Meu coração quase reviveu ao ouvir o sim de Bella, eu a abracei mais uma vez, beijando seus lábios com fervor. Bella retribuiu o beijo a altura, senti seus dedos apertarem meus cabelos e o beijo se intensificar. Em resposta a deitei na cama, meu corpo moldado sobre o dela, nos movimentando um no outro, sentindo o desejo crescendo à medida que nosso beijo ficava mais profundo. Bella puxou o ar e voltou a me beijar, senti suas mãos tremulas passeando pelas minhas costas e o ar também me faltou, arfei e enchi meus pulmões, tempo suficiente pra entreabrir meus olhos e ver um pequeno hematoma em seu ombro, onde eu a pressionei com a palma da mão ao deitá-la. “Oh meu amor...” Me afastei com rapidez, as costas presas à parede, respirando com dificuldade. Bella me olhou incrédula, os lábios inchados, o rosto avermelhado pelo calor do momento, depois que ela entendeu vi seu rosto mudar para um tom mais rosado e divertido. “Você sabe mesmo o que faz hein, Edward?!” – afirmou, brincando sobre eu saber ser humano. “Claro que sim...” – sorri de lado, perdendo o constrangimento por te-la machucado. “Por que parou?” “Olhe-se no espelho...” – adverti com a voz baixa, preocupada. Assim que Bella ficou de costas para mim, vi outro hematoma em suas costas, tão roxo quanto o do ombro. Apertei os lábios numa linha e me prendi mais uma vez a parede. Eu não podia me deixar levar pelo desejo novamente. “Nossa...” – ela sussurrou cutucando o inchaço nos lábios. “Olhe seu ombro” – respirei fundo, indo até ela – “Vou pegar gelo...” – beijei o alto de sua cabeça e me retirei. Ouvi ainda quando ela riu e pulou na cama, sem parar de rir. Pelos olhos de Bella Sempre era mágico, cada segundo com ele. Eu me sentia a mulher mais realizada do mundo! Claro... eu fazia idéia de que seria difícil para nós...er... namorarmos, ficarmos mais... hmm... íntimos, mas isto não me preocupava em nada, afinal ele estava comigo, estava em meus braços. O cheiro dele era indescritível, uma mistura de neve e floresta... não consigo decifrar, mas cada vez que ele chega perto as borboletas em meu estomago resolvem acordar. Ele me pediu em casamento, meu Deus! Casamento! Mas se esta for a única condição pra estar com ele pra sempre, eu quero... ainda vou convencê-lo de não ser assim, dele me transformar e fazermos como Emmett e Rosalie que na formatura se casam e saem em “lua de mel” para disfarçar a idade... casamento... Me levantei da cama e fui para o espelho de novo, eu estava toda roxa, não sei como explicar isto ao Charlie, mas vou precisar... “Bella?” – ouvi Edward abrir a porta e vir até mim num piscar de olhos. “Oi...” – sorri, me virando para ele. Ele estava com aquele olhar preocupado e culpado – “Eu digo que cai, eu sempre caio” – sorri novamente erguendo a mão até seu rosto. “Oh Bella... como faremos pra que não se machuque mais?” – sussurrou colocando um pano com gelo sobre meu ombro, o frio não me incomodou, a pele dele era quase na mesma temperatura. Eu pensei em responder que a única forma era eu sendo como ele, mas o olhar dele era de suplica e perdão, eu não iria deixá-lo irritado agora. “Vamos encontrar um jeito...” – desviei do olhar dele, que estava me deixando tonta e me sentei na cama – “...juntos”. Ele sorriu, aquele sorriso torto e enigmático. “Por que você riu?” – questionou. “Porque você me beijou sem medo Edward e foi bom, foi muito bom” – ele estava se ajeitando ao meu lado, com as pernas esticadas sobre a cama, eu me apoiei em seu peito e fiquei brincando com a barra da sua camisa. Ficamos quietos por alguns minutos, ele mexendo em meus cabelos e eu em sua camisa. “O que era a surpresa?” – perguntou de repente de sobressalto. “Que surpresa?” – apertei meus lábios pensativa, sem entender direito. “No primeiro dia que fomos pra Mansão... você disse...” Comecei a rir, eu tinha esquecido completamente que tinha dito que faria uma surpresa, mas o que inventar agora se era mentira? “Hmm... não era nada Edward” – sorri para ele e voltei os olhos para a sua camisa. “Pode dizer amor...” – sussurrou com os lábios em minha orelha, senti meu corpo estremecer ao toque frio de seus lábios. “É verdade, não era nada” – falei no mesmo tom que ele, ele me tirava o fôlego. “Bells...” – Edward segurou meu rosto, me fazendo olhar pra ele, passei minha língua nos lábios e respirei fundo para não ficar presa naqueles olhos – “Você pode me contar o que quiser, você sabe não sabe?” “Hmrum...” – puxei o ar – “Eu queria te seduzir...” – corei imediatamente, puxando meu rosto de sua mão e escondendo em seu pescoço. “Co..como?” – ele riu, uma risada nervosa e baixa, surpresa. “Você ouviu..” – sussurrei. “Mas...” “Edward, nós estamos nesse vai e vem desde antes de conhecermos Heidy, desde aquele dia na escola...” – respirei fundo resolvendo falar – “... e nunca ficamos sozinhos, sozinhos assim como...” “Namorados?” – ele emendou. “Sim...” – olhei pra ele e me escondi em seu pescoço de novo – “... quando vi você beijar Sarah, havia fogo naquele beijo... eu queria ficar sozinha com você e...” – a minha voz falhou. “E...?” – ele parecia estar se divertindo, eu me sentei na cama o encarando. “Eu queria que você me desejasse daquele jeito” – desabei nos braços dele. Ele me rejeitava, me afastava sempre que chegávamos a este ponto do namoro, os amassos, os beijos mais ardentes, mas sempre, sempre me barrava em algum ponto. Eu sabia da sede, mas Emmett me explicará que o cheiro de Sara era igual ao de um humano, então Edward sentia sede quando a beijou daquela forma. “Bella” – chamou, naquele tom que só ele sabe, que faz os pelos do meu braço arrepiarem e minha pele pegar fogo – “olhe pra mim...” – pediu e eu olhei – “Eu te amo e não existe mulher no mundo, viva ou não, que eu deseje mais...” – eu fiz uma careta e ele me interrompeu, colocando a palma da mão em meu rosto – “Sara não me faz sentir o que eu sinto por você e quando estou com você... você não precisa fazer esforço nenhum, nem se mover se não quiser...” – franzi o cenho e ele continuou – “... eu te desejo como nunca desejei alguém em minha existência... mas eu sou um cara a moda antiga... e bem...” – respirou – “... não quero machucar você”. “Mas Edward, você nunca me beijou daquela forma...” – minha voz era menos que um lamento. “O que foi que fizemos agora a pouco Bells?” – ele tirou o gelo do meu ombro e me mostrou. “Oh... é...” – ri – “Desculpe...” “Eu te amo boba” – sussurrou em meus lábios. “Também te amo Edward” “Mas o que era a surpresa?” Comecei a gargalhar, ele não tinha acreditado! “Edward, eu já te disse!” “Eu sei... mas era só isso mesmo?” “E Harward... eu queria comemorar com você” – sorri. “Oh sim...” “E você? O que falava com Ângela naquele dia?” “Você vai descobrir” – Edward se levantou e sussurrou – “Alice”. Olhei para a porta e esperei, Alice entrou no segundo seguinte, um kit de maquiagem nas mãos e um vestido no outro. “Ah não!” – implorei para Edward, já tinha me esquecido da festa. “Vem, vamos... preciso esconder esses roxos...” – lançou um olhar divertido para Edward enquanto me arrastava para fora do quarto. “Mas Alice nós...” “Você disse sim” – ela afirmou. “Como...?” – sorri – “Anram... eu disse cunhadinha” – Alice me abraçou e rodopiou pelo corredor até me colocar sentada na cama dela – “Outra cama?? Vocês estão mesmo mudando os hábitos...” “Vai que Heidy resolve brincar de novo, estou preparada pra dormir.. e bem... serve pra outras coisinhas também” – divertiu-se olhando para o retrato de Jasper. “Oh...” – ri, me sentindo envergonhada – “Alice, não tenho como me livrar dessa?” “Não” – os olhos dela estavam tão iluminados que eu não quis estragar a felicidade dela. “Tudo bem” “Eu sabia, eu sabia!.. você gosta de azul?” – me mostrou um vestido azul, com pregas na saia e um decote em V discreto mas muito bonito. “Gosto” “Então será este, vamos para a maquiagem”. Alice me fez sentar de frente a penteadeira e começou com a sessão tortura, maquiagem, cabelo, unhas, até depilação com cera quente ela fez em mim, quase infarto de tanta vergonha, mas ela conseguia me distrair de tal forma que quando notei, estávamos prontas, uma de frente para a outra. Alice deslumbrante num vestido tomara que caia branco com um cinto esmeralda na cintura, sapatos de salto prata e uma presilha em forma de flor no alto da cabeça, deixando apenas alguns fios soltos. Seus olhos dourados, destacados por uma maquiagem leve, puxando o tom de esmeralda sobre os olhos. “Está perfeita” – sussurrei quase sem ar. “Olhe pra você!” – ela me levou até a frente do espelho – “Linda! Vai fazer meu irmão perder os sentidos” – sorri para ela pelo espelho e fiquei me admirando. Minha pele estava rosada, os olhos com uma sombra azul bem leve, os lábios com um gloss rosado e não pareciam mais inchados, estava bem bonita. Alice prendeu metade de meus cabelos com uma fita azul e os deixou caídos em cascata pelos meus ombros, ondulados e perfeitos. O roxo do meu ombro escondido em quilos de base. Sorri para ela agradecida enquanto descia os olhos pelo vestido, parecia feito sob medida para mim e o salto baixo da sandália prata era perfeito, eu tentaria não tropeçar com ele. “Obrigada Alice” – me virei para ela a abraçando. “Você está linda e em todas as minhas visões essa foi a única roupa que você aprovou” – ela riu – “É bom saber o futuro as vezes...” “Concordo...” – a olhei pensativa – “Você pode ver uma coisinha pra mim?” – perguntei mais séria. “Depende Bella” – Alice pareceu adivinhar – “Tenho restrições em meu dom e alguns impedimentos criados pelo seu noivo..” “Eu vou ser como vocês?” – era mais fácil ser direta e pelo olhar de Alice, eu seria sim. Seus olhos se dilataram e ela ficou tensa. “Sim e não...” – sussurrou pegando minha mão e me encaminhando para a porta com todo cuidado – “Ele não decidiu... eu só consigo ver, decisões...” “Mas... sim e não? Não entendo...” “Quando ele decide que não... você e ele...” – ela apertou os lábios – “E quando decide que sim, você fica linda, ainda mais linda...” – sorriu abrindo a porta. “Edward!” – puxei o ar assustada, levando a mão a boca. Ele lançou um olhar fulminante para Alice, ele devia estar ouvindo, sempre esqueço que ele ouve tudo. “Já proibi esse assunto” – ralhou. “Eu perguntei” – me adiantei, pegando a mão dele. Edward não tirou os olhos de Alice, eles pareciam conversar – “E parem de me deixar de fora da discussão!” – cruzei os braços, soltando a mão dele, chateada – “Eu que deveria decidir sobre meu futuro não acham?” Os dois me olharam, Edward deixando uma mascara rígida dominar seu rosto. “Você não sabe o que é ser... isto” – ele apontou para si com raiva e eu o imitei, colocando um dedo no seu peito, fazendo pressão. “Se isto, não tivesse acontecido a você, Edward” – eu estava com muita raiva por ele proibir Alice de falar comigo sobre isso, sobre o que eu quero ser – “Nós nunca teríamos nos conhecido!” – virei as costas, apressei os passos e comecei a descer as escadas. Só ouvi Alice gritar não e de repente eu estava no ar, nos braços dele – “O que?” “Você ia cair” – sussurrou me colocando no chão – “E se machucar muito...” “Se eu fosse como você, isto não seria um problema” – me desvencilhei de seus braços, segurei no corrimão e desci agora com um pouco de mais cuidado. “Bella, não seja teimosa!” – ele estava ao meu lado, as mãos estendidas como se eu fosse uma criancinha aprendendo a andar. “Teimosa eu? Olha quem fala!” – só então notei como ele estava vestido, um terno cinza chumbo, perfeitamente alinhado em seu corpo, o cabelo desajeitado daquele jeito perfeito e que me tira todo o ar, uma gravata escura e sapatos pretos. Ele percebeu minha mudança e se aproveitou dela. “Vem, é seu aniversario, vamos aproveitar a festa” – sussurrou me amparando em seus braços. “Eu posso descer sozinha!” – briguei. “Bella, vem comigo...” – Alice cantarolou graciosamente, pegando em minha mão para descermos o restante da escada. A sala estava ainda mais decorada, flores silvestres e girassóis espalhados por todos os cantos, meus amigos da escola conversando num canto, pareciam assustados por estarem aqui, Jacob e os outros meninos a minha direita. Ele foi o primeiro a vir até mim. “Que gata!” – me abraçou, os braços quentes e confortáveis me deixaram menos chateada – “Parabéns Bella” – sussurrou me dando um beijo na bochecha. Fiz uma careta enorme e um não nítido com minha cabeça, todos riram. Esme e Carlisle vinham da cozinha com uma bandeja cheia de lanches de metro e Rosalie com outra com refrigerantes e sucos, eles haviam se esforçado tanto e estavam agüentando estar entre humanos por minha causa, o mínimo que eu podia fazer era relaxar. “Cunhadinha e ai, ele te convenceu?” – Emmett me agarrou num abraço de urso e me levou até a porta da Mansão. “A?” “Se casar..” – riu para mim, as bochechas fazendo aquele vinco lindo de quem ri verdadeiramente. “Ah... oh... sim...” – sorri, erguendo a mão e mostrando o anel. “Parabéns!!” – fiz outra careta – “Pelo casamento” – explicou e ambos rimos. A festa foi legal, dançamos e rimos muito, apesar de Edward se manter a distancia. De repente a musica parou, eu estava dançando com Seth, ele era muito fofinho. Todos olhamos para o pequeno palco que Alice montou na sala e ficamos esperando Edward falar, ele estava com o microfone nas mãos. Eu gelei. “Obrigado a todos por terem vindo, mesmo sabendo que Bella odeia comemorações...” – ele sorriu torto pra mim – “hoje, com a ajuda de Ângela” – ele apontou pra Ângela que estava no palco também – “preparei uma surpresa pra Bella, ela não queria presentes, então...” Edward colocou o microfone num pedestal e o ajeitou em frente a um piano. Ângela se posicionou a frente do piano e eu gelei de novo. Ele ia tocar pra mim! Oh meu Deus! A musica começou fraquinha, um ritmo quase de valsa, todos estavam olhando pras mãos dele, deslizando perfeitamente sobre o piano. Ângela respirou e começou a cantar, uma musica sem letra, apenas uma melodia, que invadiu meu coração e minha alma de tal forma, que quase me senti flutuar. Varias pessoas a minha volta comentaram como ela estava linda e como sua voz era deslumbrante. “O sol não brilhava mais O dia não tinha cor. A chuva deixava em lama Meu coração... E quando te conheci A lua se iluminou A noite se tornou pra mim Um mundo cheio de cor” Eu olhei para ela, a voz, a letra, o significado que tinha pra mim. Edward vivia a noite, e a noite para ele sempre fora preta e branca e... soltei um longo suspiro e senti meus olhos úmidos, ele era perfeito. Meu anjo, meu homem. “Esta letra foi escrita pelo Edward, ajudei bem pouquinho confesso” – todos aplaudiram Ângela e Edward e ele tomou o microfone mais uma vez. “Bella, vem até aqui meu amor” – estendeu a mão pra mim. fui ate ele com as pernas bambas e segurei sua mão – “Você precisa decidir amor, saber o que realmente quer e o que sua decisão implica..” – sussurrou em meu ouvido – “Nunca mais ver seus pais...” – olhei para eles num canto isolado da sala – “nem seus amigos...” – olhei Jacob e Ângela – “morrer para eles...” – nos encaramos e ele colocou o microfone próximo da boca de novo – “Bella, quer ser pra sempre minha?”