Crônicas Do Olimpo - A Batalha Do Labirinto escrita por Laís Bohrer


Capítulo 26
O Surto de Megan e a Oficina de Dédalo




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Em meus sonhos eu ouvia risadas. Frias, ásperas risadas, como facas sendo afiadas. Eu estava parada na ponta de um penhasco nas profundezas do Tártaro. Abaixo de mim a escuridão fervia como uma sopa de tinta.

Eu conhecia aquele lugar, como não conhecer? Mas eu estava surpresa, fazia muito tempo mesmo que não sonhava com aquele lugar.

Tão perto de seu fim, jovem guerreira... disse a voz de Cronos, o titã do tempo. Tão perto e ainda não consegue ver...

A voz estava diferente de antes. Parecia quase física agora, como se ele estivesse falando de um corpo sólido ao invés de... o que quer que ele fosse na sua condição fatiada.

Sou grato a você, você assegurou a minha volta... o meu retorno... Graças a você, serei capaz de cumprir minha vingança.

As sombras na caverna ficaram mais escuras e pesadas. Eu tentei me afastar da borda do penhasco, mas era como nadar em óleo. O tempo desacelerou. Minha respiração quase parou.

Um favor... O Senhor do tempo sempre cumpre seus débitos, talvez... Uma olhada nos amigos que você abandonou...

A escuridão me envolveu, e eu estava em uma caverna diferente agora.

– Corra! - disse a voz de Tyler. - Rápido!

Ele vinha correndo pela sala, Hansel vinha logo atrás do menino ciclope. Havia um chiado no corredor de onde eles vieram, e a cabeça de uma enorme cobra apareceu na caverna.

Digo, essa coisa era tão grande que seu corpo mal cabia no túnel. Suas escamas eram cônicas. Sua cabeça era retangular como um diamante, e seus olhos amarelos brilhavam de ódio. Quando ela abriu sua boca, suas presas eram tão grandes quanto Tyler.

Ela tentou acertar Hansel, mas ele saiu do caminho. A cobra abocanhou um punhado de terra, enchendo a boca. Tyler pegou uma rocha e jogou no monstro, acertando entre seus olhos, mas ela só recuou e sibilou.

– Ela vai te devorar vivo! - gritou Hansel.

– Como você pode saber?

– Porque ela acabou de dizer, corra!

Tyler se atirou para um lado, mas a cobra usou sua cabeça como um bastão e o derrubou.

– Espere! Tyler! - gritou Hansel, mas já era tarde.

Antes que Tyler pudesse recuperar seu equilíbrio, a cobra o envolveu e começou a apertá-lo. Tyler resistiu, empurrando com toda a sua imensa força, mas a cobra apertava mais. Hansel batia sem parar com sua flauta na cobra, mas era como bater em uma parede de pedra com uma pena.

A caverna inteira tremeu quando a cobra flexionou seus músculos, estremecendo para superar a força de Tyler. Hansel começou a tocar sua flauta, e estalactites começaram a cair do teto. A caverna inteira parecia prestes a desmoronar...

Quando acordei, Jake sacudia o meu ombro.

– Megan... Acorda! - dizia ele.

– Tyler! - exclamei. - Tyler esta com problemas, temos que ajuda-los!

– Prioridades primeiro – ele disse. – Terremoto!

Sem dúvida, a sala inteira estava tremendo.

– Daniel! - gritei.

Seus olhos abriram imediatamente. Ele pegou sua mochila, e nós três corremos. Estávamos quase chegando ao túnel mais distante, quando uma coluna gemeu e caiu. Continuamos correndo enquanto toneladas de mármore despencavam atrás de nós. Corremos para o corredor e entramos a tempo de ver outras colunas desabarem. Uma nuvem de poeira branca nos rodeou, e continuamos correndo.

– Quer saber? - disse Jake. - Eu até que estou começando a gostar desse caminho.

Não demorou muito para vermos luz à frente – como luz elétrica normal.

– Por ali! - gritou Daniel.

Nós o seguimos por um grande corredor de aço inoxidável, como eu imaginei que eles tivessem numa estação espacial ou algo assim. Luzes fluorescentes brilhavam no teto. O chão era de um metal retalhado.

Estava tão acostumada com a escuridão que tive que apertar meus olhos. Jake parecia pálido a luz ofuscante, Daniel ainda parecia normal e bronzeado. Lembrei de que nós havíamos passado mais longe da luz do sol do que Daniel então, fazia sentido estarmos mais pálidos.

– Me sigam, por aqui! - disse Daniel começando a correr. - Estamos perto.

– A oficina deveria estar na seção mais antiga do labirinto. - disse Jake. - Aqui não pode ser...

Ele hesitou, porque tínhamos chegado a portas duplas de metal. Escrito no aço, no nível dos olhos, havia um delta grande e azul.

– Chegamos. - ofegou Daniel. - A Oficina de Dédalo.

Suspirei, virei-me para Jake.

– Pronto?

Ele assentiu.

– Tem outro jeito? - ele disse.

Então, ele apertou o símbolo nas portas e elas se abriram com um silvo.

– Uau. - eu suspirei. - Para ser uma arquitetura antiga, parece bem modernizado.

Jake deu de ombros.

– Bem irônico, como diria Benjamin. - disse Jake.

A primeira coisa que me atingiu foi a luz do dia – um sol resplandecente atravessava janelas imensas. Não é muito bem o que você espera no coração de uma masmorra.

A oficina era como o estúdio de um artista, com um pé direito de três metros e luzes industriais, chão de pedras polidas, e bancadas ao longo das janelas. Uma escada em espiral dava para o segundo andar do loft. Meia dúzia de cavaletes mostrava diagramas feitos a mão de prédios e máquinas que pareciam esboços de Leonardo da Vinci. Vários laptops estavam espalhados sobre as mesas. Jarras de vidro com um óleo verde – Fogo Grego – impregnavam uma prateleira.

Havia invenções também máquinas de metal estranhas que eu não conseguia entender. Uma era uma cadeira de bronze com fios elétricos atados a ela, como algum tipo de dispositivo de tortura. No outro canto havia um ovo enorme de metal, aproximadamente do tamanho de um homem. Tinha um relógio de pêndulo que parecia ser feito totalmente de vidro, assim você podia ver todas as engrenagens funcionando. E pendurados na parede havia vários pares de asas de bronze e prata.

– Meu Deus... - disse Daniel.

– Meus deuses... - disse Jake ao mesmo tempo. - Esse lugar é de fazer os filhos de Atena vomitarem arco-íris...

Eu assenti.

– Ei, galera! - chamou Daniel. - Olhem essas asas iradas!

As asas pareciam mais avançadas do que as que eu vira em meus sonhos. As penas eram mais rigorosamente entrelaçadas. Ao invés dos lacres de cera, faixas autoadesivas corriam dos lados.

– Não parece ter ninguém aqui. - disse Jake.

– É, mas... - eu dei uma olhada ao redor. - Não faz muito tempo que foi usada.

Mantive a mão em Anaklusmos. Os laptops estavam com seus protetores de tela. Um muffin de mirtilo pela metade e uma xícara de café estavam em cima de uma escrivaninha.

Eu fui até a janela. A vista era incrível. Eu reconheci as Montanhas Rochosas à distância. Estávamos alto sobre as colinas, no mínimo uns cento e cinquenta metros, e abaixo um vale surgia, coberto por uma porção de platôs e rochas e agulhas de pedra. Parecia que uma criança enorme estivera construindo uma cidade de brinquedo com blocos do tamanho de arranha-céus, e depois decidiu derrubar com tudo.

– Que lugar é esse? - perguntei.

– Colorado Springs – uma voz disse atrás de nós. – O Jardim dos Deuses.

Parado na escada em espiral acima de nós, com sua arma desembainhada, estava nosso professor de esgrima desaparecido, Quintus sorrindo vagamente para nós.

Jake parecia perturbado assim que o viu e sacou seu sabre, eu tirei Anaklusmos do bolso, mas não a destampei, ainda não pelo menos. Enquanto isso, Daniel permanecia com cara de paisagem como quem não entendia nada, então ele olhou para Quintus e disse:

– Oi, e ai?

– O que esta fazendo aqui? - perguntou Jake. - O que aconteceu com Dédalo?

Quintus sorriu vagamente.

– Acreditem em mim, vocês não vão querer conhece-lo.

– Cara, na boa... - comecei. - Nós passamos por muito para chegar aqui... Lutamos contra uma mulher dragão, um homem com três corpos, e uma esfinge psicótica, e eu ainda quase fui esmagada por um gigante filho de Gaia... E sem querer ofender, mas não passamos por tanto para ver você.

– Hum... Não ofendeu. - disse ele. - Mas me sinto meio deslocado.

– Aonde esta Dédalo? - perguntou Jake.

Quintus desceu as escadas, segurando sua espada de lado. Ele estava vestindo jeans e botas e sua camiseta de conselheiro do Acampamento Meio-Sangue, o que parecia um insulto agora que sabíamos que ele era um espião. Eu não sabia se eu era capaz de vencê-lo numa luta de espadas. Ele era muito bom. Mas achei que deveria tentar.

– Vocês acreditam que eu seja agente de Cronos. - disse ele. - E que trabalho pra Luke.

– Bem... É tipo isso dai. - falei.

– Foi uma boa dedução. - disse Quintus. - Mas é um absurdo, eu trabalho apenas para mim mesmo.

Isso me fez lembrar de Hefesto, por alguma razão.

– Luke mencionou você – eu disse. – Geríon sabia sobre você também. Você esteve em seu rancho.

– Claro – respondeu ele. – Eu já estive em quase todos os lugares. Inclusive aqui.

Ele passou por nós como se não representássemos perigo algum e parou de frente a janela.

– A vista muda dia-a-dia – ele meditou. – É sempre algum lugar elevado. Ontem foi um arranha-céu com vista para Manhattan. Um dia antes, tinha uma linda visão do Lago Michigan. Mas continua voltando para o Jardim dos Deuses. Acho que o Labirinto gosta daqui. Um nome adequado, suponho.

– Você já esteve aqui antes. - disse Jake.

– Certamente que sim. - respondeu.

– É uma ilusão lá fora? – perguntei. – Uma projeção ou algo assim?

– Não. - disse Daniel. - É real, Estamos mesmo no Colorado.

Quintus o estudou.

– Para um mortal, você tem uma visão boa demais.

– É... Valeu, eu acho.

Você me lembra de um outro mortal que eu conheci uma vez. Uma princesa que veio a sofrer.

– Chega de jogos. - disse Jake. - Aonde esta Dédalo?

Quintus olhou para ele.

– Você garoto, me lembra muito o meu sobrinho. Ele também era abençoado pela minha mãe. Mas parece que como ele, a sua bênção tem limites. Meu caro rapaz, eu sou Dédalo.

Eu ri nervosa.

– Tá certo...

– Não ria, estou dizendo nada mais do que a verdade.

– Não, não é isso. - eu disse. - Quer dizer, se você é Dédalo... Eu sou a predileta do Dioníso... Fala sério!

– Sou um arquiteto. E um estudioso. - Disse ele seriamente, - E também jogo basquete muito bem para um cara que só começou com dois mil anos de idade. Um artista de verdade tem que ser bom em muitas coisas.

– É verdade. - disse Daniel. - Tipo, eu desenho pra caramba e ainda toco vários instrumentos musicais e danço também.

Exibido...

– Viu só? – Quintus disse. - Um verdadeiro artista.

Ah, Quintus... Não ajuda não.

– Mas você não se parece com Dédalo – protestei. – Eu o vi em um sonho e...

De repente um horrível pensamento me atingiu.

Quintus assentiu.

– Exatamente, você descobriu.

– Não pode ser... - eu disse recuando.

– O que? - perguntou Jake. - O que não pode ser.

– Ele... - gaguejei. - Ele é um autômato. Ele fez um novo corpo!

Jake me estudou atentamente.

– Megan... Isso não é possível. - disse nervosamente. - Quer dizer, vamos lá... Aquilo... aquilo não pode ser um autômato.

Quintus riu.

– Sabe o que significa "Quintus", meu caro rapaz?

– Quinto, em latim. - disse Jake. - Mas...

– Este é o meu quinto corpo. – O espadachim ergueu seu antebraço. Ele pressionou seu cotovelo e parte de seu pulso se abriu com um estalo - um painel retangular em sua pele. Debaixo dela, engrenagens de bronze zuniam. Fios brilhavam.

– Isso é irado! - exclamou Daniel.

Eu olhei para ele.

– Isso é esquisito.

– Você... Você achou um jeito de transferir seu animus para uma máquina? - perguntou Jake. - Isso não é normal...

Daniel deu de ombros.

– Eu já vi muita coisa em um dia só. - disse ele. - Nada mais me surpreende.

Ainda sou o Dédalo. - disse Quintus... Dédalo. - Minha mãe, Atena faz questão de eu nunca esquecer disto.

Ele puxou a gola da sua camiseta. Na base de seu pescoço havia a marca que eu já tinha visto antes - o desenho de um pássaro negro tatuado em sua pele.

– O estigma do assassino... – disse Jake.

– Por seu sobrinho, Perdiz – adivinhei. – O garoto que você empurrou da torre.

O rosto de Quintus escureceu.

– Eu não o empurrei. Eu só...

– Fez com que ele perdesse o equilíbrio – eu disse. – Você o deixou morrer.

Quintus contemplou as montanhas púrpuras pela janela.

– Eu me arrependo do que fiz, Megan. - disse. - Eu estava com raiva e amargo. Mas eu não posso desfazer isso, e Atena nunca me deixa esquecer. Assim que Perdiz morreu, ela o transformou em um pequeno pássaro: uma perdiz. Ela tatuou o formato do pássaro no meu pescoço como um lembrete. Não importa qual corpo eu tome, a marca surge em minha pele.

Eu olhei para seus olhos, e percebi que ele era o mesmo homem que eu vira em meus sonhos. Seu rosto estava completamente diferente, mas a mesma alma estava lá – a mesma inteligência e toda a tristeza.

– Você é mesmo Dédalo. - eu deduzi. - Eu consigo ver isso nos seus olhos... Olhos de alguém que fez muita, muita borrada na vida. Mas por que você foi para o acampamento? Por que nos espionar?

– Para ver se o seu acampamento valia a pena ser salvo. Luke me contou uma versão da história. Preferi tirar minhas próprias conclusões.

– Então você conversou com Luke.

– Várias vezes. Ele é bastante persuasivo.

– Mas agora você viu o acampamento! – Jake persistiu. – E você sabe que nós precisamos da sua ajuda. Você não pode deixar Luke passar pelo Labirinto!

Dédalo apoiou sua espada sobre a bancada.

– O Labirinto não está mais sob o meu controle, Jake. Eu o criei, sim. De fato, ele está ligado à minha força vital. Mas eu permiti que ele vivesse e crescesse por ele mesmo. Esse é o preço que pago por privacidade.

– Privacidade de que? - perguntou Jake.

– Dos deuses. - respondeu. - E da morte. Eu tenho vivido por dois milênios, minha querida, me escondendo da morte.

– Mas como você consegue se esconder de Hades? – perguntei. – Quero dizer... Hades tem as Fú... Benevolentes.

– Elas não sabem tudo – ele disse. – Ou veem tudo. Você as enfrentou, Megan. Você sabe que é verdade. Um homem esperto pode se esconder por muito tempo, e eu me entoquei muito fundo. Só o meu maior inimigo ainda me persegue, e mesmo ele eu impedi.

– Minos. – falei.

Dédalo assentiu.

– Ele me caçou incansavelmente. Agora que ele é um juiz dos mortos, ele adoraria mais do que tudo ter a mim na sua frente, para poder me punir por meus crimes. Depois que as filhas de Cócalo o mataram, o fantasma de Minos começou a me torturar em meus sonhos. Ele prometeu que me caçaria. Fiz a única coisa que podia. Eu me retirei do mundo completamente. Eu desci para o meu Labirinto. Eu decidi que essa seria minha última realização: eu enganaria a morte.

– E você fez isso. - disse Jake maravilhado. - Surpreendentemente você fez isso por dois mil anos.

Foi aí que um latido alto ecoou do corredor. Eu ouvia os ba-BUMP, ba-BUMP, ba-BUMP de grandes patas, e a Sra O’Leary entrou na oficina. Ela lambeu meu rosto uma vez, e depois quase nocauteou Dédalo com um salto entusiasmado.

– Aí está minha velha amiga! – Dédalo disse, acariciando a Sra O’Leary atrás das orelhas. – Minha única companhia por esses longos anos solitários.

– O apito funcionou. - eu disse. - Você a deixou me salvar...

Dédalo sorriu.

– Claro que sim, Megan. De todos os guerreiros e guerreiras que eu já vi. Você é a que tem o mais valente e bom coração. Não podia deixar de notar isso. E eu sabia que a Sra O’Leary gostava de você. Eu queria te ajudar. Talvez eu... eu me sentisse culpado também.

– Culpado? - repeti.

– Pela sua missão ser em vão.

– Mas você ainda pode nos ajudar. - insistiu Jake. - Você tem que nos ajudar! Dê para nós o fio de Ariadne, então Luke não o pegará.

– Sim... o fio. Eu disse ao Luke que os olhos de uma mortal vidente são os melhores guias, mas ele não acreditou em mim. Ele estava tão focado na ideia de um item mágico. E o fio funciona. Não é tão preciso quanto a seu amigo aqui, talvez. Mas é bom o suficiente. Bom o suficiente.

– Mas aonde ele esta? - pressionou Jake.

– Com eles, aquele filho de Hermes veio busca-lo. - disse Dédalo tristemente. - Sinto muito, mas vocês chegaram tarde demais.

De repente um calafrio me ocorreu. O modo como Silena estava de tão bom humor na arena. O único obstáculo fora a arena principal, e eu tinha dado conta dela por eles matando Anteu.

– Putz... - praguejou Daniel. - Que problemão...

– Cronos me prometeu liberdade – Quintus disse. – Uma vez que Hades for derrubado, ele me entregaria o Mundo Inferior. Eu reclamarei meu filho Ícaro. Farei o certo com o pobre jovem Perdiz. Eu verei a alma de Minos atirada no Tártaro, onde não poderá mais me incomodar. E eu não terei mais que fugir da morte.

– Essa é sua ideia brilhante? – Jake gritou. – Você deixará Luke destruir o acampamento, matar centenas de semideuses, e depois atacar o Olimpo? Você trará o mundo todo abaixo só pra conseguir o que quer?

– Sua causa esta perdida, rapaz. - disse Quintus. - Eu vi isso assim que comecei a trabalhar no seu acampamento. Não tem como você deter a força de Cronos.

– Isso... Isso é mentira! - disse Jake. - Você esta sendo covarde e egoísta.

– Sinto muito, mas era uma oferta boa demais para se recusar.

– Não! - exclamei.

Todos se voltaram para mim, mas eu olhava bem no fundo daqueles olhos, dos olhos do velho inventor.

– Você disse que nem todos os semideuses são objetos de terríveis profecias. - eu disse. - Mas até esses semideuses podem ser corajosos e lutar por algo além deles! Você sabe da minha profecia, mas não pretendo ser uma ferramenta dos deuses, mas se for preciso para salvar meus amigos eu vou ser.

– Eu repito, Megan. - disse Dédalo calmamente. - É impossível, desista disso, já passei por isso. Querendo salvar todas as pessoas importante para você, mas vai chegar o dia em que a derrota de Cronos vai lhe tirar tudo isso e você irá entender como eu me sinto.

– Desculpe, senhor Dédalo. - eu disse ainda encarando o inventor. - Mas espere sentado, porque esse dia nunca vai chegar. Eu não vou deixar.

Ao invés de se irritar, Dédalo inclinou sua cabeça.

– Você deveria avisar seu acampamento. Agora que Luke tem o fio... Entende, não é?

– Cale a boca! - agora eu estava gritando. - Eu entendo como você se sente! Eu vivi minha vida inteira assim, sozinha, nunca tive ninguém especial, e agora que eu tenho... Não vou me permitir a passar por aquilo de novo... Clarisse estava certa, você deveria morrer mesmo.

Ele me encarou sem expressão nenhuma, sem irritação, sem surpresa.

E isso me deixou irritada, eu derrubei um dos cavaletes, Desenhos arquitetônicos se espalharam pelo chão.

– Quer saber? Talvez você seja só uma maquina mesmo!

– Megan... - Jake tentou me deter, mas eu continuei.

– Eu conheci vários filhos de Atena, conheci até a própria Atena! E não creio de que você seja descendente dela! A maioria deles me odeiam, mas até eu entendo que os filhos de Atena deveriam ser sensatos e não só inteligentes! Você... você construiu coisas incríveis. Você resolveu problemas! Mas... Você deixou de ser humano, funciona a base de baterias, mas eu tenho um coração e enquanto ele estiver batendo... Eu cumprir tudo o que eu disse. Eu não vou desistir.

Jake olhava para mim, sorrindo. Ele andou até a mim e segurou minha mão.

Nós não vamos desistir.

Dédalo agora realmente estava sem expressão, Daniel sorria, então ele começou a bater palmas, e quando Jake fuzilou o mesmo com o olhar, ele parou.

Ficamos um longo tempo em silêncio, Dédalo parecia que ia dizer algo, mas um barulho o interrompeu. De repente a Sra O’Leary ergueu suas orelhas.

– Tem alguém vindo. - disse Daniel.

As portas da oficina foram abertas, e Nico foi jogado para frente, suas mãos acorrentadas. Então Kelly e dois Lestrigões marcharam logo atrás dele, seguidos por um pálido rei barbado com olhos frios e filamentos de Névoa em volta de suas roupas.

Rangi os dentes assim que eu o vi.

Minos, o rei de Creta.

Ele fixou seu olhar em Dédalo.

– Ai esta você, velho amigo... Sentiu saudades?


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Notas finais do capítulo

Galera to muiiito feliz! Depois de horas, c-o-n-s-e-g-u-i! Baixar! A! Porcaria! do! jogo! do! Harry Potter! e! a! pedra! filosofal! >< ! para! pc!

e! pros potterhead ai q também quer, ai vai o tutorial para baixar, super irado, muito antigo, mas super irado, gráficos irados, aparece até o Pirraça, o Voldy no final, e bla bla bla, ai tu faz as aulas de magic, os feitiços, você andar, tem o torneio das taça das casas, é melhor q pottermore, os desafios e tal... É, é muito maneiro, agora vou parar de fazer proganda, vou dar o link ai embaixo do tutorial, é muito fácil, tem os 8 jogos, (só consegui baixar ate o prisioneiro de Askaban [ não tenha medo dos dementadores, eles são fraquinhos])

Falei pra caramba neh? Agora vou deixar o link ai (quantas vezes eu falei isso??/) e deixar vcs comentarem.

Video tira gosto pra vcs terem ideia de como é o jogo : http://www.youtube.com/watch?v=u6OQRcZCL4U

Link do tutorial de como baixar : http://www.youtube.com/watch?v=CDnswhNbog4

Não se preocupem com os virus, não tem, virus, pode ficar tranks... :D (Mas n me culpem se primeiramente o Dumb aparecer de oculos 3D kkkkk)

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Agora... Vou jogar, beijocas! espero q tenham gostado do capítulo.