Crônicas Do Olimpo - A Batalha Do Labirinto escrita por Laís Bohrer


Capítulo 23
Jake Vs Daniel! Nós nos ferramos... De novo


Notas iniciais do capítulo

Fala 'ae' meus queridos, voltei com mais um capítulo! Espero que gostem de ver Jake se roendo de ciúmes, eu não gosto disso, mas fazer o que... É o amooor e a maldiçãaaao da criança....

Eu não deveria comentar isso agora, e não vou.

No capítulo de hoje:

* Nós vamos rever nosso amigo favelado, Denver (dane-se!)



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Era sábado, e o tráfego estava pesado indo para a cidade. Não senti nem um pouco de saudades do transito daquela cidade e também nem um pouco ansiosa para rever o irritante Daniel Kane, digo, legal, ele salvou minha vida uma vez... Duas vezes na verdade... Bem, não importa, ele continua sendo pouco discreto sempre quando se trata de monstros.

Acidentalmente eu havia decorado o numero de telefone do cara enquanto tentava limpar minha mão da tinta (permanente), Jake me olhou engraçado quando comentei isso, mas ele me dera cobertura enquanto eu usava o telefone.

Agora, vou lhe explicar essa história de cobertura: Quando nós, semideuses usamos telefones, ou qualquer tipo de aparelho... Bom... Seria mais fácil se nós ligássemos um letreiro luminoso em Nova York com os dizeres: "Semideuses Devoráveis" ou algo assim... Daria um bom negócio, só que não.

Depois da minha terceira tentativa com o telefone público, eu desisti. O Sr. Kane não atendia e sempre dava interferência.

– O que faremos agora? - perguntou Jake.

Suspirei.

– Não sei... Nós podíamos...

Eu acho que era Eminem ou algo assim, o som não vinha de muito distante de nós, ouvi uma voz em seguida contando "Um, dois, três..." e estremeci quando reconheci a voz.

Um grupo de garotos um pouco mais velhos que eu dançavam ao longo da esquina o que parecia Street Dance, eu já havia visto muitos desses. Um outro garoto de óculos retangulares filmava os dançarinos, uma multidão se unia ao redor dos garotos, e entre os dançarinos estava um garoto de quatorze anos de cabelos castanhos e olhos verdes.

O jovem britânico escandaloso, meu pesadelo moreno, o estranho mortal : Den... Daniel Kane.

Jake e eu ficamos em pé ali pelo que pareceram cinco minutos olhando para o grupo de garotos. Se Daniel nos notou, não demonstrou isso. Mas admito que ele era bom no que fazia. Quando finalmente a musica parou, os garotos se separaram e Daniel pareceu finalmente nos notar. Ele sorriu e acenou vindo na nossa direção.

– Megan Tenho-que-ir... - disse ele.

– Jackson. - corrigi. - E Denver Kane.

– Daniel. - corrigiu.

– Eu sei. - falei. - Ah, se lembra de Jake?

– Ah sim. - disse Daniel sorrindo para Jake, acho que era só impressão minha, mas aquele sorriso parecia meio forçado. - Seu amigo, não é? Com o nome de cachorro.

– Hã... - eu comecei.

Namorado, na verdade. - corrigiu Jake não devolvendo o sorriso. Nome de cachorro?

– Eu tenho um cachorro chamado Jake. - disse ele. - Ei! Que tal comermos alguma coisa? - ele apontou para um restaurante fast food logo atrás de nós. - Por minha conta, o restaurante é do meu tio.

– Ah... Legal. - falei.

– Nós estamos meio ocupados... - começou Jake.

– Claro, por que não? - comecei a puxa-lo para o lugar indo logo atrás de Daniel.

O lugar se chamava Kane's Food, era bem limpo, o cheiro de comida no ar fazia meu estomago revirar. Assim que adentramos fomos imediatamente recebidos por um homem de cabelos grisalhos e olhos verdes acastanhados como os de Daniel. O homem vestia um avental com o nome do restaurante e em sua camisa branca havia um crachá que dizia: "Albert Kane"

– Daniel, o que faz aqui? - perguntou o homem que julguei ser tio de Daniel. - Vejo que trouxe alguns amigos...

Jake não gostou muito do título recebido, eu estava meio sem graça ali, mas o "Tio Al" como diz Daniel, era bem simpático e ofereceu lanche por conta da casa. Isso foi uma boa notícia para minha barriga.

Sentamos em um lugar bem distante, Daniel pediu um X-Tudo, eu e Jake pedimos milkshakes de chocolate. Então Daniel falou para Jake:

– Então... - disse ele. - Você também é semideus?

– Sim, filho do deus da guerra e da violência – Jake disse como se quisesse deixar isso claro – Que tal anunciar isso para o mundo?

– Hum... - Daniel deu de ombros, ele se levantou e disse bem alto: - Ei, todo mundo! Estes dois não são humanos! Eles são meio deuses Gregos!

Ninguém sequer olhou em volta. Jake bufou, Daniel voltou a se sentar.

– Eles não parecem ligar pra isso. - disse Daniel.

– Acha isso muito engraçado, não é? - perguntou Jake. - Não é uma piada, mortal.

– Ei! Meninos. - intervi. - Relaxem, tá bem?

– Claro. - disse Daniel despreocupadamente. - Toda vez que você esta por perto, um monstro nos ataca. É estranho, mas estou muito relaxado.

– Olhe – falei. – Eu realmente sinto muito sobre a sala de música. Eu espero que eles não tenham te expulsado ou algo parecido.

Daniel sacudiu a cabeça.

– Nah. - disse ele mordendo seu X-tudo. - Eles só perguntaram sobre você, e eu me fiz de imbecil.

– E foi difícil? - questionou Jake.

– Jake. - adverti. - Por favor...

Ele revirou os olhos.

– Acho que seu namorado não gosta de mim. - disse Daniel.

– Qual foi sua primeira pista? - perguntou Jake.

Direto ao ponto.– eu interrompi. - Precisamos de você, Kane.

Daniel sorriu para mim.

– Pode me chamar de Daniel, apenas... - disse ele. - Dan para os íntimos. Mas é surpreendente você se lembrar do meu nome, viu?

– É... - eu disse. - Eu sei.

– É o minimo que você pode fazer, sendo que eu lembro de você. - disse Daniel sorrindo. - Mas também, é difícil esquecer de "Uma garota bonita que tentou me matar".

Ah, é... Lembrei dessa frase.

– ... Filho do deus da guerra.– lembrou Jake olhando para o ar como quem não quer nada.

Daniel não parecia intimidado, ele apenas deu de ombros e balançou a cabeça jogando o cabelo para o lado e se livrando de alguns fios de cabelo que encostavam em seu olho.

– Mas, o que querem comigo?

Eu expliquei tudo sobre o labirinto, e como precisávamos encontrar Dédalo. Eu contei a ele o que tinha acontecido nas últimas vezes que havíamos estado lá.

– Então vocês querem que eu guie vocês... – ele disse. – Por um lugar onde eu nunca estive. Entendi...

– Você pode ver através da Névoa – eu disse. – Como Ariadne. Estou apostando que consegue ver o caminho certo. O Labirinto não conseguirá enganar você tão fácil.

– E se você estiver enganada? - perguntou.

– Então vamos nos perder. De qualquer jeito, será perigoso. Muito, muito perigoso

– Eu posso morrer?

– Sim.

– Achei que monstros não se importavam com mortais. Aquela sua espada...

– É – eu disse. – Bronze celestial não machuca mortais. Muitos monstros vão ignorá-lo. Mas Luke e Silena... não se importaram com isso. Eles usaram mortais, semideuses, monstros, qualquer coisa. E matará qualquer um que ficar no caminho.

– Devem ser pessoas de bom coração. - disse Daniel.

– Você não leva nada a sério, nunca? - perguntou Jake.

– Levo doritos bem a sério... - respondeu Kane balançando a cabeça em afirmação, mas não parecia ofendido, o que deixou Jake ofendido.

Mas eu me agitei.

– Silena não tem culpa. - falei. - Ela está sob a influência de um Titã.

Ele me olhou confuso, mas assentiu.

– Ok. - disse. - To dentro.

Eu pisquei. Não havia imaginado que seria tão fácil.

– Você tem certeza?

– Ei, meu verão tem sido entediante. Essa é a melhor oferta que recebi até agora. Então o que eu devo procurar?

– Nós temos que achar uma entrada para o Labirinto. - disse Jake. - Há uma entrada no Acampamento Meio-Sangue, mas você não pode ir lá. É além dos limites para os mortais.

Ele disse "mortais" como uma terrível praga. Mas Daniel apenas assentiu.

– Ok. Com o que uma entrada do Labirinto se parece?

– Pode ser qualquer coisa – Jake disse. – Um pedaço de parede. Um pedregulho. Uma porta. Um bueiro. Mas teria a marca de Dédalo nele. Um Delta Grego, brilhando em azul.

– Tipo... - ele desenhou o símbolo do Delta com água na nossa mesa.

– Exato. - eu respondi. - Você sabe grego?

– Não. - disse ele se levantando e tirando do bolso um boné azul escuro dobrado e o colocando na cabeça. - É melhor virem comigo até o Marriott.

– Por que? - perguntei.

– Porque há uma entrada no porão do hotel, onde guardamos nossas fantasias. Ela tem esse triangulo.




A porta de metal estava meio escondida atrás de uma cesta da lavanderia cheia de toalhas sujas do hotel. Eu não vi nada de estranho nisso, mas Daniel me puxou pela mão e me mostrou onde olhar, e reconheci o símbolo apagado cravado no metal.

– Não tem sido usada há um bom tempo... - disse Jake.

Eu tentei abrir a porta uma vez – disse Daniel, – só por curiosidade. Só que a ferrugem a emperrou.

– Não é isso. - Jake se inclinou. - Só precisa do toque de um meio sangue.

E assim dito, Jake tocou na marca e a mesma brilhou com um tom azulado. A porta de metal abriu rangendo, revelando uma escada escura que descia.

– Wow! - exclamou Daniel admirado. - Que irado! Me ensina a fazer isso?

– Não. - disse Jake. - Vamos logo.

Jake lançou um olhar para Daniel.

– Você é o guia, você vai na frente. - disse ele.

A escada levava a um largo túnel de tijolos. Estava tão escuro que eu não conseguia ver dois passos à frente, mas Jake e eu tínhamos pegado lanternas. Logo que as ligamos, Daniel exclamou:

– O que é essa coisa?!

Um esqueleto sorria pra nós. Não era humano. Para começar, era enorme – no mínimo três metros de altura. Ele tinha sido esticado, acorrentado pelos pulsos e tornozelos formando um tipo de X gigante no meio do túnel. Mas o que realmente me deu arrepios foi a grande órbita vazia no centro de seu crânio.

Prendi a respiração, Jake segurou minha mão.

– Não é ele. - disse. - É muito antigo para ser, fique calma...

Mas isso não fez com que eu me sentisse muito melhor. Ainda sentia como se ele tivesse sido colocado aqui como um aviso. O que quer que pudesse matar um ciclope adulto, eu não queria conhecer.

Daniel franziu as sobrancelhas.

– Você tem um amigo ciclope?

– Um irmão na verdade. - eu disse. - Meu irmão mais novo, Tyler.

– Um irmão ciclope?

Eu parei e me virei para ele.

– Sim, algum problema?

Ele balançou a cabeça.

– Não... Acho que não.... Então é melhor continuarmos andando.

Ele passou por baixo do braço esquerdo do esqueleto, e continuou caminhando. Jake e eu trocamos olhares. Ele deu de ombros. Seguimos Daniel para o labirinto. Depois de quinze metros chegamos num cruzamento. À frente o túnel de tijolo continuava. À direita, as paredes eram feitas de placas de mármore antigo. À esquerda, o túnel estava sujo e havia raízes de árvores.

Apontei para esquerda.

– Parece o túnel que Tyler e Hansel entraram...

Jake suspirou.

– Aquela parte parece mais antiga. - disse ele. - é mais provável que leve a uma parte antiga do labirinto, na direção da oficina de Dédalo.

– Vamos direto. - disse Daniel.

Nós dois olhamos para ele.

– Olhem ali. - apontou. - Tem uma claridade lá - Eu não vi nada além de tijolos bem desgastados e lama. - Bem fraca. Mas adiante é o caminho certo. Para a esquerda, mais à frente no túnel, as raízes daquela árvore se movem como antenas. Não acho isso muito legal. Para a direita, há uma armadilha a seis metros abaixo. Buracos nas paredes, talvez para lanças. Não acho que deveríamos arriscar... Mas vocês que sabem.

Eu não vi nada do que ele estava descrevendo, mas assenti.

– Ok, adiante. - eu disse.

– Espere. - Jake me parou. - Acredita nisso?

– Sim, você não? - perguntei.

Ele deu de ombros. Juntos seguimos pelo corredor de tijolos. Ele girou e mudou, mas não havia mais túneis laterais. Parecíamos estar descendo, aprofundando cada vez mais no subsolo.

– Nada de armadilhas mortais, monstros ou nada do tipo? - perguntei ansiosa.

– Barra limpa. - confirmou Daniel. - Deveria ser tão fácil assim?

– Antes não era... - disse Jake. - Mas enfim, Kane... De onde você?

Brooklin. - disse Daniel.

– Certo... - disse Jake. - Mas o que...

Antes que ele pudesse terminar sua frase, houve um barulho de algo rangendo a nossa frente, como grandes portas se abrindo.

Ficamos em silêncio, parados como estátuas.

– O que foi isso? - perguntou Jake.

– Dobradiças de metal? - sugeriu Daniel.

– Ah, não me diga? - ironizou Jake. - Quero dizer, o que é isso?

Então ouvi pesados passos fazendo o corredor tremer – vindo ao nosso encontro.

– Corremos agora? - perguntou Daniel.

– Corremos. - respondi.

Viramos e fugimos pelo caminho que viemos, mas não percorremos seis metros antes de nos deparamos com velhas amigas. Duas dracaenae – mulheres cobras em armaduras gregas – ergueram seus dardos na altura dos nossos peitos. Parada entre elas estava Kelly, a empousa líder de torcida sorrindo para nós.

– Ora, ora... - disse ela. - Vejam só o que temos aqui...

Eu destampei Anaklusmos, Jake sacou seu sabre do bolso. mas antes que minha espada mudasse da forma de caneta, Kelly apontou para Daniel. Sua mão transformou-se numa garra e virou Daniel, segurando-o firme com suas garras em seu pescoço.

– Tsc, tsc, tsc... Hesite um pouco, semideusa. - avisou Kelly. - Levando seu mortalzinho de estimação para passear? Deveria ter lhe colocado uma coleira... Alguém poderia torcer seu pescoço... Mortais, São coisinhas tão frágeis. Tão fáceis de quebrar!

Atrás de nós, os passos ficavam mais próximos. Uma grande forma apareceu na luz – um Lestrigão de dois metros e meio com olhos vermelhos e presas.

O gigante lambeu os beiços quando nos viu.

– Posso comê-los?

– Não – Kelly disse. – Eles providenciarão um grande duelo para diversão. – Ela sorriu pra mim. – Agora marchando, meio-sangues. Ou todos morrerão aqui, começando pelo garoto mortal.











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Notas finais do capítulo

Alguém aqui joga INVU? IMVU? sEi lá como escreve isso... T.T