Anos atrás...

O relógio marcava dez em ponto e eu já estava pronta desde as nove. Não acreditava no que ia fazer, na verdade eu acreditava só um pouco, já que meu coração parecia que iria sair pela boca se eu a abrisse. Bom você deve está se perguntando o que diabos eu vou fazer de importante. Eu apenas vou sair com um estranho – espero que seja um. – Minha querida, amável e doce amiga Katniss Everdeen me obrigou a sair com o tal cara.

Katniss sempre teve essas idéias loucas e vive dizendo que eu não dou a mínima para relacionamentos. Mas para que dar importância? Eu tenho sorte no jogo, porém no amor já são outros quinhentos. Além do mais tenho meu trabalho e aquilo lá me tira todo o tempo possível.

Vocês devem estar se perguntando quem eu sou também e antes que me chamem de mal educada, vou me apresentar. Chamo-me Clove Berenson, tenho 25 anos e sou dona de uma confeitaria. Todos implicam com esse fato, porque eu não dou mais bola pra nada, porque e só trabalho e blah, blah, blah. A única pessoa que me apoio na época foi Peeta Mellark, que graças a mim, conheceu Katniss. Os dois se cassaram faz alguns messes e estão ainda naquele clima de “paixão a primeira vista”.

Sou tirada dos meus devaneios com alguém apertando loucamente a campainha. Me olho rapidamente no espelho e sem via de duvidas estou bem atraente. O vestido vermelho não era a melhor opção para um primeiro jantar, mas deixava o meu melhor a mostra se é que vocês me entendem. Caminho até a porta e quando a abro me reparo com Cato Messer, bufando irritado.

Cato é um famoso coordenador de esportes. Passava o dia em uma sala mandando em pessoas e fazendo seu trabalho como nenhuma outra pessoa fazia. Messer é um total bad boy e pegar mulher com certeza é seu hobby favorito.

– O que você está fazendo aqui? – pergunto, visivelmente irritada.

– Quem te vira quem te vê Clovelita – diz ele, arrogante como sempre – Estou atrasado?

– Uma hora só, mas, sabe... Não me chame de Clovelita.

– Não é seu nome?

– Meu nome é Clove seu anta!

Passo em sua frente e mesmo estando de costas, sinto seus olhos em minha bunda, o que comprovo quando abro o portão para ele passar. Caminho até meu carro, mas sou parada quando ele resolve me puxar com sua mão mutante. Já mencionei que ele parece um gigante? Deve ser porque eu sou pequena mesmo.

– A onde a senhorita pensa que vai?

– No meu carro?

– Não mesmo – Cato me entrega um capacete – Vamos de moto.

– Ah vá à merda. Eu não ando nesse negocio ai.

Cato bufa e me mostra o dedo – Só vou com seu carro porque sou uma boa pessoa.

Dou uma risada irônica tentando em vão amenizar o clima. Cato era tão grande que mal cabia dentro do carro. Quando finalmente estava ligando o carro para sairmos e acabarmos logo com aquilo, seu celular começa a tocar a pior musica que já havia ouvido.

– Alô? – diz ele, com a voz rouca – Sim... Acho que não... Posso, às 11, que tal as 10:30? Está certo.

O olho incrédula. Não acredito que ele me daria um fora ali mesmo, por um lado seria ótimo já que não iria precisar aturar Cato Messer arrotando e dando cantadas de caminhoneiro.

– Clove é o seguinte – ele passa a mão pelos cabelos – já te disse que adorei esse vestido? Mas vai ser uma pena não poder ver o que tem por baixo. Minha amiga está doente e tenho que ajudar ela, você se importaria de...

– Primeiro: eu não sou seu amor, segundo: você JAMAIS vai ver o que tem por baixo de meu vestido! – grito, saindo do carro – terceiro: que bom que sua amiga está doente assim não sou obrigada a olhar para sua cara!

– Mas ela está doente...

– Ótimo! Então cure ela com seu pênis mágico! Eu não sei o que Katniss estava pensando!

– Eu também não! – grita Cato, saindo do carro - Katniss se esqueceu de me dizer que você estava menstruada!

Entro bufando dentro de casa. Que raiva de mim, que raiva da vadia ingrata da Katniss, que raiva de Cato. O que eu queria agora ela arrancar o seu bem mais precioso com minhas próprias mãos. Pego meu telefone pronta para xingar Katniss até minha voz falhar.

“Oi, Clove?”

“Clove o cacete! Katniss você fuma crack? Andou bebendo foi?” – grito.

“Ai o que aconteceu?” – Katniss pergunta como se não soubesse de nada.

“Cato Messer aconteceu.”

“Ah, os amantes desafortunados. Mas me conta, rolou um sexo selvagem?”

“Claro que não sua puta! Quero que me prometa uma coisa”

“O que quiser amada.”

“Katniss, me prometa que eu jamais terei que vê-lo outra vez”

“Okay. Eu prometo.”