You Like Girls: "YES" or "NOT"? escrita por Toshiko


Capítulo 9
Capítulo 9. - Parte 1.


Notas iniciais do capítulo

Talvez irei demorar, porquê ainda estou fazendo o capítulo 11 D:
Boa leitura.



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O que minha mãe me disse ontem, está na minha cabeça até agora. Como assim os pais do Naruto morreram? Era o que eu queria saber, e iria perguntar para ele, se ele tivesse vindo para a escola. E imagine só? Sasuke também não veio. Bem, não é da minha conta o que os dois devem estar fazendo nesse momento, mas mesmo assim estou um pouco preocupada, vai saber né...

Hoje amanheceu chovendo de novo! Eu não sei porquê está chovendo tanto assim, e ainda estamos em Outubro. Eu estava vendo a chuva pela janela –– eu sento perto dela, é uma maravilha –– e cuidando da minha vida, quando Hinata me joga uma borracha na cara. A professora Anko estava passando dever no quadro, e mano, se ela se virasse, seria suspensão na hora, porquê ela odeia a Hinata e não vem gostando muito de mim.

–– Vamos andar de mãos dadas no recreio, né? –– Hinata perguntou o mais baixo que podia.

–– Não sei se já percebeu, mas está chovendo! Então, é óbvio que não vai ter recreio. –– respondi de volta. O plano dela de irmos como namoradas, nem tinha começado e já não estava prestando.

–– Ah... –– ela lamentou, e joguei a borracha de volta.

Voltei a olhar pela janela. Porquê essa chuva era tão diferente? Como explicar... Ela estava caindo, normalmente, mas parecia que era por uma razão triste, provavelmente a morte dos pais do Naruto. E outra, eu sempre fico triste quando chove, não importa se eu possa estar o mais feliz alguns segundos antes.

Mesmo que eu já tenha repetido um milhão de vezes até para mim mesma, que a vida é do Naruto, eu continuo preocupada. Como pode isso? Eu me preocupo MUITO com ele, mas MUITO mesmo, mais do que parece.

Acabei perdendo a noção do tempo, e só fui “acordar” com Hinata sentada na minha mesa. Que namorada mais folgada.

–– Esse vai ser nosso recreio, dentro da sala. –– ela reclamou. –– Que saco, eu queria sair!

–– Larga de reclamar, pelo menos não vamos ficar fazendo dever. –– falei somente, não desviando minha atenção do lado de fora. –– Soube dos pais do Naruto?

–– Uhum, Neji me contou. –– ela respondeu.

–– Como isso aconteceu? –– perguntei.

–– Disso eu já não sei. –– Hinata respondeu. –– E você, soube que vai entrar uma nova aluna?

–– Nova aluna? –– Me interessei pela conversa, não é todo dia que entra uma pessoa nova nessa coisa que somos obrigados a chamar de escola.

–– Dizem que ela tem o cabelo estranho, como o seu. –– ela riu. Ah, que lindo, como se ela também não tivesse um cabelo estranho. –– O nome, eu não sei, mas parece ser uma garota legal.

–– Nem pense em se aproximar dela, ouviu? –– avisei. Ciúmes nível máximo agora, porra.

–– Sakura, nem todas as meninas são lésbicas, sabia? –– ela brincou. –– E para de ciúme, isso é chato.

–– Ah, me desculpe se estou te incomodando com o meu ciúmes. –– falei de volta. Não sei brincar mesmo não. –– Vai lá com a garota que tem o cabelo mais estranho que o meu, talvez ela seja mais legal.

–– Eu só não te beijo agora, porquê estamos em público. –– Hinata começou, tentando segurar a risada. –– Então eu vou ser obrigada a te falar só uma coisa: Cala a boca.

E eu fiz isso, voltando minha atenção para a janela, porquê pelo menos ela, não fazia brincadeiras estúpidas como essas que Hinata é capaz de fazer.

Eu não estava interessada mesmo na nova aluna, ou como o cabelo dela era estranho e todas essas coisas que todos na escola reparam quando a gente chega de outra escola e não sabe o que fazer. Eu só quero ir logo para casa, pra poder deitar na minha cama e dormir até amanhã –– mas por mim, bem que poderia ser até o fim do ano.

Depois de alguns minutos, Tsunade entrou na nossa sala. Eu não tinha percebido antes, mas porra, essa mulher é muito linda. Uma vez ouvi que ela já tinha passado dos 40, sério. Espero que eu fique assim também quando chegar nessa idade.

–– Vocês estão despensados. –– ela disse somente, se virando e indo embora. Hinata deu um grito de alegria, mas ao perceber que eu não tinha levado nada que a protegesse da chuva, seu sorriso sumiu.

Arrumei minhas coisas e parti. Estava começando a relampiar, e eu morro de medo de relâmpagos. Eu estava com Hinata do meu lado, segurando seu braço como se com aquilo a chuva pararia e voltaria um dia todo ensolarado.

Quando cheguei na minha casa, não estava nada seca. Minha mãe pirou quando me viu entrar toda molhada daquele jeito, sem esquecer de dizer que os meus tênis tinham sujado de lama. Ás vezes eu seriamente penso que a minha mãe tem mais ciúmes com essa casa que está caindo aos pedaços, do que comigo.

–– Vamos assistir um filme lá em casa? –– Hinata perguntou enquanto eu tentava secar meu cabelo.

–– Que filme? –– perguntei de volta. –– E tá relampiando, nem vai dar, porquê Neji não é tão louco de te deixar ligar a TV nesse tempo.

–– Quando chegar lá, eu vejo qual. –– ela respondeu. A mina estava deitada na minha cama, mesmo sabendo que eu odeio que façam isso sem minha permissão. –– E não precisa ser exatamente agora que a gente vai assistir.

–– Tá bom Hinata, o que quer? –– perguntei de uma vez. –– Eu te conheço, e a gente com certeza não vai ver esse filme direito.

–– Eu só quero passar um tempo com você. –– ela respondeu fazendo um biquinho manhoso. Paciência, Sakura, paciência. –– Vai dizer que não posso passar um tempo com a minha NAMORAAAAAAAAADA?

–– Ficou maluca de dizer algo tão alto assim?! –– perguntei tampando sua boca. E sim, Hinata gritou desse jeito mesmo. –– Eu vou, mas por favor, tente ficar mais calada.

–– Só se você me der um beijo. –– ela disse, fazendo bico de novo.

–– Vai ficar esperando pra sempre. –– falei me distanciando dela.

–– Tudo bem, então! –– Hinata disse cruzando os braços. –– Eu não vou sair daqui, também.

–– Mas essa é a minha casa. –– falei tentando conter o riso.

–– Ah... tanto faz! –– ela disse, virando o rosto para outro lado.

Não me importando com isso, eu apenas fui até o guarda-roupa e peguei uma blusa de frio. Hinata ainda estava um pouco molhada, mas eu não ia dividir minhas roupas com ela só porquê agora somos namoradas. Tenho ciúmes até das minhas roupas, é.

Ainda tivemos de esperar uns minutos pra chuva parar e minha mãe dedicir que estava seguro para nós irmos. Eu ainda estava com um pouco de medo, e a cada barulhinho, me encolhia para perto de Hinata. E ela, se tremia toda por causa do vento. Suas unhas estavam começando a ficar roxas, e não tinha esmalte nenhum nelas.

–– Toda aqui, Hinata. –– falei pegando minha blusa e colocando sobre ela.

–– Mas você também não está com frio? –– ela perguntou, ajeitando a blusa.

–– Eu não sou tão fraquinha como você. –– respondi e ela riu. Um riso que eu antes me derretia, e que hoje em dia, continua a mesma coisa.

Quando chegamos a casa de Hinata, nos deparamos com uma cena um tanto... rara. Neji e Tenten estavam dormindo abraçados no sofá. Se alguém estivesse conosco, acharia aquilo a coisa mais linda do mundo. Mas eu e Hinata sabemos muito bem o que os dois fazem todos os dias, então, aquilo era a primeira demonstração que eles não pensavam somente em sexo. Sinceramente, achei fofo.

Eu e Hinata subimos para o quarto dela, sem acordar os dois. Ao chegarmos lá, também nos deitamos. Estava um frio do caralho, principalmente para mim, que fez esse longo caminho sem uma blusa de frio. Mas é nisso mesmo que dá ser solidária.

–– Pelo amor de Deus, me dê uma coberta. –– implorei e Hinata jogou uma na minha cara. –– Obrigado. Muito obrigado mesmo.

–– Não é obrigaDO, e sim obrigaDA. –– ela me corrigiu. –– Você não é moleque, e sim uma dama.

–– Fala como se prestasse atenção mesmo nas aulas. –– falei rindo em seguida, enquanto ia para debaixo do cobertor. –– E é melhor você começar a se esforçar, ou vai reprovar.

–– É difícil prestar atenção nas aulas, enquanto se namora com você. –– ela disse, e acho que devo ter ficado vermelha. Hinata pulou na cama e ficou me encarando.

–– Eu quero te perguntar uma coisa... –– comecei. –– O que caralhos você viu em mim?

–– Bem... eu acho que tudo. –– ela respondeu, não desviando o olhar de mim por nenhum segundo sequer. –– Não foi só beleza, ou inteligência, você é bem mais que isso. Você é linda, Sakura, muito mesmo. Você me ajudou o tempo todo, sempre esteve ao meu lado e mesmo quando eu estava fazendo a coisa errada, você ainda assim me apoiou. Eu sinto bem mais que isso por você, mas é um pouco difícil explicar.

–– Eu acho que sei mais ou menos como é isso. –– falei e ela deu um sorriso fraco.

Ficamos deitadas, apenas apreciando o silêncio. Eu e Hinata não somos o tipo de namoradas que se “pega” a cada segundo, não mesmo. Até porquê, nem ela ou eu gostamos desse tipo de coisa. Os beijos que trocamos, são raros, mas cada uma de nós sabemos que não é só por beijos que se demonstra o amor –– ou pelo menos, é assim que eu acho.

–– É verdade que todo final de ano a escola faz uma viagem? –– Hinata perguntou, me fazendo abrir os olhos lentamente.

–– É sim. –– respondi, tentando me enfiar ainda mais na cama. Estava quentinho, como eu amo. –– Mas raramente alguém vai nessas viagens. A última, levaram todos da escola para um clube.

–– E aí? Você foi? –– ela perguntou novamente.

–– Não. –– respondi. –– Com certeza seria chato, e outra, choveu quando chegaram lá.

–– Eu queria ter ido... –– ela disse. Ah não, não me diga que... –– Vamos nesse fim de ano?

–– Hinata, deixe-me te explicar uma coisa... –– comecei. Como dizer isso sem ser mal educada? –– Pra ir, você precisa passar de ano. Passar direto, sem recuperação nem nada. E eu acho, que no estado que você se encontra, não vai dar certo... Ouvi a professora Anko essas dias dizendo que você está perto de reprovar.

–– Está falando sério? –– ela perguntou e confirmei com a cabeça. –– Poxa... eu realmente queria ir... Mas me diga, e se eu reprovar mesmo?

–– O que tem? –– perguntei realmente sem entender.

–– Se eu reprovar, você vai para outra escola, porquê sei que não vai reprovar como eu... –– ela explica, ou tentava. –– Se isso acontecer mesmo, você vai me abandonar?

–– Ah, Hinata... –– eu fiquei pela miléssima vez sem saber o que falar. –– Eu nunca te abandonaria. Não de novo. Então, isso quer dizer, que mesmo eu não reprovando, eu daria um jeito de estudar com você.

Ficamos quietas depois disso. Ela continuou me olhando e eu fiz a mesma coisa. Uma coisa que aprendi com Sai, é a nunca revelar suas verdadeiras emoções –– e falando nele, preciso conversar com ele qualquer dia desses, porquê quero aprender a desenhar.

–– Como você acha que o Naruto e o Sasuke estão? –– Hinata perguntou, me surpreendendo.

–– Eu acho que eles vão se acertar. Talvez não agora, ou amanhã, mas vão. –– respondi.

–– Quando você saiu com o Naruto, ontem, o Sasuke veio falar comigo. –– ela dizia, olhando para qualquer lugar. –– Ele disse que queria conversar comigo depois, e que era um assunto sério. Será que ele vai terminar comigo para ficar com o Naruto?

–– Olha, eu espero que sim. –– falei me aproximando de seu rosto. –– Porquê já está passando da hora de todo mundo saber que você, agora, é minha.

–– E se nada der certo como planejamos? –– ela perguntou. Ai, ai, já vem ela e seus pensamentos negativos.

–– A gente vai fazer dar certo. –– respondi, dando um enorme sorriso. –– Não se preocupe com essa coisa de futuro, Hinata! Eu não sei o que aguarda a gente daqui pra frente, mas o que eu sei mesmo, é que a gente vai estar juntas quando ele chegar.

–– Onde aprendeu a falar desse jeito? –– perguntou de volta, desconfiada.

–– Internet serve para isso, meu amor. –– respondi, a chamando pela primeira vez daquele jeito.

Fomos nos aproximando, e aproximando, e... Neji abriu a porta, com um celular na mão. Ele estava tremendo, e olhava para mim.

–– O que houve, Neji? –– Hinata perguntou, já se sentando na cama. –– Eu te conheço bem, e pelo seu olhar, aconteceu alguma coisa ruim.

–– Sakura, o seu pai... –– ele parou na hora de dizer o que devia, começando a me preocupar. –– Ele...

–– Olha Neji, eu nunca te fiz nada, mas se você não falar agora, eu vou ser obrigada a arrebentar a sua cara. –– falei. Eu não faria aquilo, mas era só um incentivo pra ele dizer de uma vez o que tinha acontecido.

–– O seu pai sofreu um acidente. –– ele disse, e eu congelei. Nem piscar eu conseguia. –– Foi agora, mas a sua mãe conseguiu o levar para o hospital. Eu sei aonde é, se quiser, levo você lá. –– Eu não respondi, apenas peguei em sua mão e descemos.

Quando estávamos indo para o hospital, eu não conseguia imaginar meu pai tendo um acidente. Como isso pode acontecer, e justo com ele? Sei que nós nunca fomos lá tão grudados, mas eu não gostaria nada de perder outra pessoa na minha vida.

Hinata segurava forte a minha mão, e eu tremia. Não por causa do frio, e sim de nervosismo. Agradeci por ela estar ali, fazendo aquilo –– porquê se eu estivesse sozinha, provavelmente já estaria desesperada.


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