Entre Nós Dois escrita por sta_gaby


Capítulo 4
Capítulo 4.


Notas iniciais do capítulo

Gente, este capítulo tá bem legal. A Leah contando a história dela pra Georgia, uma quase briga dela com a Leah. Ela com ciúme. E muito mais.

Espero que gostem. Ótima leitura.



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http://www.youtube.com/watch?v=me7GYlaliRE&feature=related
Essa música tem uma tradução linda e ela encaixa muito bem no começo desse capítulo. A tradução não importa muito mas seria ótimo se vocês lessem o capítulo com a música rolando.


- Minha mãe me expulsou de casa no dia em que eu recebi a carta.- Lembrar daquele episódio odioso é horrível. Insuportável.- Tudo começou quando eu cheguei em casa. Estava muito feliz. Fazia uma semana que eu e o tio Billy mandamos a minha inscrição pelo correio para o Circo Barum. Tinha acabado de chegar do colégio. Na entrada da casa, estava meu irmão. Seth, me esperava com uma carta na mão. Já podia imaginar o que era. Minha aceitação no Circo. Uma oportunidade de realizar meu sonho. Tudo estava perfeito até que eu fui pedir permissão à minha mãe, Sue.

Flashback

Peguei a carta da mão do Seth e fui correndo na direção da cozinha que era onde minha mãe estava. Estou tão feliz por ter conseguido a vaga.

- Mãe, MÃE! Eu consegui, eu consegui!- Gritei pela casa até que cheguei na cozinha e minha mãe estava sentada numa cadeira e com as mãos em cima da mesa.

Estava muito estranha aquela cena. Quando cheguei mais perto da mesa, reparei que no chão tinha três malas feitas e em cima da mesa, embaixo das mãos delas, tinha um envelope bem grosso.

- Mãe, o que é isso? O que...- Quando eu olhei melhor, vi que eram as minhas malas que estavam cheias.- Alguém vai embora de casa?- Eu não estava sabendo de nada apenas da carta.

- Sim.- Ela levantou a cabeça e me olhou nos olhos.- Você!

Eu não tive reação alguma. Eu não tinha feito nada.

- Mas...Mas...Por que?- Reparei que agora, também estavam na cozinha o Seth e o meu pai, Harry.
- Você teve a coragem de tomar uma atitude sem o meu consentimento. Você procurou o seu pai e o seu tio para te ajudar a ferrar com a sua vida. É, você nunca me ouviu, não é?- Não tive palavras diante do que ela estava falando.

Olhei para o meu pai que abaixou a cabeça. Eu bem conhecia o meu pai. Quando ele agia assim era por que ele já tentou se meter mais não conseguiu. Olhei para o Seth que, quando percebeu, saiu da cozinha.

- LEAH, OLHE PARA MIM!- Virei meu rosto na hora.- VOCÊ É UMA IRRESPONSÁVEL. Preste muita atenção. Eu te dei uma chance para você desistir desse seu sonho estúpido mas, como uma boa mãe, vou te dar mais uma chance. Você tem duas opções.- Eu não conseguia falar nada a não ser ficar ouvindo. Tudo que estava acontecendo me deixou em choque mas eu ainda conseguia organizar meus pensamentos.- Ou você desisti deste seu sonho e poderemos voltar a ser a família que sempre fomos ou, você vai embora e esquece que eu existo.- Isso sim me deixou em choque.

- O-O que?- Encarei a minha mãe e percebi que não fui a única a ficar em choque. Meu pai também.
- É isso mesmo que você ouviu.- Ela falou me olhando furiosa.
- Mas...Mãe. Eu não posso desistir do meu sonho.- Era óbvio que não.
- Então você não nos ama mais.- Não, isso não tem nada a ver, o que ela disse.
- Claro que amo, mãe. Mas...- Ela me interrompeu.
- Leah, entenda. Às vezes, temos que tomar decisões difíceis. Crescer é uma fase muito difícil.- Ela falou.
- Não, não é. Só é por que a senhora não concorda com o que eu quero.- Eu já estava me exaltando. Tudo isso já estava irritando.
- CLARO QUE NÃO GOSTO. Eu quero o melhor pra você, minha filha.- A interrompi.
- Não, não quer mesmo. Se quisesse, não faria essa proposta tentadora.- Fui até minhas malas e as peguei, juntamente com o envelope e a carta que ainda estava na minha mão- Ir embora!
- NÃO!- Meu pai gritou.

Fui para a sala sem olhar para trás. Por que minha própria mãe me daria essa opção? Desistir do que eu quero ou ir embora e não voltar mais? Minha própria mãe.

Já podia sentir lágrimas rolarem dos meus olhos. Senti alguém segurar meus braços quando eu estava colocando as malas no chão para abrir a porta.

- Não, filha. Você não precisa ir embora. VOCÊ NÃO VAI!- Ele gritou mais uma vez e agora, o Seth descia a escada correndo.
- Leah? Não. Não acredito. Mãe, O QUE VOCÊ FEZ?- Ele também parecia muito preocupado mas eu não posso fazer nada se minha mãe me expulsou de casa.
- Seth.- Fui até ele e o abracei.- Saiba que apesar de tudo, eu te amo demais, irmão.- O abracei mais forte e depois fui até meu pai.
- Não, eu não posso deixar você fazer isso. Não.- O abracei e sentia as lágrimas dele caírem no meu ombro direito.
- Pai, deixe-me fazer isso. Eu prometo que não vou abandoná-los nem nada. Eu vou mais volto. Como a minha mãe disse. Às vezes, temos que tomar decisões difíceis.- O abracei outra vez e fui até minhas malas. Coloquei o envelope e a carta de aceitação no Circo Barum na mochila e abri a porta.

Fim do Flashback

- Depois disso, só me lembro de coisas vagas. Lembro de me despedir novamente do meu pai e do Seth. Me despedi dos meus amigos e...- Olhei para um porta-retrato que tinha em cima da cômoda ao lado da minha cama. Nele havia uma foto minha com o Seth e com...- O Jake.

    Sim, eu lembro. Agente sempre brigava mas nesse dia, foi diferente.
    Vi o meu reflexo no vidro do porta-retrato e reparei que eu estava chorando. Não dá pra acreditar que depois de tantos anos, eu voltei para a cidade.
    Olhei para a Ge que estava quase chorando.

- Nossa, Leah. Você passou por um bocado, hein?- Ela falou e depois me abraçou.
- É, isso por que você não leu as mensagens que ela mandou para mim.- Peguei o celular e coloquei as mensagens para ela ouvir.- Essas são as piores.- Coloquei a mensagem para tocar.

"Às vezes, devemos abrir a mão de nossos sonhos para termos um futuro bom. Mas você não me ouve, só escuta seu pai. Outro errado. Você devia me ouvir e ser uma boa...Aperte 2 para ouvir as mensagens seguintes."


"Eu adoraria que você fosse a filha que eu sempre quis ter mas você está longe disso se continuar como está. E não me dá escolhas senão...Aperte 2 para ouvir as mensagens seguintes."

- E esta mensagem chegou depois das mensagens que ela mandou.- A mensagem que acabou com a minha vida.

"Olá, Sta. Hoover. Sinto lhe informar que sua entrada para o Circo Barum foi rejeitada devido à problemas familiares. Entre em contato conosco urgentemente. Tenha uma boa tarde...Sua caixa de mensagens está vazia."

    A Ge me olhou assustada e me abraçou outra vez.

- Eu sinto muito, Leah.- Ela me abraçou chorando.
- Pode ficar calma, Ge. Já faz muito tempo que isso aconteceu. Já me acostumei com o meu passado.- Falei e ela me soltou.
- Tá certo, então. O que vamos fazer...- Um barulho de grito masculino raivoso.
- O que será que é isso?- Falei e corri junto com a Ge até a janela.
- LEAH, EU TE MATO!- Quem estava gritando era o Jake que estava jogado no chão em cima da moto dela que eu quebrei sem querer querendo.

    A Ge começou a rir de repente, o que fez com que o Jake reparasse que estávamos na janela.

- Opa!- Ela falou enquanto prendia o riso.
- Argh, LEAH!- Ele gritou uma última vez e entrou correndo dentro de casa.

    Opa, acho que vai começar uma confusão agora. Ouvi passos corridos no andar debaixo e não esperei que eles ficassem mais perto. Saí correndo do quarto e me escondi no quarto do tio Billy.
    Já não ouvia barulho algum, só a minha respiração.

"Será que ele não conseguiu me encontrar e foi para fora da casa?" Pensei. Acho que ele já saiu de casa.

    Saí do quarto do tio e fui andando bem devagar pelo corredor. Olhei a minha volta e nada. Ninguém por perto. Ai, e a Ge? Será que ela colocou ele pra fora? Espero que sim. Dei mais um passo até chegar na porta do meu quarto. Lá estava a Georgia só que ela estava fazendo uns sinais.

- O que? Pode falar normal.- Murmurei um pouco baixo.
- Atrás de você.- Ela falou e putz. Eu não sei mas acho que minhas pernas começaram a bambear.

    Virei lentamente para trás com medo do que veria.

- Sua...Vaca!- Ele falou antes de me pegar pelo pescoço com muita raiva.
- Sai, Jake. Você sabe que eu não tive culpa. VOCÊ me irritou.- Falei tentando fugir das mãos firmes dele.
- EU tive culpa? Você tem certeza?- Ele ainda me prendia com as mãos. Eu batia nele tentando fugir mas isso só fez com que agente tombasse e caíssemos no chão.

    Tá legal, isso foi horrível o que aconteceu mas o que veio depois foi...Constrangedor.
    Eu estava caída no chão com o Jacob em cima de mim. Ficou um clima estranho depois disso por causa da situação em que paramos.

- Jake? Leah? O que vocês...- Oh, oh. Perigo à volta.

    Nós dois olhamos pra cima para ver quem tinha falado e no mesmo instante, levantamos do chão.

- Ah...Pai. Aconteceu alguma coisa?- Falei cínica tentando disfarçar o constrangimento por ter ficado tão perto do Jake. E...Nooossa, os olhos dele são tão lindos. Ele é tão...Chato. Ridículo! Argh. Não acredito que eu pensei algo bom dele, de novo!

- Sim, aconteceu. Aconteceu que a sua querida filha, tio. Quebrou a minha moto. A minha moto!- O Jacob falou enquanto me matava com os olhos.

- Leah. O que você fez dessa vez?- Meu pai me olhava impaciente.
    Er...Agora ferrou. O Jacob também. Esse pulguento me paga.

- Tá, eu quebrei a moto do Jacob mas ele mereceu!- Falei já saindo de perto deles. Não dá pra ficar perto do Jacob. Eu perco minha paciência. Argh.

    Quando fui entrar no meu quarto, a Ge estava olhando uma foto do Jake. Aii, como ela pode achar o Jacob bonito? Ele é ridículo. O odeio.

- Amiga, você não me apresentou ao Jake.- Ela falou assim que eu entrei no quarto.

    Não seja por isso. Abri a porta e vi que meu pai estava com o Jake do lado de fora.

- Jacob, pai. Essa é Georgia, minha nova amiga. Ge, esse é meu pai, Harry e Jacob, meu...Cachorrinho de estimação.- Falei rindo ao ver a cara que ele fez. Até meu pai riu.

    A Ge chegou na porta e o cumprimentou. Nem quis ver essa cena deprimente. O Jacob sendo legal com alguém. Eu sei que ele não passa de um garoto estranho e simplismente...Burro!
    Olhei na direção da porta e lá estava a Ge feliz e o Jake rindo.
    Pára de graça. A Ge está feliz por que finalmente conheceu o garoto que ela gosta. Já o Jacob, eu sei que ele está fingindo. Ele nunca foi assim com nenhuma garota.

"Ele nunca foi assim comigo!" Ahh...Fui eu mesma que pensei isso? Sai de mim, sai de mim!

    Me apoiei na janela e fiquei olhando para a rua. Tudo está tão mudado. A única coisa que não mudou foi essa birra entre eu e o Jacob.
    Tudo bem que eu não me importo nem um pouco com o Jake. Ele que se mate, se pinte de rosa ou vire gay. Eu sei que nunca vou tratar o Jake como um amigo. Se ele quiser falar comigo, que venha. Vou ser educada se ele for educado comigo. Ahh, admita Leah. É você que trata o Jake mal. Você que atiça as brigas. Argh.
    Abaixei minha cabeça e vi o que eu menos esperava ver.

"L&J" As nossas iniciais. Caramba, nem lembrava mais.

    Lembrei do dia em que, com toda certeza, fui amiga do Jake.

FlashBack...

O dia do meu aniversário de 11 anos.

    Abracei o Jake pelo presente que ele me deu de aniversário. Um colar com uma bailarina de pingente. O melhor presente que eu já ganhei na vida.

- Muito obrigada, Jake. Você não sabe quanto esse colar me deixou feliz.- Falei olhando para o pingente que brilhava ao contato com a luz do sol.

- Não precisa agradecer, Leah. Isso é um presente. E como seu melhor amigo, é ótimo te ver feliz.- Sorri ao ouvir o que o Jake disse.
    Ele pegou uma chave em cima da cama dele e usou a ponta da chave para escrever nossas iniciais na janela.

- Amigos pra sempre?- Estendi meu dedinho mindinho daquele jeito que amigos ou crianças fazem quando estão de bem.
- Sempre e sempre.- Ele juntou seu dedinho mindinho ao meu.
    Depois disso, levei um susto ao ver meu pai entrando no quarto.

- Vamos, Leah. Sua mãe já chegou.- Meu pai me chamando para ir ao parque.
    Estava indo na direção do meu pai quando o Jake me abraçou.

- Te amo, amiga.- Ele falou me abraçando.
- Te amo muito, Jake.- Ele mal sabe que é verdade mas não como amigo, ou primo de consideração. Eu o amo demais, Jacob Black.
    Fui na direção do meu pai. Eu já sabia que não iríamos para o parque. Nós estávamos indo embora só que eu não queria me despedir do Jake. Seria muito difícil de lidar com isso.

Fim do FlashBack...

    Essa foi a pior atitude que eu tomei na minha vida. Minha mãe depois desistiu de se mudar e quando o Jake descobriu, ficou muito chateado. Por mais que agente não tivesse se mudado, o motivo que acabou com a nossa amizade foi eu não ter me despedido dele.
    Isso o deixou muito, muito chateado e a partir daí que nós nunca mais nos falamos como antes.
    Olhei para ele quase abraçado a Ge no corrimão do corredor em frente a porta do meu quarto.
    Uma coisa que eu nunca admiti e o Jacob nunca soube. Eu sempre fui apaixonada, não. Sempre o amei mas nunca falei pra ele. E ainda agi errado.
    Mas eu consegui esquecer, apagar este sentimento quando o Ethan entrou na minha vida. Ah, se não fosse por ele. Eu acho que não teria suportado o que eu sentia pelo Jake. Hoje, eu posso dizer que eu não sinto mais nada pelo Jake.
    Olhei pro Jacob que ria muito feliz enquanto conversava com a Ge que parecia muito satisfeita em finalmente ter conhecido quem ela mais queria conhecer.
    Uma raiva passou por mim mas não tinha motivo. Eu devia estar feliz por ter me livrado do Jake mas parecia...Não!

"Eu não sinto mais nada, nada pelo Jake." Pensei e repeti milhares de vezes essa frase na minha cabeça.
    Argh, que raiva. Não vou ficar aqui olhando para eles e pensando no passado. Peguei o meu antigo rádio que nunca saía do meu quarto. Percebi que minhas malas já estavam lá. Fui até minhas malas, deixando o rádio no chão. Peguei um short azul de tecido leve para ficar confortável, uma blusa branca fresca de alças finas e um par de chinelos. Fui direto pro banheiro que tem no meu quarto. Entrei. Continua como sempre, impecável.
    Coloquei minhas roupas em cima da pia e tomei um banho rápido. Quando terminei o banho, me sequei, passei um escova rápida no meu cabelo e me vesti. Ficou bem fresco.
    Saí do banheiro e peguei uns Cds dentro da mala. Peguei o rádio e desci, após passar pelo Jacob e pela Ge, para o quintal. Também passei pelo meu pai que estava preparando o almoço. Pelo cheiro, bife com batata.
    Chegando no quintal, coloquei um dos cds pra tocar sem saber que música tinha. Liguei o rádio e a música começou a tocar.

http://www.youtube.com/watch?v=CO5dBB-ufJU
Gente, acompanha tá? Com esta música pra ficar mais legal.

   
"Não dá pra acreditar que eu lembrei da época que eu gostava do Jake." Pensei enquanto esticava meu corpo. Numa posição reta estando em pé, estiquei meus braços e depois os coloquei na ponta dos pés esticando mais o corpo e alongando as costas.

"Eu não creio que ainda estou pensando. Argh, e ele com a Ge? Aquilo não vai dar em nada." Voltei o corpo a posição reta e depois o inclinei para trás, começando uma ponte.

"Mas também, sua burra. Não se despediu do seu amigo agora...O que eu tô pensando?" Com a ponte já feita, mantive meu peso do mesmo jeito, obtendo o equilíbrio. Levantei uma perna e a estiquei acima da minha barriga.

"É decepcionante pensar no Jake. Ele nunca sentiu nada por mim." Argh, já estava com raiva dos meus pensamentos. Voltei a perna esticada junto a outra e depois as levantei junto. Incrível, não é? Anos de experiência no Circo.
    Continuei pendendo meu corpo no ar enquanto me equilibrava com as duas mãos no chão.

"Por que minha mãe não aceita simplismente que eu nasci para o Circo?" Lembrando da minha mãe, acabei me desequilibrando  e jogando minhas pernas para frente, dando uma cambalhota.

"Ela simplismente ignorou o fato de que eu teria que ir para longe de casa para conseguir realizar meu sonho." Ajeitei minha blusa e vi a moto do Jake jogada num canto.

"Ele bem que mereceu." Pensei enquanto subia na árvore do quintal que fica perto de um fino muro de cimento.

POV Jacob...


- Bom, eu já vou indo. Foi ótimo te conhecer, Jake.- Georgia falou enquanto me dava um abraço.
    Sabe, eu não sei direito se eu estou agindo certo. A Georgia é uma ótima garota mas...Eu acho que ficaríamos melhor como amigos. Argh, eu fiquei tão idiota depois do que a Leah fez. Éramos tão amigos. Eu consegui disfarçar muito bem mas...Eu sinto falta dos tempos passados. O problema é que aquela cabeça oca virou um problema.

- Jake...JACOB!- A Ge gritou me tirando dos meus pensamentos.
- Oi...Desculpa.- Falei sem graça por ter deixado a Ge falando sozinha.
- Tem uma saída sem ser a da entrada? A Leah comentou comigo que a porta dos fundos fica mais perto da minha casa.- Ela falou como se pedisse permissão para ir embora pelas portas do fundo.
- Pode ir. É só seguir esse corredor direto e virar a esquerda.- Falei enquanto descíamos a escada.
- Ok. Vou indo agora. Avisa a Leah pra mim que eu tive que ir embora?- Ela falou enquanto ia na direção da porta dos fundos.
- Claro, aviso sim.- Só por que pediu. Se for por mim, a Leah pode se matar, fugir de casa, ir morar naquele circo que eu vou comemorar.

"Argh. Admita, Jake. Você sentiria falta dela. Bem no fundo, você imploraria pra ela voltar." O pior é que isso é verdade.

    Após levar a Ge até a porta e me despedir dela, decidi procurar a Leah para dar o recado da Ge e me livrar logo de olhar para ela. Ou então, eu lembraria de tempos antigos.
    Fui andando pelo corredor e no quintal da entrada a Leah estava no muro fino fazendo abertura zero de cabeça pra baixo.

"Que maluquice é aquela?" Pensei enquanto olhava para ela.

    Eu não conseguia tirar os olhos dela se alongando. Era incrível. Uma Leah que eu nunca vi em ação na vida.
    Lá estava ela, fazendo movimentos giratórios no ritmo da música. E eu, fiquei observando cada movimento dela. Eu só não sabia explicar o motivo que me prendia aqui para ficar a vendo exercitar.
    Abri a porta e sentei num dos degraus da porta só para ver se ela continuaria os exercícios dela com a minha presença.
    E não é que continuou? Será que eu sou transparente?
    Olhei pra ela e ela estava se equilibrando num pé só. Como se fosse bailarina e devo admitir. Ela está linda assim.
    Só pra tentar irritá-la, cheguei perto do muro e fiquei assistindo-a bem de perto.
    Parece que funcionou por que ela deu uma cambalhota e me empurrou com o pé. O péssimo foi que eu não percebi que ela me empurraria.

- Porcaria, Leah.- Reclamei caído no chão.
    Ela nada falou. Levantou do chão e foi na direção do rádio. O desligou e entrou em casa.

"Tá legal. Eu não entendi por que ela me ignorou. Eu é quem devia ignorá-la pelo que ela fez com a minha moto."
    Uhn, mas parece que ela realmente ficou irritada. Por que seria? Não foi por causa da minha presença. Será que foi...Não acredito. Não pode ter sido por ciúme.

POV Leah...

    Vai ser uma comédia quando ele ver a obra do empurrão mas voltando a minha mente a ignorar o Jake, talvez funcione.
    Só que...Ah, vai funcionar sim. A partir de agora, o Jacob não existe pra mim. Olhar pra ele, lembrar dele com a Ge me lembra muito de quando eu gostava dele.
    Entrei em casa e bati a porta bem forte. Com isso, atraí olhares assustados do meu pai e do meu tio.

- Leah, você tá bem?- Meu tio Billy perguntou.
    Sorri amarelo.

- É claro, tio. Estou ótima. O almoço já está pronto?- Perguntei deixando o rádio no chão do corredor. Tá, eu sou só um pouco relaxada.

- Já está sim. Só espera o...- Meu tio respondeu mas não terminou quando viu o Jake entrando.
- Jacob, o que houve com você?- É agora! Fiquei séria e com uma aparência preocupada.
- Nada, pai. Por que?- O Jacob nem percebeu.
- Jacob. O que é isso na sua calça? Oh, também está na sua blusa.- Falei quase rindo. Só me arrependi de ter falado da blusa depois. Sabe por que? Por que ele tirou a blusa pra ver o que era e isso fez com que ele ficasse com o corpo a mostra. E que corpo!

"Pode parando, Leah" Me desaprovei pelo que pensei.
    Olhei para o Jacob que parecia muito furioso.

- Isso não é nada, pai.- Ele falou enquanto lançava o olhar de sempre para mim.
- Vá já tomar um banho. Agente vai te esperar para almoçar.- O Billy falou enquanto terminava de arrumar a mesa da cozinha.
    E a reação do Jacob foi T-U-D-O. A cara de espanto por não poder comer agora. Tadinho, deve estar com fome. Há, se ferrou. Não resisti e comecei a rir quando ele subiu para o quarto resmungando.
    Senti olhares em cima de mim mas não me importei.

- O que você aprontou, Leah?- Meu pai falou enquanto terminava o almoço com a ajuda do meu tio. Depois de alguns minutos, meu tio abriu a torneira da pia e ficou batendo nas panelas.

- O almoço tava bom, não é? Leah.- Ele falou em tom alto e depois, parecia que tinha uma cavalaria dentro de casa.
- Já terminaram de almoçar?- O Jake falou quando entrou na cozinha.
    Ah, por isso meu tio fez essas paradinhas aí.

- Não, Jacob. Nem começamos.- Tio Billy falou rindo juntamente com o meu pai.
    É claro que eu não ficaria pra trás. Comecei a rir também. Mesmo sem vontade.
    O Jake, como sempre, me fuzilou com os olhos.

- Vamos, antes que a comida esfrie.- Meu pai falando se sentando numa ponta da mesa. Meu tio sentou na outra ponta da mesa. Não querendo ficar pra trás outra vez, lavei minhas mãos rapidamente e sentei no lado direito da mesa. A pior parte desse almoço em família é que a mesa é de quatro cadeiras. E adivinha. Sim, o Jake tinha que sentar na cadeira a minha frente e isso não seria nada legal.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?



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