Extraterrestres -interativa escrita por Lucy


Capítulo 12
Zachery O'Brian




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-Onde você acha que podemos ir hoje? -Meu primo, Connor, perguntou, dando uma grande mordida no seu Big Mac. Nós dois estávamos no McDonald's, tentando pensar onde que iríamos praticar motocross dessa vez. Eu molhei a batata frita no ketchup lentamente enquanto eu tentava ver se uma ideia caía do céu. 

-Hum... Que tal no Monte Trintoner? O lugar é bem maneiro. -Falei, mordendo a batata frita dourada, levemente queimada, com força desnessessária. 

-Fomos lá semana passada, vai acabar ficando repetitivo. Montanha Piburica? -Ele indagou, mas neguei com a cabeça assim que as palavras saíram da boca dele.

-Os bombeiros fecharam o perímetro pelo risco de desabamento de terra. -Suspirei, pendendo a cabeça para trás da cadeira. Tinha que ter algum lugar, quer dizer, a Nova Jersey é muito grande. Era impossível que não tivesse local algum onde eu e o meu primo já não tívessemos ido, ou que estivesse livre.

-Espera, já sei! -Connor falou tão alto que algumas pessoas se viraram para olhá-lo. Seus olhos brilhavam, e ele se inclinou, roubou uma batata frita minha. -O terreno que fica nos limites da cidade, aquele em ocorreu o terremoto, lembra? Ficaram muitas pedras, ninguém vai mais lá. Como não pensamos nisso antes? 

Me lembrei de que tinha sido eu o causador daquele terremoto, quando eu e meus pais adotivos fomos fazer um piquenique. Ficara bravo por algum motivo, e meus poderes saíram de controle. Como naquele dia, na escola...

Afastei o pensamento. Não iria ficar pensando na morte dos meus pais naquele momento. 

-Vamos, então? -Eu peguei a minha mochila onde estava o meu uniforme de motocross, e saímos da loja. Peguei a chave da minha amada Kawasaki ZX-10R verde, e acelerei pelo asfalto quente, com o Connor na minha cola. Demoramos apenas meia hora para chegar ao terreno, que, como meu primo prometera, estava vazio.

As rochas igrímes eram pontiagudas, algumas grandes, outras pequenas. A terra avermelhada se espalhava por toda a parte, podiam ser vistas poças de lama por alguns lugares. E também havia a fina rachadura no chão, que se estendia por metros. Ela tinha só alguns centímetros de largura, sem oferecer nenhum perigo para nós naquele momento.

Estremeci ao me lembrar que fora eu quem fizera aquela rachadura que uma vez já fora um abismo enorme. De como a terra tremia, as pedras rolavam, parecia que o mundo estava sem chão, um caos. E como tudo parou com um abraço forte da minha mãe, como ela conseguiu controlar a catástrofe. Se eu perdesse o controle de novo, não sabia como iria parar sem ela ao meu lado para me dar seu apoio, e o seu amor.

Trocamos de roupas com rapidez, sem querer demorar muito, e colocamos os uniformes quentes que me fizeram suar debaixo daquele Sol ao estilo deserto do Saara. Colocamos os capacetes, subimos nas nossas respectivas motos, e aceleramos no mesmo segundo.

Meu corpo estava inclinado para frente por hábito, minhas mãos enluvadas segurando firmemente o guidão, minha bota descia no acelerador. Vi uma pedra que poderia ser usada como rampa, e sorri. Fui para longe dela, e me virei, agora acelerando em toda a velocidade em sua direção, as rodas da moto rodando em velocidade absurda, e eu soube que se aquilo desse errado eu provavelmente iria quebrar o meu pescoço. Mas eu parei? É claro que não. 

A roda subiu na rocha, e coloquei o meu peso todo para trás, fazendo a roda da frente subir no ar, enquanto eu caía em direção ao chão, como um louco. Berrei de alegria, gargalhando abertamente, sem nem ligar para a possíbilidade enorme de que eu me estabacasse na terra ou coisa assim.

Caí em uma poça de lama, o que fez com que ela espirrasse para todo o lado, manchando o meu já sujo uniforme. Voltei á me apoiar sobre duas rodas antes que eu perdesse o equílibrio, e dirigi em círculos, comemorando veementemente, sem me importar com o Sol que queimava a minha cabeça, só sabia que eu estava feliz, e continuaria daquele jeito.

-Faz melhor, idiota! -Gritei para Connor, passando na frente dele, que olhava para mim paralisado. Ele saiu do transe, e acelerou atrás de mim, também rindo. Fugi dele, fazendo zigue zague entre as pedras, desviando delas com habilidade que só se adquiria depois de anos praticando algo, como eu fazia com a moto desde os quatorze, mesmo que com essa idade eu ainda não tivesse permissão para ter uma moto legalmente. 

Saltei por cima de uma pedra, e soltei uma das mãos do guidão, colocando o meu punho cerrado para cima. A poeira levantava por onde que eu passava, formando uma nuvem estranha no ar antes de desaparecer, por causa da coloração da terra. Pisei com mais força no acelerador, e virei para a direita. A moto vermelha do meu amigo estava do outro lado do terreno, e observei ele saltar por cima de duas rochas, girando no ar. Exibido. 

Quando eu ia gritar uma provocação, um carro negro deslizou, e de lá saíram dois homens armados, de óculos escuros, vestindo ternos. E o pior de tudo é que aquelas malditas armas estavam apontadas em minha direção. 

-Entre no carro, E.T! Sabemos dos seus poderes, agora entre! Agora! -O primeiro gritou. Porém, eu não era estúpido a ponto de obedecer ele. Se ele sabia dos meus poderes, provavelmente iam me abrir em um laboratório de cientistas doidos ou coisa assim. 

-Desculpe, mas minha mãe me ensinou á nunca aceitar carona de estranhos, otário! -Berrei, e me virei, acelerando a minha moto para o mais longe o possível deles. Os dois já iam entrar no carro quando Connor caiu com a sua moto vermelha em cima do capo, o que fez com que várias fagulhas douradas saíssem. O meu amigo gritou um "ops", e veio na minha direção.

-Cara, vou falar para a vó que você foi sequestrado, ok? Sai daqui logo, ou aqueles retardados vão tr alcançar. -Ele falou, embolado, antes de pegar o caminho de volta ao centro da cidade. Eu derrapei, e fui pelo caminho contrário ao dele, dirigindo como se a minha vida dependesse daquilo.

E o mais assustador é que talvez ela realmente dependesse daquilo.


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Notas finais do capítulo

Para começar, desculpe para todos que mandaram as fichas e não foram aceitos. Depois, têm dois personagens que eu queria MUITO colocar na fic, o Will, da frizzy, e Ally, da Carol Chase Lovegood. Eu adorei os dois, sério!
Beijos, e desculpem para os personagens que não foram aceitos. Por favor, não me matem.