesmente tinha, tinha desde que me conhecia por gente. Mas até ontem eu tinha certeza de que eu nascera na Terra, portanto, não é grande coisa mesmo, pois aparentemente eu não estou sabendo de nada.

O Sol começava a raiar no horizonte, fazendo com que as nuvens ficassem alaranjadas, o céu clareava lentamente, um belo espetáculo da natureza quando Yuri anunciou que era melhor pararmos para descansármos.

Ele estava com dois dentes faltando, resultado de uma briga com Henri. O motivo? O Chamas resolveu dar uma de engraçadinho e bateu na bunda da Karina, que como prometido, deu um coice nele. Mas aí o irmão dela começou a socar o idiota por desrespeitar a Karina/cavalo daquela maneira. Eu demorei meia hora para conseguir separar aqueles dois, pois eu não queria que ninguém ali morresse, e Yuri parecia querer ver Henri enterrado e morto.

O Johnny Storm* levou a pior. Saiu com um olho roxo e as costas se machucaram muito pelo coice que levou da égua/Karina. Eu esperava que ele estivesse desacordado, mas ele estava rindo. Rindo! Sério, depois dessa, não duvido de mais nada nessa vida completamente louca que eu tenho.

Karina se transformou em humana de novo, eu pousei no chão com prazer e fomos para um Bob's que só vendia milkshakes, o único aberto por ali. Foi aí que percebemos que só tínhamos dez dólares, que estavam na mochila que Yuri carregava. Depois de contar o dinheiro, olhou para a irmã bravo.

-Por quê você nã consegue economizar dinheiro, fica comprando patins e bicicletas novas? Se tivéssemos escapado pelo meu quarto... -O loiro franziu as sobrancelhas, irritado.

-Vai se catar, Apolo. Fugimos pelo meu quarto, e você não pode mudar isso, ok? -A garota revirou os olhos cor de violeta.

-Apolo? -Perguntei, mordendo o lábio para não gargalhar. 

-São apelidos, pelos nossos colares. Eu sou Apolo, e ela é a Ártemis. -Yuri disse, e se sentou em um banco, fechando os olhos e descansando. Imitei seu exemplo, meu desgaste tinha sido enorme, nunca voara por tanto tempo quanto naquele dia.

Por um momento pensei em como meus pais deveriam estar preocupados. Me senti um pouco culpado por fazer aquilo com eles, mas não tinha outra escolha. E Alícia? Eu iria ver eles novamente. Não aguentaria ter que passar o resto da minha vida sem ver novamente a minha irmãzinha ruiva e sardenta, nunca mais observar a desastrada derrubar algum vaso de flores da mãe em um acidente. Não, eu agora estava prometendo á mim mesmo que quando achássemos todos os E.Ts, eu visitaria a minha família assim que possível. Aquilo me ajudaria a seguir em frente.

De repente, o telepacta levanta o rosto, alarmado. Ele sorriu, e fez um gesto para seguirmos ele. Ótimo, lá se vai o nosso descanço. Valeu,  Yuri, o rasteador oficial de Aliens. 

Pele nos guiou até um beco escuro, onde tinha duas pessoas conversando. Uma delas era uma menina de cabelos cor de rosa, ela lavava eles em uma caixa d' água enorme, seus lábios se moviam continuamente, como se ela contasse alguma coisa. Outro era um garoto, os cabelos castanho escuro bagunçados, ele checava calmamente o combustível de duas motos, mas dava para ver facilmente que o castanho prestava atenção no que a menina de cabelos cor de rosa falava.

-... Então, foi desse jeito que os homens de terno me cercaram, no clube mesmo. E com você, como foi? -Ela começou a torcer os cabelos, sentada na beira da caixa de água. Suas roupas estavam ligeiramente molhadas, e uma poça se formava abaixo de seus pés conforme a água caía ali. Seus olhos esverdeados encaravam o chão, como se dali fosse sair tudo o que ela precisava. Porém, Yuri falou antes que o garoto contasse a sua pequena história.

-Jacke, Nate, olá. -O loiro disse, e os dois se viraram, assustados. O cara não tinha a menor noção de como dava medo ouvir uma pessoa que você nem conhece saber do seu nome. -Sou Yuri, estes são Henri, Louis e Karina, minha irmã gêmea. Também somos alienígenas, queremos achar outros como nós.

-Não fiquem assustados por ele saber tudo sobre vocês, o cara lê mentes, sabe? -Falei, sorrindo. Os dois continuaram nos encarando de boca aberta.

-É, super normal. Sou o Henri, o legal, engraçado... -Ele disse, dando um aceno breve com a mão.

-O Chamas de meia tigela, idiota... -Karina completou, cruzando os braços. Eu tinha a leve impressão de que ela não gostava mais muito dele depois que ele bateu na bunda dela. E eu não tirava a sua razão de estar irritada. Mas o chamas de meia tigela em questão não pareceu ofendido, parecia gostar muito de irritar as pessoas. Como se fosse um hobby que o divertisse.

-Enfim, estamos fugindo dos homens de terno preto também, queremos descobrir o que está acontecendo e achar outros E.Ts. -Falei antes que aqueles três começassem a brigar de novo.

-Provem para a gente que vocês também tem poderes. -Pediu o que devia ser o Nate (se ele fosse a Jacke ia ser muito estranho).

-E se a gente não quiser? -Henri perguntou, cruzando os braços. O cara queria arranjar briga.

-Você está pensando nas possibilidades de sermos agentes disfarçados. -Yuri falou, rolando os olhos. 

-Eu não confio em vocês. -O menino deixou bem claro, e Karina deu de ombros.

-Dãah. Eu também não confiaria, mas acho que é melhor nos juntarmos, assim temos mais chances de sobrevivermos. -Ela disse, e bocejou. -Mas agora eu só quero dormir. 

Decidimos, depois de dez minutos de discussão, que Jacke e Henri ficariam de vigia enquanto o resto de nós dormia. 

Eu tinha a impressão que ainda tinha outros para encontrarmos. E que isso ia gerar muita confusão mesmo.


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