Crônicas Do Olimpo - A Batalha Do Labirinto escrita por Laís Bohrer


Capítulo 12
Laços e Sentimentos! Uma Vez Idiota do que Covarde


Notas iniciais do capítulo

Linkin Park - Pushing Me Away



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Por final depois de algumas ilusões e tal... Acabamos em uma sala cheia de cachoeiras, a primeira coisa que me chamou a atenção era um grande poço no centro da sala, uma passarela de pedra escorregadia o cercava, em todas as quatro paredes havia água escorrendo de canos e esta caia para dentro do poço, mesmo quando eu apontei minha lanterna, não consegui ver o fundo.

Briareu estava deprimido, e isso estava me irritando. Meu irmão quase morreu lá em cima por causa daquele covarde mesmo assim Tyler o olhava como o herói da história. 

Briareu escorregou pelas paredes e suas milhares de mãos pegaram porções de água em seguida jogando no rosto do centímano.

- Esse poço vai direto para o Tártaro. - disse ele.  - Eu deveria pular e poupar vocês de trabalho...

- Ah, cala a boca. - suspirou Jake. - Nunca vi uma pessoa tão covarde, eu achava que ter coragem era algo idiota, agora eu mudo de ideia...

Dei um pisão no pé de Jake e ele gemeu.

- Por que!? - exclamo ele.

- Seja um pouco mais sensível. - murmurei para ele, me voltei para o centímano, mesmo irritada com a criatura de cem mãos, eu sabia que ele tinha boas razões. -  Você pode voltar para o acampamento conosco. Você sabe mais sobre luta contra os Titãs do que qualquer um.

- Não tenho mais nada para oferecer... - disse ele miseravelmente. - Sinto muito filha de Poseidon, mas eu não tenho nada...

- E os seus irmãos? - perguntou Tyler se animando de novo. - Eles ainda podem ficar alto como montanhas, não é?

A expressão de Briareu se transformou para algo ainda mais triste: luto.

– Eles não existem mais. Eles se extinguiram para sempre, jovem ciclope.

O poço pareceu estremecer, o som das águas escorrendo dos canos foi só o que preencheu o lugar. Tyler olhou para o poço e piscou lágrimas do seu olho.

- Mas... O que você quer dizer com se extinguiram? - perguntei. - Achei que as criaturas gregas fossem imortais...

- Megan. - chamou Hansel fracamente. - Até mesmo a imortalidade tem seus limites...

- Isso não faz o menor sentido. - falei.

Hansel suspirou.

- Às vezes monstros caem no esquecimento e perdem a vontade de permanecer imortais. - disse ele, por um momento olhando sua expressão me perguntei se ele estava pensando em Pã. 

Eu me lembrei de algo que a Medusa nos dissera uma vez: como suas irmãs, as outras duas górgonas, se foram e a deixaram sozinha. Depois, no ano passado, Apolo disse algo sobre o antigo deus Helio desaparecer e deixá-lo com os deveres do deus do sol. Eu nunca pensara muito sobre isso, mas agora, olhando para Briareu, eu percebi como seria terrível ser tão velho – milhares e milhares de anos – e totalmente sozinho.

Briareu fungou.

- Tenho que ir, agora. - disse ele. - Vou poupar-lhes de obrigações...

- M-mas... - gaguejou Tyler. - O exército de Cronos vai invadir o acampamento, precisamos de você!

Briareu inclinou sua cabeça, suas mãos mexiam nervosamente umas contra as outras.

- Sinto muito, jovem ciclope. - disse ele. - Eu não posso...

- Mas você é forte! - insistiu Tyler. - Pode quebrar montanhas!

- Isso é passado... - ele olhou perdidamente para o poço aonde a água se perdia para as profundezas do Tártaro. - Não sou mais forte.

Ele já estava indo quando fui até ele e puxei um de seus braços.

- Ei! - chamei. - Caso não tenha notado, Tyler acredita em você! Ele arriscou a vida dele para salvar a sua! Deve isso a ele!

Ele me olhou lamentavelmente, como se quisesse realmente fazer algo para nos ajudar, mas... Tinha aquela certeza terrível de que não podia fazer nada por nós.

- Não posso, semideusa. - disse ele. - Eu não tenho um dedo revólver como você para ganhar este jogo.

Para provar seu argumento, ele fez cem armas com os dedos.

- Eu estou entrando no esquecimento...

Eu o soltei.

- Então vá e caia no seu esquecimento. - falei. - Mas eu tenho certeza... Não é por que ninguém acredita neles porque os monstros se extinguem... É por que você deixou de acreditar em você. E por isso que você é fraco, porque não acredita e não pela sua força.

Seus puros olhos castanhos me consideraram. Seu rosto se transformou em uma expressão que eu reconheci – vergonha. Então ele se virou e correu corredor abaixo até se perder nas sombras.

Tyler soluçou. Hansel reuniu coragem e deu palmadinhas nas costas de Tyler.

- Vai ficar tudo legal.  - disse o menino-jegue. 

– Não está tudo bem, garoto-jegue. Ele era o meu herói... - fungou Tyler.

Eu queria dizer algo para ele se sentir melhor, ofereci meu melhor sorriso confiante e disse:

- Nós vamos conseguir. - falei colocando minha mochila nas costas. - Mas melhor saímos daqui e procurar um lugar melhor para passar a noite.

Jake concordou.

- Vamos então...

Acampamos em um corredor feito de enormes blocos de mármore. Parecia que poderia ter sido parte de um túmulo grego, com várias tochas de bronze fixadas nas paredes. Tinha que ser uma parte mais antiga do labirinto, e Jake decidiu que isto era um bom sinal. 

- Amanhã continuamos nosso caminho... - disse ele.

Hansel olhou para o teto.

- Mas... Como saberemos que é amanhã?

– Só descansem – ele insistiu. - Vão precisar...

Hansel não precisou que repetissem duas vezes. Ele puxou uma pilha de palha da sua mochila, comeu uma parte dela, fez uma almofada com o resto, e estava roncando em pouco tempo. Tyler demorou mais tempo para dormir, ele mexia com seu kit de construção por um tempo, era possível saber só de olhar que ele estava deprimido.

- Sinto muito por ter perdido o escudo... - falei. - Você deu muito duro para faze-lo.

- Sem problemas, irmã. - disse ele,  seu olho injetado de tanto chorar. - Você salvou minha vida... Talvez não tivesse que ter perdido o escudo se Briareu tivesse ajudado.

Suspirei.

- Ele estava apenas aterrorizado... 

Ele sacudiu a cabeça.

- Ele não acredita em si mesmo, você estava certa. - disse ele. - Ele não é mais importante...

Ele soltou um grande suspiro triste e, em seguida, fechou o olho. As peças metálicas caíram da sua mão, ainda não montadas, e Tyler começou a roncar.

Demorei um pouco antes de dormir. Alguma coisa sobre ser perseguido por uma grande mulher-dragão com espadas envenenadas tornou muito difícil relaxar. Eu peguei meu saco de dormir e o arrastei para perto de onde Jake estava sentada, vigiando.

- Você deveria descansar. - disse ele sem olhar para mim.

- Não consigo mais dormir. - falei. - ... Faz um bom tempo que não consigo...

- Eu sei... - disse ele, sabia que estava pensando nas vezes que teve que me acordar de pesadelos. - Sobre o que quase aconteceu no chalé 5... Eu...

Franzi a sobrancelha.

- O que quase aconteceu? - perguntei confusa. 

Ele me olhou como se eu estivesse de sacanagem.

- Estou falando sério! - insisti. - Do que esta falando?

Ele me deu um meio sorriso.

- Uma coisa legal. - disse simplesmente. - Mas... Não é nada, deixa para lá...

- Então tá, lider.- falei.

Ele bufou.

- Não me chame assim, é um saco.

- Como quiser... - falei, então dei-lhe um olhar super 'Stoll'. - Lider. Mas e você? Como esta?

- Primeiro dia liderando uma missão sem sentido nenhum... - suspirou. - Perfeito.

- Nós vamos chegar lá – disse. – Vamos encontrar a oficina antes de Luke.

Ele olhou para a escuridão, seu rosto estava pálido com a falta de sol.

- Megan... Posso te perguntar uma coisa?

- Você já perguntou, mas deixou você perguntar de novo... - falei.

Seus olhos negros encontraram os meus, ele disse:

- Por que insiste tanto na Silena? Sei que ainda não desistiu dela, mesmo que ela tenha tentado te matar... - disse ele. - Por que? 

No instante em que eu fechei a cara e desviei seu olhar ele aprecia arrependido das próprias palavras, mas eu consegui forçar um fraco sorriso mesmo assim, respondi.

- Jake... Quando eu vivia no orfanato eu... - minha voz vacilou um instante. - Eu era bem sozinha, ninguém me entendia, eu sempre fui uma "aberração" - e eu falava isso com o mesmo fraco sorriso. - Um dia... Uma garota estava me importunando e ela apareceu, Silena foi a primeira pessoa a me reconhecer como um ser igual, ela foi... minha primeira amiga...

Olhei para ele para ver sua expressão, ele apenas olhava atento para mim como quem pedia mais...

- Na época eu não sabia o que era ter uma família. - falei. - Entende? As pessoas sempre faziam eu me sentir um monstro, eu explodia canos e tal... Antes de Percy morrer eu já sabia da sensação do que era perder um irmão, descobri isso quando pensei que tinha perdido Silena... Independente do que ela tente fazer, se ela tentar me matar de novo, se ela esta má, eu não ligo... Eu criei um laço com ela, Cronos cortou esse laço e eu vou amarra-lo de novo. E ninguém vai me impedir.

Ele deu uma risada seca e curta.

- Você é muito idiota. Sabia? - disse ele.

Eu permaneci séria.

- Se desistir de alguém importante é ser corajosa, prefiro viver como a maior idiota do mundo. - assim que eu disse ele o sorriso dele morreu, ele colocou uma mecha teimosa atrás da minha orelha.

- Eu te admiro por sua idiotice, sabia? - disse ele. - Queria ser assim.

- Idiota? Ah, isso você já é... - falei.

Ele deu aquele olhar tipo Hades...

- Você me entendeu. - disse. - Queria ter sua determinação, de que adianta ser filho do deus da guerra se você não tem coragem.

- Do que esta falando? Você tem coragem. - falei

- Diga uma situação que eu já tive coragem então. - desafiou.

Mordi o lábio.

- Vejamos... Para começar, só uma pessoa realmente idiota aceitaria uma missão como essa, e você foi corajoso o suficiente para enfrentar o titã Atlas no inverno passado, a luta contra Luke, o mar de monstros, Jake você já fez tanta idiotice que só um idiota de coragem faria.

- Obrigado... eu acho... - suspirou. - Mas você vai mais longe que isso, Lembra a ilha de Circe?

Eu bufei.

- Como esquecer, você foi um porquinho-da-índia muito fofo. - falei. - Ah! Lembra da Aqualândia?

- Cara, nem me lembre. - disse ele. - Mas aquilo foi tudo culpa sua.

- Eu? A Culpa foi toda do seu pai.

Ele sorriu, o que eu estava contente de ver, mas o sorriso desvaneceu rapidamente.

- Megan... o que Hera quis dizer quando ela disse que você sabia o caminho para atravessar o labirinto?

- A verdade? - perguntei. - Não faço a mínima ideia.

– Você me diria se soubesse?

– Claro. Talvez...

– Talvez o quê?

– Talvez se você me dissesse a última linha da profecia, poderia ajudar.

Ele estremeceu. Mesmo no escuro, eu o vi corar.

- Não aqui. 

– E sobre a escolha que Jano mencionou? Hera disse...

- Megan... Por favor. - disse ele. - Estou pedindo. Eu preciso pensar sobre isso.

Nós nos sentamos em silêncio, ouvindo estranhos barulhos e gemidos no labirinto, o eco de pedras triturando juntas conforme os túneis mudavam, cresciam, e expandiam. O escuro me fez pensar sobre as visões que vira de Nico di Angelo, e de repente, percebi uma coisa.

– Nico está aqui em algum lugar – disse. – É como ele desapareceu do acampamento. Ele encontrou o labirinto. Então ele achou um caminho que o conduziu ainda mais longe, até o Mundo Inferior. Mas agora ele está de volta ao labirinto. Ele está vindo atrás de mim...

Meg, eu espero que você esteja errada. Mas se você estiver certa... – ele mirou sua lanterna, criando um círculo na parede de pedras. Tive a sensação de que ele estava pensando em sua profecia. Eu nunca o vira parecer tão cansado antes.

– Que tal eu pegar o primeiro turno de vigia? – falei. – Eu acordo você se alguma coisa acontecer.

Jake me olhou como se quisesse protestar, mas ele apenas assentiu, deitou em seu saco de dormir, e fechou os olhos.

Na minha vez de dormir, sonhei que estava de volta à prisão do velho homem no Labirinto.

Parecia mais como uma oficina agora. Mesas estavam cheias de instrumentos de medição. Uma forja queimava vermelho quente no canto. O garoto que eu vira no último sonho estava carregando o fole, exceto que ele era mais alto agora, quase da minha idade. Um estranho instrumento afunilado estava anexado à forja da chaminé, exalando fumaça e calor e canalizando-os através de um tubo no chão, próximo a um grande tampão bronze de bueiro.

Era dia. O céu acima era azul, mas as paredes do labirinto produziam sombras profundas pela oficina. Depois de estar em túneis por tanto tempo, achei estranho que uma parte do labirinto pudesse ser aberta para o céu. De algum jeito aquilo fez o labirinto parecer um lugar ainda mais cruel.

Tão perto da liberdade e ao mesmo tempo...

O velho homem parecia adoentado. Ele estava terrivelmente magro, suas mãos calejadas e vermelhas de trabalhar. Cabelo branco cobria seus olhos, e sua túnica estava manchada com graxa. Ele estava inclinado sobre uma mesa, trabalhando em algum tipo de miscelânia de metal longo – como um tipo de cota de malha. Ele pegou um delicado anel de bronze e encaixou no lugar.

- Pronto.  - disse ele. - Esta pronto.

Ele pegou o seu projeto.

Estava tão bonito, meu coração saltou – asas de metal construídas a partir de milhares de penas de bronze interligadas.

Havia dois conjuntos. Um ainda estava sobre a mesa. Dédalo esticou a armação, e as asas expandiram seis metros. Parte de mim sabia que aquilo nunca poderia voar. Era muito pesado, e não havia como sair do chão. Mas o trabalho artesanal era incrível. Penas de metal captavam a luz e refletiam trinta diferentes tonalidades de dourado.

O rapaz deixou o fole e correu para ver. Ele sorriu, apesar do fato de estar sujo e suado.

– Pai, você é um gênio!

O velho homem sorriu.

– Diga-me algo que eu não saiba, Ícaro. Agora se apresse. Vai demorar pelo menos uma hora para fixá-las. Venha.

– Você primeiro... – Ícaro disse. O velho homem protestou, mas Ícaro insistiu. – O senhor fez isso, pai. Você deveria ter a honra de usá-las primeiro.

O rapaz atou um arnês de couro no tórax de seu pai, como um equipamento de alpinismo, com tiras que corriam dos ombros até os pulsos. Então ele começou a fixar as asas, usando uma vasilha de metal que parecia um enorme revólver de cola-quente.

– O composto de cera deve segurar por várias horas – disse Dédalo nervosamente enquanto seu filho trabalhava. – Mas temos que deixá-la fixar primeiro. E faríamos bem em evitar voar muito alto ou muito baixo. O mar molharia a cera...

– E o calor do sol poderia soltá-las – o menino acabou. – Sim, pai. Nós conversamos sobre isso um milhão de vezes!

– Cuidado nunca é demais.

– Tenho total confiança nas suas invenções, pai! Ninguém jamais foi tão inteligente como você.

Os olhos do velho homem brilharam. Era óbvio que ele amava seu filho mais do que qualquer coisa no mundo.

– Agora vou colocar as suas asas, e dar às minhas chance para fixar adequadamente. Venha!

Estava indo devagar. As mãos do homem velho se atrapalhavam com as tiras. Ele tinha dificuldade em manter as asas em posição enquanto as selava. Suas próprias asas de metal pareciam pesar-lhe para baixo, atrapalhando enquanto ele tentava trabalhar.

– Muito lento – o velho homem murmurou. – Eu sou muito lento.

– Tome o seu tempo, pai – o menino disse. – Os guardas não virão até...

BOOM!

As portas da oficina tremeram. Dédalo as tinha barrado por dentro com uma tora de madeira, mas ainda elas sacudiam nas dobradiças.

– Depressa! – Ícaro disse.

BOOM! BOOM!

Algo pesado batia nas portas. A braçadeira deteve, mas uma rachadura apareceu na porta da esquerda.

Dédalo trabalhava furiosamente. Uma gota de cera quente caiu sobre o ombro de Ícaro. O rapaz estremeceu, mas não gritou. Quando a sua asa esquerda estava selada nas tiras, Dédalo começou a trabalhar na direita.

– Precisamos de mais tempo – Dédalo murmurou. – Eles estão muito adiantados! Nós precisamos de mais tempo para o selamento aguentar.

– Vai ficar tudo bem – disse Ícaro quando seu pai terminou a asa direita. – Me ajude com o bueiro...

CRASH!

As portas arrebentaram e a cabeça de um aríete de bronze emergiu através da fenda. Machados desobstruíram o restante, e dois guardas armados entraram na sala, seguidos pelo rei com coroa de ouro e barba em forma de lança.

– Bem, bem – disse o rei com um sorriso cruel. – Vai a algum lugar?

Dédalo e seu filho congelaram, suas asas metálicas brilhando em suas costas.

– Estamos indo embora, Minos – disse o velho homem.
Rei Minos abafou uma risada.

– Eu estava curioso para ver até onde você chegaria com este pequeno projeto antes que eu frustrasse as suas esperanças. Devo dizer que estou impressionado.

O rei admirou suas asas.

– Vocês se parecem frangos de metal – ele decidiu. – Talvez devêssemos depená-los e fazer uma sopa.

Os guardas riram estupidamente.

– Frangos de metal – um repetiu. – Sopa.

– Calem-se – disse o rei. Então ele se virou novamente para Dédalo. – Você deixou a minha filha escapar, velho. Você levou minha esposa à loucura. Você matou o meu monstro e me fez ser motivo de piada no Mediterrâneo. Você nunca irá escapar!

Ícaro agarrou o revólver de cera e atirou no rei, que recuou surpreso. Os guardas se apressaram a frente, mas ambos receberam um jato de cera quente na cara.

– A abertura! – Ícaro gritou para seu pai.

– Peguem-nos! – ordenou o Rei Minos.

Juntos, o velho homem e seu filho abriram a tampa do bueiro, e uma coluna de ar quente explodiu do chão. O rei assistiu, incrédulo, enquanto inventor e filho se lançavam para o céu em suas asas bronze, transportados pela corrente de ar.

– Atire neles! – o rei gritou, mas seus guardas não tinham trazido arcos. Um jogou sua espada em desespero, mas Dédalo e Ícaro já estavam fora de alcance. Eles voaram acima do labirinto e do palácio do rei, então zuniram pela cidade de Knossos e passaram pelo litoral rochoso de Creta.
Ícaro riu.

– Livre, Pai! Você fez isso.

O rapaz abriu suas asas totalmente e subiu com o vento.

– Espere! – Dédalo chamou. – Tenha cuidado!

Mas Ícaro já estava sobre o mar aberto, mirando o norte e se deliciando na boa sorte deles. Ele subiu e assustou uma águia para fora da sua trajetória de voo, então mergulhou em direção ao mar como se tivesse nascido para voar, saindo do mergulho no último segundo. Suas sandálias roçaram as ondas.

– Pare com isso! – Dédalo chamou. Mas o vento levou sua voz para longe. Seu filho estava bêbado na sua própria liberdade.

O velho homem lutava para acompanhar, planando desajeitadamente atrás de seu filho. Foram quilômetros desde Creta, ao longo do mar profundo, quando Ícaro olhou para trás e viu a expressão preocupada de seu pai.
Ícaro sorriu.

– Não se preocupe, pai! Você é um gênio! Eu confio no seu trabalho–

A primeira pena de metal se soltou de suas asas e rodopiou para longe. Depois outra. Ícaro oscilou em pleno ar. De repente ele estava soltando penas de bronze, que rodopiavam para longe dele como um bando de pássaros assustados.

– Ícaro! – seu pai gritou. – Plane! Estenda as asas. Fique o mais estável possível!

Mas Ícaro movimentou seus braços, desesperadamente tentando voltar ao controle. A asa esquerda se foi primeiro – flutuando para longe das correias.

– Pai! – Ícaro gritou. E então ele caiu, as asas despojadas para longe, até que ele era apenas um menino usando um arnês e uma túnica branca, seus braços estendidos em uma inútil tentativa de planar.

Eu acordei com um tranco, sentindo como se estivesse caindo. O corredor estava escuro. Com os constantes gemidos do labirinto, eu pensei que podia ouvir o angustiado grito de Dédalo chamando o nome do seu filho, enquanto Ícaro, sua única alegria, mergulhava em direção ao mar, mais de noventa metros abaixo.


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Notas finais do capítulo

Pre-para que agora é hora da Zeuza fabulosa que desce e rebola, Dite com as fogosas só as que incomodam, Hera com as invejosas que ficam de CARA quando toca...

Se não tá mais à vontade, sai do Olimpo, meu bem.
Quando começo a dançar eu enlouqueço a Dite, eu sei.
Meus filhos são brilhosos e a gente tem poder.
Ameaça coisa do tipo: Vou tacar um raio em você.

Vai! Solta o raio, que é pra ver a Zeuza divando.
Até Hades vai ficar babando.
Pare o Olimpo pra ver dançando.
Chama atenção à toa
Com seu brilho, fiquem loucos.

Prepara, que agora
É a hora do show da Zeuza fabulosa.
Que desce, rebola.
Taca raio nas fogosas.
Ela incomoda, expulsa Hera com as invejosas
que ficam de cara quando toca, pre-para! (8)

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FDL Pré-Ressaca... *desmaia*

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*Dez minutos depois de acordar* Enfim galera, to pensando, nesse final da temporada pensei em fazer um bônus tipo "O Filho de Sobek", mas em vez de ser com o Carter e o Percy, quero usar a Megan e a Sadie. O que acham?

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*O sonho foi totalmente do livro, eu não podia mudar nada pois era de extrema importância.



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