Irresistível Fanfic Twiligth escrita por Mari Scotti


Capítulo 43
Capitulo 17 – Fase 2 – A Ilha




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         Mais de duas semanas se passaram, Jacob e os Quileutes não eram mais problema, o problema maior era Bella que se negava a casar e não conseguia entender o motivo. Passei dias e noites tentando compreender e agora, enquanto velava por seu sono, começava a achar que ela não queria é se tornar vampira, já que isso acontecerá depois da nossa união oficial, era a única resposta coerente que encontrei para a falta de interesse dela.

         Alice já estava com quase toda a decoração comprada, o layout do convite de casamento pronto, nossas roupas encomendadas, mas faltava Bella acertar a data.  

         Do lado de fora da casa ouvi os pensamentos do lobo que rondava a casa. Todas as noites Jacob ficava cerca de três horas olhando a casa de Bella e depois sumia, cada vez mais triste por ela não ser seu imprinting. Entendia Black já que se Bella não fosse meu presente e meu futuro eu não saberia o que fazer. Ela era tudo pra mim, todo o motivo de ainda existir.

         “Porque não pode ser ela?” – suspirou Black em seus pensamentos e ouvi enquanto se afastava da casa para continuar sua ronda noturna.

         _Edward... – Bella balbuciou durante o sono, apesar de já ter me acostumado a ouvir sempre sentia um friosinho na barriga. Sorri tristemente pois, noites como essa estavam perto do fim pois, em breve ela também não precisaria dormir e isso me desagradava um pouco por ser um dos meus momentos prediletos da noite. Ela se moveu virando o rosto e sussurrou com certa agonia na voz – Não posso Edward...

         Franzi meu cenho, me aproximando um pouco mais. Não pode o que? Se casar? Desejei acordá-la e questioná-la até que ela se explicasse mas não fiz. O rosto dela estava sério, a testa úmida de suor, outro pesadelo.

         _Não... não posso... Renee... – Bella abriu os olhos acordando, me olhou e me abraçou com força – Ah... que bom que você está aqui.

         _Você está com medo por Renee?

         Ela me olhou por um tempo depois bufou.

         _Falei dormindo? – confirmei – Dez anos é muito tempo longe dela...

         _Você pode esperar mais... não precisa se tornar uma de nós logo depois do casamento.

         _Não! Não vou esperar... eu só... preciso... pensar.

         _Em que?

         _Como contar a...

         _Mais ninguém pode saber, Isabella. – lembrei-a.

         Bella fez uma careta por chamá-la de Isabella e soltou um muxoxo baixo, os ombros cedendo como se desistisse.

         _Eu sei... Mas como vou explicar dez anos de ausência e de repente aparecer linda, sem nenhuma mudança física durante todo esse tempo?

         Bella estava certa, se demorarmos cinco anos para visitar Renee já será estranho Bella permanecer igual, imagino dez. Beije-lhe a testa carinhosamente.

         _Mais ninguém pode saber, Bella, pensaremos juntos em uma solução, está bem?.

         _Obrigada, Edward. – sussurrou ela, assentindo e se ajeitando. Minutos depois dormia profundamente em meus braços.

         _Acoooooooooooooooooordaaaaaaaa! – gritou Alice entrando no quarto de Bella às 07 da manhã, Charlie logo atrás com uma bandeja com o cereal costumeiro que Bella tomava. Ela reclamou se sentando e esfregando os olhos, logo depois sorriu agradecendo o cereal a Charlie.

         _Por que dessa recepção? – questionou e vi quando suspirou por eu aparecer atrás de Charlie e entrar no quarto. Assim que ouvi a idéia na cabeça de Alice, sai pela janela para fingir estar chegando na casa junto com ela.

         Me aproximei e dei um beijo na testa de Bella, deslizando a ponta dos dedos pelo rosto até apoiar a mão inteira no pescoço dela, sentindo a pele quente e levemente suada por ter acabado de acordar. A pele dela se arrepiou e o rosto ficou rosado quando ela sorriu e me encarou, o olhar estava sereno mas havia certa preocupação nas pupilas dilatadas e amendoadas.

         _Bom dia, Bella.

         _Bom dia, Edward...

         _Você precisa correr Bella, precisa escolher a data. Eu já sei qual você escolheu, mas não vou contar. Vamos, toma logo o café!! Vamos!! – Alice falava empolgada, andando em volta da cama como um cachorrinho com fome – Já mandei imprimir os convites!!

         Tentei ler a mente de Alice para descobrir a data, mas experiente, ela não pensou sobre ela em nenhum minuto.

         _Escolhi é? – Isabella mordeu o lábio inferior procurando meu olhar, sorri encorajando-a a se arrumar e ir com Alice.

         _Escolheu e será logo.

         _Graças a Deus! Não agüento mais vigiar esse aí no quarto da minha filha! – Charlie soltou e todos caímos na gargalhada, até Bella apesar de ficar novamente com as maças do rosto avermelhadas.

         _Ok. Deixem eu me arrumar. – ela levou a colher a boca e se levantou afastando a bandeja das pernas.

         Peguei da mão dela e coloquei sobre a escrivaninha, saindo do quarto junto com Charlie.

         _Que dia? – ele perguntou assim que descemos as escadas.

         _Alice não pensou. Também estou curioso. – ambos rimos.

         _Não que eu esteja ansioso pelo casamento...

         _Claro que não. – ri dando um tapinha nas costas de Charlie que seguiu para a cozinha para tomar seu desjejum.

         _Alice sempre acorda tão cedo? – questionou colocando a chaleira de água no fogo para ferver e preparar um café.

         _Não dormimos. – respondi.

         “Acho que nunca vou me acostumar com isso.” – ele pensou, soltando um suspiro baixo. Estava de costas para mim colocando pó de café no coador.

         _Uma hora se acostuma sim, xerife. – disse eu puxando uma cadeira e me sentando.

         _Não creio. Você saber o que pensei é constrangedor. “Escute a data!”

         Sorri e logo ouvi o pedido seguinte na mente de Charlie, uma risada gostosa saiu dos lábios dele quando me encarou e se sentou à minha frente.

         _Vou ouvir, mas acredito que somos mais curiosos que as mulheres. – apontei para o andar de cima indicando Alice e Bella que provavelmente falavam sobre a data, Charlie concordou ficando em silêncio, voltando a atenção para a água que começava a borbulhar.

         Ele estava ansioso por saber a data, mas não por Bella se casar, mas por Bella se mudar, deixá-lo sozinho nesta casa. Estava sofrendo em silêncio pela solidão que voltaria a viver e ao mesmo tempo apreensivo pela transformação pela qual ela passará. Inúmeras perguntas passavam na mente dele, alguma coerentes, outras confusas. Apertei meus lábios tentando desligar minha atenção dele e me concentrar nas meninas.

         “Bells, você prefere verde? Certeza? Verde é um horror para decoração de casamento!” – Alice reclamava e podia ver Bella morder a boca através dos olhos de Alice.

         “Alice, você tem toda a liberdade, faça o que quiser e como quiser”.

         “E a data?”

         “Essa é a melhor... você sabe. Talvez nem chova.” – Bella respondeu e as duas riram. Alice olhou para o chão e entendi que era um truque para que eu não soubesse a data.

         Quando Alice olhou para Bella de novo, ela entregou um bilhete e sussurrou.

         “Abra longe de Edward... é a data que escolhi”.

         “Mas ele vai saber...”

         “Me deixa contar... vou contar hoje pra ele. Ta?”

         “Combinado”.

         _Elas não querem que eu saiba até está noite Charlie, mas Bella já escolheu a data. – o informei.

         Ele me olhou e estendeu uma xícara com café pra mim. Recusei sem receio dele me achar estranho, afinal ele já sabia que eu não comia este tipo de alimento.

         _Sempre me esqueço.

         _Não se preocupe.

         _Edward...

         _Prometo que ela sempre estará segura.

         Charlie me olhou e sorriu dando um longo gole no seu café. Logo ouvimos Alice e Bella descerem as escadas.

         _Vamos, Edward?

         _Já?

         _Agora.

         Bufei e segui Alice, ela me mostrava em sua mente uma visão não muito agradável de Jasper com olhos negros de fome.

         _Ele não vai fazer nada... é só...

         _Aconteceu alguma coisa? – Bella me interrompeu, o olhar faiscando de preocupação.

         _Jasper está com fome. – Alice respondeu me puxando pela porta, mas consegui ver que piscava para Bella como se fosse um código secreto entre elas.

         _O que vocês estão escondendo? – perguntei.

         _Mais tarde nos vemos. – Bella respondeu e se esticou para me dar um selinho, logo me empurrou pela porta para que saísse com Alice.

         Ao chegarmos na Mansão, Jasper estava à porta nos aguardando, Alice pulou do carro e foi até ele toda saltitante, se abraçaram e se beijaram, mas Jasper permanecia sério pensando que já era tarde para irem caçar, que Alice havia descumprido a promessa de irem juntos ao raiar do dia.

         _Você já vai me perdoar... não se preocupe. Nós vamos caçar agora. – ela segurou a mão dele e entraram na casa.

         Jasper revirou os olhos rindo e a acompanhou, ela saber o futuro não nos dava muita margem para continuarmos chateados ou escondendo algo daquela baixinha. Os segui e fui direto para o piano, sentia uma melodia brotando dentro de mim e precisava colocar para fora. Esme passou por mim e beijou minha face, depois Emmett deu um tapinha em minhas costas e também saiu.

         Me sentei na banqueta abrindo o tampão do piano, ajeitei-me e deslizei a ponta dos dedos pelas teclas brancas apenas me recordando da textura de cada tecla, de como elas me fazem sentir humano e vivo quando me devolvem o carinho com música.

         Suspirei pensando em Bella, Renée, Jacob, nosso casamento e tantas coisas que eu desconhecia mas sabia que ainda viveríamos. Estava preocupado porém com a data decidida começava a ter certeza de que tudo ficaria bem, afinal, deve ter Alguém que nos olha apesar de sermos almas perdidas no mundo.

         Toquei as teclas e o acorde maior ecoou pela saleta, fechei meus olhos deixando o som se propagar e desaparecer no ar, quando quase sumiu toquei três notas mais graves com a mão esquerda e o mesmo acorde novamente com a mão direita, abri meus olhos satisfeito com o eco da música que voltou para mim. Sem pressa alguma dedilhei as primeiras notas, a melodia ganhando corpo e vida debaixo de meus dedos. A harmonia ecoou melancólica como um grunhido apaixonado, como as batidas de um coração cansado mas vivo e desejoso por amar. Aos poucos a música se encorpou ganhando ritmo e força, como a energia frenética de dois amantes, no ápice dei uma pausa deixando a música sumir como um sussurro de prazer, baixo porém encorpado, a música ganhou nova vida chegando a reta final, meu sorriso era prazeroso pois havia conseguido o que queria que era a música das núpcias, do desejo e do prazer. Com os mesmos acordes iniciais dedilhei uma frase apaixonada e finalizei ouvindo o som final sumir no ar.

         _Lindo! – Alice sussurrou atrás de mim.

         _Obrigado.

         _Ela vai amar.

         _Eu sei. Pensei em tocar para ela na noite de núpcias.

         _Tem pensado nas núpcias?

         _Tenho... mas ela escolheu a data e terei de enfrentar isso... – suspirei fechando a tampa do piano.

         _Ela vai sobreviver.

         Alice me deixou ver em sua mente que Bella estava feliz, a face corada e um rosto satisfeito, seus cabelos molhados e ao ver melhor notei que saía da praia o que significava que estava na Ilha Esme.

         _Ótimo. Não quero quebrar nada nela.

         _Edward, a transforme antes...

         _É uma boa idéia.

         _Apesar que a vimos corada, você vai transformá-la depois. – ela saiu rindo, saltitando para a sala, pensava em Jasper mas não na data que eu queria saber.

         Suspirei me levantando e indo para o meu quarto, ouvi quando todos saíram para caçar com jasper e Alice, estava sozinho mais uma vez pois havia caçado na noite anterior pouco antes de velar o sono de Bella. Estava preocupado com a nossa noite de núpcias, pois era difícil imaginar aquele corpo pequeno e frágil debaixo do mármore de que sou feito. Deitei na cama que agora havia em meu quarto e contemplei o teto branco, o silêncio dos pensamentos era uma dádiva pouco alcançada na minha existência e queria aproveitar, por um segundo desejei poder dormir, mas uma voz familiar e que sempre causa arrepios por meu estomago falou em meus pensamentos.

         “Principezinho...”

         _Heidy!

         Saltei da cama correndo para a sala na velocidade vampirica, Heidy sorria parada na frente da porta, perfeitamente vestida num jeans escuro, botas abertas na frente mostrando as unhas pintadas de rubro, camisa verde musgo de mangas curtas e um cinto no mesmo tom da camisa na altura da cintura com a fivela cravada com strass prateado, seus cabelos vermelhos estavam soltos e ouriçados porém parecia ainda mais perfeita com o desalinho dos fios, o rosto maquiado realçando os olhos azuis que me deixam sempre sem fôlego, apesar de amar Isabella.

         _Você sempre pensando demais! – ela me abraçou e cheirou meu pescoço demoradamente parecendo um vampiro faminto – Estava com saudade!

         _E você sempre chega quando estou sozinho, estava à espreita?

         _Talvez. – entrou e se sentou no sofá da sala, ajeitando os cabelos com a ponta dos dedos – Ficou excelente a reforma.

         _Você já tinha visto.

         _Mas ficou excelente... – ela riu e bateu com a palma da mão na poltrona ao lado dela me convidando a sentar – Vim porque vocês estão em apuros, mas queria falar com você primeiro.

         _O que aconteceu? – me sentei virado para ela.

         _A briga que tiveram com os Quileutes se espalhou, matilhas de lobos de outras cidades e países estão se juntando, eles querem exigir de vocês que entreguem Bella. Parece que a história chegou distorcida, acreditam que você matou o Jacob obrigando o restante a aceitar a transformação dela.

         Franzi a testa tentando ler o quanto aquilo era verdade, mas Heidy havia fechado seus pensamentos para mim. Respirei temeroso e ao mesmo tempo tentando manter a calma.

         _Como isso se espalhou e como você soube?

         _Tenho meus contatos e vocês muitos inimigos, qualquer informação que possa acabar com a família esquisitona passa rapidamente de boca em boca.

         Fiz uma careta com a menção de esquisitona e me levantei.

         _Precisamos avisar os outros. Jacob não morreu está vivo e o acordo foi feito mais ou menos em paz.

         _Eu sei, mas as matilhas não.

         Heidy permaneceu sentada me observando, abrindo sua mente para que eu tivesse conhecimento de como ela adquiriu aquelas informações. Um dos empregados do castelo onde vive com o Conde Nicolay havia contado que os lobos de sua tribo estavam enfurecidos com os vampiros e que iriam atacar Sara a filha de Heidy em retaliação, como parte da trégua ela prometera levar até eles o Cullen responsável pela morte de Jacob.

         _Mas Jacob não está morto e você prometeu me entregar a eles? – perguntei sentindo a fúria arder na ponta dos meus caninos.

         _Estava apenas ganhando tempo, mas logo eles vão saber que estou aqui e não vou levar ninguém.

         Antes mesmo de pensar em telefonar para Carlisle meu celular tocou, atendi e esperei que Alice terminasse de falar.

         _Edward, sai daí agora! Eu vi você morto, mas não sei como... mas vi... sai daí agora! – ela estava ofegante e parecia estar correndo.

         _Eu sei, você não viu porque são lobos... não venham pra cá! Vou sair, não se preocupe, vou buscar Bella, nos encontramos na Ilha.

         _Na Ilha?

         _Só lá eles não saberão me encontrar.

         _Não... vamos esperar por vocês no aeroporto, já vou comprar as passagens, venham logo!

         Desligamos e Heidy parecia relaxada com as pernas cruzadas e o olhar longe em seus pensamentos.

         _Agora entendi porque vocês não viram antes... ela não vê quando o futuro tem ligação com os lobos, não é?

         _Achei que você também não via, já que o poder era dela.

         _Eu vejo... em mim sempre se aperfeiçoa príncipe, não se esqueça.

         Ela riu e se levantou, prendeu os cabelos em um coque e saiu pela porta.

         _Vai embora?

         _Não, nós vamos buscar Bella.

         Dez minutos mais tarde estávamos estacionando na casa de Bella, mesmo com Charlie sabendo sobre nós, um carro seria mais rápido que carrega-la nas costas até o aeroporto e Heidy havia me lembrado que seria bom levar Charlie também, pois não conhecemos a linha de pensamento de outros grupos de lobos, não sabíamos se eles poderiam usá-lo como isca.

         Estava falando ao telefone com Jacob quando sai do Volvo em direção a entrada da casa, Bella saia com uma mochila nas costas, vestida de jeans, camiseta marrom e allstar preto, o cabelo solto e Charlie logo atrás unifmormizado.

         _Jacob, podem ir conosco? Sim ou não?

         _Você não me explicou por que!

         _Porque a Bella está em perigo. – desliguei o celular e coloquei no bolso. Bella arregalou os olhos e seu corpo tremeu com o susto, segurei o rosto dela enquanto sussurrava com os lábios se aproximando até lhe dar um selinho – Não se preocupe, foi apenas pra fazê-lo ir sem tantas perguntas. – expliquei.

         Charlie que vinha logo atrás formava varias perguntas em sua mente, a postura rígida como a do xerife que era, Bella se sentou no banco detrás e ele no do passageiro, saímos na direção de Seattle poucos minutos depois.

         _O que está acontecendo? – Charlie perguntou e Bella ficou entre os bancos com o rosto entre nós dois.

         _Existem mais matilhas de lobos espalhados pelo mundo e inventaram que matei Jacob para poder fazer de Bella uma vampira. – Bella arfou levando a mão ao coração – E eles querem impedir isso.

         _Mas quem inventaria algo assim? – Charlie questionou visivelmente preocupado – E o que pode acontecer?

         O carro ganhava velocidade a medida que avançávamos pela estrada, podia sentir o perfume dos meus irmãos que haviam passado pela mesma estrada poucos minutos antes.

         _Não sei quem poderia inventar, pois somente nós e os Quileutes sabiam dos acontecimentos. Heidy viu muitos deles vindo para Forks e Alice me viu morto na Mansão, por isso estamos saindo de Forks. Eles não vão atacar humanos ou lobos, eles querem a mim.

         _Não! Edward... – Bella encostou no banco, podia vr através do espelho retrovisor que estava pálida e assustada.

         _Vamos ficar bem, estamos viajando para um lugar seguro e Jacob estará conosco para provarmos que ele está vivo e que não houve morte alguma, mas precisamos que eles queiram nos escutar. Temos uma vantagem, Heidy. Podemos prever quando vão chegar e nos preparar.

         _Mas eles vão encontrar vocês neste lugar seguro? – Charlie questionou.

         _Acredito que não, mas é sempre bom estar prevenido.

         Estacionamos no aeroporto e nos dirigimos às salas de embarque para o Brasil, Bella agarrada à minha mão, o olhar distraído, tinha idéia que ela estava se culpando por todos os acontecimentos, mas não era hora de acalmá-la tínhamos que estar o avião primeiro.

         _Edward. – Alice acenou, Jacob e os outros lobos estavam ao lado dela a nossa espera, o que me fez acreditar que tinham corrido ao invés de utilizar transporte comum.

         Bella correu e abraçou Jacob, que afagou seus cabelos falando próximo ao ouvido da menina que tudo ficaria bem, contrai a musculatura reprimindo o ciúmes e andei até eles com Charlie ao meu lado.

         “Alugamos um jatinho, tem lugar para todos nós e a viagem é direta até a Ilha”. – Alice avisou em meus pensamentos, pois tinha receio de alguém ouvir e nos seguir, afirmei com a cabeça discretamente.

         _Filho... – Esme se aproximou e beijou meu rosto, sua mente povoada de imagens minhas, em todas eu estava caído à frente da Mansão Cullen com meu corpo desmembrado, fiz uma careta e olhei para Alice.

         _Você me viu desmembrado? – ela confirmou – Não atearam fogo?

         _Não.

         _Estranho...

         Heidy franziu o cenho e me encarou por alguns segundos, eu não sabia como ela havia chego ali, mas tinha certeza que sabia de algo.

         _Se não atearam fogo é porque não sabem que devem queimar um vampiro pra que ele morra... – ela começou e logo balançou a cabeça – ou alguém os interrompeu.

         _Mas não aconteceu e não vai acontecer! – Bella gesticulou entrando no meio da roda – Vamos embora logo!

         _Vamos. – a puxei para mim, acariciando seus cabelos onde antes o cachorro afagou, Bella sorriu e a pele arrepiou debaixo do meu toque frio, suspirei começando a andar em direção da plataforma de embarque.

         Estávamos em um grupo com quase trinta pessoas que com toda certeza chamava atenção, apertei meus lábios irritado do porque não pensei nisso antes, a quantidade de pessoas, o burburinho no aeroporto, logo muita gente saberia que a Família Cullen tinha saído do país. Jacob pareceu ter o mesmo pensamento que eu, pois quando me dei conta estávamos sozinhos, nenhum lobo perto de nós e eu não havia prestado atenção aos pensamentos deles pra saber, olhei Alice de soslaio e sussurrei na altura que somente vampiros poderiam ouvir.

         _Onde estão todos?

         “Acharam melhor nos separar pra não chamarmos atenção demais”. – respondeu em meus pensamentos, respirei aliviado e vi Bella encarar Alice e a mim alternadamente, cada dia que se passava eu admirava ainda mais a perspicácia dela.

         _Por que o segredo? – entrelaçamos os dedos descendo a escadaria para o pátio, caminhávamos na direção do jatinho, pelo cheiro Carlisle e os lobos já estavam lá dentro.

         _O segredo não é por você, Bella, mas outros também podem ouvir.

         Ela apertou o olhar mas aceitou a resposta, andando em silencio ao meu lado até embarcarmos no avião que não era bem um jatinho como havia informado Alice, era maior mas ainda assim um avião de pequeno porte que comportava a todos nós com folga.

         O barulho de pensamentos e conversas era ensurdecedor e sem querer soltei um rugido baixo de reclamação ao me sentar com Bella na última poltrona do corredor. Lobos, vampiros e humanos me encararam, neguei com a cabeça como um pedido de desculpas e me aprumei em Bella pedindo colo. Sentia saudade do calor daquele corpo e do perfume viciante do sangue correndo em suas veias. Ela me recebeu em seus braços e começou a acariciar meus cabelos em silêncio, a respiração agitada, o coração acelerado denunciando o quanto estava preocupada.

         Acariciei o pequeno joelho enquanto falava.

         _Agora ficará tudo bem, não se preocupe meu amor. E podemos nos casar na Ilha.

         _Que Ilha?

         O avião taxiou e logo pegou velocidade, assim que embicou para o céu senti as tensões minhas e de Bella se relaxarem, ela soltou o ar lentamente e o peso das mãos sobre meus cabelos.

         _Ilha Esme. É uma Ilha que Carlisle deu de presente para Esme a alguns anos.

         _Uma Ilha? – a surpresa era nítida na voz dela – Vocês são mais ricos do que imaginei.

         Gargalhei alto sem me conter, Bella sempre me surpreendia com seu jeito doce e inocente, me ajeitei ficando com meu rosto virado para ela, meus olhos semicerrados enquanto recebia o carinho quente de suas mãos pequeninas.

         _Uma Ilha no Brasil, dentro de um estado chamado Rio de Janeiro. E precisamos ter dinheiro para podermos nos ocultar... fora que, temos tempo pra juntar posses.

         Ela sorriu, seu rosto estava avermelhado e os lábios apertados como quem está assimilando as informações, aquele olhar analítico brilhando em seus olhos amendoados.

         Suspirei encostando meus lábios em seu peito, dando um beijo leve e cheirando o perfume daquele corpo misturado a lavanda da roupa. Bella arfou, a respiração ficando pesada e o coração acelerado, ergui meus olhos e ela sorriu com os lábios trêmulos depois desviou o olhar.

         _O que foi?

         Bella não me olhou apenas sorriu segurando meus cabelos e me fazendo encostar os lábios em seu peito novamente. Fechei meus olhos inebriado com aquele perfume, minha boca percorreu lentamente até entre os seios e senti o corpo de Bella enrijecer, subi meus lábios lentamente até o pescoço macio e dei beijos leves seguidos de mordidinhas, se tivesse um coração vivo, ele também estaria errático.

         _Pensando na lua de mel? – perguntei brincando com a pontinha da orelha dela.

         _Hmrum. – os dedos pequenos apertavam meus cabelos e soltavam – E nos perigos que estão atrás de você.

         _Esqueça... não chegarão a Ilha.

         _Edward... – a voz dela foi baixa e limpa.

         _Sim?
         _E minha mãe?

         _O que tem?

         _Se vamos nos casar na Ilha, tínhamos que chamá-la...

         Sorri tristemente pois não havia pensado nisso, suspirei passando meus lábios lentamente pela clavícula dela até roçar os lábios úmidos e entreabertos de Isabella.

         _Podemos mandar uma passagem e ela vem.

         _Certo... mas e se a seguirem?

         _Podemos nos casar depois então, meu amor... aliás... que data você escolheu?

         _O dia que nos conhecemos, dezoito de janeiro.

         Eu a olhei surpreso, como ela se lembrava da data exata? Abri um sorriso enorme e beijei-lhe os lábios com certa urgência, não me importando com o monstro adormecido dentro de mim, Bella prendeu os dedos em meus cabelos e a mão livre me puxava com força pela camiseta.

         Alguém tossiu acima de nós e olhamos, Charlie estava parado no corredor olhando para nós, olhei Bella e ele e me sentei rapidamente, ele pensava se a arma que estava em seu coldre me machucaria, seus olhos faiscando de ciúmes da filha.

         _Desculpe Sr Swan. – disse respeitosamente.

         _Pai. – Bella ralhou envergonhada, agitando-se e se virando para a janela.

         Eu a trouxe para meus braços assim que Charlie se sentou na poltrona à nossa frente.

         _Ele queria atirar em mim! – segurei o riso.

         _O que? Que... horror!

         _Ele sabe que não me machuca, ficou pensando se iria me machucar.

         Ela olhou para ele e para mim, não estava achando tão engraçado quanto eu.

         _E porque ele queria atirar em você? – sussurrou.

         _Porque é ciumento. – ri, Charlie ergueu o olhar por sobre os ombros e pigarreou novamente.

         Ficamos abraçados e em silêncio, ambos olhando pela janela do avião as nuvens acinzentadas pela poluição.

         O avião começou a descida na pista da Ilha, todos estavam com os cintos apertados, Bella prendendo a respiração e alguns lobos rezando em pensamento para que não caíssemos. Eu sentia vontade de rir, mas ao mesmo tempo estava apreensivo pela falta de visões de Alice, muitos lobos por perto deviam ter afetado seu dom e já passavam de oito horas de viagem sem nenhuma previsão de futuro. Sentimos o sacolejo da aterrissagem e muitos deles soltaram o ar e começaram a se levantar para descer, Heidy parou na porta do avião chamado Jacob, sussurraram algo que por incrível que pareça não ouvi. Carlisle acenou para que ficássemos dentro do avião e somente os lobos saíssem. Bella correu para a janela para olhar e grunhiu baixo.


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