Juntos Pelo Acaso escrita por Thais


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

oi oi, como vão?

Boa leitura e até lá ♡



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POV Cato

– Quem é? – Clove perguntou sorrindo, como se estivesse acabado de fumar.

– É a assistente do serviço social. – explico. – Você tem cinco minutos para tomar banho, ficar sóbria, descente e dizer como você tem sido uma responsável chata desde que nós nos mudamos para esse inferno, me entende Cloveita?

– Ah, eu entendo benzinho. – Clove assenti freneticamente com a cabeça enquanto sai correndo.

– Vai, vai logo!

Ela se vira para mim e arregala os olhos. A danada estava indo para cozinha e não subindo as escadas. Maldita seja!

– É pra cima Clovelita, pra cima! – falo, tentando manter minha calma.

– Ah, ah que legal. – Ela sobe correndo as escadas e acaba rolando alguns degradais. Mas para minha felicidade e calma, Clove chega viva ao andar de cima.

Saio de dentro de casa esbanjando o meu sorriso mais sedutor e simpatizante possível. Quando Peeta e Katniss ainda eram vivos, costumavam fazer sempre jantares as sextas e Clove eu sempre íamos. Aos empurrões, chutes e beliscões, mas íamos. Ela costumava dizer que esse sorriso que eu dava era apenas para levar garotas burras e indecentes para cama. Ela tinha razão, ou melhor, tem.

Eu não sei o motivo, quero dizer, até sei, mas não vale tanto apena admitir. Não agora, porém minha convivência com ela estava ficando diferente. Às vezes eu olhava pra ela e ela retribui o olhar, mas logo após voltava a me chutar e me xingar de tantas coisas que eu já podia criar um lista.

Talvez Clove seja uma boa pessoa, mas eu outros sentidos, se é que vocês compreendem o que eu digo.

Cato cala essa sua boca e continua a enrolar a Enobaria aqui nessa garagem. Por falar em Enobaria, eu a trouxe aqui para garagem pra mostrar algumas coisas que nem eu sei o que são. Ela tem um bigode horrível, que por Deus amado... fora os dentes afiados. Santo pai amado, esse negocio é humano mesmo?

– Você tem certeza de que não quer ver a garagem outra vez? – pergunto quase que a empurrando para fora de casa.

– Não depois de duas vezes meu caro. – murmura ela. Vadia!

– Mas ainda tenho várias ferramentas legais para mostrar a senhora.

– Ah, eu estou bem. Aliás, normalmente, eu já teria terminado.

Clove entra na casa exalando um cheiro realmente delicioso. Mas não mais delicioso quanto sua roupa. Ela sorriu descaradamente para mim e para Enobaria, enquanto ajeita seu mini short , ou melhor, aquilo era uma calcinha.

Para de pensar merda Cato, faz favor. É difícil pensar em outra coisa, não com esse par de pernas na minha frente.

– Desculpe pela demora. Eu tive que fazer o bebe dormir, sabe? – fala Clove.

A assistente se vira pra trás e vê Prim brincando com o ursinho dentro do pequeno berço. Ela encara Clove que outra vez começa a rir.

– Ah, ta vendo o por que! É só tirar por um segundo os olhos delas, que ela sai louca por ai.

– Okay, então vamos começar, não é?

Sentamo-nos no sofá de frente para ela. Só de olhar praquela mulher me dava medo. Muito medo.

– Vamos só conversar, está bem? Falar de vocês, de seus planos... como vocês pensam que estarão daqui cinco anos?

– Eu, eu, eu sei a resposta! – Clove grita alevantando as mãos.

– Cala boca, deixa que eu falo. – murmuro.

– Não, não eu to bem. Bom, eu tenho uma pequena loja de comida, então talvez vamos ter em breve um pequeno restaurante. Estamos crescendo! Ah, eu to adorando, to até pensando em colocar azulejos...

– Claro isso faz parte do plano dos cinco anos, colocarem piso novo...

– Enfim Cato, eu espero um dia ter minha linha de comida congelada orgânica, mas isso é para os planos de 10 anos. – Clove arregala os olhos. – Ah meu Deus, você perguntou cinco anos! Nós não incluímos a Prim nisso... deixa eu voltar, por favor, você sabe que ela é uma grande parte de meus planos.

– Não, não! – gritou a mulher. – Ta certo, ok? Obrigada. É vejamos, Cato?

– Cato? Cato to bom... Bom, eu sou diretor técnico das transmissões de jogos.

– Muito bem, e o que o diretor técnico faz?

– É-é o diretor diz pra preparar a primeira câmera e eu sou o cara que aperta o botão que troca a câmera. – explico.

– É ele é o cara que aperta o botão. – Clove sorri irônica. Maldita seja pela milésima vez!

– Eu acho que em alguns anos, quando o chefe for preso com uma prostituta, ou travesti outra vez, eu vou conseguir meu cargo de diretor.

– Ah, nossa – comenta Enobaria. – O senhor Mellark disse que vocês estão solteiros e não estão envolvidos em nenhuma... relação.

– Hein? – pergunto.

– Jesus cristo. Vocês dormem juntos, fazem sexo, fodem, nheco-nheco, amor, que seja, sim ou não?

– Não! – respondemos em uníssono.

– Que ótimo, porque essa situação, duas pessoas solteiras vivendo sobre o mesmo teto, criando um bebe que ficou órfão é complicado o bastante. Sem confusão é.... vocês sabem, aquilo.

– Fica tranqüila, não vamos complicar nada com isso. – diz Clove.

– Sem complicações.

– É Cato, eu tinha bastantes complicações em minha época, sabe?

– Não meu bem, e acho melhor você calar essa sua boca.

– Olha, vocês são pessoas prestes a ter o pior ano de suas vidas. Eu vou ser honesta com vocês. – disse a mulher. – Quer fazer piadas com prostitutas? Faça, eu não ligo. Vocês não têm ideia com o tipo de famílias que eu ligo. Prostituas e travestis são os meus casos favoritos. – sorriu. –
O único obstáculo aqui são vocês dois e se vocês podem ou não ser bons pais. O que queremos evitar é que Prim perca mais pessoas próximas a ela.

Ela suspirou pesadamente antes de prosseguir. – Seus amigos acharam que podiam fazer isso, mas pra que ser honesta? Eu não tenho certeza.

Ela sorriu e se alevantou, caminhado para porta e nos deixando um boa noite cheio de falsidade.

[...]

Prim chorava a algumas horas e Clove andava pra lá e pra cá com ela.

– Cato, como eu posso estar de ressaca sendo que nem dormi ainda?

– Por que a gente precisa a fazer dormir. Ela só tem que dormir!

– Ela não ta quente, não ta com febre. Só está cansada.

Essa baixinha ta me tirando do serio!

– Que horas são? – pergunto.

– Não sei. Por que não usa um relógio? – comenta irônica.

Sai bufando de perto dela e liguei para vizinha que Peeta e Katniss chamavam de domadora de bebes. Mesmo estando longe de Clove, ainda consigui a ouvir gritar: “Não haja como uma garotinha menstruada, Cato Messer!”

O som da porta batendo me fez “acordar”. A domadora estava aqui e foi logo pegando Prim no colo e a levando para cozinha. Depois de alguns minutos ela se acalmou.

– Eu não sei o porquê, mas toda vez que a coloco perto do sugar ela se acalma. É bem melhor do sair para passar... se não se importam, eu tenho prova amanha e preciso acordar cedo.

Levamos a garotinha até a porta. Clove me deu um cutucão no braço.

– De dinheiro pra ela Cato.

– Ei, pegue esse dinheiro e peça desculpas para seus pais. Não é legal chamar nesse horário, sabe?

– Não acho justo aceitar. Pode ficar pra você.

– Ah, ta bem.

– Da o dinheiro pra ela merda! – Clove me da ta uma tapa no peito.

– Eu insisto.

– Muito obrigada viu. – Clove sorri falsamente abrindo a porta.

– Obrigada mocinha.

Clove parou sobre a porta e me encarou. –Que bom, né?. Eu vou dormir até não poder mais.

– Eu também, Clovelita.

Estamos indo para subir a escada quando Prim voltou a chorar loucamente.

– Ah não! – Clove se atira no chão.

É, essa noite vai ser longa...


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