Os cabelos ruivos de Luce pairavam no ar, ela odiava estar em um orfanato desde seu primeiro ano de idade. Sempre nos dias de domingo ela saia pro pequeno quintal do orfanato ,onde ela ficava observando mães passeando com seus filhos do outro lado da estrada. Seu sonho era ter uma mãe para lhe contar histórias e fazer cafuné.
O sol já se enterrava entre as colinas formando um pôr-do-sol incrível ,o qual coloria o céu com várias tonalidades. Era tão bom ficar ali observando o sol se pôr ,o quintal era bem mais bonito que o orfanato.
O orfanato tinha dois andares, nos andares de baixo ficavam a cozinha (onde serviam uma merenda horrível e sem sal ), ficava também o quarto das faxineiras e os de todos os outros funcionários, no andar de cima haviam quartos inumerados do um ao setenta e seis, cada quarto para uma adolescente.
ouviu um grito severo da dona do orfanato (Liliam).
--- Ei menina arrume suas coisas, você foi adotada.
Luce ficou completamente sem palavras, estava tão contente e ansiosa para conhecer sua nova família que correu para seu quarto arrumar as malas, seu coração acelerou só de pensar que depois de 14 anos presa naquele orfanato, poderia finalmente ter uma vida normal.
Ela parou em frente ao quarto 63, abriu a porta e disparou-se em direção a sua cômoda singela e escura, jogou sua roupas rapidamente para dentro de uma bolsa de tecido que Liliam havia lhe entregado. Luce tinha poucas roupas, porem bastante uniformes que eram obrigatório no orfanato, ela escolheu sua melhor roupa e a vestiu com rapidez, era um suéter branco que realçava seu longo cabelo ruivo e com seus olhos esverdeados com rubi. A calça jeans era cumprida, dobrada na barra, mas mesmo assim ainda cobria uma parte dos seu all star desbotados. Pegou um pente prateado e começou a desembaraçar os fios do cabelo que batia na cintura de Luce, logo depois colocou seu pente na bolsa, pegou sua escova de dentes, um lenço para enfeitar seu cabelo , seu primeiro e único par de brincos e enfiou tudo na bolsa.
Luce parou no meio daquele quarto minúsculo que cheirava a mofo, ela observou tudo para ter certeza de que não estava esquecendo de nada, e percebeu que faltava seu bem mais precioso ; o retrato de sua mãe que ficava em cima da cômoda, aquele retrato fora tirado poucos dias antes do parto, pois sua mãe estava com um barrigão enorme.
Ela agarrou o retrato e pôs sobre a roupa que estava toda passocada dentro da mala. Luce saiu do quarto correndo em direção ao corredor principal, ela não tinha nenhuma amiga ali, então isso pouparia seu tempo de ter que se despedir de alguém ,ela odiava despedidas, mas queria sair daquele orfanato o mais rápido que pudesse.